Maldito despertador! Você precisava tocar a essa hora? Claro que não, me deixa dormir. Coloquei a soneca de 10 minutos e derrepente o maldito despertador me tirava do meu maravilhoso sono – não perdi a chance a atirei ele na parede –. Estava em um sonho pervertido, mais pervertido que os que eu já tive.

Levantando da minha cama tropecei em um sapato – ou seria minha pantufa –, o que me fez imaginar que eu era uma sonâmbula ou estava dormindo em pé. Fui até o meu closet e depositei meu robe, depois fui ao Box lavar meu rosto e escovar os dentes.

Retornei ao meu closet e não sabia de qual gaveta seria meu look do dia. No fim, optei por um sweater preto, – hoje fazia 4 ºC em Londres – um duffel superior de salto alto com fivelas, uma luva e uma calça em lycra de brilho.

Desci para o meu café da manhã, e depois retornei ao meu quarto para pegar minha bolsa e depois ir dá uma volta. Ao abrir a porta da minha suíte, percebi que meu celular estava tocando.

– Alô – disse num tom surpresa.

– Bom dia!

Não fazia a mínima ideia de quem seria, só sabia que a voz não me era estranha.

– Você poderia, por gentileza, se identificar? – falei sem nenhuma outra intenção.

– Claro, aqui é o Max.

– Ah Max, bom dia. – De alguma forma estava reconhecendo sua voz, só não queria falar, pois não tinha certeza se era ele –. Como anda vossa pessoa?

– Não como a sua, mas gostaria. – retrucou mais malicioso que o impossível.

– Hm... O que deseja?

– Você, se possível.

– Não foi isso que quis dizer.

– Ah, sim. Há algo em sua agenda para hoje?

– Além de você me atormentando a essa hora, nada.

– Não seja ingrata, Jessie. Daria-me a honra de um re-encontro?

– Pois não, pode falar.

– Pensei em algo mais reservado, talvez um restaurante de comida japonesa ou de comida tailandesa. Há também meu apartamento, que é uma ótima opção. Ou talvez, podemos ir ao shopping. O que prefere?

– Desde quando seu apartamento é uma ótima opção?

– Desde quando eu estou só ou na sua presença. – soou sensualmente.

– Deixe-me ver... Pensando bem, não seria um má idéia.

– Pronta para anotar o endereço?

Abri o bloco de notas do meu celular, e me declarei pronta para a anotar o terrível endereço.

– Sim.

– Rua três, Mayfair. Prédio 14, apartamento 12 no décimo sexto andar. Entendido?
          – Rua três, Mayfair. Prédio 14, apartamento 12 no décimo sexto andar. – repeti.

 – Coincide.

– Fica a 4 quilômetros daqui, devo chegar em alguns minutos.

– Obrigado por aceitar o convite, estarei lhe esperando. Beijos.

Desliguei rapidamente o celular, o guardei em minha bolsa e desci. Não sabia ao certo se ia de táxi, metrô ou ônibus, ou se contatava meu motorista. Para todos os casos, menos gente sabendo era melhor para nós. Resolvi ir de ônibus, já que não era longe. Senti que estava esquecendo algo, parecia idiotice.  Seria minha bolsa? Não, ela estava comigo. Seria o perfume? Não, eu borrifei ao máximo. Seria minha dignidade? Sim, sem dúvidas ela estava trancada no meu Box.