How Will I Know? We Always Know. escrita por Ju Abud


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Não sei escrever fic então esta (ou isto) será bem curtinha, terá mais um capítulo só, no máximo!



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Finn,

Eu poderia ser odiada pelo não visto e acreditar que qualquer direção é a afirmativa da razão. Se eu for embora, você nem vai reparar, e isso já é motivo suficiente pra eu me perder na primeira colisão. Não me importo. Então, surge a velha mania de achar que estou sozinha o que, na verdade, era o que eu mais queria. Por isso vou-me embora, perigando uma chuva de gavinhas ou contornos de lápis coloridos - ou não. Não faz diferença, uma hora eu chego no aconchego dum casulo a balançar e quem sabe não é nessa hora, livre pra voar, que descubro que não fui feita para essa imensidão, nem essa dimensão. Daqui um, dois ou três dias estarei de partida mais uma vez. Creio que só assim - finalmente - seja capaz de perceber que, só em mundos diferentes, exista o eu e você.

Sabe, eu me perguntava até que ponto você era aquilo que eu via em você ou apenas aquilo que eu queria ver em você. Queria saber até que ponto você não era apenas uma projeção daquilo que eu sentia, e se era assim, até quando eu conseguiria ver em você todas essas coisas que me fascinavam e que no fundo, sempre no fundo, talvez nem fossem suas, mas minhas. Pensava que amar era só conseguir ver e desamar era não mais conseguir ver, entende? Dolorido-colorido, estou repetindo devagar para que você possa compreender... e eu também.


Metáforas eram preciosas para Rachel e, nesse momento, ela não se sentia como sua conhecida estrela dourada. Ela era uma borboleta: linda, única, livre e solitária.

Resolveu que ainda não era hora de expressar tudo aquilo que não tinha coragem de dizer ao vivo, na verdade, ela gostaria de não ter coragem de pensar em tudo que ocorrera nos últimos tempos. Salvou o email. Talvez fosse melhor quando deixasse de machucar tanto.



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Finn abriu seu notebook e sentiu que era a hora. Ele sabia que quanto menos contato estabelecesse com Rachel, melhor seria para o esquecimento (ou diversidade de foco) de ambos. Era impossível, a relação deles era demasiadamente sinestésica. Ela ficaria cada vez com mais raiva dele por conta da ausência e, mesmo que não fosse para ficarem juntos, seu desejo era que mantivessem uma amizade saudável.

Enviou o email. Talvez tivesse sido direto demais, talvez suplicante demais, talvez tivesse desviado demais de sua intenção de “amizade saudável”. Mas, essa era a questão: quando se tratava de Finn e Rachel a palavra “demais” sempre estava presente. Agora era esperar. Ela responderia? Ficaria machucada? Com raiva? Ou pior... ela leria?



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Rachel estava deitada, apenas descansando da exaustiva mudança que acabara de ocorrer. Sentia-se cansada mental e fisicamente. Resolveu levantar para tomar um banho, quando seu iPhone anunciou a chegada de um novo email. Ficou animada por um instante, poderia ser notícias de Kurt ou seus pais, seria ótimo ter um pouco de carinho, mesmo que virtual. Pegou seu notebook e se surpreendeu ao ver o nome do remetente, era Finn Hudson.


– Finn Hudson – disse baixo, para si mesma.


Primeiramente, sentiu seu rosto corar de raiva, sua vontade era de excluir aquela mensagem sem nem saber o conteúdo. Depois, sentiu seu estômago doer e pequenas gotas de suor surgiram em suas mãos. Por fim, sentiu-se preocupada. Finn poderia estar precisando dela, de seus conselhos e, por mais que ainda estivesse magoada com as últimas decisões, ela não conseguiria negar nada a ele.


Rachel,

Queria que nossas vidas fossem simples. Não quero o mundo, mas quero que ele seja seu. Gostaria de poder dizer-lhe isto cara a cara, mas nunca há tempo, nunca é o lugar.

Você tem/tinha as palavras certas, e acerta até minhas incertezas. Você existe, se não fosse assim, eu não teria mais em que/quem acreditar. Como brincadeira de criança, como sonho adolescente, como dor de gente grande.

Olhe em volta, essas pessoas existem? Pergunte “vocês existem?”! Acho que não... ou melhor, tenho certeza que não. Só vejo crianças e eu e você. Tem um pouco de filosofia também, literatura, bagunça, fogos de artifício, economia de mercado, prosa&rock’n’roll. Mas, fora isso, só eu e você. Dia desses, o mundo se fechará em nós.

Sonhei que você sonhava comigo. Ou foi o contrário? Pouco importa: não me desperte, por favor, não te desperto.

Com carinho,

Finn”

Um sorriso brotou em seus lábios. Leu e releu diversas vezes aquelas frases. A combinação das palavras era quase tão perfeita quanto um dueto deles. Algo afastou suas reações e pensamentos: confusão. Rachel não entendia o que estava acontecendo, porque Finn fazia aquilo com ela? Ele havia os afastado com tanta urgência e, de repente, resolve manter presença? Resolveu continuar o email que havia parado horas atrás, o que a deixou mais confusa ainda. Ela também havia pensado em escrever para ele, talvez até primeiro. O que isso significa? Obviamente ela ainda o ama, era justo que pensasse nele. Tentou limpar a mente e, simplesmente, terminar o que havia começado.



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Finn já havia enviado o email há algumas horas e sentia-se totalmente desapontado. Algo dentro dele dizia que ela o responderia, mas visto a demora, já estava afastando esse profundo sentimento.


– Ela precisa te esquecer, Finn – disse a si mesmo.


Chegou a pensar em pegar o celular e mandar uma sms à ela avisando do email que mandara, mas seria injusto demais da parte dele. Primeiro ele a liberta, depois o email e agora ele quer cobrar uma resposta? Pensou por alguns minutos, levantou-se e caminhou em direção ao quarto de Kurt. Deu leves batidas e abriu a porta. Viu seu irmão lendo um livro e entrou.


– Kurt, preciso de um conselho... – disse um Finn sério, quase decidido.

– Seremos surpreendidos o dia que eu precisar de conselhos seus! – os dois riram.


Atualizado sobre os últimos acontecimentos e os sentimentos de seu irmão, Kurt ficou o olhando alguns instantes.


– Dê um tempo à ela, Finn. Tenho certeza de que irá te responder. Talvez demore mais do que sua paciência possa suportar, mas Rachel Berry não deixa assuntos pendentes.


Kurt, mais uma vez, estava certo: Rachel não deixaria pendências. Não quando o assunto fosse a relação deles.


– Sabe, Finn – o irmão o olhou curioso – você sabe que desaprovo quase todas as suas decisões urgentes pelo simples fato de serem precipitadas. Não fui à favor do casamento, não sou à favor do exército... mas sou à favor do Finn racional. Pense em quantas coisas boas você fez quando parou para ponderar as possibilidades e pôde escolher a opção certa! Quantas, meu irmão? Talvez você deva aproveitar esse tempo para fazer essa ponderação. Agora, se me der licença, preciso tomar um banho para sair com Blaine.

– Obrigado, Kurt! – e saiu em direção ao seu quarto.


Finn deitou em sua cama acompanhado das palavras deixadas por seu irmão. Ele odiava admitir, mas Kurt sempre sabia o quê e quando falar as coisas certas. De repente, um estalo. Era isso! Finn sabia exatamente o que fazer, mas necessita aguardar apenas uma coisa. Um sinal, talvez. Um aval. Foi afastado de seus pensamentos quando seu iPhone anunciou um curto toque.



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Notas finais do capítulo

Sei que ficou curto, mas ainda não me acostumei com a ideia de escrever para alguém além de mim mesma. :P
Alguém gostou? Alguém leu? Devo terminar?