A rapariga continuava ali imóvel sem reagir a qualquer estimulo, o médico, um socorrista e um bombeiro de volta dela, nada conseguiam fazer para ela recuperar os batimentos cardíacos normais.

- Afastem-se!

- Um… - tentavam pela segunda vez a reanimação pelo choque.

- Vamos lá miúda! – Falava o médico

- Dois… - Os batimentos cardíacos fracos com que tinha sido resgatada do mar, estavam a sumir-se a medida que estes realizavam a manobra de reanimação.

- De novo! – O médico aproximou as pás do corpo da jovem, fazendo-o saltar com a electrocussão. – Vá lá …  - O médico olhava impaciente para o painel de ondem saia um “pi” insurdecedor dentro daquele veiculo de emergência.

- Três! – Falou o socorrista.

As pás foram dispostas de novo em cima do peito da jovem rapariga. O médico desesperado, porque nunca nas suas mãos tinha perdido uma vida, incitava verbalmente a moça a regressar.

- Vá lá… Tens uma vida toda pela frente… Não nos podes fazer isso!

- Doutor? – O bombeiro chamou-o.

- Deem –lhe uma injecção de adrenalina… Agora! – O bombeiro que já tinha preparado o produto para uma eventual reanimação no limite, injectou o conteúdo da seringa na jovem. – De novo! – Falou – Vamos lá miúda, não querias dormir mais!

Pousou as pás no peito, o choque juntamente com a adrenalina injectada era a ultima manobra que poderiam realizar, tirando isto tudo o resto estava nas mãos de deus.

Fitaram o ecrã…

O médico suspirou, tentando dar um segundo de tempo para que o coração voltasse a bater.

- Vamos lá…Vamos lá… Acorda! Tens o teu namorado ali fora a espera… Ele precisa de ti!

“PIIIIIIIIIIIIIIII… Pi…Pi…Pi…Pi”

- Batimentos cardíacos normais, pulsação fraca mas razoável… - Falou o Bombeiro, que aos poucos esboçava um sorriso nos lábios.

- Optimo! Vamos ver se ela acorda por ela própria! Controla o desenvolvimento… Podem leva-la para o hospital, lá trato dela! – Disse o médico satisfeito por este final feliz. – Bom trabalho!

Abriu a porta da ambulância, este era o seu trabalho, ser chamado aos locais para salvar alguma vida. Sempre confiante do seu bom método, ia até ao fim do mundo para recuperar o que entre mãos lhe tentava escapar.

Foi falar com o rapaz que assim que foi chamado ao local, não parava de chamar pelo nome da pequena. “Susannah”… Ele estava sentado no chão, com o desespero no olhar, as lágrimas a escorrem pela face, respondia a algumas perguntas feitas pela guarda marítima.

- Está tudo bem rapaz! – Caleb levantou-se e olhou como que a espera da confirmação de que a sua mulher estivesse bem. Nunca imaginara que ao ensinar-lhe surf, desporto que ele adorava, o mar fosse picar de repente e ela puxada, acabando-se por afogar. – O nome dela é Susannah não é? – Caleb assentiu.

- Diga… Ela está mesmo bem? Eu não a posso perder…Ela é tudo para mim! - Caleb olhava o médico, rezando interiormente para que o amor da sua vida tivesse livre de perigo.

- Vou ser sincero rapaz… - Olhou para o relógio e verificou as horas. – Estivemos uma hora de volta dela e nada, não reagia…   – Suspirou – Quase que a perdemos… Ela é uma lutadora… Agora está estável e vão encaminha-la para o hospital!

Caleb, abraçou o médico, como se de que um agradecimento se tratasse. Agora o seu desespero amainava, perante as ultimas noticias.

-Ela está bem, não está?- Perguntou Caleb, afastando-se do homem que salvara a vida da sua menina, limpando as lágrimas.

 - Acredita que se ela lutou, para viver a razão foste tu… Vai com ela rapaz e não a deixes nunca…»

…

Abri os olhos, a minha respiração soava tranquila, por aquele que vi não ser o meu quarto ou algo onde tenha estado antes.

- Caleb? – Sussurrei. Notando que a mascara de oxigénio me dificultava a falar, retirei-a. – Caleb?

- Amor? – Ele apareceu do meu lado e segurou logo a minha mão.- Susannah! – Exclamou na entoação especial que dava ao meu nome. Sorri e uma lágrima escorreu o meu rosto. – Pensei que te perdia! – Disse beijando-me suavemente nos lábios, aqueles lábios que tanto amo.

- Caleb… Julguei que te tinha perdido… Tive um sonho horrível, era tão real que doía…doía cá dentro… - As lágrimas escorriam com mais força. – Não me deixes…

- Eu não deixo meu amor… Nunca… - Sorriu, fazendo um carinho no meu rosto, apertei-lhe a mão e fechei os olhos, aproveitando cada toque que sentia ser dado na minha face…

Foi tudo uma partida da minha mente… Sorri.