A Menina Que Não Sabia Falar escrita por Soledad


Capítulo 23
Capítulo 22 – A volta para o Brasil


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores queridos! Que saudade de vocês!
Desculpem a demora para postar o capítulo, mas como sou estudante, passar pelo fim de 4º bimestre é complicado; tanto que tive que abandonar por uns tempos algumas atividades como ler um bom livro, escrever a fic e arrumar o quarto (risos).
Mas aqui está o capítulo *-*
~e a multidão vai a loucura~ sóqn



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Núbia admirava pela última vez a bela casa que comprara, para viver com sua filha. Fortes lembranças corriam em sua mente, nesses últimos dois meses de clima pesado, por conta do luto. Empenhara-se tanto em vendê-la o mais rápido possível, que nem se dera conta de quanta saudade deixaria ali. Quantos momentos maravilhosos foram vividos naquela casa. Ver Angelina crescendo, descobrir que ela era inteligentíssima ao aprender a escrever sozinha, os momentos entre Nicolas e Manoela, as grandes emoções da descoberta de seu passado e de Nóbrega, quando finalmente fora capaz de tomar uma iniciativa.

Sem dúvida nenhuma, aquela casa deixaria uma grande ponta de nostalgia em seu coração; porém, sabia que o certo seria sair dali o mais rápido possível, para reconstruir sua vida do início novamente, depois de ter-se destruído após a morte do amor de sua vida.

Nada mais a prendia ali, pelo contrário. Apenas motivos para ir embora o quanto antes. Suas malas estavam prontas, as de Angelina também. A partir dali, Portugal não importava mais.

[…]

- Manoela? Amor?

- Pois não, vida?

- Núbia está nos esperando no portão da casa, para irmos para o Brasil.

- Acalme-se, estou a guardar minhas últimas coisas!

- Mas vamos logo, que Núbia nos aguarda!

Nicolas aguardava Manoela terminar de arrumar sua última mala. Sabia que para ela seria uma grande aventura viver no Brasil, terra que seu pai sempre a proibira de visitar, e ainda por cima com o irmão da mulher que poderia ter sido sua mãe, se por capricho do destino, eles não tivessem se separado.

Destino. Parecia que aquela palavra perseguia a Manoela o tempo todo. Seria puro acaso ter conhecido e se apaixonado justamente por Nicolas? Ela só sabia que tudo acontecera como aconteceu, e que arranjar hipóteses seria o mesmo que querer que tudo tivesse sido diferente, e ela sabia muito bem que estava imensamente feliz de como as coisas se deram entre Nicolas e ela.

Deixar sua terra natal não parecera-lhe tão difícil, pelo contrário. Permanecer ali seria torturar-se dia a dia por sentir a falta de seu pai. Uma vida nova se abria a sua frente, um belo futuro ao lado do homem que ama, e Manoela via-se mais confiante do que nunca. Casariam-se numa cerimônia simples em uma praia brasileira, e passariam a lua-de-mel em Cancun. Tudo planejado perfeitamente, não haveria erros.

Tudo pronto. Sua casa já havia sido vendida, e o dinheiro estava numa conta recém-aberta no Brasil.

- Vamos, Nick?

- Vamos!

[…]

Como combinado, Nicolas levou Manoela de táxi até aonde Núbia os esperava com Angelina, e em seguida, seguiram para o aeroporto.

Angelina reconhecera aquele lugar. Lembrou-se de quando vivia no Brasil, dos dias no hotel, de toda a viagem. Pegou seu bloquinho de folhas e escreveu uma pergunta para sua mãe, dizendo: “Vamos voltar para casa?”. Núbia respondeu-lhe: “Pensei que considerasse Portugal sua casa. Mas sim, estamos voltando para o Brasil.”

Angelina sorriu. Não sabia porque, mas sentia-se feliz por voltar para onde nascera. Portugal era ótimo, mas Brasil era sua casa, seu berço.

- “Atenção passageiros do voo com destino a São Paulo, embarque pelo portão 4B.”

Chegara a hora.

[…]

Grandes saudades desse lugar tão quente e convidativo.” pensou Núbia, ao pisar para fora do aeroporto, após grande temporada em Lisboa. Aguardava Nicolas chamar o táxi que os levaria à casa que eles compraram antes de saírem de Portugal.

O táxi chegou, trazendo Nicolas, Manoela, e alguém bem familiar...

- Mas olha só quem encontro! Boa noite, dona Núbia. Como vai a senhora?

- Era só o que me faltava... - disse Núbia, com expressão aborrecida. - Luan Verderi, o taxista italiano.

- Vejo que ainda se lembra de mim...

Nicolas percebera a irritabilidade de sua irmã, e logo cortou o papo.

- Então, dá para nós descermos e colocarmos as malas lá atrás, por favor?

- Claro! Vamos lá.

Manoela, Núbia e Angelina entraram no táxi, enquanto Nicolas auxiliava Luan a por as malas no táxi.

Ao seguirem, o taxista charmoso começou a puxar assunto, para tornar a viagem mais descontraída. Ficou minutos tagarelando sobre sua infância traumatizada pela separação dos seus pais, e Núbia já não suportava ouvi-lo.

- E então, Nicolas, essa é sua esposa?

- Não, é minha noiva. Vamos nos casar em breve.

- Felicidades para vocês. E Núbia? Não é casada?

A expressão de raiva de Núbia transformou-se em um olhar triste em uma fração de segundo. Sentia-se inconformada de como aquele homem conseguia lhe trazer sentimentos tão ruins.

- Não, ela não é. Não toque nesse assunto, por favor. - defendeu-lhe Nicolas.

Logo, o olhar de Luan tornou-se felicidade pura. Desde que vira Núbia pela primeira vez, não conseguira tirá-la da cabeça. Saber que poderia ter uma chance de conquistá-la era motivo do brilho em seus olhos. Mal sabia ele da dor que ela carregava em seu coração.

Enfim, chegaram. Após a longa viagem, a casa mobiliada seria o lar daquela família, até quando decidissem sair. O taxista anotou o endereço para aparecer de surpresa qualquer dia. Nem cobrara a corrida, e ainda por cima ajudou-os a se instalarem na nova casa.

Quando Luan fora embora, Núbia sentiu-se mais aliviada. Podia tirar suas roupas e tomar um banho, para descansar da longa viagem.

- Fui só eu que percebi, ou aquele homem está interessado em ti, Núbia? - perguntou Manoela, inocentemente.

- Eu percebi. Insensível, nem percebeu que fiquei triste por ter tocado nesse assunto, e foi logo se aproveitando. Baixeza isso.

- Calma, maninha. Ele não deve ser tão ruim assim, apesar de tudo... - disse Nicolas, em tom brincalhão. Mas ao perceber que não agradou, ficou sério.

- Enfim. Chegamos ao Brasil. Isso é o que importa. Vocês vão se casar, Angelina vai crescer, o tempo vai passar, e de todas as dores, só restará a nostalgia. Vamos comer algo antes de nos deitar. Estou morrendo de fome.

E os três foram para a cozinha, comer um sanduíche de presunto e queijo frios, só para não dormirem com fome.


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Notas finais do capítulo

E aí? Curtiram? Sei que não teve nenhuma forte emoção, mas sabemos o quanto um pouco de calma nossos personagens necessitam, depois de tantas coisas que já passaram... enfim, comentem para me incentivar a continuar... *-*
Beijos, vejo vocês nas reviews ;3