Mithica escrita por Ao Kiri Day


Capítulo 1
Mítica e Ernas




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Ela se encontrava a frente da barreira. Sabia dos riscos, mas a curiosidade intensa não a permitia pensar em desistir.

A jovem fada de cabelos loiros e olhos grandes e verdes, experimentava o primeiro erro de sua vida pacata…atravessar o limite de Mítica com Ernas.

Estava no chão, as asas vivas e coloridas abriam e fechavam como as de uma borboleta que acabara de pousar. Ela era uma fada elfa, vestia uma pequena saia de flores amarelas e um tecido semelhante cobrindo o busto, formando uma blusa tomara-que-caia.

Uma característica desse tipo de fada era que não possuía dedos no pé, davam a impressão de estarem usando meias.

A fada, em plena juventude, resolveu se aventurar pelo mundo humano, a que já tinha entrado. O portal a permitiu passar e ela se viu em um mundo gigantesco, um rio enorme que dava no mar ao longe, muitas montanhas e muitas planícies em volta.

Ela suspirou, as maravilhas daquele mundo despertaram sua curiosidade assim que ouvia as histórias de sua falecida mãe.

_Finalmente… -disse ela enquanto apertava entre os dedos um colar de esmeralda.

A fada fechou os olhos e ouve uma luz fraca em torno de seu corpo, e logo, suas asas desapareceram.

_Agora eu posso ir. –disse começando a andar.

Ela se pôs a uma longa caminhada, onde iria encontrar muitas pessoas. Adentrou uma extensa floresta, mata fechada, mais parecia um pântano. Seu objetivo: chegar à civilização.

Estava atenta à tudo, pois apesar de ser fada, também era uma elfa e tinha os mesmos talentos deles, a que podia ouvir muito bem os sons, podia sentir a natureza como um ser vivo e inteligente, e podia aquietar seu espírito para não perturbar as criaturas comuns dali.

Seus passos leves a levaram até uma clareira. Os cabelos longos batiam em suas pernas, e parecia que o frio não a afetava, ela era uma Guardiã da Água.

Os espíritos guardiões eram, em Ernas, venerados e só apareciam quando havia algum desequilíbrio ameaçador o suficiente para destruir os dois mundos.

Lire, a Fada-Elfa, Guardiã da Água, se sentia muito diferente em forma humana, suas forças eram bem menos e era frágil demais.

Ela era um espírito muito venerado no reino élfico de Ernas e por isso, queria encontrá-los. Mas a diferença do tempo naquele mundo era complicado e difícil de se adaptar. Ela então se aconchegou entre as raízes de uma árvore e dormiu, tentando recuperar energia.

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Enquanto isso em Mítica, na instância do Submundo, mais precisamente na área das fadas malignas…

_Elesis, você está sendo muito teimosa. Nós não somos bem-vindos nem na superfície de Mítica! Como vai pro mundo humano?! Está louca?! –um rapaz de cabelos castanhos e olhos vinho.

_Cale a boca, Lupus! –Elesis.

Elesis estava preparando um amuleto para poder mudar sua forma, e entrar sem preocupações em Ernas.

_Você só pode estar pirada, isso sim. Eu ainda tenho um trabalho a fazer lá, mas não vou te levar. –Lupus.

_Vai sim. Eu não vou me enfurnar nesse lixo e deixar a oportunidade de cair fora. Eu não quero passar toda minha vida presa nesse inferno. –dizia toda nervosa.

Aquela área era escura, meio avermelhada, possuía um ar de enxofre e havia muitos gêisers, que soltavam ácido. Mas esse ácido era como creme na pele das sibilas.

Elesis era uma sibila do fogo, era impetuosa e orgulhosa. Seu amigo, Lupus, era um mestiço humano-submundano, caçador de recompensas do Submundo e ia direto para Ernas, por isso resolveu partir com ele, escondido de todos.

Mas antes precisava terminar de fabricar o amuleto de disfarce. Ela tinha cabelos enormes ruivos, olhos vermelhos cor de sangue, suas asas malignas tinham garras e pareciam de morcego, possuía uma cauda longa que terminava em dois chumacinhos de pelo vermelho.

Essa aparência precisava ser escondida, ou iria ser confundida com um demônio de Asmodia, a dimensão ao lado.

_Você pode ir, mas se te pegarem, esquece, Elesis. –Lupus.

A sibila mostrou a língua para o outro e continuou seu trabalho. Assim que mostrou-o para o rapaz, ele assentiu e a apressou para irem.

A garota o pôs no pulso, um bracelete comprido em dourado com um rubi no meio. Vestia um tecido preto preso por um broche dourado no ombro esquerdo e o tecido era solto embaixo, ficando livre como a barra de um vestido. Usava um tecido igual batido nos joelhos, que tinha um corte do lado direito, mostrando a perna quando andava, ele era preso por um cinto de couro, dos lados desse cinto havia duas peças douradas em círcunferência, dentro um forma de cruz, com um rubi no meio . Lupus a achava muito sensual, mas muito mais maligna que sensual.

Uma Sibila possuía características humanas, mas tinha pés iguais as das fadas, sem dedos. E esta sibila usava um tecido enrolado nos pés e subiam no máximo até na canela.

_Podemos ir. –Elesis sorrindo.

A cauda da garota se enrolava na coxa à mostra e criava um efeito muito provocativo para quem olhava. E mesmo sendo considerada detestável por ser uma sibila, de asas escuras, de cauda, ela era vista como uma das criaturas mais belas de Mítica. Pelo medo e pela inveja que causava, ela foi afastada dos outros a viver nas áreas remotas, mas não era impedida de circular por lá.

Os dois subiram as escadas da grande caverna que mais parecia o Tártaro (pra quem não sabe, o Tártaro é a prisão mais profunda, tortuosa, indestrutível e perigosa do Submundo na Mitologia Grega).

Logo estavam nas planícies de Mítica, onde só se viam flores rasteiras, em tons coloridos e alegres. Lupus pode ver a cauda dela apertando a coxa tão forte como uma cobra esmagando uma presa. Isso queria dizer o quanto estava furiosa.

_Tem certeza mesmo? –Lupus.

_Tenho! E não me fala mais isso senão vou acabar destruindo o “amável cantinho das fadinhas felizes”. –disse em tom de deboche.

O rapaz deu de ombros, ela odiava as fadas tanto quanto a mãe delas. A ruiva não esperava a hora de poder se mudar de dimensão, talvez pudesse encontrar um lugar agitado, quente e com muitos humanos bobinhos para realizar suas vontades.

_Você se acha tão superior… -Lupus.

_E você tá parecendo alguém que só sabe me tratar como filha. –Elesis girando os olhos.

Eles andavam em direção a um portal ali perto, entre dois morros. Assim que chegaram, o rapaz tocou suas armas, dois revólveres que tinham o nome de Golden Eye.

_Elesis, talvez você não encontre o que procura nesse mundo. –Lupus.

_Não custa tentar, Lupus. E tão ruim como a minha vida aqui eu tenho certeza que não vai ser. –Elesis.

_Certo. Pega isso aqui. –Lupus.

O rapaz entregou um dispositivo de metal, na cor marrom, com um olho escarlate no meio. Ela o guardou em uma bolsa de cintura que carregava.

_Isso é pra você me chamar se precisar. –Lupus.

_Ok. Podemos ir então. –Elesis.

Os dois atravessaram o portal e saíram num lugar de ruínas. A sibila olhou em volta, estava destruído, mas ainda tinha artefatos em boas condições.

_Onde estamos? –Elesis.

_Em Ernas, nas Ruínas de Prata. –Lupus.

Continua


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Notas finais do capítulo

E aí? É uma fanfic mais shoujoe pensando bem, eu odeio fadas. Mas tive uma idéia louca quando desenhava uma fada, copiando do celular de uma amiga e aí fiz o cabelo da Elesis e depois redesenhei com o cabelo e a orelha da Lire, aí veio a idéia.
Vou pensar muito na situação e ver se vai ser Lire e Lass, se vai ser Elesis e Lupus, ou os casais tradicionais: ElixSieg/LirexRyan ou ElixJin e LirexLupus.
Eu pensei seriamente em fazer os três casais, na mesma fic. Que acham? Vai dar uma confusão e tanto.



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