The Book Of Renesmee escrita por Some Girl


Capítulo 3
Capitulo 2 - Auto Controle


Notas iniciais do capítulo

Aih gente, me perdoem pela demora, mas é que eu tenho tanta coisa pra fazer. :(
Mas aqui está mais um capitlo. Ele está meio grande.
Espero que gostem.
Boa leitura!



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Antes de sair, eu havia pegado qualquer casaco em meu armário. O tempo em Forks nunca ajudava e eu sempre tinha que sair bem protegida.

Entramos no carro e partimos para Port Angeles. Era bem verdade que minha tia não achava aquele lugar um centro da moda, mas era o único lugar mais próximo que eu poderia ir. Meu pai havia decidido que era melhor eu não me distanciar muito da cidade. Eu já havia tido contato com muitas pessoas, e sempre reagia bem, mas ninguém queria que algo desagradável acontecesse; eu ainda tinha pouco tempo de vida.

Era sábado a tarde, e as ruas de Port Angeles não estavam tão cheias. Alice sempre muito cautelosa, tentava me levar em lojas que não havia muita aglomerações de pessoas.

Me surpreendi quando entramos em uma em que a quantidade de pessoas era grande. A loja só podia estar em liquidação. Pessoas corriam para os caixas, entravam em provadores, todos super eufóricos como se o mundo fosse acabar naquele momento. Era quase impossível não se ter contato físico com toda aquela gente, e eu bem sabia que aquilo não era muito bom para mim.

– Tia, quer mesmo ficar aqui? – Perguntei a ela meio confusa. Eu estava realmente me sentindo desconfortável. Havia uma mistura de cheiros que estava me incomodando. Um ardor em minha garganta havia começado, bem de leve.

– Não se preocupe, minha querida. Aqui está tão cheio assim, porque é a melhor loja de toda Port Angeles, e é aqui que vamos encontrar roupas ideais para nós duas. – disse ela me puxando para dentro da loja.

– Não podemos voltar quando estiver mais vazio? – eu insisti.

Nesse momento, ela parou e olhou para mim.

Uma de suas mãos vieram parar em minha buchecha. Ela olhou em meus olhos e disse:

Renesmee, vai ficar tudo bem. Eu já teria visto se alguma coisa ruim fosse acontecer. Acha mesmo que te traria em um lugar desses se soubesse que aqui é perigoso para você? Confie em sua tia! – disse ela sorrindo para mim. Mas aquilo que ela disse não havia adiantado muito. Eu ainda estava incomodada. Eu não queria estar ali.

Sem nem ao menos ouvir uma resposta, ela voltou a me puxar para dentro da loja, onde fomos para uma ala onde só haviam sobretudos. Alice adorava aquela peça de roupa, e ela queria que eu adorasse também.

– Fique a vontade, minha querida. Se quiser provar alguma, me avise. – disse Alice.

Eu dei um sorriso meio sem graça para ela, e resolvi olhar alguma coisa, ainda me sentindo desconfortável.

Não demorou muito para que uma mulher de cabelos 100% negros viesse nos atender.  Eu estava de costas para ela, e quando ela disse algo parecido com um “Posso ajudar-lhe?”, eu me virei educadamente para olha-la.

Não entendi sua expressão, mas quando ela viu o meu rosto, seus olhos brilharam e sua boca se abriu, como se ela quisesse dizer alguma coisa mas não conseguisse proferir nenhuma palavra.

– Não, obrigada! – foi só o que eu respondi para a moça imóvel em minha frente.

– Com licença. – a mulher de cabelos negros disse, e se retirou.

Eu não havia entendido nada e fiquei assustada com sua reação.

Percebi que minha tia estava me olhando com um pequeno sorriso no rosto. Eu também não estava entendendo sua expressão; Na verdade, eu não estava entendendo nada.

– Tia, que cor estão meus olhos? – eu a perguntei preocupada, pensando que talvez meus olhos estivem com uma cor incomum.

– Não são seus olhos minha querida. – disse Alice, entendendo que eu estava confusa com relação à reação da atendente.

– Então o que é? – eu perguntei confusa.

– Sua beleza é algo incomum. Se acostume com isso. As pessoas tendem a te olhar diferente assim mesmo. Seu rosto, seus olhos. Tudo em você é algo sobrenatural e ninguém está muito acostumado a ver alguém como você assim. Não se preocupe, é normal. – ela me explicou.

– Então por que em meu primeiro dia de aula, ninguém me olhou tão diferente desse jeito? – perguntei mais uma vez. Eu estava estudando a um mês na mesma escola em que meus pais e meus tios estudaram, e ninguém havia me olhado daquele jeito. Eu costumava ficar na minha, não tinha muitos amigos, mas ninguém me olhava de modo estranho.

– Porque todos já sabiam de que família você era, então não se surpreenderam tanto com sua aparência. Quando chegamos lá pela primeira vez, alguém nos olhou assim também. Nós éramos diferentes, e você Renesmee, também é. – disse minha tia com seu olhar meigo.

Foi estranho. – eu disse abaixando a cabeça.

Não se preocupe com isso, querida. Uma hora você se acostuma. A convivência com humanos tem disso. Nós não somos iguais a nenhum deles. – ela disse.

Eu dei um sorriso leve e ela sorriu pra mim de volta.

Você está bem? – ela me perguntou.

– Vou ficar. – respondi. "Vou ficar quando ir embora desse lugar". Eu queria dizer isso a ela, mas não queria magoar minha tia. Ela estava feliz por estar ali. Então decidi que continuaria olhando algumas roupas e manteria distancia daquela mulher.

Comprar roupas com minha tia meio louca, não era algo tão difícil assim. Era um momento onde eu tinha a companhia dela, então eu estava feliz.

Olhamos mais algumas coisas, e sem eu ao menos querer, ela encheu umas três bolsas com roupas para mim. Eu não tinha nenhum controle com relação a isso. Minha tia havia me dominado.

Estávamos no caixa, quando a mulher de cabelos negros cujo nome eu não sabia apareceu atrás do balcão. Ela ainda estava me encarando, e penso que talvez ela estivesse de fato me olhando todo o tempo em que eu estava naquele ambiente.

O caixa não estava com uma fila enorme, então fomos atendidas rapidamente. Alice sacou o seu cartão sem limites, e em seguida fomos em direção a porta. Eu ainda sentia o olhar da moça estranha sobre mim, e aquilo estava me incomodando. Eu queria ir até lá e perguntar se ela estava com algum problema comigo. Ok, eu era diferente e ela já tinha visto isso. Já podia parar de ficar olhando para mim. Uma onda de calor percorreu o meu corpo e eu queria  confronta-la.

Eu parei de andar e fiquei imóvel no meio da loja, querendo retroceder e voltar ao caixa.

Olhei para Alice que agora me fitava confusa.

Renesmee. – foi só o que ela disse com um tom de reprovação. Em seguida me puxou pelo braço e fez com que eu continuasse andando para a saída da loja.

O que me ocorreu foi uma onda de revolta. O meu lado não humano me dizia para ir até aquela mulher de cabelos negros e tirar satisfações, mesmo não sendo algo tão grave assim. Mas o fato de ela estar me olhando daquela maneira, me perturbava de algum jeito.

Apesar de tudo isso, deixei que minha tia me guiasse até a saída da loja.

Quando já estavamos na rua, ela me perguntou, mudando a direção do fato completamente.

– Está com fome? – ela me perguntou com seu olhar angelical.

Na verdade, depois daquela situação, a fome humana não tinha espaço dentro de mim. Eu queria mesmo era outra coisa.

– Não. – respondi a ela, ainda com um olhar serio.

– Então por hoje chega. Vamos para casa, está bem? – ela me disse.

Eu concordei com a cabeça. Se não saísse dali naquela hora, eu não sei o que talvez eu pudesse fazer. Agora eu entendia porque meu pai, ou minha mãe tinha tanto medo do meu contato com pessoas tão cedo. Eu poderia perder o controle rapidamente pelo mínimo motivo possível. Mas assim com minha mãe, eu poderia me segurar apesar de tudo, como havia feito nessa situação. Apesar de tudo, eu “deixei pra lá.”

O caminho para casa foi silencioso da minha parte, mas Alice insistia em falar sobre roupas. Eu somente sorria e fingia prestar atenção em suas falas, mas minha mente não estava ali. Eu estava com medo. Medo que talvez eu pudesse perder o controle em outras situações. Aquilo foi pequeno diante das situações que eu provavelmente ainda passaria nessa minha convivência com humanos. Daquela vez eu pude me controlar e ir embora. Mas se acontecesse algo parecido novamente? Eu ainda teria aquele controle sobre mim? Resposta difícil.

Nem percebi quando entramos no caminho em que dava para a grande casa de minha família. Estava se encaminhando para o finalzinho da tarde e alguma luzes já estavam acesas lá dentro.

Antes de Alice entrar na garagem, eu desci do carro e resolvi entrar pela porta principal. A sala de estar estava vazia. Fui em direção às escadas e logo entrei na cozinha.

Alguém estava querendo me dar um belo de um susto. O barulho de alguém esbarrando em alguma coisa também havia entregado o suspeito.

Com um sorriso bobo de satisfação no rosto, eu disse:

– Oi, tio Emmett.

– Ah, mais que droga! Você não tem graça!– ele disse fingindo estar zangado. Qualquer outra pessoa teria medo daquele grandalhão, mas de algum jeito, tio Emmett me passava segurança e carinho. Ele adorava me dar aqueles sustos, e eu havia caído uma vez quando aparentava ter uns 5 anos, e tinha sido nesse mesmo lugar. Eu me assustei e quase desci as escadas rolando, mas antes que eu caísse, ele me segurou pelas costas. Depois daquele dia, nunca mais deu certo. Sustos desse tipo, não funcionavam com pessoas como nós e o fato de eu ser metade humana não me tornava frágil a esse tipo de brincadeira, será que ele não havia entendido isso ainda?

– Quando vai aprender em? – eu disse rindo.

– Acho que já aprendi. – ele respondeu rindo também.

Nós dois seguimos para os fundo da casa, onde minha querida avó Esmee, mantinha uma horta enorme, que estava sendo trabalhada por ela, e pela pessoa pela qual eu faria qualquer coisa no mundo. Eu simplesmente morreria por ela, se assim fosse preciso.

Eu nem bem havia me aproximado e elas já estavam me encarando com um pequeno sorriso no rosto. Tio Emmett que estava logo atrás de mim, foi para o lado de tio Jasper, que estava sentado em um cadeira de balanço que havia ali no lado de fora. Ele estava perdido no mundo dos livros e só deu uma pequena olhadinha quando eu cheguei, e logo voltou a se concentrar.

– Olá, minha querida! Junte-se a nós nesse momento tão prazeroso. – disse vovó Esmee me dando um abraço, tomando todo o cuidado para não me sujar com suas mãos cheias de terra.

Me juntaria, se Alice não houvesse me obrigado a provar todas as roupas que compramos novamente. – disse eu.

– Sabe que não precisa fazer nada se não quiser. – dessa vez foi minha mãe quem falou. Seus braços me envolveram completamente, e eu pude sentir seu cheiro tão maravilhoso. Ela sim era o amor de toda minha vida, e eu não tinha palavras para explicar o quanto eu a amava.

Faço esses pequenos sacrifícios porque a amo. – eu disse sorrindo delicadamente. Foi dizer isso para Alice aparecer resmungando.

– Então é um sacrifício passar algumas horinhas com sua tia? Bom saber, Renesmee, bom saber. – ela disse indo dar um beijo em Jasper, e poucos segundos depois, já estava ao meu lado.

– Tia, eu... – tentei dizer alguma coisa.

Não precisa se explicar, Renesmee. Sei bem como é isso. Alice não é fácil. – disse minha mãe e depois riu.

– Bella, eu só estava tentando ajudar você. Mas pensa bem; você está se vestindo melhor agora, não acha? – disse Alice

Alice, eu sempre me vesti confortavelmente bem. – respondeu minha mãe.

– Há, confortavelmente... – Alice resmungou.

– Minha mãe não se veste mal, tia. Você é que acha que todas as pessoas deveriam se vestir como você, e que deveriam ter o mesmo gosto para moda também. – eu disse sinceramente.

– Ah, tenha dó! Minha sobrinha agora também se virou contra mim! Alguém me ama nessa família? – ela disse sendo melodramática.

– Eu amo! – disse Jasper sem tirar os olhos de seu livro.

Todos riram.

– Tia, eu também te amo, e eu só estava dizendo a verdade. Agradeço pelo que faz, mas você pode me deixar escolher minhas roupas também. – eu disse, tentando não magoa-la de verdade.

– Você tem a mesma personalidade que sua mãe, como pode isso? Eu não aceito outra Isabella Swan em minha vida! – ela disse cruzando os braços.

– Obrigada Alice, obrigada! – minha mãe respondeu, fingindo decepção e voltando para a horta, onde minha avó também já estava focada novamente, ignorando totalmente o drama da filha.

– Como as coisas mudam, não é mesmo? Agora Bella fica cuidando da horta com a sogra. Grande Bella! Qualquer coisa é melhor do que fazer compras com você, Alice. – disse Emmett, entrando no assunto.

– Se não quiser que eu arranque sua cabeça, é melhor dar o fora daqui! – disse Alice. Eu não sabia se ela estava falando serio, ou só estava brincando.

Jogar Vídeo Game é melhor do que ficar aqui mesmo. – disse ele se encaminhando para dentro da casa.

Eu bem que queria fazer companhia ao meu querido tio, mas já vi que aquela discussão com Alice iria demorar.

– Fiquem ai cuidando da hortinha enquanto eu vou provar minhas roupas. Venha, Renesmee! – disse Alice.

Antes quero que me contem como foi o passeio. – disse meu pai, me surpreendo com sua voz. Ele apareceu de repente saindo de dentro da floresta onde ficava nossa casa. Ele não estava ali, mas já sabia de toda a conversa, é claro.

– Foi ótimo! – Alice respondeu. No fundo ela sabia o porquê de Edward estar perguntando aquilo. Nada podia passar despercebido aos olhos de meu pai.

Nessa hora, minha mãe se levantou. O interesse dele pelo nosso passeio a chamou atenção. Pelo tom de voz dele, ela já sabia que havia acontecido algo. A conexão entre eles havia aumentado depois que minha mãe se transformara. Ela sabia quando meu pai estava preocupado, desconfiado, com medo, ou insatisfeito, apenas pelo olhar, pelo modo de andar ou tom de voz, e se meu pai havia feito aquela pergunta, era porque ele sabia que o passeio não tinha sido tão simples assim.

A expressão no rosto de Alice estava seria. Como ela poderia pensar que algo iria passar despercebido assim?

– Não foi ótimo, Alice. Conte a todos como realmente foi, ou perguntarei a Renesmee. – disse ele se aproximando para mais perto de onde estávamos. Ele parou ao lado de minha mãe, e minha avó que agora também tinha deixado a horta de lado para realmente prestar atenção na conversa.

– Alice, o que houve? – minha mãe perguntou desconfiada.

Minha tia estava calada. Ela não tinha para onde correr.

– O que é Edward? Uma mulher ficar encarando Renesmee na loja não é algo tão problemático assim. – disse Alice tentando se defender.

– Mulher? Que mulher? – minha mãe já estava começando a entrar em estado de fúria. Vampiros recém-criados perdiam o controle facilmente.

– Uma mulher encarou Renesmee durante todo o tempo que ela e Alice estiveram em uma loja em Port Angeles. Renesmee tinha uma aparência sobrenatural para os olhos dela. Você sabe o quanto Resnesmee é diferente, Bella. – disse meu pai  com os braços cruzados sem desviar o olhar de Alice.

– Essa mulher te fez algum mal? – minha mãe se dirigiu a mim.

– Não, mãe. – foi só o que eu respondi.

– Então me explique toda a gravidade desse fato, Edward. Por favor! – minha mãe pediu.

Renesmee ainda não está acostumada com esse tipo de atenção. É incrível sua capacidade de conviver com humanos, mesmo ainda sendo tão jovem. Mas ocorre casos em que é difícil não perder o controle. Ela ficou incomodada com o olhar excessivo da mulher, e quase quis arrancar-lhe a cabeça, ou fazer algo parecido, e culpo Alice por isso. – concluiu meu pai.

Os olhos de Alice se arregalaram com a acusação.

– Edward, não é justo! – disse Alice se sentido ofendida.

– Seu vicio em comprar roupas, fez você levar Renesmee em lugar cheio de humanos, onde nenhum deles está acostumado a ver pessoas como nós. O fato de Renesmee ter ficado perturbada com a mulher, quer dizer que ela ainda não está tão preparada para lhe dar com outras pessoas assim. Já é o suficiente ter que conviver com as pessoas de sua escola. Tudo ainda é muito cedo demais para ela, Alice. Nós já estamos acostumados com os olhares perturbadores sobre nós, mas Renesmee não. Temos uma grande sorte de Renesmee não ter tido nenhum problema ainda com as pessoas da escola. Mas e se alguém se machucar, e vier a sangrar? Onde estaremos lá para ajudar-lhe a se controlar? E se alguém fizer algum tipo de implicância contra ela? Quem vai estar lá para impedir-lhe de arrancar a cabeça de algum deles? O lado não humano fala muito mais alto numa hora dessas, Alice. Não compreendeu ainda? Nós temos séculos de vida, e nem sempre sabemos lhe dar com isso direito; agora imagine Renesmee? Um lugar com super aglomeração de pessoas. Cheiros humanos vindo de toda a parte, onde uma mulher estranha não para de encara-la. Tivemos sorte de não ter acontecido nada de grave. Imagine se desse algo errado e agora nós tivéssemos que estar mudando de cidade porque alguém assassinou uma mulher friamente? Essa é a nossa realidade agora. Renesmee ainda não pode ter tanto contato com humanos, tanto quanto Bella. Perder o controle é algo muito simples durante esse periodo. Mesmo Renesmee tendo essa capacidade de autocontrole, ainda sim acho que nós deveríamos nos prevenir. Todos concordaram em coloca-la para estudar agora. Eu também concordei, pensando que daria certo, como está dando. Mas depois do que ocorreu hoje, penso que talvez deveríamos dar mais tempo a ela. E Alice, a partir de hoje nada de levar Renesmee em lugares movimentados. Não se sabe se ela manterá o controle da próxima vez que uma situação parecida como essa ocorrer novamente. Você foi irresponsável em leva-la em um lugar como aquele, sabendo que algo assim poderia acontecer. Renesmee não queria continuar lá. Mas é claro, você só pensa em si mesma. – disse meu pai. Seus olhos estavam sérios.

Alice estava com o olhar vago, e eu me sentia péssima. Ela tinha levado um sermão por minha causa e eu não estava acreditando nas coisas que meu pai havia dito. Eu poderia ser uma assassina. Eu poderia realmente arrancar a cabeça de alguém se quisesse. Eu era uma vampira, afinal de contas, e me defenderia se me sentisse ameaçada. Era mais que impressionante. Meu pai sabia de tudo sem ao menos estar lá. Ninguém precisou contar nada a ele. Ele sabia até o que eu estava sentido na hora. E era exatamente aquilo. Eu estava pronta para arrancar a cabeça daquela mulher se assim precisasse. Mas essa fúria era algo escondido em mim, que nem eu mesma conhecia direito.

Todos haviam ficado num completo silencio. Jasper agora estava olhando para nós, preparado caso houvesse que intervir. Ele estava deixando tudo acontecer naturalmente e só se tivesse mesmo necessidade, viria nos tranquilizar.

Alice finalmente resolveu dizer alguma coisa.

– Sinto muito por tudo isso, Edward. Não se preocupe, pois isso nunca mais vai acontecer.

– Só quero que você entenda que falei isso para o bem de todos, Alice. Principalmente de Renesmee. – respondeu ele.

Compreendo! – disse ela, e então olhou para mim: - Desculpe minha querida! Não vou lhe colocar em situações como essa mais, está bem? Não fique brava comigo.

– Quanto a isso, você não precisa se preocupar, tia. Eu jamais ficaria brava com você.

Ela veio me dar um abraço firme. Não queria que meu pai tivesse chamado-lhe a atenção. Ela não merecia. Apesar de ser tão exagerada assim, Alice tinha um enorme coração e era bondosa, e eu a amava. Qualquer coisa para vê-la feliz.

Minha mãe estava em completo silencio. Apenas tinha ouvido e observado tudo. Estava esperando o momento em que ela iria mandar um sermão para cima de Alice também.

– Resnesmee, talvez você precise se alimentar. – disse meu pai mudando completamente de assunto.

Concordo plenamente com seu pai, Renesmee. A quantos dias você não caça? – minha mãe me perguntou.

– 3 dias. – eu respondi.

Passou tempo demais. Parabéns pelo seu alto controle, minha filha! Mas chega disso! Você não vai sobreviver só com essa comida humana. Sabe disso não é? – minha mãe disse vindo para o meu lado. Seus olhos cor de púrpura, sugeriram que ela também estava com sede e também precisava caçar. Desde que nasci, meus pais me acompanhavam nessa hora.

– Eu estou bem, mãe. Falo serio. – eu disse sinceramente. Acho que havia me alimentado somente de espaguete nesses três dias em que não caçara, e isso não estava me fazendo mal. Mas ela tinha razão. Eu precisava me fortalecer com meu principal alimento.

Sua mãe está certa. Vamos caçar logo mais a noite, está bem?- meu pai disse me lançando um pequeno sorriso.

Está bem, pai. – eu disse sorrindo também.

Em seguida todos continuaram com suas atividades posteriores. Após toda aquela conversar com relação ao meu alto controle, minha mãe e minha avó que pouco falaram, voltaram para terminar de cuidar da horta. Minha mãe tinha uma paciência e tanto. Depois de tudo que meu pai me contara sobre minha mãe durante sua vida humana, eu duvidaria que aquela era a Bella. Com paciência para uma atividade tão calma e chata.

Meu pai passou um tempo olhando minha mãe e minha avó em sua diversão silenciosa, enquanto tio Jasper ia atrás de Alice, que havia saído meio chateada depois de toda aquela conversa. Decidi que iria procurá-la mais tarde, para deixar claro que não estava chateada com ela.

Fui passar um tempo com tio Emmett o acompanhando no vídeo game. Eu adorava passar aquele tempo com ele. Tia Rosalie e vovô Carlisle, haviam ido até Seattle fazer umas compras domesticas, e provavelmente voltariam pela madrugada.

Estava presa, perdida num mundo digital, quando ouvi algo parecido com um uivo a alguns quilômetros de distância dali. Eu sabia que alguém ali no meio da floresta estava me chamando, e pelo tom urgente, eu não poderia demorar.

Eu sorri só de pensar de quem se tratava.

Lembrei de minha mãe, na época em que ainda era uma simples humana. Muitas historias foram contadas a respeito da amizade entre aquelas duas pessoas, e talvez eu revivesse na pele aquele conto.

O lobo enorme estava lá fora, me chamando.



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Notas finais do capítulo

E então gente? Pessimo? Mais ou menos?
Quero saber o que acharam, ok?
Desculpe por não ser uma Stephenie Meyer da vida. Jamais terei essa mente brilhante e perfeita.
Beijo grande!