Mithica escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 14
As Forjas do Inferno e a Torre dos Anjos


Notas iniciais do capítulo

Yo, aqui eu vou falar do lar da Mari e do Sieghart e onde o Hefesto trabalha.



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Os sons altos de martelo percorriam como um eco. Não só isso, como sons de vapor em grande quantidade, gêisers, em meio a uma forja vulcânica.

A lava corria no penhasco. As montanhas do lugar eram avermelhadas e extensas, bem como assustadoramente quentes e sombrias.

As Forjas Vulcânicas eram o local designado por Zeus para Hefesto trabalhar. Esse local se encontra próximo aos Calabouços Vulcânicos de Mítica, e devido a esse fato, Hefesto entrou em contato com vários Miticianos demoníacos, incluindo a Sibila Elesis.

Nesse momento, as faíscas tinham aumentado fortemente. Seu trabalho era árduo e sua concentração não poderia ser abalada. Aquela peça era a melhor de toda sua coleção, a mais poderosa e mortal.

Zeus não sabia que ele trabalhava em um artefato tão poderoso, e não deveria saber. Porque aquela peça afinal de contas, era uma marca excessivamente importante para o Deus das Forjas.

Era o selo do contrato dele com a Sibila.

A marca era inicialmente um pedaço de metal, e Elesis, como tinha personalidade forte, confiou ao deus a segurança do selo, mostrando toda a fé que possuía nele.

Era hora de agradecer tudo o que a sibila tinha feito por ele, e seria uma arma poderosa, juntamente com o selo, para que a sibila pudesse tê-lo em sua posse.
Seus braços fortes naquela forma meio-humana trabalhavam avidamente, sentia cansaço, estava enfraquecido pelo grande poder que estava implantando na peça, mas lutou bravamente. Para ele, a sibila merecia todo o esforço.

Foram meses. Hefesto, ou Vulcanos, sentiu uma presença ilustre, e ficou um pouco preocupado, pois mesmo que não fosse Zeus, ele não gostaria de mentir para cada um que visse a arma.

_Vulcanos. –sorriu um rapaz na presença do deus.

Hefesto levantou os olhos. Era o deus mensageiro, protetor dos ladrões e comerciantes, Hermes. Falando sério, Hefesto nunca foi muito com a cara de nenhum deus, mas Hermes era um dos menos que o irritava, apesar de já ter furtado muitos de seus trabalhos.

_Mercúrio. O que faz por aqui? –Hefesto.

O rapaz estava com a aparência de 15 anos, para ficar de igual para igual com Eros. Ele possuía cabelos azuis claros curtos e olhos vermelhos.

_Bem... Eu não vim para roubar nada, mas sabe como é. Afrodite está preocupada com você. –mentia descaradamente o rapaz.

Hefesto grunhiu. Ele tinha desistido de Afrodite, queria mais era viver sozinho agora, já bastava tudo o que tinha acontecido, e sua fúria podia ser liberada sempre que Elesis o chamava.

_Pode me dizer o que realmente veio fazer me importunando? –resmungou, guardando a peça em um tecido de couro.

_Zeus quer mandar sua sibila para o Tártaro... Sabia disso? –Hermes se jogando em cima de algumas pedras quentes.

Hefesto já sabia. Era inútil dizer coisas assim.

_Não precisa me falar o que já sei. E eu sei que Zeus não quer mandá-las, e sim Hades e seus seguidores, além daqueles dois irmãos cantantes. –Hefesto.

_HAHAHA, só Apolo é cantante, seu idiota! Mas até que você está falante, isso é raro e bom. O que houve? A sua sibila te chamou outra vez? –perguntava o rapaz com um sorriso cínico.

O deus das forjas não suportava longas conversas, mas tudo bem. Ele sabia que fora obra de Zeus, seu pai, ele queria realmente saber o motivo de estar tão interessado na sibila.

_Mercúrio, diga ao nosso pai que eu vou certamente falar com ele e explicar tudo. Mas não estava a fim de ver aquela mulher lá dessa vez. –franziu a testa incomodado.

_Hera? Claro! Ela está uma chata ultimamente mesmo. É que ela já pegou o grande Júpiter traindo ela duas vezes na mesma semana. –Hermes sorrindo e assentindo.

Hefesto voltou-se para seu trabalho. Ele tinha outras coisas a fazer, como as armas encomendadas por Ares.

_Ares pediu para fazer um arsenal especial. Parece que é pra combater dragões poderosos. Sabe de algo? –Hefesto comentou coçando o queixo.

_Ah, ele pediu para mim roubar uns ovos do Hiaund e atiçar os dragões. Faz parte da estratégia dele para ganhar adoradores em Ernas. Mas então, não conte a ninguém tá? –Hermes rindo sem parar.

Hefesto sorriu. Ares, Eros e Hermes ainda iriam ser punidos por Athena pelas bagunças que causavam.

_Tudo bem. Pode ir, tenho trabalho. –Hefesto voltando ao seu martelo e para as chamas.

Hermes saiu vazado. Ele tinha muita coisa para fazer e uma mensagem para entregar a Zeus.

Tudo era com certeza fora de ordem naquele Olimpo.

---

O som de violinos tomava conta do local, bem como instrumentos harmoniosos. A escada estendia-se desde o Grande Portal dourado até a Torre dos Anjos.

Dali a visão era o planeta girando em sua orbita como todo o espaço. Era cercado de nuvens, possuía castelos dourados e inúmeras casas, a maior extensão do Céu.

A atenção de todos os seres alados foi tomada quando outro alado passou pelo portal e seguia calmamente cada degrau da Escadaria Divina.

Ali, as botas negras, assim como toda a vestimenta, fazia um som específico e nada suave. Seus passos eram pesados e em suas costas as penas negras e longas brilhavam com a luz.

Era cumprimentado normalmente, recebia sorrisos, mas dessa vez ele parecia estar irritado.

_Regente, há um problema que tem que ser resolvido. É urgente.

Quem disse foi um anjo que parou a sua frente, impedindo-o de andar. Esse ser tinha cabelos longos azuis, olhos bicolores e ele tinha nome, era Mari.

O anjo suspirou. Tinha cabelos negros rebeldes e olhos prateados que iluminavam os corações de todos os anjos daquela cidade.

_Tudo bem. Podemos ir. –sorriu, acompanhando a anjo.

Anjos não tem sexo. A aparência era uma coisa irrelevante... O Regente dos Anjos, Sieghart, sabia bem melhor do que ninguém, que ele ali era o único que possuía um gênero.

_Sieghart,o que foi? – a anjo perguntava preocupada.

_Hm, essa última visita foi cansativa. Mas então, o problema é aqui na Cidade Perfeita? –perguntava curioso.

A anjo arrumou os cabelos e respirou fundo. Era um grande problema na verdade.

_Os seres superiores do Plano Inferior , os deuses do Olimpo, estão alegando que existem criaturas não pertencentes a dimensão de Ernas que estão atrapalhando o rumo da Morte. –Mari.

Sieghart pensou. A quebra do tempo-espaço e a permanência de seres não-adaptados podia fazer com que as linhas do destino fossem reatadas ou cortadas mais facilmente.

Pois então que os deuses responsáveis pelo Sono Eterno ou Agonia Eterna, pelo Submundo e pela Morte estavam com problemas com os mortos.

_Precisamos de um pacificador. São duas criaturas que pertencem a Mítica, uma sibila e uma fada. Mas agora elas assumiram uma forma diferente, por intermédio de algum deus. O problema é que mesmo o físico delas estando adaptado a dimensão, seus espíritos estão desaparecendo e estão causando sérias alterações nas dimensões. –Mari explicava com cuidado.

Sieghart bufou. Ele era um anjo negro.

Estava com inúmeros problemas para resolver, mas para conter os deuses do Plano Inferior, ele mesmo estava ocupado demais, teria que mandar alguém competente para esse trabalho.

_Mari, eu terei que pedir a você para resolver isso. Há muitas criaturas precisando de intermédio e estão havendo ataques de demônios por toda a parte. Como pacificador eu também não sou uma opção. –Sieghart falava convicto.

A ordem do Regente não era nem ao menos para ser questionada. Mari assentiu.

Sieghart estava feliz por ter uma “boa amiga” como ela... Desde quando ele viu aquele anjo, ele tinha se apaixonado, mas em suas aproximações, aquela criatura se demonstrou mais como amiga do que outra coisa, e não via os interesses por parte do anjo negro. Era tudo inútil.

Mas em seu íntimo, ainda esperava um dia que fosse correspondido, mesmo que aquela criatura não tivesse sexo.

_Sieghart? A descida vai ser um pouco violenta. Eu vou repassar alguns outros pedidos que recebi antes de partir. –Mari.

_Hm, você poderia também ver as ações das duas criaturas? Não podemos afirmar nada sem saber a atuação delas. –Sieghart.

_Tudo bem. –Mari preparando-se para virar.

Sieghart a segurou pelo pulso.

_Tome cuidado, aquele plano é perigoso. –Sieghart falava com tristeza.

A anjo sorriu angelicamente. Era impossível para ela ver todas as intenções...

_Tomarei. Vou indo, Regente. –foi solta, virando-se e continuando a caminhada até a Torre.

Sieghart ficou parado no meio da escada.

No espaço, olhando aquele lugar, pensou: estava anoitecendo em Ernas.

Continua


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Já comecei a focar a Mari, então só aguardem!
E me desculpem a ausência da Elesis, do Jin, Ryan e Lire nos capítulos... eu preciso esquecer um pouco eles. Mas no próximo já aparece.



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