A Sala Escarlate escrita por Kisuke-san


Capítulo 4
Lacunas, Preencha-as


Notas iniciais do capítulo

O "logo" demorou muito ^^', mas está aí. Erros, como sempre, eu acho. Não sou muito bom em revisar (mas eu tentei) e alguns tipos de erro o Word não aponta, então... Estejam cientes.



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           Não era bem um jogo, mas era interessante. Todos aqueles homens gritando e se aborrecendo por causa de alguma coisa que parecia ser importante. É engraçado pensar que até mesmo entre os homens instruídos e ditos inteligentes não estão excluídos dos instintos da guerra e da raiva.

            Nem ousei discutir com a opinião de Klaus. Com certeza os Arquivistas iriam ser envolvidos. No entanto, fui mais além. Sabia que nós seriamos envolvidos. Uma onda de temor subiu pelos meus ossos. Mas depois a sensação de ter algum poder e de ter alguma utilidade que outra pessoa não saberia fazer tão bem me deu confiança. Porém, ao mesmo tempo, tive medo, pois se eu não pudesse fazer o que me foi pedido, não adiantava estar ali. E ali eu me senti incluído e valorizado, como não me sentiria na Terra. Pensei em meu amigo Efros, que devia estar dormindo à uma hora dessas.

            E minha duvidas e sensações deram espaço para a chegada de Devon, o Primeiro, da classe dos Pesquisadores. Ele chegou e somente sua presença calou todos aqueles homens. Ele disse:

              - O que há aqui, Steelarm?

            - Problemas com a maquinaria. Os SCMs(Sensores de Capacidade Mantal) estão tendo dificuldade para realizar a Erradicação. Aumentei a potência, mas isso afetou os captadores de OMs(Ondas Mentais).

            - Entendo. Mas já que estou aqui, resolvamos isso. Steelarm, diminua a força dos SCSs e ative o SHOCKER.

            - Mas senhor, isso iria causar uma grande onda de insônia...

            - Apenas faça. Dez segundos de SHOCKER devem servir para estabilizar as ondas mentais. Melhor mantê-los acordados de que corremos riscos.

            - Entendido, senhor.

            - Caso ocorra novamente… Bom, isso não deve ocorrer por um período de tempo. Quanto você estima?

            - Um mês senhor. Dez segundos com o SHOKER deixa as ondas mentais muito desnorteadas. Acho que, no nível de estresse que os humanos estão tendo nos últimos trinta anos, devem levar mais de um mês para poderem voltar a organizar-se mentalmente.

            - Então está certo. Onde está Gaus?

            - Aqui, senhor. – Disse o Velho da Biblioteca.

            - Organize um par de Arquivistas para investigar o que está havendo. Este tipo de incidente está se tornando muito freqüente. Fique atento para o caso de operações de campo. Vou pedir que o Primeiro do seu departamento entre em contato com você para lhe passar as demais orientações.

            - Certo. Já até sei quem eu devo escolher para este caso.

            - Ótimo. Eu já vou. E é melhor que eu não tenha que voltar aqui por causa de discussões deste tipo. Ficou claro? – Sua voz soava imperiosa.

            Todos acenaram com a cabeça positivamente.

            Não sei se narro tão bem a história. Escrevo aqui todos os meus pensamentos em alguma ordem. Às vezes penso ter deixado algum detalhe passar. Mas é bem difícil escrever o que é real, principalmente quando tudo parece irreal. Fora o que me pareceu indescritível. A magnitude do lugar a força, a beleza, o poder e o conhecimento que emanavam dali. Entender é difícil, imaginar deve ser quase impossível. Gostaria de poder reproduzir tal qual a realidade, mas isso me é inviável. Só há uma coisa que ainda posso saber com exatidão: O que eu vi.

            E vi Gaus olhar-me de lado. Eu estava certo. Mal cheguei ali e já havia sido notado e valorizado. Não da maneira mais comum, mas mesmo assim. Ele veio até nós e disse em voz calma:

            - Eu quero que vocês fiquem responsáveis por esse caso. Têm um mês. O que precisam saber está aqui nesta biblioteca e qualquer dúvida, falem com Steelarm. Ele é o número dois dos Pesquisadores. Também fiquem à vontade para visitar o setor dos Técnicos, o homem que liderava o tumulto de agora a pouco é o número dois de lá.

            - Obrigado pelas informações. Vamos precisar do máximo que pudermos, já que eu não sei de muita coisa por aqui.

            - Você vai se habituar. Por hora é só. Na Terra está quase amanhecendo. É melhor que vocês partam agora. Vou providenciar para que vocês possam ficar mais próximos, para trabalharem melhor.

            Sem esperar mais nem uma palavra ele se foi de novo. “Que pré-potente”, pensei. No entanto, deixei-o de lado. Klaus estava dirigindo-se a mim, dizendo:

            - Bom, foi legal ter te conhecido. Já que daqui a alguns dias estaremos morando mais próximos, então acho que também estudarei na mesma escola que você. Até depois.

            Despedimo-nos com um aperto de mão. Ele pegou sua chave e a porta negra apareceu como um “fade”, do transparente ao opaco. Ele destrancou-a e acenou brevemente para mim, despedindo-se mais uma vez. Pensava em deixar de lado a desconfiança sobre esta pessoa, mas os ensinamentos de meu pai vieram à minha mente. E lembrei também que, mesmo que fosse muito irritante, meu pai nunca errava. No fundo, eu queria ser como ele. Mas ao mesmo tempo, queria ser diferente.

            Peguei minha chave do cinto e fiz a mesma coisa. A porta apareceu de maneira semelhante e eu a destranquei, tal qual meu companheiro fizera. Entrei na sala e o pêndulo parou e o relógio começou a girar no sentido horário. O pêndulo soou pelo cômodo vermelho vivo e abri os olhos em minha cama. Senti-me estranho. Senti-me, de alguma forma, vivo, abrindo meus olhos para um mundo que eu não conseguia enxergar.


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