A Crise De 1929 escrita por July Carter


Capítulo 3
Capítulo dois.


Notas iniciais do capítulo

Saiu pequenino, mas espero que gostem.



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O corpo de Isabella foi direcionado mais para frente, ela tentava de todas as formas ouvir a conversa dos dois, mas parecia que cada vez mais eles falavam mais baixo.

- Vamos Edward! Fale-me, o que houve com Jasper?

Os olhos do rapaz focaram os da irmã, parecia tentar encontrar palavras para conta-la o inevitável.

- Jasper está no hospital e seu estado é grave.

- O que? – sussurrou atordoada. – Você está mentindo Edward, só pode estar mentindo. – Lágrimas caiam por seus olhos e seu corpo tremeu em busca de um apoio. – Jasper é um dos melhores dali... Meu Jasper é o melhor dali, você sabe disso. – sussurrou para si mesma, não conseguia pensar em uma possibilidade para um mundo sem Jasper.
Aquele foi o homem com quem esteve desde os seus quatorze anos e em breve seriam marido e mulher, assim que seu pai voltasse da União Soviética.

- Minha irmã... – O rapaz estava sem qualquer ação, não sabia como consola-la, não fora educado para isso.

Ele era homem e os homens foram criados para serem inabalável, ou pelo menos tentar não demonstrar qualquer sentimento em situações difíceis.

- Eu... Eu preciso vê-lo. – gaguejou Alice de forma desconexa.

- Não esperava outra reação de ti minha irmã. – Edward sorriu-lhe acariciando o rosto da irmã mais nova.

- Tome um banho primeiro. – sussurrou caindo na realidade. – Se for assim vai fazer com que eu me sinta mal por não recebê-lo como merece.

- Não preciso de nada disso minha querida. Ficarei mais tranquilo quando te ver ao lado de Jasper.

Alice sorriu e suspirou.

- Sempre tão gentil...

- Vamos logo. – Edward esbouçou um lindo sorriso levantando-se do sofá limpíssimo. – Se troque, afinal, uma dama não deve sair apenas de robe na rua.

Alice assentiu rapidamente e correu para seu quarto.

Isabella suspirou pesadamente e respirando fundo foi correndo para seu “aconchegante” quarto.

Fechando os olhos conseguiu ver com perfeição o rosto de Edward em sua mente e ao abrir os olhos novamente deparou-se com a sua triste realidade encarando Alice que por sua vez tinha um vermelho em seus olhos causados pelas lágrimas que derramava há minutos. Aquilo fazia com que chegasse a conclusão de que até mesmo as pessoas mais frias eram capazes de amar.

- Não saia do quarto até meu irmão voltar para casa. Está me ouvindo? – esbravejou Alice.

- Mas... Alice, ele pode ficar aqui por meses.

- Senhora Alice.

Isabella assentiu rapidamente.

- Senhora Alice. Não posso simplesmente ficar presa aqui por meses...

- Isso não é problema meu. – Alice sorriu de lado se aproximando da porta. – Aliás, quero a casa limpa assim que eu voltar para a casa.

Com suas últimas palavras Alice saiu dando-lhe as costas.

A sensação mista de vazio e bem estar lhe a atingiu com força.

Seu rosto se aproximou da pequena janela que havia ali e ao ver o carro de sua “tutora” se afastando sorriu saindo do quarto.
Ao correr pelos corredores um sorriso inevitável escapou por seus lábios.

De uma forma inexplicável ela sentia que mais cedo ou mais tarde teria sua vida de volta, naquela cozinha, sentia a presença de sua falecida mãe.

- Se vou ficar presa naquela droga de quarto por que deveria obedecê-la?

Um belo sorriso surgiu em seus lábios ao ligar o chuveiro elétrico do quarto de sua tutora. Despiu-se apressada, queria passar o máximo de tempo que conseguisse embaixo da água, o único lugar que se sentia segura.

À medida que a água caía por seu corpo Isabella deliciava-se com o perfume adocicado que tomava conta de todos os seus sentidos enquanto a mesma espalhava o shampoo por todo seu cabelo.

Há quanto tempo não tinha pequenos momentos de prazer como aquele? Sem demora, tomou em suas mãos um sabonete e passou por todo seu corpo.

- Um dia eu poderei voltar a fazer isso todos os dias novamente. Eu lhe juro papai.

Os olhos de Bella se fecharam e um meio sorriso alegre surgiu em seus lábios, apesar dos dias atuais ela ainda esperava a chegada de um príncipe encantado que lhe livrasse da bruxa má igualmente aos contos de fadas.

[...]

O carro moderno e luxuoso se sobressaia pelas circunstâncias da época, ele fugia de todos os padrões da crise e atraia os olhares dos pobres pedintes do local.

- Está tudo bem com você pequena? – A voz rouca de Edward pôs fim ao silencio que havia se instalado dentro do carro.

- Havia m e esquecido do caos em que isso aqui se transformou.

- Tenho certeza que ficará assim por pouco tempo. – sussurrou Edward tentando convencer a si próprio de que aquilo era verdade. – Vamos deixar de nos preocupar com isso. – Suspirou. – Tenho certeza que nossos governantes já estão procurando uma solução, agora, vamos focar nossos pensamentos em Jasper.

Edward ordenou para que o motorista não saísse do carro um minuto sequer, ele mesmo saiu e abriu as portas puxando o corpo da irmã contra seu corpo, ato que atraiu o olhar de todos.

A visão do ambiente da cidade estava cada vez mais deplorável, infelizmente, dentro do hospital não era muito diferente.
Jovens feridos e muitas vezes mutilados estavam jogados nos corredores a mercê do tempo.
Com a visão horrenda Alice reprimiu a sensação de náusea que a atingiu.

- Leve-me logo até Jasper, não aguento mais um minuto aqui.


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