Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 8
Capítulo - The Threat




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/234344/chapter/8

Eileen continuou a amassar a espessa massa de trigo, era final de tarde e como de costume já preparava a massa do pão, levantou os olhos e viu que Cole se inclinava sobre o batente da porta como se quisesse lhe confidenciar algo. O velho criado havia lhe contado sobre os murmúrios na vila a respeito do casamento do Lord Oliver Mclachlan e a jovem filha de camponeses.

-Mas vou lhe confidenciar quem está espalhando os boatos. - a voz do velho mouro saiu como em um sussurro enquanto seus olhos percorriam toda a dimensão da cozinha - Marie, aquela filha do cão.

Naquele momento constatava que seus piores receios se concretizavam.

Duvidava daquela boa vontade, logo vindo de uma praticante de feitiçaria e uma promiscua como Marie. Eileen parou de amassar e o encarou de profundamente, era como se já soubesse que aconteceria.

-Aquela, promiscua. - rosnou.

Naquele exato momento que Eileen pronunciou aquelas palavras, Oliver adentrou a cozinha e a encarou curioso para saber quem deixara a moura com uma expressão tão raivosa, Cole afastou-se cabisbaixo.

- Quem lhe fez mal, Eileen para dizer tais palavras afiadas? -  quis saber.

Ela não conseguiu encará-lo. Como iria dizer a seu senhor que estava sendo enganado por uma prostituta igual a Marie, a expressão de Oliver parecia impaciente para ouvir a resposta. Ele tossiu e ela se deu conta de que ele desejava a resposta para aquela pergunta, como leal criada deveria anunciar a difamação por parte de Marie.

- Ora, estamos falando da bruxa Marie, ela é uma pessoa má. Santa Mãe de Deus, nos guarde de suas garras cheias de venenos do cão. - pronunciou pausadamente.

Oliver a observou boquiaberto sabia que a fama da jovem curandeira não era tão acamada como dentre outras jovens do vilarejo, mas aquela forma de descrevê-la o deixou incomodado.

- Olhe como fala das pessoas, Eileen. - repreendeu-a  - Marie é uma boa pessoa, e não me tem feito mal algum, pelo contrario está nos ajudando e se continuar a dizer tais coisas terei que tomar medidas severas - anunciou.

A moura abaixou os olhos, não desejava contrariar seu senhor, Oliver simplesmente saiu. Sem bater a porta e sem gestos grosseiros. Apenas saiu, não desejava criar outra situação complicada. Cole permaneceu inerte na porta com a boca fechada, poderia ter ajudado Eileen e dizer com as mesmas palavras que ouvira da bocas de alguns aldeões.

- Sua ajuda foi de muita valia, Cole. - resmungou Eileen.

O mouro ergueu seus olhos na direção de Eileen que continha uma expressão de zangada em seu rosto, mas ele sabia os riscos que estaria correndo se contrariasse o dono da casa, poderia tomar uma surra de criar bicho, por mais que sabia Oliver continha um coração bondoso o que diferenciava o dos demais Mclachlan.

Eileen voltou sua atenção para a massa que estava ficando pastosa.

-Mas tu tens o dever de avisá-lo, pois fiquei sabendo também que o porco rechonchudo do Lord Gavin irá desfazer o contrato das terras com lorde Oliver.

Desviou a vista daqueles olhos negros e gelados que descansavam sobre ela. Diante daquele aviso tão importante, achava impossível ficar calada, mas tinha recebido ordens para se calar sobre os assuntos de interesse de seu senhorio.

-Não posso fazer nada. Acaso é surdo, Cole. - anunciou desviando seus olhos para o canto – Lord Oliver não deseja saber de simples múrmuros.

Cole deu alguns passos aproximando-se de Eileen.

-Mas eu ouvi com esses dois ouvidos que há terra a de comer, temos que avisar lord do perigo. – grunhiu.

Eileen continuou a mexer na massa tentando não ouvir as palavras de Cole, continuou olhando-a com o rosto inexpressivo, e ele estalou a língua de impaciência. Ela temia as conseqüências, mas ainda tinha obrigações com lorde Oliver.

-Então peça para a jovem Amy abrir os olhos do lorde. – pediu.

Eileen parou e o encarou de forma crítica. Como poderia pedir a uma pobre coitada que estava quase no mesmo patamar que eles? Era evidente que Oliver não iria ouvi-la também. A moura o mirou com os olhos semicerrados e deixou que falasse. Depois, muito calmamente, concordou com um gesto com a cabeça.

- Mas não irá dar em nada,  lord Oliver é turrão igual o seu falecido pai. – resmungou.

Era a imaginação dele ou havia uma pontinha de crítica ali?

- Acho melhor contar para a menina. – disse Cole enquanto retorcia o chapeu entre as mãos.

Assim que virou se na direção da porta, deparou-se com a jovem Amy inerte na porta observando os, o rosto de Cole perdeu se a cor de forma brusca. Ela deu uma espiada naquele rosto um tanto curiosa para saber sobre o que eles falavam.

- Menina devia estar deitada. – grunhiu Eileen largando a massa.

Amy mostrou-lhe um sorriso pálido, sabia que não estava forte o bastante para levantar-se da cama, mas la estava ela inerte na porta com uma expressão abatida.

-Do que tanto falam? – quis saber.

Eileen segurou de leve no braço frágil da jovem e a conduziu até a imensa mesa de madeira de carvalho, Cole rapidamente pegou um copo de água.

- Estávamos falando da bruxa e como ela esta fazendo mal para o Lord.

Os olhos de Amy fixaram se no velho criado, estava confusa, mas afinal quem seria a tal bruxa que ele estava falando.

-B-Bruxa, mas elas não existem. – anunciou de forma calma.

Eileen e Cole se entreolharam.

-Menina, ele esta se referindo a uma curandeira do vilarejo. – disse Eileen.

A incredulidade estava estampada no rosto pálido de Amy, não estava acreditando que eles acreditassem que uma simples curandeira fosse uma bruxa ou coisa parecida. Eileen com um gesto ordenou que Cole permanecesse na porta para certificar que ninguém alem deles estavam ouvindo a conversa, principalmente o Lord.

Eileen tentou dizer em palavras simples para que a jovem entendesse que os negócios dos Mclachlan estavam em risco, mesmo ela não tendo direito de se intrometer na vida particular de Oliver.

-Então deve ir la avisá-lo Eileen, pois não irá acreditar em minhas palavras. – disse.

Amy observou confusa, temeu ter aquela responsabilidade, era arriscado, mas um dever. A jovem se levantou com a ajuda da moura e caminhou na direção do salão central.

Mas, quando abriu a porta da frente, sentiu o aroma da locação pós barba de Oliver, seu coração acelerou dentro do peito. Ele parou por um instante, estava bem vestido e com pressa nos passos para sua reunião com lord Gavin.

Limitou-se a observá-la.

-Deseja alguma coisa? – perguntou de forma seca.

Amy sentiu sua garganta secar rapidamente abaixou seus olhos na direção do piso. Essa atitude a surpreendia e a deixava com receios, ele praticamente perfeito de todas as formas.

Ela balançou a cabeça de forma clara que não havia nada a pedir, levantou seus olhos na direção de Oliver que fez uma careta e continuou seu caminho. Se Cole estivesse certo das tramas de Marie o contrato de Oliver estava correndo riscos.




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Agradecemos a leitora mclean pela linda recomendação que ela deixou nessa fic.
Obrigada flor, ficamos muito felizes ao lê-la.
Beijinhos