"Por que eu não pensei num disfarce de vendedora de dango?", disse Orochimaru, chorando uma cachoeira anime de lágrimas para Kabuto, que estava visivelmente constrangido... e comendo um dango.

Apesar de o dia seguinte ser repleto de missões demoradas – levariam pelo menos uns três dias –, Konan ficou no quartel-general, para poder cuidar do seu "filhinho".

Pein acordou logo cedo; preferiu levar a comida com ele em vez de tomar o café da manhã. Encontrou Konan na cozinha, deixando preparada a mamadeira de Tobi.

"Tem certeza de que tudo estará bem?", perguntou Pein, abraçando sua amada e dando-lhe um beijo apaixonado.

"Não se preocupe, amor... Tome cuidado, a viagem é longa..." Konan abraçou-o demoradamente. "Você viu o Tobi?"

"Vi, ele ainda está dormindo... Eu não pude deixar de notar uma coisa..."

"O que, Pein?"

"Tobi está maiorzinho... Não sei, tive a impressão de que ele está um pouco mais... massudo?" Pein riu.

Konan sorriu: "Bebês tendem a ganhar peso, é absolutamente normal... Olhe, não se esqueça da comida...", disse, apontando para um alforje já abastecido.

Pein despediu-se ternamente, pegou o alforje e saiu; Konan continuou na cozinha por mais uns minutos. Estava entretida olhando para um calendário quando sentiu um leve puxão em sua túnica.

"Mamma!" Era Tobi, que estava usando um pijama engraçado, daqueles com capuz de orelhas de coelho. Estava sentado no chão, chupando o dedo. Konan abaixou-se para pegá-lo no colo e dar-lhe um beijo.

"Awww, meu bebezinho, você acordou cedo hoje!", disse, dando-lhe a mamadeira. Tobi já não precisava de ajuda para segurá-la, suas mãozinhas já estavam agarrando tudo com firmeza. Poderia ser mesmo que ele estivesse crescendo um pouco, como Pein observou?

Konan colocou Tobi sentado no sofá da sala; assim que ele terminou de mamar, ela o fez arrotar. Nem era preciso dizer que o Geppu no Jutsu foi como um despertador para os que ainda estavam dormindo.

"Uaaah... Bom-dia..." Deidara havia se levantado, estava com uma camiseta larga e calças pretas de flanela, e bocejando.

"Bom-dia, Dei, o café já está pronto!" Konan disse, enquanto folheava uma revista.

"Ten-pai! Ten-paaaai!! Hmm!" Tobi acenava alegremente para Deidara, que deu um sorriso em meio aos cabelos totalmente bagunçados.

"Oi, Tobi... Hmm..." O loiro arrastou-se para a cozinha. Precisava urgentemente de um café.

Sasori, ao contrário, estava sempre desperto; nunca dormia, e sempre arranjava algo para fazer ou consertar. Apareceu na sala e pegou Tobi no colo, dando-lhe um abraço.

"Nanna!!!" Tobi sorriu e pôs as mãozinhas no rosto de Sasori.

"Olá, nenê..." E, com uma expressão séria, disse-lhe: "Você está mais pesado? Acho que não vou lhe dar mais colinho..." Tobi fez uma carinha triste, o que fez Sasori rir.

"Aww, titio Danna (ugh...) estava brincando..." Colocou-o sobre o tapete e reafirmou, para Konan: "Mas é bem verdade que Tobi está mais pesado..."

"Engraçado, Pein disse algo assim! Será que..." Konan pensou um pouco antes de dizer. "Será que a fórmula do cosmético do Kakuzu está começando a perder o efeito?"

Enquanto Sasori pensava numa resposta, Zetsu apareceu do chão da sala, de surpresa.

"Alôôô...", disse Zetsu Branco.

"Jeshu!" Tobi apontou para Zetsu e começou a se levantar, ficando sobre seus pezinhos. Queria andar em direção a ele, então foi bamboleando e se segurando na mesa de centro, pernas ligeiramente abertas.

"Isso, Tobi, venha com o titio Zetsu..." Zetsu Branco encorajava.

"...que eu estou com uma fome danada!" Zetsu Preto encorajava mais ainda...

Deidara, vendo isso, chamou Tobi da porta da cozinha, agachado, segurando um cookie: "Venha cá, Tobi, venha com o senpai... Hmm..."

Konan e Sasori olhavam para o bebê, que ensaiava seus passos timidamente em direção ao jovem artista. Estavam maravilhados, sorrindo um para o outro.

Hidan havia acabado de acordar e entrou na sala, só com as calças do pijama, esfregando os olhos.

"Mas que m***a, eu queria ter dormido mais..." Olhou para Tobi tentando caminhar e disse para Sasori, rindo: "E aí, Sasori-chan, vai fazê-lo dançar de novo? Aquele dia foi do c*****o..."

Konan lançou um olhar confuso para Sasori e Hidan, que imediatamente levou um pisão no pé.

"ITAI!!!!" Hidan ficou pulando numa perna só enquanto segurava o pé. "Que p***a de ideia foi essa, Sasori?"

"Hidan... Tobi está andando sozinho...", sussurrou Sasori para o Jashinista.

"Aaah, tá...", disse baixinho Hidan, parando de pular.

"O que vocês estão cochichando aí?" Konan estava curiosa.

"Ah, er, nada, é que..." Hidan inventou algo na hora. "Quando será o aniversário do pestinha?"

Konan ficou por um instante pensando e disse: "É mesmo..." E ficou um pouco triste por também não saber. Mas esqueceu um pouco a tristeza ao observar o bebê ensaiando seus passos e se aproximando de Deidara, que sorria para ele. "Aw, kawaii..."

"Mais um pouquinho, Tobi..." O bebê deu mais três passos e abraçou seu senpai, todo contente.

"Aga! Gugugu... Ten-paaaai!" E recebeu o merecido cookie, enfiando-o inteirinho na boca.

Deidara carregou-o até o sofá antes de ir tomar um banho. "Ooh, mas que Tobi pesado, hmm!" Disse, em tom de brincadeira.

Kakuzu acordou com a barulheira. "O que está acontecendo? O moleque não fecha a matraca..."

"Gaguduuu!!" Tobi acenou para o tesoureiro da Akatsuki, que acenou de volta. Sasori disse, dando uma risada:

"Aconteceu que Tobi aprendeu a andar e está explicando para nós sua técnica..."

Hidan estava sentado ao lado do bebê, enquanto este tagarelava um monte de palavras enroladas e gesticulava, "conversando" animadamente.

"Ahgaga... Inan!! Baba-bu gagaga... Aaagah, dadada... Buu!"

E Hidan simplesmente fazia uma cara de espanto exagerada, dizendo um "Não me diga, Pestinha-chan!!" a cada frase de Tobi e fazendo-o rir. Deidara, já de banho tomado, dirigiu-se à cozinha para terminar de comer, deixando Sasori impaciente, porque este nunca gostou de esperar.

Konan deu um beijinho na testa de Tobi. "Pena que Itachi e Kisame tiveram que sair de madrugada, eles iriam gostar de ver o Tobi andando... Pein também iria..."

"Agora que a gente precisa mesmo ficar de olho no moleque. Vai começar a mexer em tudo, a quebrar coisas, e depois quem paga é o papai aqui." Kakuzu já estava sentindo dor nos bolsos.

Todos foram tomar o café enquanto Tobi ficou na sala, no colo de Sasori, batendo palminhas enquanto o ruivo ficava cantando baixinho alguma música engraçada que ouviu na infância.

Acabado o café e a famosa fila do banho, todos se despediram de Konan e Tobi, cada dupla partindo para sua respectiva missão. O bebê, nos braços de Konan, dava "tchauzinho" para todos, até todo mundo desaparecer.

"Que tal um banho, Tobi? Vamos caminhando..." Konan pôs Tobi no chão, segurou sua mãozinha para ajudá-lo a ficar de pé e lentamente foi conduzindo o bebê, que estava adorando o exercício.

Zetsu ressurgiu do solo de uma floresta distante do quartel-general; havia sido informado de alguns corpos os quais ele deveria se encarregar de "fazer desaparecer".

"Uma pena que Deidara não me deixou comer o porquinho aquela hora.", lamentou Zetsu Preto.

"Eu também não deixaria. Agora cale a boca e vamos trabalhar.", retrucou Zetsu Branco.

Enquanto isso, sobre o grande pássaro de argila que rumava para a Vila Oculta do Som, Deidara e Sasori conversavam.

"Danna, o que Konan estava falando de Tobi, hmm?"

"Ela acha que ele está crescendo... Que, de alguma forma, o efeito daquele gel do Kakuzu está acabando."

"Isso significa que Tobi..."

"Sim, Deidara, Tobi pode voltar ao normal um dia desses..."

Os dois puseram-se a pensar enquanto olhavam distraidamente para o horizonte.

Flashback de Deidara:

"AAAH, SENPAI, TOBI PEDE DESCULPAS! TOBI É UM BOM MENINO!" Tobi corria, gritando, desesperado.

"Volte já aqui, Tobi!!! Vou ensiná-lo a não mexer nos meus materiais! Hmm!" Deidara sacudia os punhos fechados enquanto tentava alcançar Tobi.

"Mas Tobi só queria fazer um pinguim pra pôr em cima da geladeira!" O bom menino agitava os braços, chorando de medo.

"Por que você não me pediu um pouco de argila não explosiva, seu pedaço de asno?" O jovem artista sacudia Tobi pela gola da túnica, visivelmente enfurecido.

Flashback de Sasori:

"BUÁÁÁÁ, Sasori-san!! Deidara-senpai não gosta de mim!" Tobi, dramático, chorava uma cachoeira anime de lágrimas (que saía pelo buraco em sua máscara), abraçado a Sasori.

"Não diga isso, Tobi. Deidara tem um jeito diferente de gostar de você... Ele se preocupa com você, na verdade." O ruivo tentava consolar Tobi enquanto segurava uma risada.

"Verdade, Sasori-san?" Tobi levantou a cabeça. "Mas ele não joga bombas em você! E ele nem me chama de Tobi-kun..."

"Isso porque chamá-lo de baka é mais adequado. Hmm.", disse Deidara, encostado no batente da porta do quarto de Sasori.

"DUPLO BUÁÁÁÁÁÁÁÁÁ..." Novamente a ladainha começou, e a túnica de Sasori já estava encharcada o bastante.

Na passagem secreta de um templo abandonado, Kakuzu terminava sua transação com um informante e contava o dinheiro vagarosamente. Hidan esperava sentado, inquieto como sempre.

"P**a que o pariu, Kakuzu... Já contou as moedas ou precisa de ajuda?"

"Se você começar a reclamar de novo, Hidan, vou contar mais devagar ainda..."

"Er..." Hidan, como era de se esperar, mudava de assunto rapidamente. "Pestinha-chan já está começando a andar..."

"Quem?" Kakuzu perguntou, brincando, ainda sem tirar os olhos do maço de notas.

"Você sabe de quem estou falando, c*****o."

"O moleque? Bom, ele deve ter de oito a dez meses, não sei... É natural que ele comece a andar."

"Você vai fazer outro cosmético pra ele comer e voltar ao normal?" Hidan deu uma gargalhada.

"Ficou louco? Eu nunca faria um bebê comer outra coisa que não fosse comida..."

"Então..." Hidan ergueu uma sobrancelha, arregalou os olhos magenta e deu um grande sorriso. "...você se importa com o Tobi!" E começou a cutucar Kakuzu com o cotovelo. "Né, Kakuzu-chan?"

"Hidan..." Kakuzu estava começando a corar por baixo da máscara. "Pare com isso."

Hidan continuava rindo e provocando Kakuzu, que estava imóvel, não sabendo se continuava contando o dinheiro ou se dava um empurrão em seu parceiro.

Flashback de Hidan:

"Hidan-san? Oi, Hidan-san! Hidan-san yo!! Hidan-san!!! Oi! Oi, Hidan-san!! Hidan-san yo!!" Tobi saltitava atrás de Hidan, chamando-o, em voz alta.

"C*****O, TOBI!!! O QUE FOI AGORA???", gritou o Jashinista, agitando a foice tripla, rangendo os dentes e com uma veia saltando da testa. "Parece até a Laranja Irritante, p***a!"

"T-Tobi só queria avisar que a b-bandana caiu do seu pescoço...", disse Tobi, com uma vozinha amedrontada por trás da máscara, entregando a bandana a Hidan.

"Aah..." Hidan ficou com uma pontinha de culpa por ter gritado... Uma pontinha, porque, afinal, esse era Hidan. Tomou a bandana e amarrou-a no pescoço de novo.

"Er... Obrigado, Tobi, você é..."

O rosto de Tobi se iluminou como um chouchin cor de laranja:

"Sim, Hidan-san??? Eu sou o quê???" Era como se Tobi já soubesse a resposta.

"Você é... um bom menino.", disse Hidan, com uma gotinha de suor anime na testa e dando tapinhas amistosos no ombro de Tobi.

"OBAAAAA!!!! BANZAAAAAI!" Tobi pulou de alegria e abraçou Hidan de surpresa, pela cintura.

Hidan voltou a ser Hidan: "P**a m***a, Tobi, eu tenho cócega! Me solta ou ofereço você em sacrifício a Jashin-sama!!"

Flashback de Kakuzu:

"Mil trezentos e trinta e seis e cinquenta... Mil trezentos e trinta e seis e setenta e cinco... Mil trezentos e..."

"Kakuzu-saaan!!" Tobi abre a porta do quarto de Kakuzu de supetão, animado como sempre. "Que bom que eu o encontrei!"

Pela milésima vez Kakuzu perdeu a conta e derrubou uma torre de moedas.

"Tobi... Você, de novo?" Já estava ficando nervoso, e as suturas do corpo de Kakuzu ameaçavam abrir e revelar os inúmeros fios, como tentáculos, a qualquer momento.

"Tobi veio pagar a dívida de cinco ryou!", disse Tobi, contente como um garotinho de pré-escola. Colocou tudo que tinha na mão em cima da mesa de Kakuzu.

"Er... O que significa isso?" Kakuzu olhou para os itens: duas caixinhas de chicle de tutti-frutti, um ioiô com luzinha e um raro volume de Icha Icha Paradise: Tudo o que você queria saber sobre sexo mas tinha vergonha de perguntar.

"Tobi encontrou um jeito de retribuir o favor para Kakuzu-san, Tobi achou que você ia gostar disso! O ioiô é da minha coleção particular, e o livro... Bem... Tobi roubou, heheheh..." E bateu continência. "Mas Tobi continua sendo um bom menino! Yatta!"

Kakuzu não sabia o que dizer, foi pego de surpresa. Logo pensou que o livro poderia ser arrematado por um bom preço no Mercado Livre ("Quem sabe Kakashi Hatake poderia comprá-lo?"), assim como o ioiô. E depois, chicle de tutti-frutti não era nada ruim...

"Ora... Obrigado, Tobi, sua dívida está quitada." Kakuzu assentiu com a cabeça. Tobi riu, saltitou e abriu os braços.

"Não, não, eu acho que você deveria abraçar Hidan..." Kakuzu piscou e deu sua risada grave e profunda. Tobi saiu correndo, à procura do albino.

Num pequeno boteco na Vila Oculta da Névoa, Itachi e seu parceiro Kisame conversavam enquanto comiam dangos. O Uchiha não deixava de pensar no pequeno Tobi quando via esses doces; deixou escapar o que parecia ser uma risadinha. "Hn..."

Kisame entendeu e disse, rindo:

"Sinceramente, Itachi-san? Apesar de eu curtir o jeito espirituoso do Tobi adulto..."

"Eu sei... Também prefiro o Sasu... Digo, o Tobi bebê..." Itachi corou.

Kisame só pôde dar outra gargalhada, mostrando todos os dentes pontudos de tubarão. "Alguém está tendo um ataque de nostalgia, né?"