Surpresa Para A Mamãe escrita por Creatività


Capítulo 1
Aventura na cozinha


Notas iniciais do capítulo

Depois de resolver um caso leve na madrugada de Las Vegas, Sara volta para casa pontualmente às 5 da manhã. Era seu aniversário...
...Deus!! Se era isso o que um homem, um menininho e um cachorro podiam fazer com uma cozinha, imagine o que fariam com o resto da casa.



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Depois de resolver um caso leve na madrugada de Las Vegas, Sara volta para casa pontualmente às 5 da manhã. Era seu aniversário e queria mais era passar o dia com o marido e o filho. Teria a noite de folga para aproveitar. Fazia só duas semanas que voltara a trabalhar no turno da noite e sabia o quanto o menino estava tendo dificuldades para se habituar à mudança. Esses dois dias seriam uma recompensa pelos esforços de Grissom e pela saudade de Gil.
Abriu a porta devagarzinho por medo de acordar Gil que deveria estar dormindo, ascendeu á luz e foi em direção ao sofá que ficava de costas para porta (por conta da ultima peripécia do garoto que outro dia eu retrato).
Mas nada a preparou para a cena que presenciou por chegar mais cedo em casa:
Grissom deitado no sofá com Gil deitado de bruços em seu peito e Hank na ponta inferior com a cabeça no braço do sofá. O rosto do pequeno coberto de farinha, creme, caramelo e alguns confeitos grudados nas bochechas. Grissom era a imagem do papai Noel de barba curta, sujo de farinha até nos cabelos. Hank tinha confeitos nos pelos e chocolate nas bochechas largas e patas sujas de caramelo. O pijama do menino havia mudado de cor literalmente, a blusa de dormir de Grissom deveria ser cinza, ou era marrom? Não, talvez preta.
As pegadas vinham da cozinha em direção ao sofá. Fez o caminho contrario delas para saber o que a esperava na cozinha. Deus!! Se era isso o que um homem, um menininho e um cachorro podiam fazer com uma cozinha, imagine o que fariam com o resto da casa.

Seus olhos percorreram as portas dos armários repletas de uma gosma que deveria ser caramelo, o piso estava coberto de farinha confeitos, coberturas, chocolate e Deus sabia o que mais. Uma pilha de panelas, formas, vasilhames, recipientes e outros apetrechos sujos.

Sujos?

Era bondade, estavam imundos. Tudo bem que Sara não ligasse muito para essa coisa de apego aos utensílios domésticos mas precisava quebrar a tigela verde decorada de arabescos que comprara na sua lua de mel na França?

Notou a “farmácia” em cima do balcão, “Será que ágüem se machucou?” esse pensamento a assustou, mas logo passou quando percebeu que havia uma cápsula de relaxante muscular aberta e um spray para dor.

“Alguém se machucou mesmo”, concluiu.

Seus olhos se detiveram na mesa. O que viu ali apagou toda a imagem de destruição que havia fixado em céu cérebro.

***************************************

Grissom olhava atentamente à receita em sua frente. Gil, da mesma forma que o pai, também colocou a mão no queixo e olhou para o papel na mesa.
Era lógico que Grissom sabia cozinhar, ele viveu sozinho tempo demais para saber se virar. O que tinha de difícil em bater as claras ao ponto de neve? Bem, depende a que ponto da neve a receita estava se referindo: Flocos leves, moderados ou mais pesados?

“Filho, será que tem algum equipamento para separar as claras das gemas?”

Gil pronunciou algum som característicos de criança, Hanck latiu também em resposta.

“Vamos lá, estão na mesa todos os ingredientes, não deve ser difícil manusear uma batedeira.”

Gil choramingou no cadeirão dando os bracinhos para que Grissom o pegasse.

“Mas se o papai te pegar vai ser difícil fazer o bolo de aniversario da mamãe.”

Gil aumentou o chorinho e o pai não pode resistir. Pegou o pequeno e o colocou em cima da mesa ampla da cozinha, entre o balcão e a parede para que não houvesse risco de queda.

“Que tal esse chapéu de mestre cuca no papai?”

Gil fez uma careta divertida sorrindo.

“Mim tamem papai.”

“Você quer um chapéu de mestre cuca também?”

“Mim papai, falou apontando para a própria cabeça, au-au tamem papai.”

“Mas não vai caber na cabeça do Hanck filho. Vou te dar um e pro au-au dou depois.”

“Eu me lembro como a minha mãe fazia, vou começar pelos ovos.”

Grissom entretido na sua tarefa de quebrar os ovos cuidadosamente para separar gemas e claras, não percebeu que a medida que colocava as gemas numa tigela Gil as pegava e jogava no chão, sempre imitando os gestos do pai. Partes separadas, era hora de ligar a batedeira e descobrir como era esse tal ponto de neve. Enquanto a batedeira trabalhava, seguiu o próximo passo da receita: misturar manteiga e açúcar.

“Vamos precisar de uma balança. Gil dá essa colher pro papai.”

“Não papai, essa é meu!” protestou veemente.

“Só um pouco, eu te devolvo.”

“Olha papai!!! Olha!!!” Os gritinhos animados do garoto apontando para a batedeira derramando as claras fez Grissom perceber que não ajustara a velocidade. Correu depressa com a tigela da farinha na mão, mas em uma fração de segundos sentiu o chão nas suas costas e uma chuva de farinha de trigo pintar o ambiente de branco.

Abafou um gemido de dor. Gil desatou a rir descontroladamente achando que a queda era mais uma gracinha que o pai estava fazendo para animá-lo.

No chão, com o rosto coberto de farinha, Grissom sentia uma dor enorme e uma vontade de rir da própria desgraça junto com o filho. Esboçou o que parecia ser um sorriso e segurou na ponta da mesa para se levantar.

“O que é isso?” Pegou na coisa pegajosa que causou sua queda. “Ovo. GILBERT SIDLE GRISSOM!!!”

As risadas do pequeno aumentaram de tal forma que ele chegou a soluçar. Não tinha nada mais encantador do que a risada espontânea de uma criança, mesmo que essa criança seja responsável pelo seu quase óbito.

“Seu pequeno malandrinho! Você faz isso pra eu não brigar com você!” Quando finalmente levantou e olhou para o menino, foi a vez do pai desatar em risos. Gil estava também coberto de farinha e com as mãos grudentas de pegar nas gemas dos ovos.

“As claras!!!” era tarde. Uma nuvem havia se formado ao redor da batedeira sujando tudo.

“Pelo menos temos o resto que ficou dentro”

Por segurança desligou a batedeira e colocou o outro vasilhame que estava com a manteiga e o açúcar. Ligou o aparelho no maximo e marcou o tempo que levaria esse processo.

“Agora vamos fazer o recheio e a cobertura”


Juntou os ingredientes para fazer a calda de chocolate e foi colocá-los no microondas. Estava indo tudo bem até que Gil abriu o pote de caramelo e com uma colher espalhou pelo seu corpo e rosto, com Hanck aproveitando para lamber o menino.

“Hank sai daí!! Giiiiil! Não!!!”

O garoto se assustou com o grito e lançou a colher no ar que foi parar justamente no meio dos batedores da batedeira.
O estrondo da maquina quebrando fez o menino chorar. O pai não sabia se desligava a batedeira para evitar um acidente maior ou se acalentava o menino que chorava muito.

“Droga! Não chora filho.Olha, pega outra colher pega.”

O menino gostou da ideia e diminuiu as lagrimas ao pegar outra colher.

“Papai, posso da pro au-au?”

Grissom, distraído tentando destravar a batedeira limitou-se a dizer “Pode”.


Foi uma tarefa árdua mas a colher saiu. Tentou ligar outra vez mas a batedeira chegara mesmo ao fim de sua vida útil. Agora sim estava desorientado. Eis que uma luz brilha no fim do túnel:

“Catherine.”

Pegou o celular e ligou para a mulher que sempre fora sua amiga e cúmplice.

“Willows.”

“Cath, sou eu, Grissom.”

“Oi Gil, com esta tudo bem? Não esta conseguindo falar com a Sara?”

“Cath, esta tudo bem. Não diz nada pra Sara, estou com um problema, será que você pode me ajudar?”

“Estou às suas ordens.”



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem de mais essa historia...