A Menina Que Não Sabia Falar escrita por Soledad


Capítulo 4
Capítulo 3 - Ela não pode ouvir


Notas iniciais do capítulo

Mais um momento-chave na nossa história. Acompanhe!



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Núbia estava arrumando sua casa, que estava uma bagunça depois da festa. Lembrou-se de Angelina chorando, do fato acontecido com a avó. “Essa menina não pode ser exposta desse jeito. Ela vai acabar muito magoada.” pensou. Lembrou-se também da consulta que havia marcado para a próxima segunda-feira, no hospital onde trabalhava. “Quero saber logo o quê minha menina tem...”.

Após o término de seu serviço, passou rapidamente no quarto de Angelina, deu-lhe um beijinho na testa, e saiu sem fazer barulho. Finalmente, foi para seu quarto, e dormiu.

[…]

Segunda-feira, as 9 horas da manhã. Angelina observava as crianças correndo de um lado para outro, enquanto degustava o colo de sua mãe. Seguro. Confortável. Era ali que ela sempre gostava de ficar. Apesar de ter apenas 1 aninho, tinha muitas vontades próprias. Era bastante caprichosa, escolhia suas roupinhas à dedo, combinava-os com sapatinhos, uma graça de menina.

Núbia sentia seu coração apertado. Será que era aquele chamado “sentido de mãe”? Ela queria manter sua pequena em seus braços para sempre, protegendo-a de tudo e todos, mantê-la segura.

- Angelina Avelar – chama o médico. Núbia dirige-se ao consultório, com a filha no colo.

- Sente-se por favor. - diz o doutor Nicolas Sanchez, um homem de pouco mais de trinta anos. - E então, o que se passa com a pequena Angelina?

- Então doutor, ela fez 1 ano nesse sábado, e até hoje não falou nada.

- Nem balbuciou?

- Nem isso. Pensei que em sua festinha ela fosse dizer algo, mas não saiu nada. A pobrezinha até chorou!

- Vejamos.

E o doutor começou a examiná-la. Ao perceber algo errado com a região interna do ouvido da pequena, logo mandou encaminhá-la a um otorrinolaringologista que estava no hospital.

- Senhora, leve isto ao doutor Fred Taylor, ele é o especialista que vai examiná-la com mais precisão.

Núbia pressentia algo muito ruim quando viu que o tal doutor Fred Taylor era um otorrinolaringologista. Ao chegar em seu consultório, ficou mais apreensiva ainda. Mais algumas examinadas, e médico pronunciou-se:

- Não é cem por cento certeza, mas sua filha nasceu com deficiência auditiva.

- Como assim? Ela não me escuta?

- Não. Não escuta a você, nem a mim. Ela nunca vai aprender a falar, pois para isso ela dependeria muito da audição. Mas não tenho certeza se ela nasceu sem audição ou a perdeu após o nascimento.

- Mas o que causou esse problema?

- Creio que a gravidez era de risco, e a senhora deve ter passado muito nervosismo durante a gravidez.

O coração de Núbia doía a cada batida.

- Minha filha é adotada. Sua mãe faleceu durante o parto.

- Então houveram consequências graves dessa gestação. A mãe faleceu e a filha não desenvolveu a região auditiva. A senhora trabalha aqui?

- Sim, mas pego o turno da noite.

- Compreendo. Por isso que sua consulta saiu gratuita, e como eu nunca vi a senhora por aqui...

- Pois é... Pois então eu vou para casa. Até mais, doutor.

- Até.

Núbia sai do consultório desolada. Ficar naquele consultório, recebendo cantada de médico naquele momento não era a melhor coisa que se poderia ter para amenizar a situação. Aquela voz angelical que ela ouvira em seu nascimento, nunca mais voltaria a ser escutada.


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Notas finais do capítulo

Hmnmnmmmnnmn... a Núbia ainda dá um bom caldo hein... (kkkk)
Brincadeiras à parte, espero que gostem desse cap, que em minha humilde opinião, não foi dos melhores, mas eu me esforcei bastante!
Qualquer coisa, se tiver alguma coisa fora do contexto, ou sem nexo, avisem-me para que eu possa consertar!



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