Final Alternativo-A Batalha De Hogwarts escrita por SouDaCorvinal


Capítulo 3
Na Torre de Astronomia




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Os dois estavam lá, um com a varinha apontada para o coração do outro. Ninguém falava. Apenas se entreolhavam. Voldemort estava pronto para matar Rony qualquer hora que fosse, mas o garoto não estava tão certo do que queria fazer. Era meio que suicídio tentar qualquer coisa contra Voldemort, mas ele não tinha escolha. Agora que chegara até lá, não dava pra voltar atrás.

– Ah, um Weasley... – disse Voldemort com desdém – inconfundível...

– Estupefaça! – berrou Rony, sem pensar. O corpo de Voldemort foi lançado para trás e se chocou contra a grade da Torre. Ele olhou para o garoto profundamente, a fúria nos olhos. Se levantou, com a varinha apontada para ele e bradou: “Crucio!”

Rony caiu no chão e começou a se contorcer. Tentou erguer sua varinha, mas a dor o impedia. Não havia ninguém para quem gritar, ninguém a quem recorrer. Sua voz não saía. A dor o consumia. Era melhor morrer a passar por aquilo.

– V-você pode me matar, Tom – Rony conseguiu dizer, e Voldemort parou de tortura-lo para ouvi-lo melhor – mais saiba que toda a Hogwarts está contra você. Nós temos amigos, que nos defendem porque nos amam. Você só tem seus comensais porque eles têm medo de você. Duvido que alguém escolheria estar do seu lado se você não os ameaçasse.

Voldemort parou. Olhou para ele, o desprezo no olhar. Rony continuou dizendo.

– Quando você morrer, Tom, ninguém vai estar lá pra chorar por você. Todos vão comemorar sua morte.

– E quem disse que eu irei morrer? – disse ele, um sorriso se formando em seus olhos - Nagini, venha...

Nagini surgiu dos degraus da torre, e ao comando de seu mestre abocanhou a perna de Rony, que se contorceu em uma poça que se formava de seu próprio sangue. Voldemort deu um sorriso maligno e saiu voando da Torre de Astronomia, envolto em uma forte fumaça negra. A linha de fumaça se dirigiu ao pátio, onde todos os alunos de Hogwarts que permaneceram vivos estavam.

– Estão vendo? – disse Voldemort, se materializando à frente dos alunos, que aguardavam ansiosos, o medo no olhar – seu amigo, Ronald Weasley, de quem todos se orgulhavam muito, agora está lá em cima...

Rony permanecera caído no chão. Não tinha ideia do que fazer. Não daria pra fugir. Ele não queria fugir. Queria ajudar. Sua perna doía demais. O sangramento não parava. Estava suando. Estava perdido.

Ouviu passos na escada e, quando olhou para ver de quem eram se surpreendeu: Argo Filch vinha caminhando apressadamente com um pequeno kit de primeiros socorros debaixo do braço. Ele parou ao lado do garoto, abriu o kit e começou a tentar estancar o sangue que saía do ferimento onde se depositaram os dentes de Nagini.

– Filch? – foi tudo o que Rony conseguiu dizer.

– Sim, eu estou tentando te ajudar. Eu sei que é estranho...

– Obrigado – Rony o interrompeu.

Enquanto isso, Voldemort continuava seu discurso aos alunos no pátio.

– Quero que pensem bem naquele garoto – disse, apontando para a Torre – aquele garoto tolo, que acreditava no amor dos amigos. E nenhum deles apareceu lá para salvá-lo. Ha, patético – sorriu, debochadamente – prestem muita atenção! Esta é para todos aprenderem que o amor não vale de nada. Ninguém agora, amando-o ou não poderá salvá-lo.

Voldemort deu mais um riso esganiçado e se virou lentamente para a Torre, onde Rony e Filch estavam. Filch tentava ajudar Rony ao máximo, mas ainda não era o suficiente. O bruxo das trevas berrou algo, com sua voz rouca, e uma rajada de luz branca saiu de sua varinha, atingindo em cheio a base da Torre, que cedeu. O chão sob os pés de Rony e Filch afrouxou-se, começou a afundar.

E todos os alunos no pátio observaram em silêncio, os olhos marejados de lágrimas, a Torre de Astronomia ir abaixo, levando consigo um dos maiores heróis que Hogwarts já teve.

Ninguém sabia que Filch estava lá. Rapidamente, a Torre de Astronomia se transformou em um monte de destroços.

Voldemort se virou para os alunos, rindo mais do que nunca. Mas os alunos não estavam achando graça nenhuma. Tudo ficou silencioso de repente. Esse silêncio se estendeu até que um garoto louro da Grifinória começou a cantar, em tom melancólico: “Ei! Ei! Ei! Weasley é o nosso rei!”.

Em pouco tempo todos os alunos começaram a cantar com ele, em coro. “Ei! Ei! Ei! Weasley é o nosso rei!”. “Ei! Ei! Ei! Weasley é o nosso rei!”.

– Parem! – berrou Voldemort, mas os alunos o ignoraram. “Ei! Ei! Ei! Weasley é o nosso rei!”– Eu mandei parar!

Mas ninguém o estava ouvindo. Todos ergueram suas varinhas no ar. Na ponta de cada uma delas piscou uma luzinha fraca. Estas luzinhas fracas, somadas, formaram um imenso farol, iluminando o céu negro da noite que caía sobre o castelo.

“Ei! Ei! Ei! Weasley é o nosso rei!”

Não paravam de repetir, no mesmo tom melancólico, também em tom de respeito. Todos realmente gostavam de Rony. Weasley era realmente o rei.

Mas um forte barulho fez todos se calarem. Do monte de destroços que se formara onde algum dia fora a Torre de Astronomia, alguém se levantava.

Inexplicavelmente, Rony Weasley se erguia, empunhando sua varinha, pronto para mais um duelo. Filch morrera. Ele salvara Rony. Pelo visto seu curso Feiticexpresso, de magia por correspondência, tivera alguma utilidade. Ele morrera, dera sua vida pelo garoto. Mas se foi em paz, sentiu que fizera a coisa certa. Poderia simplesmente ter saído de lá, mas não. Ele ficou. Ele executou um feitiço que salvara a vida de Rony. Filch os deixou, mas como um herói.

Voldemort o olhava, incrédulo. Os amigos aplaudiram. Gina, Neville e Hermione correram para junto de Rony. Todos apontaram suas varinhas para Voldemort, que por sua vez foi cercado por seus comensais. Agora era certo. O embate final entre a Armada de Dumbledore e os comensais da morte estava encaminhado. Remo Lupin e Ninfadora Tonks se juntaram a eles. Minerva McGonnagall também. Todos os alunos de Hogwarts correram para perto. Estavam em maior número que os comensais.

Pela primeira vez em muitos dias, uma luz de esperança brilhou nos olhos de todos. Eles estavam dispostos a lutar.

O desfecho de toda essa batalha se aproximava.


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