Colstcant escrita por Kuroi Namida


Capítulo 8
The Jealousy Found Love




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Passaram –se mais ou menos umas duas ou três semanas desde que chegamos naquele lugar. Sarah e os outros estavam cada vez mais próximos das outras pessoas, e se sentiam bem. Levando em consideração que passaram boa parte da vida presos naquele prédio não era de se espantar que eles achassem Colstcant um lar aconchegante. Ate mesmo Nate estava sentindo seguro. Eu é que não conseguia me acostumar com a idéia de viver sem ver a luz do sol, ou ver o mar. Bem, era um mar artificial, mas ainda sim, era bonito. Aliás, o mar verdadeiro deveria ser mais incrível do que jamais poderia imaginar, mas... Era algo que eu jamais veria. Provavelmente.

Eu estava no salão de leitura, uma sala menor e bem iluminada na qual geralmente as crianças ficavam estudando. Pelo menos, eles tinham acesso a leitura. Podia se ver que eles eram uma sociedade, normal tirando o modo como eles viviam.

Eu me distrai lendo um livro sobre as antigas nações. Os governos, e como as cidades eram. Tinham algumas figuras, que davam uma idéia de como eram as cidades de antigamente. Era tudo muito diferente. E era extraordinário tudo aquilo.

Alguém se aproxima pelas minhas costas fazendo sombra contra a luz. Eu sorri imaginando que seria Nate. Não via ele desde a manha, e senti falta de falar com ele. Me virei toda sorridente, mas no lugar do Nate quem estava em pé atrás de mim era Adam. Ele pede pra se sentar ao meu lado, mas antes que eu responda ele vai sentando.

_Como se sente hoje? –(ele pergunta).

_Bem. –(fui curta).

_Acha que já esta se acostumando com o lugar!? –(ele olha ao redor).

_Pode ser...

_Você não parece muito a vontade como seus amigos!

_Por que acha isso?

_Ta na sua cara. Você não é como eles...

_O que quer dizer? –(me invoquei).

_Nada! Só que eles parecem mais... menos exigentes do que você!

_Quer me dizer alguma coisa? –(franzi a testa).

_Quer ver uma coisa legal?

_Como é? –(interroguei).

_Vem comigo! –(ele levanta e para na minha frente me estendendo a Mao).

_Pra onde?

_Vem logo...

Não gostei muito da idéia, preferia ficara li e esperar ate que Nate aparecesse. Mas Adam foi me puxando pela mão e me arrastando. Então eu fui com ele sabe la pra onde...

Andamos um horror de corredores ate chegar a uma sala, grande. Nem tanto quanto as outras mas era grande. Mas era mais escura, e parecia ser um lugar onde eles guardavam certos objetos antigos. Adam me arrastou ate uma parte mais alta, tivemos que subir por uma escada para chegar ate la. Ele me mostra um tipo de radio. Que ele chamou de vitrola. Tinha um formato arredondado, e eu não tinha idéia do pra que quilo serva ate que ele apanha um tipo de disco preto e coloca encaixando-o na tal da vitrola. Ele usa uma manivela, seja la o que for, para tocar no tal disco. E de repente aquilo começa a fazer um som.

_O que é isso? –(perguntei).

_Musica! –(vai dizer que não sabe o que é?

_Eu conheço musica, mas este objeto o que é? –(revirei os olhos).

_É um aparelho de som! Dos mais antigos! Gosta do que ouve?

_Que tipo de musica é essa? –(estranhei o barulho pesado que saia da caixa de som).

_Se chama Rock! –(ele sorri como se aquela palavra lhe desse algum prazer).

_O que é rock?

_É o que você esta ouvindo! –(ele se aproxima do objeto). Se chama Helter skelter... Uma banda chamada Beatles... Encontrei isso aqui, assim que cheguei em Colstcant.

_ Espera! Você não nasceu aqui?

_Não... Fui trazido pra cá ainda moleque. Jeremy me cuidou como um filho.

_Eu não sabia...

_Ele me mostrou esse lugar. Foi a única coisa que me fez sentir em casa!

_Por isso me trouxe pra cá? –(achei bonitinho da parte dele). Pra que eu me sinta como você?!

_Uma tentativa! –(ele sorri).

Eu analisei por um tempo o som que vinha daquele aparelho estranho, e me pareceu muito agradável. Adam parecia feliz em me ver sorrindo por conta daquele barulho gostoso. Acho que senti um calorzinho por dentro.

_Você gostou né?! –(ele se senta em uma grande poltrona marrom e fica me olhando).

_É bom! –(sorri me sentindo meio boba).

_É... Muito bom! –(ele se levanta e retira o disco da vitrola).

_Não! –(eu pedi). Deixa, é tão... eu sei la... mas eu gosto!

_Não devíamos estar aqui. Nem todo mundo tem acesso a esse lugar.

_Então por que me trouxe?

_Pelo mesmo motivo que Jeremy me trouxe ate aqui uma vez... –(ele me olhou bem nos olhos).

_Obrigado! –(levei minha mão ate o braço dele). Foi legal da sua parte!

Depois disso, nós achamos melhor sair dali.

Seguimos pelo corredor, ele me contando sobre varias bandas de rock que ele conhecera ouvindo aqueles discos. Eu achei aquilo tudo muito legal, era muito novo pra mim, mas pela empolgação que ele usava as palavras, me fazia sentir muito bem e animada. Ele me falou sobre algumas capas dos discos, me disse como elas eram, e ate parou no meio do corredor para me mostra como os músicos tocavam. Nos rimos disso. Eu coloquei minha mão sobre o braço dele e me inclinei pra rir. Vejo Nate e Sarah no corredor. Ele estava sorrindo enquanto Sarah contava qualquer coisa pra ele. Mas sua expressão mudou quando me viu com Adam. Ainda mais quando Adam se aproximou de mim, ficando na minha frente. Sarah e me vê e diz:

_AH olha você ai!! –(ela sorri).

Nate continua caminhando na minha direção, e eu estava louca pra contar tudo que Adam tinha me mostrado. Estava realmente animada. Mas ao me aproximar mais de Nate, notei que ele estava com cara de poucos amigos. Ele ficou me olhando serio, enquanto eu sorria. Acabei mudando minha expressão, pra não chateá-lo, mesmo sem entender o porquê daquela reação dele. Mas tudo bem...

Adam deve ter percebido tambem que Nate não estava feliz, e pede licença. Nate estava com a testa franzida e com um beiço que poderia fazê-lo tropeçar. Sarah continua:

_Tava querendo falar com você!

_Tenho que te contar, pra vocês dois! –(ignorei o mau humor de Nate). Eu conheci uma coisa muito legal! Chamada vitrola... E toca um tipo de disco, preto e tem um som muito agradável chamado de rock! Já ouviu falar?

_Não... Nunca! –(ela sorri notando minha empolgação).

_É muito legal, vocês dois tinham que ver!

_Eu sei o que é... –(ele se mantém serio me olhando). Já ouvi antes...

_Não é o máximo?! –(eu estava eufórica, nunca devo ter ficado assim antes).

_Não o suficiente pra toda essa empolgação sua...

_Queria que você estivesse lá, sua opinião seria bem diferente... –(insisti vendo que meus esforços em fazê-lo sorrir estavam sendo inúteis)

_Você tava muito bem acompanhada... –(ele diz isso e passa por mim pelo corredor indo sei lá pra onde).

_Nate? –(chamei).

_Vai lá... –(disse Sarah). Fala com ele... eu vou procurar Jonathan!

Ela me deixa ali e volta pelo mesmo lado do corredor pelo qual chegou ali. Então me virei e fui atrz do Nate na intenção de conversar. Tentar entender porque ele tava agindo daquele jeito comigo a dias... ele virou o corredor antes de eu alcançá-lo, e seguiu em direção ao outro lado. Eu fui atrás dele até estarmos em um corredor branco que levava a um elevador. Puxei ele pela mão fazendo-o parar pra me ouvir e comecei:

_Nate, pára... –(ele se vira pra me olhar). Me escuta... O que deu em você? Por que ta me tratando assim?

_Te tratando como? –(manteve a cara fechada).

_Assim, como se eu tivesse feito algo errado. Se eu fiz me desculpa, mas eu quero saber o que foi...

_Deixa pra lá... –(ele se vira de novo ficando de costas pra mim, mas sem sair do lugar).

_Não. Eu quero saber... Parece que você não me quer mais por perto, o que foi?

Ele fica quieto, com a cabeça baixa. Não me diz nada ate que eu pergunte outra vez:

_É isso Nate? Você ta incomodado com minha presença aqui? Arrependeu-se de ter aceitado minha ajuda? –(senti um nó estranho na garganta ao dizer aquilo, como medo que ele respondesse que sim).

_Talvez fosse melhor ter deixado você lá. Aqui não é lugar pra você... –(ele vira apenas o rosto pra me olhar, e se aproxima da parede escorando uma das mãos).

_O que quer dizer? –(congelei)

_Você parecia feliz onde estava. Eu não devia ter ido ver você...

Aquilo foi um balde de água gelada em cima de mim, ainda com enormes pedrinhas de gelo pontudas. Nunca pensei em ouvir isso dele, assim.

_Quer dizer que você se arrependeu? –(aquele maldito nó na minha garganta surge de novo). Você disse que tinha voltado pra me ver... –(quase chorei nessa hora). Pensei que tivesse dizendo a verdade...

_Eu queria ver você, mas... –(ele abaixa a cabeça). 

_Mas não tanto como eu pensava.... –(tentei ser dura e não chorar). Não era tão importante pra você como você pensava... –(ele me olhou serio sem dizer nada). Eu larguei minha vida, as pessoas que eu conheço, meu lar. Tudo... Simplesmente por que um belo dia você apareceu, me dando esperanças de que tinha sentido minha falta. E ai me arrisco, sem ter idéia do que aconteceria mais tarde. Tudo isso pra ficar perto de você... –(eu não estava mais agüentado de vontade de chorar). E agora você se arrepende de ter ido me ver? Como pode ser tão egoísta? –(não pude mais me conter e deixei as lagrimas virem ao meu rosto).

Eu me virei mais ou menos um ângulo de quinze graus em direção a parede e senti vontade de cair de joelhos de cabeça na parede. Parece meio dramático, mas eu senti uma dor muito grande em dizer aquelas palavras. Será que ele não tinha noção do que eu tinha feito, só pra estar com ele? Será que ele era tão frio assim, a ponto de me dizer isso a essa altura dos dias. Depois de tudo? Puxei forças de dentro de mim, e continuei:

_O pior de tudo, é que não me arrependo... –(olhei seria nos olhos dele). Se fosse pra eu entrar naquele maldito elevador, e descer ate aqui de novo por sua causa. Eu faria tudo de novo... Desceria até o inferno pra ficar do seu lado. –(não pude segurar mais uma vez as lagrimas caindo dos meus olhos). Você não tem idéia do quanto sentir isso é horrível... Não pode ter....

Eu não queria desabar a chorar feito uma criança abandonada pelos pais ali na frente dele, então me virei e comecei a caminhar para o outro lado. Mas ele chama meu nome e vem atrás de mim, parando bem na minha frente e me segurando pelos braços. ele olha nos meus olhos, meio desconcertado e diz:

_Me desculpa... Carry eu... –(o olhei nos olhos mesmo sem muita coragem). Não me arrependo de ter ido ver você. Muito menos enjoei de você ao meu lado, nada disso. Mas eu to preocupado. Essa coisa no meu sangue... Ta me matando... –(ele diz com expressão desesperada). Eu não consigo pensar em mais nada, e tudo que eu quero é você do meu lado, eu não tenho mais ninguém em quem confiar além de você.

_Então por que ta agindo como se me quisesse longe? –(eu chorei angustiada). Ta me deixando confusa...

_Eu sei... –(ele se aproxima mais de mim, tocando meu rosto docemente). Me desculpa... Eu devo ter... –(ele balança a cabeça e sorri meio sem graça). Ficado com ciúmes de você...

_Ciúmes? Por quê?

_ Você é esperta! É divertida... Linda! –(ele olha todo meu rosto). E ta na cara que eu não sou o único que acha isso...

_Ta falando do Adam?

_Eu vejo como ele olha pra você... Como ele se comporta perto de você, como se quisesse te impressionar, e isso ta me deixando maluco... –(ele diz serio).

 _Eu não entendo você... Não entendo essa nossa relação... Eu gosto de você, você sabe disso. E você sempre diz o quanto gosta de mim tambem, mas... Você não deixa eu me aproximar de você do jeito que eu quero... –(toquei o rosto dele com ambas as mãos). E ai quem acaba pirando sou eu...

_Eu não quero que isso acabe da pior maneira possível... –(ele abaixa o rosto olhando para o chão). Eu não quero deixar você... –(ele me olha com os olhos lacrimejantes). Não quero ir embora, e deixar você sofrendo por minha causa... –(ele estava falando no caso de não sobreviver por causa das alterações no seu DNA). Eu não tenho esse direito...

_Você não tem o direito de decidir por mim... A vida é minha, e se eu quiser jogar ela no lixo por sua causa, a culpa não será sua, será somente minha. Não tenta me afastar de você por medo de me fazer sofrer, porque você já vai fazer isso. Eu não quero ficar longe de você... –(segurei firme o rosto dele). Nunca mais...

_Você não vai desistir de mim não é?

_Nem que você chute a minha cara! –(eu disse seria).

Depois de uns segundos nos entre olhando, e pensando na minha frase recém dita, notei uma ponta de sorriso nos lábios dele. E inevitavelmente tive uma vontade imensa de cair na gargalhada. Então logo estávamos ambos rindo ali no meio do corredor. Depois ele sorri docemente pra mim, e me puxa pra junto dele me abraçando forte. Ele me segura firme, e beija o topo da minha cabeça e diz:

_Agente vai ficar bem... Eu prometo!

Agarrei-me a ele como se os braços dele fossem o lugar mais seguro do planeta. E pra mim realmente eram. Sentir os braços dele ao redor de mim, era a melhor sensação do mundo. Eu poderia ficar a vida toda assim, abraçada a ele.


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Notas finais do capítulo

quero comentarios ajuda muito!!



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