-Olá. – Respondi.

-Que estás a fazer aqui? – Perguntou senti o seu hálito pelo que devia estar perto de mim.

-Lumos. – Disse e vi os seus olhos cinza ao nível dos meus, afastou-se. – Está calor, não consegui dormir. E tu?

-Neste dia em todos os anos venho para aqui.

Reparei que ele usava a camisa e a capa.

-Porquê? Não tens calor? – Perguntei e fiz um gesto para ele se sentar ao meu lado e ele sentou-se.

-Tenho. – Respondeu à segunda pergunta. – Mas este dia é especial. Sabes porquê?

Abanei a cabeça.

-No dia 7 de setembro á meia-noite ou melhor 8 de Setembro o dia passa a ser frio.

-Não estou a perceber.

-O Outono começa no dia 21, mas o frio chega mais cedo, então na passagem destes dias passa de muito calor para muito frio, é por isso trago a capa.

-Nunca notei, nos meus anos costumo a estar calor.

-Quando fazes anos?

-Daqui a 20 minutos. – Disse olhando para o relógio. – Que calor.

Ele levantou-se.

-Estás mesmo? – Abanei a cabeça. Ele tirou a capa, a camisa ficava tão no seu corpo. Que estou a dizer? Estendeu a sua mão, eu agarrei e ele levantou-me e ficamos perto um do outro. O calor aumentou. – Não está ajudar.

-Não é isto que queria fazer.

-Então o que é?

Ele sorriu maliciosamente e eu senti uma onda refrescante a passar pelo meu corpo. Senti as minhas roupas colaram ao meu corpo e um braço ainda a agarrar-me. Tinha-nos atirado ao lago. Comecei a bater-lhe, ele ria-se. Saí do lago e comecei com ajuda do feitiço a secar as minhas roupas. Ele saiu e ficou a olhar para mim. Quando me sequei, sentei-me de novo. Estava muito zangada com ele.

-Não me secas?

-Desculpa? – Pensei alto. – Usa a varinha.

-Não a trouxe. Por favor. – Ele fez uma cara triste. Não resisti e levantei-me e comecei a secar.

-Porque não?

-Como te disse adoro vir aqui nestes dias e adoro ver isto a acontecer. – Olhei-o confuso. – É como magia, é magia da Natureza e acredito nisso, então não trago a varinha para não pensar que fui eu.

Acabei de secar e ele aproximou-se de mim. Colocou uma das mãos na minha cara. Ele começou a aproximar de mim. Não, ele não podia fazer aquilo, eu não queria que ele fizesse. Ia gritar não, mas era tarde demais os seus lábios já estavam juntos aos meus. Tentei sair daquele beijo empurrei, mas apenas com uma mão ele tinha força suficiente. Apenas cerrei os lábios, mas ele insistia, tentava separar os meus lábios. Ele não desiste? Eu estava a beijar um Malfoy, o loiro que se ria da morte de Severus. Ele conseguiu separar os meus lábios e o seu hálito fresco entrou na minha boca. Correspondi a um beijo, dois. Ele sentiu que eu estava a envolver-me no beijo e baixou a sua mão para a minha cintura, encostando-me mais os nossos corpos. Ele pediu acesso e eu cedi, coloquei os meus braços à volta do seu pescoço e mexi no seu cabelo sedoso e bagunçado. Passei a minha língua no seu lábio perfeito inferior e as nossas línguas num ritmo simultâneo encontraram-se, ele podia ser mais perfeito? O meu relógio apitou a avisar que era meia-noite, ou seja era o dia dos meus anos e que bela prenda, encostei mais os nossos corpos, como se fosse possível. E um ar frio invadiu-me e arrepiei-me. Porque tinha trazido uma camisola de manga curta?

-Estás com frio, não estás? – Sorriu.

-Sim, um pouco.

-Eu disse-te. – Ele tirou a camisa e entregou-me. Resposta à minha pergunta, sim, podia ser mais perfeito. Vesti-me e fiquei a olhar para o seu corpo. Vi uma mão passar à minha frente.

-Para de te babar, aniversariante. Parabéns, meu amor. – Selou os nosso lábios outra vez ao qual correspondi com mais entusiasmo do que ao primeiro, visto que nem tinha correspondido. Espera ele chamou-me “meu amor”. Ouvi um barulho.

-Que foi isto? – Perguntei-lhe.

-Deve ter sido algum animal.

-Mrs Norris.

-Filch. – Dissemos os dois. – Temos que entrar. – Acrescentou Draco.

-Não podemos, ele via-nos. Anda. – Comecei a correr e ele pegou na sua capa enquanto eu puxava-o pela mão.

Corremos pelo campo fora, sabia bem levar com o ar frio, pois eu estava com o calor do nosso beijo.

-Para onde vamos? – Gritou.

-Fala baixo, para o campo de Quidditch. – Fomos para as bancadas do Gryffindor e sentamos tentando recuperar o fôlego. Ele colocou o seu braço por cima dos meus ombros. Eu levantei-me e ele segui o exemplo. – Não devíamos fazer isto.

-Já está feito. – Disse com um sorriso e beijou-me. Como podia resistir eu amo-o. Eu amo-o? Claro.

O beijo começou a ficar mais entusiástico, e com um gesto dele o meu corpo respondeu, fazendo colocar as minhas pernas à volta da sua cintura. Ele deitou-me nas bancadas, e deitou-se em cima de mim, fazia força para não ter de suportar o seu peso, mas ainda assim sentia a pressão do seu corpo. Comecei a passar as minha mãos pela suas costas despidas. Ele separou-se de mim, rindo e com um gesto que pareceu fácil para ele, levantou-me, deitou-se e colocou-me de lado. Fiquei a olhar para ele. Ele era lindo e eu sempre neguei-o. Eu amo-o. E sempre amei até nos meus sonhos e era por isso que tinha tanta raiva.

-Estavas a ficar demasiado ardente. – Fiquei corada e ele passou a sua mão na bochecha quente. – Achas que este é o melhor local e especialmente nas bancadas do Gryffindor?

-Tens algo contra?

-A qual das coisas? – Sorriu.

-Ás duas. – Deitei a minha cabeça no seu ombro.

-Não. Vamos ficar aqui a dormir?

-Penso que sim, é perigoso ir. – Ele pegou na capa e estendeu por cima de nós.

-Está bem. – Ficamos em silêncio.

-Draco?

-Diz.

-Porque saíste do Salão Principal na altura que eu ia ser selecionada?

-Eu já te conhecia sabes?