Ensina-me A Viver escrita por Nana Yume
– Tô atrapalhando alguma coisa?
– Ca-capitão?? N-não...não tá atrapalhando nada! - Sasuke afastou Karin com um empurrão.
– Eu posso voltar outra hora...não tem problema! - Yamato tentava agir com naturalidade, mas não queria acreditar no que acabara de ver. Provavelmente Karin fora a culpada, mas, mesmo assim, isso não muda o fato de Sasuke ter traído Sakura; e isso era demais para o capitão.
– Claro que não capitão...a Karin é que já tava de saída...
– Eu tava? - Karin fazia cara de inocente e desentendida.
– Tá vendo...nem ela sabia que tava de saída...é melhor eu voltar outra hora mesmo Sasuke!
– Não, não capitão...você fica! A Karin sai! - Sasuke empurrou a ruiva até a porta e, logo depois, bateu com tanta força, que as cortinas da sala balançaram.
A última coisa do mundo que Sasuke queria era que alguém visse aquela cena; mas, por um lado, se sentia aliviado de não ter sido Sakura quem entrou na sala. Sabia que não seria fácil se explicar com o capitão, mas teria de fazer mesmo assim e o pior, teria de pedí-lo que não contasse nada à médica.
– E então...quer conversar? - Yamato percebeu a vergonha estampada no rosto de Sasuke e resolveu puxar o assunto.
– Vai adiantar alguma coisa dizer que não foi culpa minha?
– Talvez, se levarmos em consideração que era a Karin que estava...oh céus, te beijando. Como conseguiu Sasuke?! - Yamato fazia uma cara de nojo, o que faria Sasuke rir se não tivesse naquela situação.
– Ela chegou aqui que nem uma louca, eu achei que era o Sai que tinha desistido de ir embora...ele tinha acabado de sair, mas eu tinha dito pra ele ficar e pensar melhor a respeito da Ino, achei que ele tinha reconsiderado. Eu não sei o que ela veio fazer aqui, quando eu vi ela tava me agarrando...
– Tem certeza que ela tava sozinha?
– Tenho...já não tem mais ninguém aqui! Os policiais estão fazendo a ronda e eu fiquei aqui arrumando algumas coisas; mas, por que a pergunta?
– Por nada...só achei estranho ela chegar do nada e te agarrar assim. Se ela quisesse mesmo só matar a saudade, ela já teria vindo há mais tempo. Você não sentiu nenhum chakra diferente por aqui?
– Não...ela me pegou totalmente desprevenido! Tava pensando em outra coisa...
– Provavelmente a mesma coisa que você tá pensando agora...
– Sakura!
– Exatamente...e aí, já pensou como vai contar pra ela?
– Não...quer dizer, não acho que seja tão importante...
– Quantas vezes a Sakura já mentiu pra você?
– Que eu saiba, nenhuma!
– Então você deve fazer o mesmo com ela!
– Eu não vou mentir pra Sakura....só vou omitir algo que não significou nada pra mim!
– Tenho certeza que ela vai perguntar como foi o seu dia, quando vocês chegarem em casa; daí, você vai dizer que correu tudo bem e não aconteceu nada de diferente e, mesmo tentando só omitir esse episódio da Karin, você estará automaticamente mentindo para a Sakura, a não ser que faça parte do seu cotidiano ser beijado pela Karin no seu local de trabalho.
– Eu vou contar pra ela capitão, eu prometo. Mas, antes vou ter que prepará-la, pois mesmo conhecendo a Karin, ela sente ciúmes e eu tenho medo que não acredite em mim.
– Tenho certeza que se ela ouvir isso de você, ela não fará nada!
– Eu vou contar pra ela, mas por favor, não diga nada antes disso!
– Não é de mim que você tem que ter medo, meu rapaz...sei o quanto vocês se gostam e torço muito pela felicidade do casal, eu nunca diria nada, até porque eu não tenho nada a ver com isso. Mas, é melhor você ser mais rápido que a Karin.
– Acha que ela diria alguma coisa?
– Não conhecia esse seu lado ingênuo Sasuke. Você não acha que a Karin estava simplesmente passando na rua e de repente sentiu uma vontade louca de te dar um beijo, acha?! Pra mim ela tá armando algo, afinal isso é o que ela faz de melhor!
– Será?!
– Com certeza...mas não acho que ela vá fazer algo hoje, então, o que você acha da gente tomar um saque e esfriar a cabeça? Foi um dia tumultuado hoje...
– Tô precisando mesmo, só não me pede pra esfriar a cabeça...
– Você quem sabe...
***
– E então...fez o serviço?
– É claro né minha ruivinha...daquele jeitinho que eu só faço pra você! Mas não pense que eu fico feliz fazendo isso, viu?
– Eu não quero saber se você fica feliz ou não...você sempre foi um bobão sentimental...to te pagando muito bem pra fazer o que você tá fazendo!
– Você vai mesmo fazer isso com a Sakura? Ela não merece...
– Ela não merece é ficar com o Sasuke...quem sabe depois que eu separar eles, você não tem uma chance com ela?! Agora, toma aqui seu pagamento...e o resto eu te dou depois!
– Você não sabe onde tá se metendo Karin!
– Isso foi uma ameaça?
– Não...considere como um alerta!
– Você acha que me mete medo?
– Não sou eu que você deve temer...se eu fosse você desistia disso...
– Ainda bem que você não é eu então!
***
~ 3 meses depois ~
– Ino...posso entrar?
– Claro Sakura, o que te traz aqui tão cedo?
– Bem, como você ficou no plantão a noite toda, achei que você não estaria sabendo ainda...
– Eu não tô sabendo de nada...as notícias só correm por aqui durante o dia! Que aconteceu?
– Lembra que ontem nós conversamos sobre o Sai, e você disse que já não queria saber dele?
– Lembro, mas o que isso tem a ver?
– Pois é, o que eu tenho pra te contar é sobre ele...não sei se isso vai ser bom ou ruim pra você, mas como sua amiga, tenho o dever de te contar! - Sakura fez uma cara séria, o que assustou um pouco a loira.
– O que aconteceu com o Sai? Ele se feriu em missão?? Não-não vai me dizer que...ai, não gosto nem de pensar nisso!
– Sabia que você ainda se importava com ele... - Sakura deu um leve sorriso.
– Quer me contar logo o que aconteceu?? Tá me deixando nervosa...
– Calma, calma...seu príncipe tá bem...
– Ele não é meu príncipe, e pra que você veio aqui falar dele, se não aconteceu nada?
– Se você fosse menos eufórica e deixasse eu terminar a frase, eu ía dizer que ele tá bem perto de você!
– Co-como assim?
– Ele voltou pra vila, ontem de noite!
– Voltou?? Mas, como você sabe disso?
– Não sei se você lembra, mas eu namoro o melhor amigo dele...não tinha como eu não ficar sabendo! Achei que faria bem você saber disso afinal, desde que ele foi embora, você não deu mais do que dois sorrisos!
– Pois você achou errado...e quanto aos sorrisos, eu só não quero sair por aí mostrando meus dentes com coisas sem importância!
– Bom, se é assim, a essa hora a sua coisa importante já deve ter acordado e, a julgar pelo tempo que ela ficou longe, deve tá morrendo de vontade de te ver!
– Não sei se quero ver ele, nem sei se ele quer me ver!
– Como não sabe...você fica aí pensando nele todos os dias, morre de preocupação por ele estar longe e agora vem com essa de não querer ver ele? Juro que eu não to te reconhecendo...cadê aquela amiga apaixonada que vivia suspirando pelos cantos?
– Acabou, no dia que ele terminou comigo! Talvez ele já tenha arrumado até outra...
– Claro que não Ino!
– Como você pode ter tanta certeza?
– Ele não falava de nenhuma garota nas cartas que enviava para o Sasuke!
– Cartas?
– Pois é...elas diziam um milhão de coisas, mas o final era sempre o mesmo; sempre perguntava por você!
– Vo-você tem certeza?
– Claro...e tenho certeza que ele deve tá se perguntando por que você ainda não foi ver ele!
– Mas, o que ele fez foi errado!
– E você acha que tudo o que o Sasuke fez comigo quando fugiu da vila foi certo? Mesmo assim eu o perdoei, porque o amo; sei que você também ama o Sai, e tenho certeza que vocês precisam de uma boa conversa.
– Acho que você tá certa...a gente já devia ter tido essa conversa há 3 meses atrás!
– O que você tá esperando...já terminou seu plantão porquinha!
Ino saiu do hospital e nem sequer se deu ao trabalho de passar em casa. Não sabia se estava fazendo a coisa certa, e tinha certo medo da reação de Sai, mas ela não queria perdê-lo de novo. Mesmo com todo ciúme que ele sentia dela, ela o amava mais do que tudo, e não via a hora de estar com ele novamente. Andava apressada pelas ruas da vila, as poucas pessoas que estavam nas ruas a olhavam discretamente, outras nem tanto. Logo ela, que não saía de casa sem alguma maquiagem e um cabelo impeccavelmente penteado, estava praticamente correndo pelas ruas da vila com cara de plantão noturno. Mas, não se importava, a única coisa que queria era estar com Sai, e resolver de uma vez por todas aquela situação.
Lá estava ela, diante da porta dele, um pouco relutante e com o coração batendo tão forte, que se não fossem algumas pessoas conversando na rua, daria para ouvi-lo. Deu leves batidas na porta, e sentiu um frio incômodo no estômago
– Ino? - O moreno estático na porta, parecia não acreditar no que estava vendo.
Ele estava sem camisa e com o cabelo um pouco bagunçado; não estava com cara de sono, mas parecia não ter dormido durante a noite. Ino ficou por um tempo sem reação, apenas adimirando aquela figura à sua frente. Tentou abrir a boca para dizer algo, mas nada saía...queria abraçá-lo, beijá-lo, mas ao mesmo tempo temia a reação dele e queria voltar correndo para o hospital, seus pacientes, ou qualquer outra coisa que lhe ocupasse a mente. Tentou abrir a boca mais uma vez para dizer algo, mas foi interrompida pelo abraço quente do moreno. Sentir aqueles braços fortes a envolvendo, fez com que esquecesse de tudo o que acontecera: da briga, da raiva, do término do namoro, da viagem, da saudade...só conseguia pensar naquele momento.
– Senti tanto a sua falta! - Sai disse próximo ao ouvido de Ino, o que fez com que ela sorrisse e lhe abraçasse mais forte. - A gente precisa conversar...mas antes eu preciso fazer uma coisa importante...a primeira coisa que eu queria fazer quando chegasse!
– E o que é?
Ino sentiu a mão suave do moreno em seu rosto, e logo depois obteve sua resposta. Sai lhe deu um beijo que ela conhecia muito bem, e que desejava há muito tempo. Finalmente ele estava de volta, e ela nunca mais o deixaria ir novamente.
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