Capitão Marvel E Os Vingadores escrita por Matt Wagner
Rudolph não tinha medo de andar de madrugada, até porque era fácil para ele desviar-se de balas ou enfrentar ladrões. Segundo constava em sua lista confidencial, o homem chamado Bruce Banner estava nas redondezas, num bar movimentado em Los Angeles, semelhante àquele em que Rudolph encontrara Tony Stark.
Por que as pessoas preferem se divertir à noite nesse país? Até onde conseguia se lembrar, os momentos de diversão de Rudolph em Porto Rico eram sempre à luz do sol.
Pelo que havia lido em sua lista antes de sair do bar, os nomes listados eram de pessoas com capacidades extraordinárias, a exemplo de Stark, que era o Homem de Ferro, como Rudolph agora sabia. As histórias de heróis super-poderosos que ele ouvia em Porto Rico na infância estavam se revelando reais.
Bruce Banner também era uma dessas pessoas, e pelo visto, não seria sensato, da parte de Rudolph, deixá-lo irritado. O agente não poderia tratá-lo com a mesma autoridade com que havia ralhado com Stark.
O diretor Fury não havia explanado toda a causa daquela missão para o novo agente, mas havia detalhes fáceis de entender. A S.H.I.E.L.D. estava, há tempos, vigiando as tais “pessoas habilidosas” por toda a América, pois formavam um grupo de auxílio à entidade essencial para a defesa do território americano. Recentemente, esse grupo havia sido reunido para combater uma grande ameaça ao mundo, mas agora, seus componentes estavam dispersos. A missão de Rudolph consistia em encontrá-los, reuni-los... E liderá-los.
Segundo Fury, o grupo tinha uma figura de liderança, mas esse líder encontrava-se impossibilitado de continuar exercendo essa função. Pelo jeito, Rudolph tinha o dever de substituí-lo, seja lá quem fosse.
Dentro da S.H.I.E.L.D., porém, Rudolph já era visto como líder. Phil Coulson estava sempre atento para ajudá-lo, e Natasha Romanoff era bastante simpática com ele, apesar de que o diretor tivesse confidenciado a Rudolph que dificilmente ela era simpática com alguém. Além disso, o porto-riquenho não pode deixar de notar que a agente conhecida como “Viúva Negra” não havia parado de observá-lo com interesse enquanto ele falava com Stark no bar.
Quem sabe... Anotando mentalmente para reservar um tempo a sós com Natasha quando terminasse a missão, Rudolph buscou concentrar-se no seu caminho rumo ao próximo alvo.
O agente Fuentes chegou prontamente ao estabelecimento designado um hora depois de deixar o bar onde estava Tony Stark. O agente Coulson tinha lhe informado de que uma pessoa ligada ao alvo estaria encarregada de recebê-lo quando chegasse.
Perguntando-se quem seria seu anfitrião, Rudolph adentrou o bar. Estava numa agitação rotineira, não muito intensa. Olhando para o saguão principal, sua atenção foi voltada para um senhor de aspecto oficial que acenava freneticamente para ele do balcão.
Rudolph aproximou-se do velho, que desceu de sua cadeira para avaliá-lo.
- É você? – perguntou.
- Sim – respondeu Rudolph prontamente.
- General Thunderbolt Ross – apresentou-se o velho, apertando a mão de Rudolph. – O sujeito está ali. – Ele indicou um jovem moreno e magro, de jaqueta sobre uma camiseta roxa, sentado sozinho.
- Ele é..? – indagou Rudolph, surpreso.
- Está na sua forma humana agora, mas, sim, ele é – confirmou o general. – Minha filha, Elizabeth, que é esposa dele, está acompanhando-o, mas eu pedi a ela para sair quando o outro agente ligou para avisar que você estava a caminho. Acho melhor termos essa conversa sem a presença dela.
- Como quiser. Não pretendo demorar se ele cooperar – garantiu Rudolph.
- Acredite, apesar das circunstâncias, ele é bem simpático quando está normal. Apesar de não confiar em mim – disse Ross. – E vice-versa.
Uma típica relação de genro e sogro, pensou Rudolph.
- Vamos, então – disse prontamente o agente.
Thunderbolt e Rudolph foram até o rapaz, que ergueu os olhos ante a aproximação de ambos. Ao notar o agente, ele lançou um olhar desconfiado para o general.
- Banner, este é o agente... – Thunderbolt parou no meio da frase e olhou de esguelha para Rudolph, aparentemente esquecido de que não havia perguntado o nome do agente.
- Rudolph Fuentes, agente da S.H.I.E.L.D. – apresentou-se Rudolph, olhando para o rapaz. – Gostaria de conversar com você um instante.
Banner lançou mais um olhar desconfiado ao sogro, mas, quando falou, sua voz saiu calma.
- Hm, sente-se, por favor, Sr. Fuentes.
Rudolph agradeceu e sentou-se ao lado de Banner.
- Por favor, não me diga que este é o lugar onde sua esposa estava sentada. Não quero tomar o lugar dela, sabe, e dizem que dá o maior azar! – brincou Rudolph.
Bruce Banner riu alegremente, e Rudolph suspirou aliviado. Ele tem um bom coração. Não é tão ruim quanto o sogro pensa.
- Não, não, ela estava sentada do outro lado – disse o rapaz. – Fique tranqüilo, senhor.
- Por favor, me chame de Rudolph. Você não deve ser mais velho do que eu...
- Hã, tudo bem, Rudolph. O que o traz aqui?
Rudolph juntou as mãos e colocou-as sobre a mesa.
- Isso pode não parecer novidade para você, mas estamos organizando uma equipe, Bruce.
- Novamente? – indagou Bruce.
- Isso mesmo... A sua memória não falha. Seu país e seu mundo estão novamente correndo perigo.
- Pode dizer qual é a ameaça eminente, desta vez?
- Infelizmente não – disse Rudolph. – É uma informação a qual eu mesmo não tive acesso. Mas o que vim discutir hoje é a sua participação nessa missão.
Bruce piscou e encarou o agente.
- Minha participação?
- Sim, Bruce. Quero saber se você está disposto a cooperar conosco para nos ajudar a impedir uma catástrofe.
- Ora... Eu não vejo problema algum em ajudar vocês. Graças à sua organização, eu não sou mais perseguido como um monstro descontrolado – disse Banner, olhando de esguelha para Ross ao falar. – Pode contar comigo! Seja qual for o seu inimigo, será meu inimigo também, Rudolph.
- Obrigado, Bruce. Foi ótimo conversar com você.
- Eu que o diga. Você é um cara legal, Rudolph.
- Você também é uma boa pessoa, Bruce – disse o agente, levantando-se. – Creio que seremos ótimos companheiros de equipe.
Rudolph estendeu a mão. Banner levantou-se e apertou-a.
- Espero encontrá-lo em Nova Iorque nos próximos dias. O diretor Fury o espera.
Bruce assentiu. Rudolph voltou-se para o general e bateu continência de leve.
- Até mais ver, senhor - disse, deixando Thunderbolt incrédulo depois da demonstração de maneirismo do agente. Já Banner sorriu satisfeito para o sogro, ao vê-lo em estado de choque.
Rudolph deixou o bar e verificou, no bolso, a passagem aérea que Fury havia lhe deixado para quando partisse de Los Angeles, com destino ao Novo México.
A terra dos encantos. O agente consultou novamente sua lista.
Bruce Banner, Hulk... O.K.
Rudolph leu o nome seguinte da lista, e quase teve vontade de ligar para o diretor para perguntar se o nome estava correto.
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