Imponente Carvalho escrita por Lúcia Hill


Capítulo 4
Capítulo - Punishment, for their Disobedience.


Notas iniciais do capítulo

Depois de um jantar pouco agradável aos olhos do Lorde Oliver, suas severas ordens devem ser aplicadas.



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Assim que acabara de se despedir dos visitantes, um silêncio envolveu o salão e permitiu ouvir os passos que se aproximavam. Voltou-se e viu a jovem para próxima a porta cabisbaixa aguardando sua autorização para ir se deitar esperava suas palavras.

A velha moura chegou à prateleira quando Oliver começou a perder a paciência. Ao menos seu rosto não registrou horror quando seus olhos se encontraram embora pudesse ver que entrecerrara os olhos e controlava sua reação.

As muitas horas passadas anunciaram que o jantar havia sido uma péssima idéia. Ele cruzou os braços sobre o peito e a encarou de forma raivosa e profunda.

-Devo lhe agradecer pelo desfecho maldito desse jantar, deveras ter visto teus olhares com o daquele maldito velho. - vociferou trincando os dentes.

 Como o salão estava em silêncio, Oliver ouviu suas palavras ressoarem no ar que os rodeava. Estava perto o bastante dela para ouvir seu resmungo e ver que ficava tensa pelo insulto. Na realidade, ela o importava menos que o último de seus cavalos, e tinha prestado mais atenção às qualidades e o potencial físico de seus cavalos.

Uma esposa que não teria o dever de se deitar com ele  lhe saciando seus desejos primitivos. Para ele, sua palavra era firme e fiel como tinha feito com o velho Morgan, Oliver ainda preferia pagar pelo prazer quando fosse necessário, a ver o horror nos olhos de uma mulher que mal conhecia e estava ali apenas para que ele perdoasse divida de seu pai. 

Lord Oliver sentiu um desejo tão forte que quase lhe partiu em dois a alma e o coração. Nesse segundo se tornou impossível respirar. Moveu a cabeça para clarear a mente e então o envolveu outro sentimento que lhe recordava seu verdadeiro objetivo.

Raiva dos olhares trocados, não poderia negar que estava sendo dominado pelo maldito sentimento de ciúmes, mas a fúria em sua forma mais potente, isso lhe permitiu recuperar o controle e apagar qualquer indício de compaixão que pudesse ter sentido por ela. 

- Deveras dizer essas mesmas palavras ao seu convidado, milorde. - pela primeira vez a jovem retrucou as ofensas vinda de Oliver.

Houve uma pausa antes que Oliver respondesse a afronta vinda da jovem que permaneceu inerte em sua frente encarando-o com seus enormes e amendoados olhos de um modo desafiador.

- Retire essas malditas palavras agora. - ordenou socando a mesa de madeira com toda sua força.

Por um momento Amy sobressaltou com o barulho proporcionado pelo impacto, era notável a tremulidade de suas mãos que se uniam para tentar tomar o autocontrole, seus olhos permaneceram fixos no Lorde que fungava de raiva pela afronta.

- Não posso retirá-las, não sou uma qualquer que aceita tais ofensas como essas. - disse tremula.

Oliver caminhou com passos rígidos na direção da jovem que parecia uma estátua com o medo estampado em seu delicado rosto, a jovem sacudiu a cabeça para limpar a mente e concentrar-se em suas intenções de não retirar suas palavras, sabia o quanto as ordens do Lord eram rígidas, mas ela não estava disposta a segui-as naquele momento.

-Devo lhe dar uma surra como faço com os criados, para aprender a ser submissa, sua avarenta. - anunciou entre os dentes.

Ela permaneceu imóvel, mas só por um segundo enganoso. Logo se virou quando ele avançava para ela. Oliver esteve a ponto de agarrá-la quando ela derrubou uma mesinha com uma jarra e taças. Conseguiu sujeitá-la pelos ombros e impedir que fizesse mais dano, mas ela começou a chorar assim que a tocou. Era um som lastimoso que ele odiava ter que ouvir e um momento depois, ela caiu ao chão. 

-É seu maldito lugar, não passa de uma criada nessa casa, está me entendendo? Pra mim não tem valia a mais que a dos mouros que tem o dever de limpar o chão de seus senhores há séculos. - grunhiu com o dedo apontando na direção dela.

Rapidamente ele se virou na direção da porta principal do salão de jantar quando notou os olhares aterrorizados dos criados próximos á porta, por um minuto de loucura não tinha pressentido a presença deles no local, mas não temia-os ali, eram como ratos que se apenas balançasse a vassoura os espantavam.

- É por isso que és conhecido como Lord do coração de Aço, deve desculpar minhas verdades, mas nunca saberá o que é ter um coração de verdade, seu patife sem piedade. - grunhiu entre os soluços do choro.

Oliver sentiu suas veias arderem, caminhou de forma brusca na direção da porta e com apenas um empurrão brusco fechou a imensa porta e madeira, voltou-se na direção da jovem que ainda permanecia no chão inerte com os olhos rasos de água que o fitavam.

-Vou lhe ensinar tais palavras de afronta, seu verme aproveitador. - disse retirando a cinta que segurava suas calças.

Amy rastejou até a parede com os olhos arregalados começou a temê-lo naquele instante. Estava prestes a levar uma surra de um desconhecido por apenas dizer a mais pura verdade para defender sua honra, os passos do Lord eram como marchas rígidas em sua direção.

A jovem levantou-se com dificuldade pois havia machucado sua perna ao cair próxima a mesa.

- Aproveite e me amarre no tronco, pois não passo de uma escrava sem voz em suas propriedades. - grunhiu.

Ódio lhe subiu pelas veias ao ouvir aquelas palavras e o Lord avançou contra Amy erguendo a cinta pronta para golpear-lhe a pele alva e imaculada quando de repente sentiu que alguém segurava-lhe o pulso antes que o couro chegasse a tocá-la.

Os olhos desviaram-se da face assustada da jovem para encontrar a de Eileen.

- Por favor, milorde! Não! - implorou a moura apiedando-se da pobre menina que certamente não estava acostumada a apanhar de conta, principalmente de um homem a quem mal conhecia.

Naquele momento Amy sentiu que não poderia mais permanecer naquela casa a qual odiava com todas as suas forças. Correu na direção da porta de entrada que estava apenas encostada e saiu dali o mais rápido que pôde ignorando a dor que sentia devido ao ferimento.

Tudo o que ela pensava era que não poderia voltar, pois temia o que Oliver pudesse lhe fazer. Nunca mais colocaria os pés naquela casa e por isso precisava fugir para qualquer outro lugar.

Avistou os Bosques de Carvalhos da imensa propriedade e se embrenhou entre eles.

Já havia anoitecido e por isso seria difícil encontrá-la, a noite estava escura e Amy sentia o vento frio batendo contra seu rosto enquanto corria o máximo que podia pelo que lhe pareceram horas até o momento em que o cansaço, a sede e a dor em seu ferimento falaram mais altos.

Só então que se viu no meio daquele imenso bosque, sozinha, na escuridão e com medo dos animais que se escondiam por ali. Sentou-se em uma imensa pedra que havia perto de um córrego e ergueu um pouco a saia para ver como estava seu ferimento.

Uma vez que havia passado a tensão do momento da fuga, pensamentos vieram em sua mente como em um turbilhão:

Agora que fugi, será que o Lord do coração de aço irá cobrar a dívida de papai? O que será de minha família? E Eileen, será castigada por tentar me ajudar e me defender das mãos daquele Lord? Eu deveria ter ficado calada? Tentado ajudar Eileen?”

Torturava-se mentalmente enquanto olhava para o ferimento que parecia mais grave do que pensara, havia um imenso corte aberto ali que sangrava. Lavou-o com a água do rio e rasgou um pedaço da anágua para improvisar um curativo. Conforme as horas passavam, sentiu o peso de seu cansaço aumentando e adormeceu ali na beira do rio.


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Notas finais do capítulo

Boa Leitura!