Ambos caminharam na direção da imensa escadaria do casarão, a jovem seguia calada atrás de seu marido cercada de um silencio mortal, cada passo que Amy dava parecia lhe uma eternidade, suas mãos tremiam e suavam, só de pensar em estar sozinha com ele.

Assis que Oliver chegou ao topo da escadaria aguardou sua esposa que caminhava cabisbaixa desviando seus olhos para um canto vazio dos degraus. De forma gentil ele estendeu sua mão esquerda na direção dela, pois para o clã dos Mclachlan o gesto significava sorte.

- Senhores e senhoras um minuto da atenção de vocês. – pediu Oliver enquanto segurava a delicada mão de Amy Morgan – Os tenho como testemunhas do sucesso da nossa união. Aproveitem a festa. – disse por fim.

Amy corou.

Uma saraivada de aplausos empolgados abençoou a união. Assim que o casal desapareceu, ela tratou de se soltar da mão poderosa de Oliver. Ele olhou para Amy, que corou e baixou o olhar. Maldição. Mal sabia que o destino iria arranjar as coisas ambos estarem naquela posição, de um simples contrato firmado apenas por bocas sem testemunhas acabou sendo selado diante de Deus e a nata da sociedade.

Quem teria imaginado?

Um pensamento horrível passou pela cabeça da jovem naquele momento fazendo sua pele se arrepiar por inteira. Lord Oliver continuou seu trajeto na direção do quarto deixando a em pânico.

Quando chegaram ao quarto, ela sentiu seu coração parar, suas pernas ficaram moles parecia não conseguir conter o medo que roia seus ossos, seus olhos se arregalaram enquanto seus pulmões doíam pela falta de oxigênio.

Oliver abriu a porta e deu lhe espaço para adentrar ao quarto novo do casal, era imenso e bem decorado. Parecia estar sem ocupantes há tempos. Respirou profundamente e caminhou na direção da cama, sem pestanejar ele fechou a porta robusta trás de si. O quarto tinha uma cama imensa toda talhada no carvalho com o emblema dos Mclachlan na cabeceira, uma mesa mediana ao lado dela com um jarro e bacia, algumas toalhas e panos, uma cadeira, sem braços ao lado pela janela, e um guarda-roupa contra a parede. O quarto cheirava a almíscar.

Tentando não se mover e não deixar seu coração bater muito forte, Amy fechou os olhos e segurou o terço contra o peito. Sabia que não teria outra saída, Oliver a faria uma mulher de verdade naquela noite.

Assim que abriu os olhos deparou-se com os olhos azuis do Lord Mclachlan petrificados sobre ela. Amy tentou se afastar para longe dele, mas acabou tropeçando por causa do quão rápido ela se moveu. Os olhos de Oliver estreitaram, estava sozinho nesse impulso carnal, pois já tinha uma vida sexual ativa.

-Não precisa ficar com medo. – disse

Amy recuou.

- Pode até ter o direito carnal sobre meu corpo, mas não irá controlar minhas emoções, milorde. – grunhiu.

Oliver segurou um riso.

- Farei o que me for conveniente, pois agora é minha esposa de verdade e não mais de fingimento. – disse.

As bochechas de Amy ficaram rubras, por um segundo olhou dentro dos olhos frios de Oliver. Como podia estar ironizando a naquele momento?

- Como lhe disse, pode ter o controle sobre meu corpo. – pausou tentando recuperar o fôlego, mas logo prosseguiu – Não terá o controle do meu coração, o único sentimento que lhe tenho é repulsas e nada mais.

Ele caminhou na direção de um banquinho estofado próximo a escrivaninha. Afastou os joelhos, mantendo sua pose de autoritário.

- Em um casamento apenas o contato físico é o que conta. – disse de forma áspera – Não ligo para sentimentos, apenas para meus desejos carnais.

Aquelas palavras deixaram a jovem chocada, pois imaginava que ele cultivava algum sentimento por ela, já que fora lhe implorar para que se casasse com ela.

- Como pode dizer tais palavras? Não sou um pedaço de papel, tenho sentimentos. – grunhiu contendo as lagrimas.

Era evidente o espanto nos olhos claros da jovem, sua única utilidade era produzia herdeiros.

- Sentimentos? Não me venha dizer tal palavra, pois Lord Gavin me informou de suas intenções. – justificou.

Amy desviou seus olhos para um canto. O ressentimento venceu as palavras deixando-a muda. Iria provar para Oliver que era tão pura quanto seus pensamentos.

Ele arqueou a sobrancelha.

- Vá se aprontar. – ordenou.

As palavras de Oliver de repente tornaram-se mais uma ordem, a jovem virou se lentamente e começou a se despir, Amy deu de ombros, e seu vestido deslizou sobre eles. Foi um movimento lento. Ela virou-se e saiu de seu vestido em um movimento suave e gracioso.  A seda deslizou centímetro por centímetro para revelar o tecido de sua camisola. Seus olhos estavam semicerrados, os cílios velando os seus pensamentos mais profundos.

Ela levantou a mão e começou a puxar lentamente sua luva, um dedo de cada vez. Amy descobriu que suas mãos tremiam. Sem se dar conta no prazer que cintilava nos olhos de Oliver.

Ele observava a com absoluta devoção.

Sua pele era perfeita e levemente acentuada com pó. Seus lábios eram pintados com um tom vermelho, nada muito chamativo. Ele parecia hipnotizado pela jovem, sentiu uma onda de calor se espalhar ao longo de sua pele, se surpreendeu com aquela sensação nova.

Amy Morgan lhe causava arrepios prazerosos.

A visão enviou uma onda de prazer por suas costas. Deveria ter repelido aquela sensação, mas parecia estar aprisionado pela inocência que emanava de sua jovem esposa. Ao longo de seus 35 anos nunca sentira  sensações como aquelas, nem mesmo com as melhores cortesãs de Londres.

Ele quase engasgou, mas pressionou uma mão sobre a boca para permanecer em silêncio. A rigidez de seu membro contra sua calça já era visível. Esse sentimento provocava pequenas ondas ao longo de seu membro fazendo o pulsar de forma violenta. Oliver apertou as bordas do banquinho tentando evitar uma ejaculação precoce, assim que levantou seus olhos deparou-se com um olhar de espanto da parte da jovem.

A respiração congelou no peito dela e ela mordeu o lábio inferior, suspenso entre o choque e emoção. Mesmo com medo caminhou na direção da imensa cama cabisbaixa tentando desviar seus olhos para um canto.