A Sala Escarlate escrita por Kisuke-san


Capítulo 3
Siga O Velho, Persiga O Assistente


Notas iniciais do capítulo

O último capitulo terminou meio atrapalhado, cortando um pedaço da história... Mas vou tentar não fazer mais isso.



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            Eu comecei a segui-lo. Assim como um capítulo de um bom livro termina de maneira brusca, minha linha de pensamento foi cortada pela lâmina chamada Razão. Tudo o que até agora parecia um sonho (sim, eu ainda queria que tudo aquilo fosse um sonho) foi tomando forma à minha frente até um ponto que me vi preso em uma realidade que eu não queria aceitar. Mas ela existia, e estava sendo posta bem diante do meu nariz.  Meu coração batia mais forte à medida que eu caminhava pelo corredor. Minha mente ainda girava, mas eu conseguia pensar um pouco mais claramente.

            Sentia-me cada vez mais confuso por dentro. Tudo aquilo era muito novo, ainda. Faz um bom tempo que venha tentando rejeitar a Sala da minha mente, e justo no dia que eu resolvi enfrentá-la, aconteceu tudo de uma vez. É como se o mundo desmoronasse sobre mim. E a impressão que eu tinha de que eu conhecia aquele homem fazia o meu coração palpitar incomodamente.

            O eco do salão onde estávamos era muito alto. Fazia-me pensar no próximo passo e depois no próximo… Até chegar ao passo final, aonde todas as perguntas vinham-me à mente. O que eu vou fazer? Como vou sair daqui? Como será meu futuro? O que diabos eu realmente estou fazendo?

            Chegamos a uma sala com um brilho azulado.  Era decorada com desenhos estranhos, amorfos, que pareciam não representar nada, mas identifiquei-me com sua confusão. Era como se as paredes daquela saleta traduzissem os meus pensamentos, não me mostravam coisa alguma, mas deixavam-me a procura de explicações. E por mais que eu tentasse desvendar esses desenhos, mas a sua amorfia me dominava. Então notei uma presença. Um rapaz com roupas semelhantes às minhas. Então o Velho voltou a falar.

            - Este é Klaus, ele é o Sexto Sábio. Ele deverá lhe assistir durante seu trabalho. Em breve os outros Arquivistas deverão aparecer, então tente situar-se em seu novo ambiente. Mais uma vez, bem vindo. Agora eu me vou. Já estou em minha hora.

            Antes que eu pudesse compreender o que ele disse, já havia partido. Virei para Klaus e este erguia seus óculos sutis e sorria de canto, como se não estivesse surpreso comigo.

            - Meu nome é Klaus, muito prazer. Você demorou um pouco para chegar. O Velho disse que, geralmente, os Sábios ímpares chegam primeiro que os pares.

            - Não entendi bem, mas de qualquer maneira, meu nome é Califa. Muito prazer.

            - Entendo. É que existe uma pequena relação entre os pares e os ímpares. Como uma hierarquia. Os pares ajudam os ímpares em seus deveres, sempre assim. Com exceção apenas dos números um e dois. O numero um age dentro do Conselho. E o dois age com um inspetor, exatamente como o Velho desta biblioteca. Ele é o número dois dentro da classe dos Arquivistas.

            - É uma sociedade muito organizada, eu acho. Mas como você sabe de tudo isso?

            - Enquanto você não chegava, eu tive bastante tempo para pesquisar e conhecer os lugares e pessoas daqui.

            - Ótimo! Já vai começar me ajudando. Me sinto perdido neste lugar.

            Klaus soltou um dos seus sorrisos tortos.

            Era um cara muito diferente. Sem aqueles traços de ignorância que eu notava nas outras pessoas. Ele sabia o que dizia e sabia o que estava fazendo. Passou-me confiança, a princípio. Mas lembro bem que meu pai sempre me dissera que não se deve confiar em sorrisos, principalmente os tortos. E, por mais que isso me revoltasse, meu pai sempre tinha razão.

            Não sabia ao certo como descrever essa nova figura à minha frente. Mas ele possuía alguns traços bem relevantes para mim. Sua altura era semelhante à minha, por volta de um metro e setenta. Aparentava ser alguns anos mais velho, acho que uns dois. Então deveria ter dezessete. E a barba cobrindo todo o queixo. Sem falar dos óculos, que reparei na hora. 

            - O que se faz por aqui? – Perguntei, quebrando o silêncio que se fez depois que alguns segundos.

            - Ler. É tudo o que há para se fazer. Geralmente os Arquivistas trabalham com investigações, mas somente quando há necessidade. Quando ocorre alguma coisa com os Erradicados.

            - Erradicados?

            - Sim, as pessoas que não podem entrar no Passo.

            - É um tremo meio brusco, mas faz algum sentido.

            -Venha, vou te mostrar algumas coisas interessantes. Esta Biblioteca é a coisa mais perfeita que eu já vi.

            E novamente o humor nerd voltou. Detestava quando isso acontecia. Fazia-me parecer otário. Justo eu, que nunca ri das piadas do professor de matemática. E não pretendia ceder ali.

            Comecei a segui-lo. Ele percorria as estantes como se já houvesse se familiarizado com elas. Explicou-me que sua organização era de acordo com os assuntos e não com os nomes. Assim, era muito mais fácil encontrar o que se procurava. E havia livros de todos os tamanhos e volumes, de modo que eu não sabia o que falar ou pensar a respeito daquela imensidão de páginas. E apesar do Português ser uma língua muito rica, ainda faltaria palavras para descrever a Grande Biblioteca.

            Parou à frente de uma estante incompleta. Ele tirou o último livro e abriu no capítulo seis. Folheou o capítulo até uma página onde havia apenas umas poucas letras escritas. Ele abaixou o livro e olhou para mim como se quisesse que eu entendesse alguma piada ou coisa parecida.

            - Percebeu? – Ele perguntou.

            - O que há para perceber? – Não, eu tinha senso de humor algum. Exceto quando tinha alguns ataques nerds, fora isso… Não havia muita coisa que eu achasse engraçada.

            - Essa é a História. Estamos no mês de Junho, o sexto mês. Corresponde exatamente ao sexto capítulo. E o que está escrito aqui é o que os Erradicados têm feito até o exato momento. Não é o máximo?! Podemos saber tudo o que acontece de importante na Terra!

            Estava surpreso com tudo aquilo. Era exatamente como ele disse! Era o máximo.

            Estávamos olhando outros livros interessantes quando ouvimos um tumulto de vozes do lado de fora. Pedi que viesse comigo para vermos o que estava acontecendo. O homem que estava à frente da confusão gritou, em tom de protesto:

            - Steelarm! Como você pode ser tão lerdo?! Os captadores estão enlouquecendo! Você tem que dar um jeito nisso agora! Ou o Conselho vai saber da sua “pequena” lista de erros que eu fiz questão de organizar.

            - Vocês são todos loucos! O que vocês acham que eu tenho haver com isso?

            Não sei por que, mas tive a impressão que eu seria envolvido naquela coisa toda. Klaus cutucou-me e disse baixinho:

            - Pode apostar que os Arquivistas vão entrar nessa. E eu não duvido nada que sejamos nós.

            “É. Ele pode estar certo. Então… Que o jogo comece!”


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Notas finais do capítulo

Então, aí está. Se hover erros, depois eu corrijo, tempo está me faltando ultimamente... Logo estarei trazend o próximo ^^ Ah, comentem, por favor!



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