Blaine P.O.V

Papai saiu viajar logo depois daquele episódio. Disse que havia sido convidado para algumas semanas em um congresso que poderia ajudá-lo nos negócios. Shelby não se opôs e nem demonstrou interesse em acompanhá-lo.

E o clima em casa se tornou de paz, finalmente. Ele está fora há quatro dias e tudo está na mais perfeita alegria. Quer dizer, quase tudo. Mamãe e Burt estão estranhados ainda, mas não deixam que isso afete nossa alegria.

_ Blaaaaaine, vamos logo! – chamou Kurt saltitante. O pai dele ia levar-nos ao shopping, para que possamos assistir Jonas Brothers em 3D. Na verdade ele odeia Jonas Brothers, mas acha o Kevin lindo. Não discordo.

_ Jonas Brothers? – horrorizou-se Rachel quando descemos – Fala sério Kurt, você nem gosta deles (N/A: eu gosto).

_ Mas ver o Kevin em 3D é um sonho. – comemorou ele, fazendo todos rirem – Vamos papai?

É hoje que eu pego esse bofe de jeito...

Mercedes P.O.V

Eu não consegui encarar o Sam depois daquele dia. E nem ele me encarar. Digo: nós nos beijamos. Eu nunca havia beijado ninguém antes. E ele é Sam Fabray, o irmão do quarterback e pegador do colégio. Acho que ele nem é mais virgem.

_ Mercedes... A gente pode conversar? – chamou ele, me assustando. Eu assenti, saindo com ele para os fundos, onde outro dia jogamos pedrinhas. Como esperado, ele apanhou uma e jogou – Quer tentar?

_ Sam, o que você quer falar comigo? – perguntei sentindo o rosto em chamas. Já estava envergonhada demais com tudo aquilo para ficarmos enrolado.

_ Porque você está fugindo de mim Mercedes? Você não gostou de me beijar? – perguntou ele, afundando a mão nos bolsos.

_ Não é isso. – garanti a ele, corando ainda mais – É só que... Nós somos tão diferentes Sam! Você é popular, é bonito, as meninas se atiram aos seus pés. E eu sou... Apenas eu.

_ E pra mim é mais que o suficiente. – garantiu ele apanhando minhas mãos – Mercedes, você é realmente diferente de qualquer garota que eu já conheci. Você é original, é bonita, canta de um jeito que até Whitney Houston se ajoelharia e quando eu estou perto de você, eu sinto que posso ser apenas eu, o Sam, não o jogador de futebol.

_ Sam, eu nunca tinha beijado ninguém. Nunca dormi com ninguém. Tem certeza que você agüenta isso? – perguntei, sentindo os olhos molhados.

_ Quem se importa com quantos você beijou ou deixou de beijar? – perguntou ele rindo – E Cedes, eu também sou virgem, então, francamente, não me importo. Eu só quero ter você do meu lado, poder te abraçar, te beijar... Eu... Eu te amo Mercedes. Acho que eu nunca disse isso para alguém, mas eu quero dizer para você. Eu te amo poha, te amo tanto que chega a ser insano, irreal, inimaginável.

_ Sam... – chamei e ele me olhou – Cala a boca e me beija, por favor?

_ Seu desejo é uma ordem madame. – garantiu ele, antes de se aproximar.

_ Minha vez de ficar com os lábios por cima... – brinquei e ele riu, antes de me beijar.

Rachel P.O.V

_ Rachel, você está me ouvindo merda? – rosnou Jesse. Estávamos numa pequena lanchonete do centro, muito freqüentada pela turma do McKinley. Algumas mesas para o lado estavam Finn, Puck, Quinn, Santana, Brittany e Artie. Meu amável namorado não quis sentar com eles.

_ Jesse, porque não podemos sentar com meus irmãos? – pedi de novo e ele estourou.

_ Que saco Rachel, para de arrastar o cu pro Hudson. – gritou ele e eu me levantei, possessa da vida.

_ Ah é Jesse? Então engula essa ‘arrastada de cu’ pro Hudson. – foi só o que eu disse antes de marchar até a mesa dos meus irmãos, sentar no colo de Finn e beijá-lo.

Ouvi gritos e uivos vindos de todos os presentes, grande parte deles colegas de escola. Meu irmão gargalhava, enquanto Quinn ralhava com ele, tentando ela mesmo não rir. Mas eu não ligava. Beijar Finn era muito melhor.

Quando nos afastamos, ele me olhava espantado, mas feliz. Eu estava corada, morrendo de vergonha, mas não podia evitar sorrir. Droga, não tinha mais como negar: eu estava apaixonada de vez por Finn Hudson.

_ Hobbit, o St. Bunda vazou daqui beeem putinho. – contou Santana, gargalhando – Devo admitir: você é uma Berry. O sangue do mal corre em suas veias.

_ Que declaração mais asquerosa. – afirmei rindo, percebendo que ainda estava no colo de Finn e ele ainda me segurava pela cintura – Er... Finn, será que a gente pode conversar? A sós?

_ C-c-claro. – confirmou ele, levantando-se – Eu to com a moto.

_ Hei Hudson... Juízo com a minha irmãzinha. – rosnou Noah e Finn revirou os olhos.

_ Assim como você teve com a minha? – retrucou Finn, sorrindo torto.

_ Pode apostar suas calças nisso. – gargalhou meu irmão e nós dois saímos de mãos dadas do local. E afinal, acho que nem conversamos...

Kurt P.O.V

_ Babado... – gritei, no meio da praça de alimentação – Rachel beijou Finn na frente de Jesse. Parece que temos outro casal familiar.

Blaine apenas riu, encarando seu hambúrguer. Ele está muito, muito quieto...

_ Blaine, está tudo bem? – perguntei, colocando a mão na testa dele, com medo de ele estar com febre. Ele arrepiou ao meu toque e eu mesmo me arrepiei.

_ Kurt... Eu, eu preciso falar uma coisa. – começou ele, suando frio – Eu to apaixonado por alguém.

_ Quem? – eu perguntei extremamente curioso e ao mesmo tempo decepcionado.

_ Você. – disse ele simplesmente – E-e-eu sei que eu deveria fazer ou falar algo melhor, m-mas e-e-eu não consigo. As palavras so-somem quando eu falo c-c-com você e eu...

Eu não o deixei terminar a frase e o beijei. Certos sentimentos não precisam ser expressos em palavras não?