The Boy With The Thorn In His Side escrita por KingTrick


Capítulo 10
Capítulo 9




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Acordei com Brendon ainda agarrado a mim, sorrindo. Os olhos dele brilhavam e eu senti meu coração fugir do ritmo. Desfizemos o abraço e fomos os dois para o banheiro. Brendon entrou no chuveiro enquanto eu escovava os dentes. Perguntei-me se Pete e Patrick já tinham acordado.

Tomei meu banho depois que ele saiu, vestindo uma camiseta antiga e bermuda, e só voltei a encontrá-lo no quarto, as mãos passeando pelas roupas do guarda-roupa. Algumas eram minhas, outras dele, e estava tudo junto agora. 

- O que foi? - Ele pegou uma camiseta branca e retirou o cabine, colocando-o de volta.

- Nada, estou só pensando - A água escorria pelo peito dele até a toalha amarrada na cintura e eu simplesmente não conseguia parar de olhar.

- Você sempre está pensando.

- Hm - Ele colocou a camisa no corpo e andou até a outra extremidade do quarto para abrir uma de suas malas. Depois, tirou uma cueca box e desprendeu a toalha do corpo.

Desviei o olhar na hora. Não que eu já não o tivesse visto nu, é que eu não gosto de invadir o espaço das pessoas. Ele riu.

- Olha... - Ele veio até mim, já vestido, sentando-se ao meu lado na cama - Ainda está chateado por ontem?

- Não muito - Cheguei mais perto dele e apoiei minha cabeça em seu ombro.- Ótimo. Então, o que quer eu faça pra você hoje?

- Só, liberte sua imaginação. Mas não agora.

- Por quê? Tem algum compromisso?

- Tenho que terminar meu livro. Faltam 20 dias para o fim do mês, e eu preciso dele pronto até lá.

- Certo, então - Ele fez biquinho - Tudo bem.

- Não fique assim. Vá sair com Patrick, sei que ele vai ser uma ótima companhia.

Ele pressionou um beijo em meus lábios e saiu do quarto, ajeitando o cinto da calça. Peguei meu laptop e o abri. Faltava muito pouco agora. Meus dedos voavam pelo teclado com o mínimo impulso do me cérebro enquanto as palavras surgiam em minha mente. De vez em quando, coisas aleatórias me distraiam. Na maioria, eram apenas lembranças dos dias anteriores e Brendon. Mas, quando eu voltava a olhar para a tela do computador, era Butch que ocupava minha mente. Eu me sentia culpado por tudo aquilo; não achava justo ter colocado Patrick nessa situação comigo. E Pete. E agora, Brendon. Todos a minha volta estavam comprometidos, amarrados junto à mim. Tudo era culpa minha...

- Ryan?

As lágrimas já percorriam o meu rosto quando percebo Patrick de frente para mim. Ele estava calmo, mas seu rosto mostrava preocupação. 

- Sim? - Enxuguei as lágrimas com as costas das mãos e respirei fundo.

- Você está bem?

- Mais ou menos...

- Quer um abraço? Ou alguma coisa... Já comeu hoje?

- Não, estou bem. 

- Hm - Ele me olhou de cima a baixo para ter certeza - É... Pete e eu estávamos pensando em dar um pulo no Giannini hoje, que tal? 

- Ele quer ouvir Brendon cantar?

- Também. Então?

- Claro. Que horas?

- Daqui há uma hora, na verdade.

- Não! Ainda é de dia e-

- Ryan, eu vim aqui há quatro horas atrás e você estava teclando com o computador sem bateria. Não me venha com essa.

- Eu... - Tentei ligar o computador e percebi que ele tinha razão - Eu não vi o tempo passar. Desculpa.

- Tudo bem. Só, vai se arrumar.

- OK.

Patrick saiu do quarto e eu corri para o guarda-roupa. Escolhi uma camiseta listrada vermelha e branca e jeans claros e tomei outro banho. Quando saí do quarto, estava vinte minutos adiantado.

- Oi... - Pete, Patrick e Brendon estavam assistindo TV, Brendon sentado no chão com Boris, Pete com o braço em volta de Patrick. Todos olharam para mim. Brendon sorriu.

- Vamos, então? - Brendon levantou com um pulo, agarrando minha mão e correndo até a porta. 

Caminhamos até o restaurante mesmo. Pete e Patrick iam na frente, abraçados pela cintura, e Brendon e eu atrás, de mãos dadas. Eu olhava para ele e ele sorria, sem-graça, apertando mais minha mão na dele. A mão estava quente e tinha uma textura áspera, talvez de tanto tocar aquele violão.

Ghegamos ao Giannini alguns minutos depois. Pegamos uma mesa perto do palco e Brendon se separou de nós para falar com os coordenadores dos shows. Pouco depois, Jon apareceu, olheiras escuras embaixo dos olhos.

- Como posso servi-los hoje, senhores? - A voz dele estava falhada, como se tivesse chorado, e sua mente estava distante.

- O que houve com você, rapaz? - Patrick perguntou, como o grande pai que é.

- Nada, senhor...

- Fale.

- Tá... - Não sei como ele consegue arrancar confissões assim tão fácil das pessoas. É impossível! - É que meu amigo morreu anteontem...

- E o que você está fazendo aqui? - O tom da voz dele se atenuou.

- É meu último dia, na verdade. Fico até às 10.

- Qual era o nome do seu amigo? - Pergunto sem perceber. Ele me olhou tenso e respirou fundo.

- S-spencer Smith...

Sinto o mundo parar no segundo que ouço o nome dele. Uma dor enorme atravessa o meu peito e eu não consigo segurar as lágrimas. Jon sorri para mim, entendendo meu sentimento. Spencer não era meu amigo íntimo, mas eu tinha muita consideração por ele. Não conseguia acreditar.

Ficamos em silêncio por algum tempo, até que Jon foi embora. Patrick me lançou um olhar de compaixão. Enxuguei as lágrimas e respirei fundo. Já estava sem o menor apetite.

Brendon voltou, sorrindo de orelha a orelha, para a mesa. Assim que se sentou ao meu lado, percebeu meu estado e o sorriso deixou seus lábios. Ele lançou um olhar para Patrick, que apenas acenou com a cabeça, e apertou forte minha mão na dele. 

- Vamos embora - Ele sussurou no meu ouvido.

- Não... Você tem que cantar.

- Eu não vou cantar com você desse jeito. Vamos pra casa.

- Desculpa, Bren... Desculpa.

- Não se desculpe. Vamos.

Brendon me puxou para fora do restaurante, Patrick e Pete bem atrás da gente. Ele tinha um braço em volta de minha cintura, enquanto eu mantinha um braço pelo seu ombro. Isso me vez lembrar a cena há pouco tempo atrás e quase virei para saber como Patrick e Pete estavam andando.

Chegamos ao apartamento e Brendon me levou direto para o quarto, deitando na cama comigo. Ele me abraçou e eu retribuí, apoiando minha cabeça em seu peito. Suas mãos foram para o meu cabelo, bagunçando-o. Eu finalmente me sentia mais calmo.

Patrick apareceu no quarto algum tempo depois. Ele se sentou próximo a nós e sorriu para mim.

- Está tudo bem, George.

- Não, não está. Ele morreu, Patrick. 

- Eu sei, mas não há que possamos fazer agora. Ele está em um lugar melhor.

Brendon bufou e Patrick levantou as sobrancelhas.

- Hm... É, quer que eu traga alguma coisa pra você comer?

- Quero sim, obrigado.

- Eu já volto.

Assim que Patrick saiu, Brendon pôs a mão no meu queixo e me puxou para um celinho. Sorri o melhor que pude.

- Ryan... O que aconteceu?

- Spencer morreu, Brendon. Jon... Jon contou pra gente. 

- Nossa... E-eu. Mas... Butch disse-

- Quem disse? - Quase tive um aneurisma cerebral quando ele mencionou o nome de Butch. 

- Butch...

- Não envocamos esse nome nessa casa, Brendon - Patrick chegou com o balde de frango frito mais cheiroso do mundo. Sentei-me na cama, Brendon junto à mim, e peguei das mãos dele.

- Como conhece esse cara, Bren?

- Spencer estava tendo uns problemas com ele... Não sei o que era. Jon nunca me contou direito.

- Merda.

- Patrick...

- Me deixe em paz. 

- Como vocês conhecem o Butch? - Brendon cortou nossa brincadeira.

- Temos alguns problemas com ele também.

- Que tipo de problemas?

- Ryan?

Engoli à seco. 

- Bom... Começou com o meu ex-namorado... Bil- William. Ele estava hm, ele se envolveu com Butch e...

- Butch é um traficante - Patrick continuou por mim - William era um dos seus melhores clientes. Até que ele decidiu parar, por Ryan, e deixou de pagar o que devia. Ai... Butch não teve pena.

- Ele... Também?

- É... Mais o pior foi que ele deu o nome de Ryan como seguro. Disse que ele iria pagar a dívida. E agora estamos presos.

Brendo me abraçou forte e eu desabei. Falar de Bilvy desse jeito era difícil, lembrar que ele não teve nem tempo de me disser adeus, é pior ainda. Mesmo que não tenha sido amor em nenhum momento... Doeu.

Uma hora depois, eu já tinha me acalmado um pouco. Patrick foi dormir e Brendon ainda me tinha em seus braços, fazendo-me sentir seguro. Não demorei para dormir.


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