Poucos sabem como é ser assim. Ser alguém que foi adotado, sem identidade definida, sem um destino. Assim se fez meus primeiros dias de vida. Fui adotada com 17 dias de vida (mais ou menos).

Morar em um planeta de ilusões é estranho. Desde pequena, tenho muitas personalidades e “máscaras”. As uso em diferentes situações em minha vida. Não são porque realmente quero, mas são o que realmente sou. Bom, não tenho um humor bom, mas se me faz rir... Parabéns!

AninhaPah nasceu com um pequeno sonho que tive de ser reconhecida. Como muitos escritores, resolvi ter um nome próprio... Mas um que pudesse agüentar possíveis problemas sem que eu pudesse me envolver. Mas saiu do controle. Em minha mente, outra pessoa foi criada. Uma pessoa melhor do que, alguém que me tornou tão inferior.

Ela é muito intelectual e também competitiva, entende as pessoas muito bem, mas não sabe o que dizer.

Já eu que sou um pouco menos intelectual que ela, já tenho respostas que ajudam as pessoas e muito. Então somos uma mistura de bem e mal. De ódio e amor, mas temos pouco espaço entre nós!

Hoje em dia, as histórias escritas são feitas por ela, mas essa é apenas por mim. Por isso não uso palavras cultas nem nada.

Ela é o tipo de pessoa que todos tentam entender, mas não conseguem. AninhaPah me assusta as vezes. Digo sempre “ela” para que essa coisinha não desperte. Mantenho-a sobre controle, mas quando saí, se torna meu pior pesadelo.

Ela se descontrola facilmente, enquanto sou pavio curto. Tipo, tenho amigos ótimos que ela consegue ter, mas que eu cultivo. Só que, quando eu de distraio, ela toma conta de tudo e faz com que eu perca as pessoas que amo facilmente. Como se ela tivesse ciúmes!

Queria apenas poder não ser tão separada. Poder entreter minha mente e comandar meu coração. Não ter mais medo das coisas. Só que ela não tem, pois manda seus medos apenas para mim...

Sofro em silêncio mesmo. Com os Bullying’s que sofri desde o maternal... Me tornei uma pessoa fechada e insegura. Dependente de atenção e com medo de ser julgada por algo.

Nós adotados, temos um sentimento de abandono que está sempre conosco, mas ninguém entende. Minha família não entende e nem meus amigos. Acham que é apenas manha, mas não é... Quase morro quando alguém se distancia de mim por muito tempo ou quando parece que alguém se magoou comigo, brigou ou me odeia.

Assim é uma vida triste tensa. Já que preciso me esforçar na escola e ser melhor. Mas se eu tiro uma nota 7 ou até 9,5 em Português, a professora me cobra. É  a mais rígida comigo. Os outros professores também acham que posso melhorar.

Não gosto que me cobrem assim. É horrível. AninhaPah sabe do que falo, pois passamos pelas mesmas coisas, já que ela é quem escreve tudo.