Clove revira os olhos. Ela olha com cara de nojo para o garoto do 3. Aquela mesma cara de nojo que lançava para Glimmer.

- Tá, tanto faz... Ativa esses explosivos logo! – Clove fala com raiva.

O garoto sorri para Clove, se vira e ativa os explosivos novamente. Eu pego a minha espada, Clove pega seu estojo de facas, Marvel e o garoto do 3 pega uma lança.

Nós andamos por um tempo. Iria finalmente matar alguém e isso me deixou animado. E eu estou torcendo para que essa pessoa seja Katniss.

Chegamos no local da fogueira, não tinha ninguém. Só um bocado de mata verde sendo queimada.

- Tem outra fogueira mais a esquerda. Talvez a pessoa esteja lá... – Clove fala apontando a faca para as arvores.

Nós corremos até ao local da outra fogueira, e novamente sem nenhum tributo. Clove começa a ficar mais irritada do que já estava, e eu também. Nada. Nenhum tributo aos arredores. Isso só pode ser uma armadilha.

 Assim que eu penso nessa possibilidade, ouvimos uma explosão. Nós nos olhamos por cerca de dois segundos, e então, corremos de volta a Cornucópia.

***

Eu chego primeiro, depois Marvel, Clove e o garoto do 3. Quando eu vejo a mancha preta onde deveria ter a nossa comida, eu simplesmente explodi em raiva.

- SEU IDIOTA! – Eu falo agarrando o garoto do 3. Prendo-o com, uma chave de braço nele, e torço o seu pescoço, como eu treinava no 2. Logo, ouvimos um tiro de canhão.

Para falar a verdade, eu me sinto um idiota. Porque eu fui tão burro de deixá-lo colocar aqueles malditos explosivos ao redor da comida? Isso só iria nos prejudicar.

Já estava escurecendo. Pegamos as coisas que restaram, como nossas armas, nossos sacos de dormi e 2 mochilas e saímos da cornucópia para que pudessem tirar o corpo do garoto de lá.

De noite, olhamos para o céu. Vejo o selo e ouço o hino. Eles mostraram o garoto do 3 e o garoto do 10. Torço para que Katniss tenha morrido, mas nada. Depois o selo reaparece.

- Eu vou atrás dela – eu falo com raiva

- Você não vai. Eu vou. – Marvel fala olhando para a lança.

- Quando? Hoje? – Clove fala.

- Claro que não. Tá de noite, Clove.– Marvel fala - Amanhã de manhã. Quero vingança...

Eu também queria vingança, mas não questionei. Ela matou o amor de Marvel. Se ela tivesse matado a Clove, eu também estaria atrás de vingança.

Marvel pega seu saco de dormir e logo que se deita, começa a adormecer, pois dá para ouvir o seu ronco. Clove arrasta seu saco de dormir para perto de mim. Ela se senta do meu lado e fala:

- Ainda bem que aquele moleque morreu. – Ela fala sorrindo. – Obrigada por matá-lo.

Eu rio.

- Por nada, pequena.

- Quantos ainda estão vivos?

- Eu, você, Marvel, os dois do 11, a ruivinha, a Katniss e o Conquistador. – Eu falo – Oito tributos.

Já começaram as entrevistas com os familiares. Meus pais devem estar muito confiantes, falando que eu tenho uma ótima chance de vencer e que estão muito orgulhosos de mim. E ambos devem está falando que sentem a minha falta.

- O Conquistador ainda não morreu? Como isso é possível? – Clove pergunta.

- Eu sei muito bem onde eu enfiei aquela espada. Não entendo porque ele ainda não morreu.

Depois disso, o silencio começa a me incomodar. Sempre me incomoda. Principalmente de noite e em um local com coisas e pessoas querendo te ver morta.

- Quer que eu fique de vigia? – Clove fala. – Você deve tá cansado.

- Só até o meio da noite. Depois você acorda o Marvel, o.k.?

- O.k... Boa noite, lutador.

E com essas palavras, eu durmo.

***

Clove e eu estávamos correndo pela floresta. Nós estávamos assustados e estávamos correndo como se nossa vida dependesse disso. De repente, Clove para, seus olhos se enche de lágrimas e ela cai morta. Um tiro de canhão. Eu paro de correr e me ajoelho ao seu lado. Uma flecha em suas costas e outra na sua cabeça. Então quando me viro, vejo Katniss atrás de mim.

- Awn, eu matei a sua namoradinha, foi? – Katniss fala e riu.

- Sua bestante! – Eu falo me levantando. Eu tento avançar em cima dela, mas ela foi mais rápida, sua flecha já estava apontada para mim.

- Não, você não vai me matar. Eu vou fazer isso com você – Ela fala e depois atira a flecha no meu coração.

Acordo assustado. Aqueles pesadelos com Katniss estavam realmente me deixando irritado. Estava me deixando com mais raiva dela. Quando acordei, vi Marvel pegando sua lança.

- Vai procurar a magrela? – Clove pergunta.

Ele balança a cabeça afirmando. Eu levanto e Clove também. Nós pegamos nossas armas e as mochilas.

- Vocês não precisam ir. Eu vou procurá-la , mato ela, e volto até a noite. Não se preocupe. – Marvel fala – E se der tempo, eu ainda trago comida.

- Mate qualquer um que você pela frente, Marvel. – Eu falo. – Qualquer um.

Clove sorri e o deseja boa sorte. Ele sorri para ela e depois para mim. Depois ele pega uma mochila e entrou desapareceu na floresta.

Eu volto a dormir.

***

Acordo com um tiro de canhão. Clove também acorda.

- Katniss? Marvel?

- Tô torcendo para que seja a Katniss, pequena. – Eu falo.

Ela se levanta, arruma a sua mochila e depois, ouve-se outro tiro de canhão. Ela olha para mim, assustada.

- E agora, Cato? – Ela fala. – Será que foi ele?

-  Não sei, pequena... Se for ele a gente vai saber hoje de noite. – Eu falo. – Agora, o melhor a fazer, é procurar comida e água. Mesmo se for ele, nós precisamos continuar vivos.