Talking To The Moon escrita por FerLee


Capítulo 1
I want you back...




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– Você tem mesmo que ir? – já não era a primeira vez que eu perguntava isso a ele. Mesmo sabendo a resposta, eu insistia.

– É a vida que eu escolhi SeHunnie – meu apelido soaria doce aos meus ouvidos se sua voz não carregasse tristeza, a dor de uma despedida. Suspirando fundo, LuHan acariciou minha bochecha úmida pelas lágrimas incessantes com o polegar.

Eu o conhecia desde que me entendia por gente. Alguns poucos anos o faziam mais velho, mas isso nunca importou para nós, para a nossa amizade nascer. Nunca foi um empecilho para nós nos tornássemos melhores amigos num curto espaço de tempo, para que um amor inocente nascesse dentro dos nossos peitos. A vida nos queria juntos. Era para o ser.

O único motivo para fazê-lo ficar era de perdê-lo novamente, de passar longos anos de sua companhia, do seu jeito protetor, de irmão mais velho mesmo. A primeira vez que aconteceu, era eu que estava me despedindo com um abraço apertado e um beijo estalado na bochecha fofa, ainda com seis anos. A última lembrança que eu ainda tinha guardada na memória antes de partir definitivamente, era do seu sorriso escondido pelas lágrimas discretas.

O abracei o corpo esguio fortemente, repetindo todos os gestos feitos outrora. Meu coração batia desenfreado e as lágrimas corriam pelo rosto, molhando a camiseta escura dele. Mas não importava.

– Justo agora? – perguntei, soluçando logo em seguida. – Justo quando eu voltei? – me afastei o suficiente para encará-lo.

Os quase dez anos separados me fizeram dar ainda mais valor a nossa amizade e aproveitar cada mísero segundo ao lado de LuHan. E um mês não era para passar tão rápido para sanar toda a saudade presente em nós.

Eu estava sendo egoísta sim, é verdade.

– O que eu posso fazer, pequeno? – lamentou. Funguei alto, o impedindo de continuar brevemente. – Infelizmente, a fama tem as suas consequências. E seus sacrifícios – aproximou seu rosto do meu, me olhando diretamente. – Eu também senti sua falta durante estes anos, só Deus sabe o quanto. Mas entenda que é para o bem e segurança de todos que eu amo. Principalmente, você – roçou os narizes de forma suave, fechando os olhos de um castanho intenso. – Eu não aguentaria se alguém lhe fizesse algum mal. You are everything that I am, lembra? – forçou um sorriso.

Suspirei e, relutante, concordei, ainda assimilando tudo o que dissera. Ele estava certo. Não havia mais privacidade e nem segurança tanto para ele quanto para os familiares e amigos próximos. Como sempre, LuHan pensava em todos e se sacrificava para nos ver bem e em paz.

Aproveitando a distância mínima que existia entre nós, encostei minha boca nos seus lábios atraentes, sentindo o gosto salgado causado pelas lágrimas e também o calor que eu tanto apreciava.

LuHan me apertou mais contra si e aprofundou aquele ato, expressando-se sem palavras. Permiti-me sorri e deixei de pensar que isso era uma despedida.

– Eu amo você, SeHun – sussurrou contra a minha boca e roubou-me um selinho. Abri meus olhos lentamente, me obrigando a acreditar que isso era apenas um sonho, e o fitei.

– Eu sempre te amarei, hyung – confessei, abraçando-o pela cintura, afundando meu rosto em seu peito magro ouvindo seu coração bater acelerado.

Era o som que me acalmava, que me transmitia tranquilidade e tornara-se meu porto seguro.

– Preciso ir, meu pequeno – me afastou contra a vontade e me fitou intensamente. Então, levou suas mãos para o pescoço e tirou seu colar preferido de lá, um pequeno cadeado e uma chave brilharam discretamente, relevando duas correntes juntas. Entregou-me uma com a chave que imitava as mais antigas. – Para nunca você esquecer-se de mim – sorriu abertamente.

Sorri um pouco mais feliz e vir-me-ei de costas, afastando meus cabelos do pescoço e LuHan colou o colar delicadamente, dando um beijo desconcertante na minha nuca.

– Sou dono do teu coração agora – brinquei, beijando-lhe os lábios novamente.

– Sempre foi – respondeu, me abraçando tão mais forte do que antes e se afastou, levantando-se do banco da pequena praça onde nos encontrávamos desde pequenos. Repeti todos seus gestos. – Até breve, meu maknae. Eu te amo – depositou um casto beijo na minha testa.

– E eu a você – disse e LuHan se despediu sorrindo.

Sete anos e mais alguns dias. Este era o tempo que LuHan havia se mudado para a cidade das grandes estrelas. Suas visitas à sua terra natal eram quase raras, mas minha mãe dizia que ele vinha me visitar, perguntava por mim ansioso e feliz, porém, eu nunca estava em casa. Não no horário que ele chegava. Isso me entristecia ainda mais. Eu queria muito vê-lo sem ser através de uma tela de um computador, queria abraçá-lo durante horas, compartilhar todas minhas vitórias e angústias dos últimos anos sem ser por telefone.

Mais uma vez, como eu já fazia antes de me deitar desde os meus quinze anos, sentava-me no parapeito da janela do meu quarto e olhava para céu, contemplando a majestosa Lua em contraste com o azul escuro e poucas estrelas.

Ela era a minha maior confidente nas noites as quais eu me sentia sozinho, afogado nas lembranças tão fortes de um amor puro, numa amizade tão verdadeira que tinha. Confessava-lhe todos os meus medos e rezava para que a vida não me fosse tão cruel e me desse uma chance para vê-lo mais uma vez antes que fosse tarde demais. Rezava também para que LuHan também estivesse do outro lado conversando com a rainha da noite, fazendo o mesmo que eu, reforçando o nosso desejo. Eu me alimentava dessa esperança que, muitas vezes, me deixava com o coração minúsculo com cada oportunidade perdida.

Eu ainda carregava a chave do cadeado dele, era o meu amuleto, minha certeza de que ele não desistiria e voltaria o mais breve possível e, enfim, ficarmos juntos. Esta pequena peça já o causou constrangimentos em rede nacional quando lhe era perguntado o significado de ter um cadeado como pingente e nunca tirá-lo. As fãs criavam inúmeras especulações, umas mirabolantes demais, outras próximas do real, mas nenhuma sequer imaginava o verdadeiro motivo. Talvez imaginassem que fosse algo entre amigos, já que Kris contornava a situação dizendo que era ele o dono da chave, mas a mantinha em casa por segurança de ambos. Eu, sentado no sofá, no aconchego de minha casa, ria sozinho e agradecia mentalmente pela resposta evasiva e convincente.

Enxuguei as lágrimas teimosas com as costas da minha mão e me permiti dar um singelo sorriso, encostando a cabeça no vidro frio. Eu desejava tanto que LuHan pudesse estar aqui ao meu lado, me aquecendo com seu abraço acolhedor, dizendo que nunca mais iríamos nos separar.

Como eu sonhava com este dia...


"In hopes you're on the other side, talking to me too

Or am I a fool who sits alone talking to the moon"




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Notas finais do capítulo

É, nunca tenho muito o que dizer, só sei que HunHan é muito amor ♥



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