Hanko High School (ハンコハイスクール; Hankohaisukūru)

Dois dias se passaram desde que Satã foi libertado. Todos voltaram a rotina comum... Ou quase isso...

028 - Postwar: Guilty?

Nada era como antes. Os dias agora eram gelados. Isso pelo menos, para mim.

– Veja só... O inverno já está chegando. – disse Aki.

– Sim. – respondi friamente.

– Você parece triste, Tetsuya. – disse Aki. – Está se culpando pelo que aconteceu.

Balancei a cabeça positivamente. Aki me olhou com seus olhos azuis e grandes. Um olhar triste.

– Tetsuya... Não foi sua culpa o Satanás ter escapado... – disse Aki.

– É MINHA CULPA SIM!!! – falei. – Foi por minha causa que agora o Satã tá livre, e o mundo está para acabar! Eu estraguei tudo!

Quase que uma lágrima escorreu pelo meu rosto. Eu estava abalado
emocionalmente.

– Preciso ir! – falei.

Saiu andando.

– Tetsuya! – chamou Aki, mas eu o ignorei.

Não precisam falar comigo. Eu não sou um herói. Se liga, isso aqui não é um mangá ou um anime. Isso é a vida real! Eu só atrapalhei o pessoal. Agora, eu libertei o Satanás.

Sentei-me em um banco. Fiquei olhando as folhas das árvores caírem. Eu fui um inútil. Por minha culpa, agora o mundo está em perigo... Sou um inútil!

– Posso me sentar ao seu lado? – disse uma voz conhecida. Era Ritsu.

– Pode. – falei.

Ela ficou sentada ao meu lado. Ficamos um bom tempo sem falar nada, até eu dizer:

– Aposto que tá todo mundo bravo comigo.

– Por quê? – pergunta Ritsu.

– Eu libertei Satanás, como ele mesmo havia dito tempos atrás. Agora, o mundo corre perigo.

– Ninguém está te culpando pelo que você fez. Você é que está se
culpando.

– Mas... Eu fui um inútil. Eu só estraguei tudo! Eu não sirvo para
herói! Aposto que se você ou o Aki tivessem ido quebrar o selo, nada disso
estaria acontecendo! Eu...

Ritsu então deu um soco bem forte no meu rosto. Eu caí do banco.

– VOCÊ É IDIOTA?! – gritou ela. – FICA AÍ SE CULPANDO, CARREGANDO O FARDO SOZINHO... SE LIGA! TODOS NÓS
FALHAMOS!

Ritsu suspirou. Ela me olhou e disse:

– Não carregue esse fardo sozinho... Por que não divide a culpa com a gente? Você acha que deve carregar a culpa de tudo. Acha que pode resolver os problemas sozinho, sem precisar de ajuda... E é isso que eu odeio em você! – Ritsu tomou fôlego. – Você é gentil, carinhoso e esperto. Sempre pensa primeiro nos outros. Se não fosse por isso, você não
teria tantos amigos como tem hoje. Saiba que a sua dor também é a nossa dor, por isso, pare de ficar carregando esse peso todo! Levante-se e ande! Siga em frente... E fique mais forte! Para sim, darmos uma surra no Satã!

Aquelas palavras penetraram bem na minha mente. Ritsu, de certa forma, tinha razão.

– Você está certa! – falei. – Não posso mais ficar me culpando pelo
meu... Quer dizer, pelo nosso erro! Vamos nos levantar, e ficar mais fortes!

– É assim que se fala! – disse Ritsu, sorrindo.

CONTINUA
NO CAPÍTULO 029.