Os Seus, Os Meus (os Deles) E Os Nossos escrita por WaalPomps


Capítulo 50
Forgive


Notas iniciais do capítulo

Só 4 reviews no último capítulo gente? comassim? tem 50 leitores. assim eu desanimo :/
Enfim, curtam esse capítulo que ele foi o MAIOR da fic. E mesmo que não tenha sido um final infernalmente triste, vocês sabem que não consigo foder totalmente ninguém, porque realmente acredito na rendição humana.
Então aproveitem e até lá embaixo ;@



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Quinn P.O.V

O carro estava em silêncio. Beth e LeRoy nos bancos do fundo estavam de fones de ouvido, olhando forçadamente pela janela, tentando disfarçar seu desconforto por onde estávamos indo. Sarah, Liam e Lyra iam no banco do meio, todo ainda sem entender muito bem onde íamos.

_ Mamãe, aonde a gente vai? – perguntou Liam, agora com cinco anos.

_ Nós vamos visitar uma pessoa muito importante para a mamãe, a tia Britt, o tio Sam e o tio Blaine. – explicou rapidamente Puck – Então, é importante vocês se comportarem, está bem?

As crianças concordaram, voltando a prestar atenção em seus brinquedos. Eu olhei pelo retrovisor, vendo o carro de minha irmã atrás do meu. Santana dirigia em silêncio, enquanto Britt encarava a rua.

Tudo começou a exatas duas semanas, quando após mais um almoço de nossa grande família, Burt anunciou que queria falar com todos nós. Nos acomodamos na sala e percebi que além de mim, apenas meus irmãos pareciam calmos.

_ O que está acontecendo? – perguntou Sam arqueando a sobrancelha para a esposa e depois para mamãe – O que vocês estão escondendo de nós?

Todos se entreolharam por um momento, antes de mamãe suspirar e dizer:

_ Russell está vivo.

Sam P.O.V

Russell está vivo. Foram essas as palavras de mamãe para a primeira noticia que recebíamos do meu pai em quase dezesseis anos. Simplesmente que ele estava vivo.

_ C-c-como vocês sabem? – perguntou Blaine e Finn fez sinal para Burt começar.

_ Assim que assumi meu cargo de congressista, contratei um detetive particular para que encontrasse Russell. Não demorou mais que algumas semanas para ele me retornar, dizendo que ele estava em Raleigh, Carolina do Norte.

_ Carolina do Norte? – chocou-se Quinn e eu tinha que concordar – Eram quase dez horas de viagem.

_ Sim, mas não era tudo. – continuou Burt – Ele estava em uma clínica para doentes mentais, como indigente.

_ O que é um indigente? – perguntou Britt confusa.

_ É um morador de rua amor. – explicou Santana, calmamente – O pai de vocês foi encontrado num depósito de lixo, sujo e machucado, e foi levado a um hospital. Depois de tratado, ele recobrou a consciência, mas não tinha nenhuma lembrança sobre seu passado.

_ Quer dizer que ele não se lembra de nada? – perguntei e Burt concordou.

_ Não se lembrou, por muito tempo. – continuou ele – Tentamos descobrir o que aconteceu, mas a única coisa que obtivemos foi um relatório da policia da Pensilvânia, sobre um carro encontrado em péssimo estado na cidade de Baltimore.

_ Pensilvânia? – horrorizou-se Quinn – Ele foi a pé da Pensilvânia até a Carolina do Norte?

_ Não sabemos meu bem. – apaziguou mamãe, com um sorriso bondoso.

_ Em todo o caso, pouco depois de Sarah nascer me ligaram do hospital, que não poderiam mais mantê-lo lá. Eu então providenciei a transferência dele para um aqui em Fort Wayne, onde ele teria conforto e poderíamos iniciar um tratamento mais profundo. – continuou meu padrasto.

“Ao longo dos últimos quase nove anos, estão trabalhando em maneiras de recuperar a memória dele, o que levando em conta o estado de saúde que ele se encontra, não é fácil.”

_ A saúde dele? – perguntou Blaine e Burt apenas maneou a cabeça.

_ Durante esse hiatus da vida dele desde que ele assinou o divórcio com a Carole até o lixão, só Deus sabe o que aconteceu. Ele sempre bebeu e fumou, e os médicos acham que possa ter tido um pneumonia também. – explicou Shelby e todos ficamos em silêncio.

_ Ele se lembra de algo?

Blaine P.O.V

Quem perguntou foi Britt, e todos a encaramos.

_ Digo, o tratamento fez algum efeito?

_ Sim. – admitiu Burt, suspirando – Mas por vários meses ele se recusou a falar com qualquer um de nós que fosse, até que um dia ele permitiu que Finn o visitasse.

_ Foi bom dizer na cara daquele idiota tudo que eu pensava. – confessou meu irmão – Mas eu esperava que ele reagisse. Ao invés disso, ele apenas chorou.

_ Meu pai? – riu Sam – Chorando? Ah sim, e coelhinho da páscoa existe.

_ É verdade querido. – disse Mercedes, acariciando o braço dele – Todos nós fomos lá e Russell está realmente um caco.

_ E porque vocês demoraram nove anos para nos contar? – questionou Quinn para Puck que deu de ombros.

_ Não sabíamos como vocês reagiriam. – explicou meu cunhado – Estávamos esperando quando achássemos ser o momento certo, e aparentemente é agora.

_ E por quê? – sussurrou Britt e todos se entreolharam novamente.

_ Russel está à beira da morte. – disse Kurt em voz baixa – O pai de vocês vai morrer.

Brittany P.O.V

A casa de repouso onde papai estava era linda. Grande, cheia de janelas, um jardim enorme e um lago gigantesco. Assim que chegaram as crianças ficaram loucas, então pedimos aos mais velhos que ficassem com elas, enquanto resolvíamos nosso assunto.

Na recepção, uma senhora gordinha e com cara de bondosa nos esperava. Ela pegou nossos nomes e pediu que a seguíssemos. Apenas eu e meus irmãos fomos, deixando mamãe, Burt, Shelby, David e nossos conjugues na sala.

O corredor era bem caloroso, todo de madeira, com vários quadros nas paredes. Os quartos que víamos também pareciam ter bastante personalidade, com vários livros, fotos e roupas de cama diferenciadas.

_ Russell Fabray, quarto 202. – anunciou o enfermeira, apontando a porta – Qualquer coisa, é só apertarem o botão ao lado da cama que alguém virá, está bem?

Concordamos, enquanto ela saia. Nos entreolhamos e eu apertei a mão de Quinn, que me deu um sorriso confortador. Sam se aproximou da porta, abrindo-a com cuidado.

Entramos em silêncio, embasbacados com o quarto. Ela todo branco, como todos os outros, mas não havia muitas marcas de personalidade. A única coisa que havia ali que lhe diferenciaria de um quarto de hospital era uma longa prateleira, forrada de fotos. Mas não qualquer foto.

Havia algumas de quando éramos pequenos como, por exemplo, Quinn quando caiu seu primeiro dente, ou Sam quando rebateu sua primeira bola num jogo do colégio, junto de Finn. Tinha uma de um show de mágica que nós cinco havíamos tentado fazer quando eu tinha seis anos e os meninos tinham pedido a mamãe se podiam serrar Blaine.

Tinha uma de minha mãe biológica, na qual ela aparecia grávida, de eu e Quinn se não me engano. E para nosso completo espanto, havia uma das Seletivas que ganhamos no dia que ele foi embora, além de outras de momentos que ele não presenciou.

O nascimento de Beth e LeRoy, o casamento de mamãe e Burt, o casamento de cada um de nós.  Havia várias fotos das crianças em diferentes momentos e uma grande, acho que 30x40, do aniversário de um aninho de Lyra, Amanda e Barbra, na qual Sant, Quinn e Rachel aparecem as segurando no colo, comigo, Puck e Finn ao lado, nossos outros filhos em volta e Sam, Mercedes, Kurt e Blaine com suas proles ao lado, todos aplaudindo e rindo.

Quando Quinn ia abrir a boca para fazer um comentário, um voz atrapalhou.

_ Olá crianças.

Quinn P.O.V

_ Olá crianças. – mesmo após dezesseis anos eu ainda conhecia aquela voz, apesar de agora soar mais rouca e doente. Senti Britt apertar mais minha mão e lentamente nós quatro viramos em direção à cama.

Meu pai sempre fora um homem corpulento, mas quando eu o vi, parecia uma criançinha no centro daquela cama. Estava muito magro e sua respiração estava cada vez mais pesada.

Nenhum de nós sabia o que dizer, embora eu tenha certeza que todos ensaiaram milhões de coisas em suas próprias cabeças. É só que, tudo parecia tão impossível. Ele também parecia estar buscando as palavras e quando falou, foi primeiro comigo.

_ Lucy... – chamou com a voz rouca, acenando de leve com a mão para que eu me aproximasse. Soltei com relutância a mãe de Brittany e caminhei hesitante até o lado da cama – Está bonita. – ele elogiou.

Eu acenei com a cabeça em resposta, sem saber o que dizer. De relance eu vi que havia mais fotos nos criados-mudos ao lado de sua cama, uma em especial de Beth e LeRoy, que eu encarei curiosa.

_ Eles são muito bonitos. – meu pai comentou, indicando com a cabeça a foto – Noah me falou um pouco sobre eles, e também sobre Sarah, Liam e Lyra. Você construiu uma família maravilhosa Quinn.

_ Obrigado. – agradeci em voz baixa, ainda sem saber muito bem o que fazer. Ele também parecia meio desconcertado, mas após alguns instantes, segurou minha mão com sua mão ossuda.

_ Eu peço desculpas. – disse ele e eu o encarei surpresa – Peço desculpas pelas barbaridades que disse quando você rompeu com Joseph, por não ter te apoiado na gravidez das crianças, por ter sido um pai tão ausente... Eu perdi tanta coisa na sua vida e na vida das crianças...

_ Não precisa pedir desculpas pai. – eu disse, tentando lutar com as lágrimas – Todos nós cometemos erros, são eles que nos fazem crescer.

_ O que prova ainda mais que você é mais evoluída do que eu. – ele deu uma risada rouca e eu o acompanhei – Brittany, venha cá. – ele não soltou minha mão, enquanto pedia a minha irmã que viesse a seu outro lado.

Britt se aproximou lentamente, parecendo tímida, e se sentou na borda do colchão. Meu pai ergueu a mão e acariciou o rosto dela, passando seus olhos de uma para outra e sorrindo.

_ Eu já disse o quanto vocês parecem com a sua mãe? A biológica? – ele perguntou e nós duas negamos – Mas parecem. Ela tinha o mesmo formato angelical do rosto, os mesmos olhos, o mesmo sorriso...

Ele soltou minha mão e tentou apanhar algo no criado mudo com esforço, mas eu o impedi e peguei a pilha de fotos para ele.

_ Carole trouxe outro dia para mim. – contou ele, pedindo que eu me sentasse assim como minha irmã – O Kyle parece muito com você querida.

_ Mas o Nate e a Amanda são a cara da Santana. – contou Britt e meu pai riu.

_ Espero que não no gênio forte. – brincou ele e não pudemos evitar sorrir – Samuel, Blaine, venham cá. – pediu ele, a voz ficando um pouco mais séria. Eu me levantei e Britt também, dando a volta para ficar a meu lado, enquanto os garotos paravam um de cada lado da cama.

Blane P.O.V

Ele ficou nos encarando em silêncio por alguns instantes, talvez sem saber o que dizer. Eu e Sam tampouco sabíamos o que dizer a ele.

_ Primeiro de tudo, eu quero pedir desculpas pelo incidente, na noite em que fui embora. – começou ele, encarando as fotos em seu colo – Deus sabe o quanto aquilo me assombrou ao longo dos anos, mesmo que de grande parte deles eu não me lembre. Eu não deveria ter lhe agredido Blaine, e consequentemente a você Samuel...

“Como eu disse a Quinn, tenho plena consciência que não fui o melhor pai do mundo, ou sequer um exemplo mínimo de pai e devo um pouco disso a criação que meu próprio pai me deu. Claro que não posso depositar toda a culpa nele, pois mesmo eu tendo sido como fui, vocês dois se tornaram grandes pais.”

“Mas eu acho realmente que a maior desculpa que eu devo pedir é a você Blaine, por tudo que eu lhe fiz desde que você nasceu, por nunca ter lhe dado atenção e nem carinho, em suma por ter sido um pai tão negligente. Depois que Judy morreu, eu me casei com Carole apenas querendo alguém que cuidasse das crianças e me satisfizesse, pois ainda amava de tantas maneiras minha primeira mulher... E a sua chegada parecia uma traição a memória dela, algo que eu nunca consegui lidar ou superar. E eu peço que me perdoe.”

_ Eu perdoo pai, claro que perdoo. – respondi, com a voz emocionada – Como Quinn disse ao senhor, nossos erros nos fazem crescer, e fazem as pessoas a nossa volta crescer. Mesmo errando, o senhor nos ensinou muito.

_ Nós devemos ser gratos pela família que nos foi dada, por mais catastrófica que ela seja. – disse Sam – Ela quem faz de nós quem somos.

Nosso pai sorriu, apertando nossas mãos. Brittany sentou ao meu lado e Quinn ao lado de Sam, ambas colocando as mãos sobre as nossas e ficamos ali por algum tempo.

_ Você gostaria de conhecer as crianças papai? – perguntou Britt após um tempo e ele concordou com a cabeça – Mas acho que não cabem todos aqui...

Quinn chamou uma enfermeira e pediu uma cadeira de rodas. A mulher pareceu relutar princípio, mas por fim concordou, trazendo-a. Com cuidado, eu e Sam o colocamos na cadeira, enquanto Quinn e Britt ajeitavam um cobertor em seu colo.

Sam empurrou a cadeira pra fora do quarto e ao longo de todo o corredor. Chegando a recepção, toda nossa família já esperava de pé, provavelmente avisados pela enfermeira. Papai cumprimentou a todos com um aceno da cabeça, enquanto nos dirigíamos a porta. Kurt se aproximou preocupado, mas eu lhe dei um sorriso, segurando sua mão, de maneira tranquilizadora.

 Brittany P.O.V

Beth, LeRoy, Matt, Leo, Ailika e Ileina estavam sentados debaixo de uma arvore com Lyra, Amanda e Barbra sentadas aos pés e as outras crianças correndo em volta. Conforme íamos nos aproximando, papai parecia se emocionar mais.

_ Crianças... – chamou Puck e todas pararam nos encarando – REUNIR FORMAÇÃO.

Os pequenos riram, correndo para a formação que havíamos criado nas festas de final de semana, quando íamos distribuir sobremesa. Era uma longa fila, feita em ordem de idade e Kai, Liam, Kyle e Hiram sempre reclamavam de ser os últimos, já que as meninas caçulas acabavam ficando conosco ainda.

Quando chegamos perto, eles começaram a observar o homem na cadeira de rodas, todos profundamente curiosos, exceto LeRoy e Beth, que fecharam a cara, recebendo um olhar reprovador de Quinn.

_ Crianças, esse aqui é Russell, meu pai, da tia Quinn, da tia Britt e do tio Sam. – explicou Blaine e todas as crianças o olharam, curiosos.

_ Ele tá dodói? – perguntou Ben e o pai concordou com a cabeça.

_ E porque a gente não conhecia ele? – perguntou Kaila.

_ Ele tava viajando meu bem. – explicou Mercedes calmamente.

Os primeiros que chamamos para perto de papai foram os mais novos. Kai, Kyla, Liam, Hiram, Rony e Ben pareciam satisfeitos de serem os primeiros pela primeira vez e isso nos fez rir.

_ Oi. – disseram ele quando se aproximara.

_ Oi. – cumprimentou papai.

_ Você sabe quem nós somos? – perguntou Kai e ele confirmou com a cabeça.

_ Você é Kai, a única menina do sexteto fantástico, - disse ele e minha sobrinha riu – Vocês são Rony e Ben, os super-gêmeos. E você são Hiram Liam e Kyle, o trio terror.

_ É, você conhece a gente mesmo. – admitiu Kyle, coçando o queixo – E isso quer dizer que agora você é um paritadário da Liga.

_ É partidário que se diz campeão. – corrigiu Sant enquanto todos ríamos.

_ Ah é. – lembrou ele, corando loucamente.

_ Bom, me sinto honrado em ser partidário da Liga. – disse papai, bagunçando os cabelos de meu filho – Mas tentem não se meter em muitas encrencas.

_ O vovô diz que a gente sendo filho de quem é, isso é impossível. – contou Liam baixinho e todos encaramos Burt – Não o vovô Burt, o vovô David.

David ria loucamente ao lado de minha sogra, que lhe olhava reprovadoramente. Papai pareceu um pouco desconfortável, vendo as crianças tratarem alguém sem qualquer ligação como avô, mas não disse nada.

Logo depois, chamamos Iwin, Nate, Sarah e Charlie. Os quatro se aproximaram mais hesitantes. Eles pararam em frente ao meu pai parecendo tímidos, algo que eles definitivamente não eram.

_ Olá. – cumprimentou papai e eles acenaram com a cabeça – Você é bem mais parecida com sua mãe ao vivo Sarah.

_ Todo mundo diz isso. – confessou ela, com um sorriso tímido.

_ Não fique com vergonha mocinha, sua mãe é linda. – brincou papai e ela deu uma risadinha – Agora Iwin e Charlie saíram a cópia dos pais... E Nate da outra mãe.

_ Eu sei arrotar o alfabeto que nem o papai. – orgulhou-se Iwin, fazendo Sam corar e Mercedes balançar a cabeça negativamente.

_ Só não faça isso na frente das garotas. – recomendou papai rindo.

_ Eca, garotas são nojentas. – reclamou meu Charlie e Sarah o fuzilou, o que não passou despercebido por Puck.

_ É melhor ser só ciúmes de prima. – rosnou ele e as duas crianças coraram – Ah, qual é! Vocês não têm nem dez anos, parou.

_ Agora não é hora para isso Noah. – ralhou Shelby e ele se calou, fechando a cara.

Depois, Mercedes pediu que Ailika, Ileina, Kai e Kaila se aproximassem. Os quatro vieram tranquilamente e papai os encarou, sorridente.

_ Você por outro lado saiu uma boa mistura de seus pais, não é Kaila? – perguntou ele, encarando a filha biológica mais velha de meu irmão – Definitivamente uma boa mistura.

_ Obrigada. – agradeceu ela, abrindo um grande sorriso.

_ E vocês três... Havaianos não? – perguntou aos mais velhos que concordaram – Espero que estejam gostando de viver na cidade.

_ Não é tão divertido quanto viver na praia, mas kãne e meme nos levam a Honolulu uma vez por ano. – disse Kai.

_ O que seria kãne e meme? – perguntou papai, que não conhecia os dialetos havaianos como nós passamos a conhecer.

_ Papai e mamãe. – explicou Ileina.

_ Oh sim, entendo... – concordou papai – Espero que eles estejam sendo bons pais. – brincou e as crianças sorriram para ele.

_ Os melhores. – garantiu Ailika, e eu vi meu irmão abraçar a mulher, ambos emocionados.

_ E vocês, são Matt e Leo não é? – perguntou meu pai aos gêmeos, que concordaram com a cabeça – Você estava certa Shelby, parecem muito com o Noah.

_ E são tão terríveis quanto. – entregou Quinn, fazendo o marido sorrir de canto.

_ E vocês dois, são LeRoy e Beth não? – perguntou ele aos mais velhos, que ainda o encaravam de cara fechada.

_ Crianças. – reprendeu Puck e os dois se aproximaram. Por serem os mais velhos, já tinha certo entendimento sobre tudo que havia acontecido quando a mãe estava grávida deles e se tinha algo que nutriam por meu pai, era raiva.

_ Como vão? – perguntou papai.

_ Estaríamos melhores se estivéssemos em casa. – retrucou um mal humorado LeRoy.

_ LeRoy Hiram Fabray-Berry. – ralhou Quinn, fuzilando o filho mais velho.

_ Tudo bem Quinn. – afirmou papai – Eu entendo que vocês tenham raiva, é compreensível e natural. Eu errei muito com a mãe de vocês, com os tios de vocês, com toda a família.

_ Errou mesmo. – concordou Beth – Você não devia ter feito tudo que fez, nem ter isso embora.

_ Sei disso... – concordou papai – Mas eles me perdoaram por tudo isso. Vocês podem me perdoar também? – pediu ele e os dois se entreolharam, encararam os pais e se entreolharam de novo.

_ Acho que o senhor merece outra chance. – admitiu LeRoy.

_ Mas só mais uma. – ressaltou Beth, antes dos dois estenderem a mão, que meu pai apertou sorrindo e todos respiramos mais aliviadas.

_ Agora só falta as trigêmeas de outras mães. – brincou ele nós rimos, colocando Amanda, Lyra e Barbra no colo dele – Ora, ora, olá meninas.

_ Oia. – cumprimentou Lyra, a única que fala relativamente bem.

_ Lindas... – divagou ele, acariciando o rostinho delas – Três perfeitos anjinhos.

_ Com licença. – ouvimos uma enfermeira se aproximando – Lamento, mas o horário de visitas já se encerrou e o Sr. Fabray tem que voltar para o quarto antes que esfrie.

Concordamos e pedimos que as crianças se despedissem. As pequenas deram seu beijo melado no avô que riu. Uma a uma as crianças se aproximaram, depositando um beijo no rosto de papai, antes de começarem a ir para o estacionamento nos esperar.

Eu e meus irmãos levamos papai de volta a seu quarto, o acomodando na cama.

_ Voltaremos no próximo final de semana. – prometeu Blaine, quando nos despedíamos.

_ Estarei esperando. – respondeu papai, abraçando nós quatro.

No estacionamento, todos nos esperavam já nos carros e logo estávamos a caminho de nossas casas.

P.O.V Sam (nota)

Papai faleceu naquela mesma noite, durante o sono. Uma das enfermeiras que conhecia a história através de tio Burt nos disse que nunca viu alguém mudar tanto em seu fim e que quando encontraram papai na manhã seguinte, ele tinha nas mãos todas as fotos que mamãe havia lhe levado ao longo dos meses.

Ele foi enterrado ao lado de minha mãe biológica, onde tínhamos certeza que ele gostaria de ficar, e em sua lapide está escrito:

“São nossos erros que fazem de nós quem somos.”

Russell Edward Fabray


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Notas finais do capítulo

Bom, foi né HUAUHAUHAHUAHU
Próximo capítulo é o parto especial. Depois mais um bônus surpresa e por fim, o epílogo final. E ai começamos a continuação o/
Comentem e não deixem de ver:
http://fanfiction.com.br/historia/268047/Still_Got_Tonight/
http://fanfiction.com.br/historia/267152/Straight_Through_My_Heart/
E é claro, perguntem muuuito. Beijos minhas lindas ;@
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