Tarde Demais Para Esquecer 2 escrita por PitufAny


Capítulo 2
Capítulo 2




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“-Oi. –Ele disse olhando pra mim.

-Oi.—Respondi tentando parecer indiferente.

--Deixa eu adivinhar,menina mimada e rebelde,esta nessa festa por livre espontânea pressão,detesta ambientes como esse e quer fazer de tudo pra ir embora.—Para o mundo,alguém me explica o que esse ser vivo ta me dizendo,como ele sabe disso e quem ele pensa que é?

-Perdão?—Foi a única coisa que eu consegui dizer com meu sotaque espanhol maravilhoso. E tudo o que ele fez foi gargalhar.

-Vem cá,qual é o seu problema?

-Não tenho nenhum problema,e você?

-Idiota.—Definitivamente aquele estava sendo o pior dialogo de toda minha vida,que tipo de problema esse moleque deve ter? Só Deus sabe.

-Prazer sou Pedro Lanza.—Ele disse ficando de frente pra mim e estendendo sua mão.

-Sou Hanna McLorey.”

Lembranças ainda me atormentavam no meio da madrugada, quem é que consegue pegar no sono com esses pequenos flashback’s insistindo em se formar na mente? Eram exatamente 02h19 e eu estava sentada sobre a cadeira que havia na varanda, a única coisa que se podia ouvir era a voz dos meus pensamentos, a Lua brilhava de uma forma que deixava as estrelas morrendo de inveja, daquela varanda podia se ver praticamente a cidade inteira, eu adorava paisagens assim, me faziam refletir.

“- Pê... quando a gente sair daqui, eu vou ter que ir embora... você vai se esquecer de mim?—ele ficou um tempo em silencio e me olhou nos olhos fazendo meu batimentos cardíacos aumentarem.

- Claro que não, eu nunca vou te esquecer, eu te amo lembra?—sorri fraco e fiquei um tempo e silencio pensando.

- Mas... você mora aqui... não exatamente aqui...  e eu moro do outro lado do oceano, você acha que daria certo?

- Não importa se você mora do outro lado do oceano, o que importa é que o amor verdadeiro quebra todas as barreiras, e a primeira delas é a distancia.

- Você me ama de verdade? – Perguntei me sentindo tão bem com o conforto das palavras de Pedro.

-Amo, e se quando a gente sair daqui eu ficar muito tempo sem te ver, eu vou lá onde quer que você esteja te buscar.

-Estarei esperando!
 - É uma promessa– Pedro disse me fazendo sorri”

- Pedro seu idiota, porque você nunca veio? –Murmurei para o vento o socando. Porque tudo me fazia lembrar dele? Talvez porque ele significa tudo pra mim? Me deitei na cama para tentar dormir, mas cada vez que eu respira era uma nova lembrança, ou a mesma de ontem, ante ontem. Finalmente consegui pegar no sono, e novamente sonhei com ele.

Acordei no dia seguinte com meu celular berrando na estante.

-A-Alo ? – Falei sonolenta.

-Hanna? Acordei você? É a Tabata.

-Ah, oi, acordou, mas relaxa.

-Ah desculpa, então, quer almoçar comigo, com a Sophia hoje? Pra gente conversar e tal?

-Ah ok, vou sim que horas, onde? – Ela me passou as horas e o endereço, do restaurante mesmo eu iria procurar por Pedro, como eu ainda não sabia, mas alguém de São Paulo devia saber. Levantei correndo e tomei banho, me arrumei e fui andando até o ponto de ônibus, não estava com tanto dinheiro assim pra pegar táxi todos os dias. Assim que cheguei no restaurante encontrei as meninas sentadas em uma mesa do lado de fora do restaurante, andei em direção a elas e me sentei.

-Oi meninas.

-Oi. – Elas responderam em coro, tirei meus óculos e ficamos conversando por alguns minutos, elas contaram sobre os amigos delas, sobre o que faziam e tal, eu não tinha muito o que contar, na verdade, tinha, mas não sei sabia se era o certo. Thomas, Pedro Lanza, Pedro Lucas e Lucas eram os nomes que elas mais falava, Pedro Lanza, porque esse menino tinha que ter o mesmo nome que ele?

- Tabata... sem querer ser intrometida, mas como é esse Pedro Lanza? –Soltei as palavras sem pensar duas vezes. Perguntei a Tabata já que ela havia falado que o Pedro Lanza era seu melhor amigo.

-Ah, ele tem um cabelo engraçado, magrinho, baixinho, tem uns olhos lindo sabe, mas ainda prefiro meu Pedro Lucas. – Eu simplesmente gelei naquela hora, além de ter o nome ele tinha as mesma características que o meu Pedro, não sei porque, mas algo me dizia que o Pedro Lanza e o meu Pedro eram a mesma pessoa, bobagem. – Mas porque tanto interesse hein? –Tabata riu e olhou pra Sophia com um olhar malicioso.

-Não, não é nada disso que vocês estão pensando. Eu apenas me lembrei de uma pessoa que é parecida com ele e consequentemente tem as mesmas características. – Falei um tanto rápido demais e elas se olharam com uma expressão que eu não consegui decifrar. – Deixem pra lá.. – Falei pra quebrar o clima e continuamos conversando, conversamos sobre muita coisa, contei pra elas que eu era de Madrid e elas ficaram loucas querendo saber como era a moda de lá, sempre quis conversar com alguém sobre moda, conversamos muito e comemos também, elas me mostraram alguns lugares de São Paulo e fomos no shopping também, comprei algumas roupas, tomamos sorvete no Mc Donalds, foi bem divertido, eu já as considerava minhas amigas, Sophia e Tabata simplesmente me fizeram entender o que era uma amizade de verdade.

- Então Hanna, amanha nos vamos fazer uma festinha na casa da Sophia e a gente vai te obrigar a ir ok?

-Nossa, já é assim? – Brinquei e elas riram.

-Sim, aparece lá ok? É uma ordem. – Sophia disse animada com a ideia.

-é, a gente te passa o endereço por mensagem ok? Precisamos ir agora se não Pedro Lucas me mata por chegar tão tarde.

-Sei esse “me mata”, abre o olho hein senhorita ! – Sophia brincou com Tabata que a deu dedo do meio, eu apenas ria daquilo, era tão bom ter amigas. O celular de Tabata tocou, e quem era? Pedro Lucas.

- Meninas, eu preciso ir também... não esqueçam de me mandar a mensagem ok?

- Não vamos esquecer Hanna, até amanha! – Nos despedidos e caminhamos em sentidos oposto, resolvi andar mais um pouco pela cidade, estava frio, não sei se vai parecer besteira minha, mas fiquei o tempo todo imaginando eu e Pedro andando a essa hora pela cidade de mãos dadas. Entrei em um beco e nele tinha umas escadinhas que davam até uma rua, tinha uma fonte desligada ali com um banco na frente, me sentei ali e fiquei olhando para o céu, como aquela rua era bem escura algumas estrelas se destacavam bem. Desviei meu olhar para fonte, tinhas umas moedas dentro dela e a água as refletia.

“-Valeu a pena me salvar naquela noite?—Disse olhando no fundo de seus olhos de cor quase imperceptível devido a falta de iluminação bem obvia ali,meu coração se acelerou de uma forma descontrolada e meu estomago pinicava.

-Como?—Ele respondeu me olhando surpreso com a pergunta.

-Sabe...você me salvou e por minha culpa a gente ta aqui...queria saber se valeu a pena.

-Quer saber mesmo a resposta?

-Quero.—Abaixei a cabeça quando senti que minhas bochechas estavam queimando,e por também já pensar na possível resposta que ele me daria.Eu sabia que era um peso na vida das pessoas,por isso nunca tinha amigos verdadeiros,e quando eu conseguia fazer uma amizade,a pessoa ia embora por não aturar minha mudança constante de humor,e creio que com ele não será diferente.

-Se eu pulei na água pra te salvar é porque ,por algum motivo,eu sentia que valeria a pena te conhecer,tentar ser seu amigo e porque meu coração tava me dizendo pra pular,porque de alguma forma ele precisava de você.Então,resumindo tudo,sim,valeu a pena.”

Olhei pra cima tentando fazer com que as lágrimas não caíssem mas não adiantou, eu já chorava muito, eu não entendo o porque de tanto amor, de tanto sentimento, eu estava tão perto dele mas ao mesmo tempo tão longe. Limpei minhas lágrimas e fui caminhando pra casa, fui andando mesmo, segui as placas para não me perder e logo cheguei em casa, me joguei na cama e vi que ainda faltava uma caixa para arrumar, me levantei logo e eram fotos, algumas eram de minha mãe, ela morreu quando eu tinha 13 anos, meu pai nunca quis entrar nesse assunto, também nunca perguntei mais nada, mas eu sentia uma falta tremenda dela. Arrumei as fotos nas prateleiras, paredes e murais, quando fui jogar a caixa fora senti algo fazendo barulho dentro dela, será que algum porta retrato tinha quebrado? Abri a caixa e olhei, lá estava a conchinha roxa que Pedro havia me dado a dois anos atrás.

“- PH NEOQEAV ?

- PH NEOQEAV. – ele disse feliz fazendo um coração em volta  e sorrindo. - Esse vai ser nosso juramento, nada nem ninguém pode nos separar, muito menos essa distancia ridícula que não significa nada !  -- ele voltou a falar e pegou minhas mãos de entregando uma conchinha roxa e preta e ficando com outra da mesma cor na mão.

- O que é isso?

-Um concha né! – ele falou debochando de mim.

- Eu sei seu bobo, to perguntando pra que.

- Pra você sempre lembrar de mim e me levar contigo e eu o mesmo.—sorri e segurei a conchinha com força.

-Eu sempre vou lembrar de você, por me fazer tão feliz.

- eu te faço feliz? – ele perguntou com um sorriso apaixonado nos lábios.

-Faz, e você sabe disso.”

Sorri e segurei a conchinha com força, deixei a caixa de lado e a coloquei em baixo do meu travesseiro, ela seria meu amuleto da sorte, estaria comigo onde quer eu esteja. Sorri ao lembrar das palavras dele.

- Nunca Esqueça O Quanto Eu Amo Você. – Repeti pra mim mesma e senti as lágrimas descendo, me deitei, chorei até conseguir pegar no sono, como ele me fazia falta.


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