Colstcant escrita por Kuroi Namida


Capítulo 6
Scream




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Quando chegamos a sala principal, encontramos Nate e Robert sentados aguardando provavelmente nossa chegada. Havia um lance de escadas do nível onde estávamos ate a parte de baixo. Eu vi Nate de costas com os dedos das mãos cruzados e ele estava inquieto. Jeremy é o primeiro a descer os degraus. Seguido por Sarah, e Jonathan. Eu estava um tanto quanto estática ao ver todo aquele lugar. Era estranho de mais pra que eu pudesse entender. Como era possível a sobrevivência daquelas pessoas ali embaixo. longe da luz solar, e do ar puro...

Jeremy chega a parte inferior da grande sala, branca. E aponta pra minha direção quanto Nate ergue os olhos para vê-lo. Nate vira o rosto pra me ver, e se levanta imediatamente. Ele anda em direção a escada. Eu começo a descer para encontrá-lo. Ele me parecia bem... paramos no meio da escada, um na frente do outro. Mais uma vez tive uma vontade imensa de abraçá-lo com força, como se tivessem tirado ele de mim de novo. Eu senti um nó na garganta, que só poderia ser descrito como agonia.

Ele me olha serio, e pergunta:

_ Você ta bem?

_Sim... E você? –(respondi)

_ Pra onde levaram você? Eles fizeram alguma coisa? –(ele toca minha mão machucada como se procurasse alguma coisa).

_ Não. Eu... To bem... Acho que eles me deram alguma coisa pra esse ferimento, mas eu me sinto bem! –(aproveitei para segurar firme a mão dele). Onde você estava?

_ Acordei em uma sala quase vazia, em cima de um colchão escuro. –(ele abaixa o rosto por uns segundos depois volta a me olhar). Fiquei preocupado que eles tivessem feito alguma coisa pra te machucar...

_Não. Eu me sinto bem, não acho que eles tenham tocado em mim... –(desci mais um degrau e fiquei ao lado dele).

Jeremy então decide chamar nossa atenção:

_ Por favor, como podem ver, somos confiáveis. Estão todos bem, agora venham ate aqui, eu agradeço!

Olhei pro rosto de Nate, e decidi descer a escada. Ele passa a Mao por traz da minha cintura e me segue, como se ainda estivesse querendo me proteger. Mostrar que estava ao meu lado, e que eu estaria segura. Eu me senti bem ao saber que ele estava mesmo cuidando de mim. Queria ficar a sós com ele, e poder falar sobre tanta coisa que estive pensando nos últimos tempos em que não nos vimos. Mas agora não seria possível. Então segui em direção a sala, seguindo as instruções de Jeremy.

Jeremy começa a falar sobre o lugar onde estávamos.

_ Como podem ver, estamos abaixo da grande cidade chamada Sighdow. –(ele se dirigia aos seus amigos, que estavam pela sala, nos olhando com expressões serias). Nossos convidados chegaram recentemente, e gostaria que eles fossem bem tratados.

_ Nossos suplementos podem não dar pra todos. –(diz um homem mau encarado).

_Alem do mais nem sabemos se eles vão agüentar comer as mesmas coisas que nós... –(disse Dréa me encarando).

_ Nossos suplementos são perfeitamente suficientes para nós, e tambem para os recém chegados. Quanto ao paladar, imagino que eles irão se acostumar com o tempo. Isso não é problema. Alias, acho que não teremos problemas aqui, ou será que estou enganado? –(disse com expressão firme).

Os outros concordam, mesmo sem se mostrarem muito contentes com isso. Robert se pronuncia:

_ Ta na cara que não nos querem aqui. Porque não nos deixam ir?

_Não é uma opção... –(diz Jeremy). La fora existe muitos perigos, principalmente para desavisados.

_De que tipo de perigo estamos falando? –(pergunta Nate em pé ao meu lado).

_Do tipo que pode te matar garoto... –(diz outro sujeito com aparência de soldado, que entra na sala e passa por nós).

_ Este é O’Connell... –(Jeremy apresenta-nos). Ele era sargento do exercito, antes de ser mandado pra cá... E é ele quem cuida da situação la fora.

_Qual situação? –(perguntei)

_ Hostis... –(responde –me Jeremy). São civis como vocês, mas... Com sérios problemas...

_Gostaria de não precisar perguntar, mas parece que não tem jeito. –(diz Robert serio). Que tipo?

_Eles vieram pra cá, antes de nós... a muito mais tempo. Parece que foram usados como cobaias, pelo seu governo. –(Jeremy explica dando voltas pela sala). Cobaias descartadas, quando as experiências deles não saio como o planejado.

_Os chamamos de Hostis, porque eles não são como nós... –(diz o sargento).

_Como assim? Eles tem o que de diferente? –(questiona Sarah).

_Eles foram geneticamente atacados por assim dizer. –(diz Jeremy). O que os transformou em coisas, que acreditem. Vocês não vão gostar nem achar familiar...

_Eles estão lá fora? –(diz Nate).

_Sim. Por toda parte. –(Jeremy) por isso não queremos arriscar em deixar vocês irem.

_ E o que eles querem? –(perguntei curiosa).

_Tudo que puderem ter. –(responde Jeremy).

_Vão adorar sua pele branca por assim dizer... –(diz Dréa como se debochasse de mim).

_ O que quer dizer?

_Quer dizer que eles são canibais... –(Robert se levanta e diz). Já ouvi falar desse tipo de criaturas... ouvi muito isso quando estive preso... é mais ou menos isso não é doutor? Ou seja, lá o que você for...

_Sim! –(responde Jeremy). E não sou um doutor obrigado. Mas eu explico. Especificamente eles vivem aqui em péssimas condições. Tiveram que aprender a viver uns com os outros, e suas deficiências. Com o passar do tempo, aqueles que eram mais fracos. Passaram a virar alimento aos outros. Isso os tornou mais fortes e tambem ajudou na mudança de aparência. Vou mostrar a vocês... Venham comigo. Todos vocês...

Jeremy se vira e pede que o sigamos. E nós fazemos exatamente isso.

Caminhamos por um longo corredor até que ele pare e se vire pra nós, avisando:

_O que vocês vão ver, é um pouco assustador. Sugiro que o garoto não veja isso. –(ele olha para Jonathan). Vou pedir que ele seja levado até os outros garotos.

_Eu não quero. –(ele se abraça a irmã).

_Ele não esta acostumado a ficar longe de mim. –(avisa Sarah).

_Mesmo assim. Como disse ele pode ficar impressionado. Ele vai ficar bem, junto aos outros meninos da idade dele. (ele sorri amigavelmente para passar confiança).

Uma mulher muito bonita vestindo um jaleco branco se aproxima e pede que o menino acompanhe-a. então Sarah pede que ele vá, e Jonathan concorda deixando a Irma livre para seguir junto a nós. Então seguimos Jeremy até chegar a um grande laboratório, onde alguns cientistas trabalhavam super concentrados. Ele caminha ate um dos homens ocupados e pede algo. O homem volta minutos depois de ir ate um armário grande, desse de IML. E traz uma maca coberta por um lençol.

Jeremy pede que nos aproximemos dele. Então descobre o corpo. Era horrível. Aquilo nem parecia humano. Com certeza não poderia ser. Apesar do formato de seu corpo lembrar especificamente um cadáver humano. Não havia cabelos ou pelos por nenhuma parte do corpo na maca. A pele parecia seca, quase como se fosse um cadáver recém desenterrado antes de terminar sua decomposição. Tinha os olhos abertos, pois não tinha pálpebras. Era realmente uma criatura grotesca. Ate eu me assustei, e dei alguns passos para traz.  Jeremy explica:

_Este é o hostil 246. Ele foi capturado pelos nossos soldados. Enquanto procurávamos civis. Assim como vocês.

_Nós não somos os primeiros a descer aqui? –(perguntei).

_Sim... Você e seu amigo... –(ele olha para o Nate). Mas os outros não. outros que foram aprisionados como você Sarah e Robert. Estes já apareceram antes... Tentamos salva-los. Mas a maioria foi pega pelos hostis...

_Essa coisa já foi um homem? –(pergunta Robert examinando o corpo).

_Mais especificamente uma mulher...

_Mulher? –(pergunta Nate, provavelmente imaginando o mesmo que eu).

_Como pode ser uma mulher? –(eu sigo dizendo). O corpo não lembra nada uma mulher.

_As mudanças pelas quais eu lhe falei... Elas transformaram todos nessas coisas... são como primatas, porém com muita agilidade e inteligência...

_Inteligência? Que maravilha... –(disse Sarah assustada e ao mesmo tempo indignada).

_Se alimentam de carne humana pra sobreviver, mas sangue de diferentes pessoas, em um único corpo pode alterar um DNA que já tenha sido modificado e torná-lo em algo mais forte, e resistente. –(segue Jeremy). Este já foi um ser humano como vocês. Porém, teve seu DNA, geneticamente alterado. Os sintomas de uma doença começam a aparecer... Os cientistas não sabem como corrigir. E trazem pra Ca. Deixam eles presos ate que eles morram. Ou, tenham força pra escapar... que foi exatamente o que aconteceu.

_E o que acontece depois? –(diz Sarah).

_Eles saem a procura de alimento... Quando encontram, fazem o que tem de fazer. Comem. Isso ajuda na deformação...

Um homem entra no laboratório a procura de Jeremy, e o chama. Ele se vira e vai ate o sujeito. Depois volta avisando:

_Tenho uns problemas para resolver. Pedirei que alguém acompanhe vocês ate a sala de alimentação. La vocês encontrarão outros como vocês. Que chegaram aqui a mais tempo. Com licença...

Ele se vira e sai do laboratório junto ao sujeito grandalhão. E em seguida um cara nos acompanha ate o corredor. No caminho, um outro cara, mais jovem vem em nossa direção. Sarah e Robert conversam meio que em sussurros. Mas eu pude ouvir:

_Vão ficar nos carregando pra cima e pra baixo... –(Robert).

_Tambem não to gostando de nada disso. Mas não to afim de sair daqui e dar de cara com uma daquelas coisas horríveis la fora. –(diz ela).

O rapaz que devia ter a minha idade, para bem na nossa frente como se fosse bater continência. Ele passa os braços para traz do corpo e junta as pernas. Então olha pra nós e diz:

_Jeremy me pediu para acompanhar vocês ate as instalações. –(ele olha todos, mas por algum motivo ele ficou me encarando estranhamente). Por favor, venham comigo...

Nate franze a testa e segue o rapaz. Eu e os outros tambem fazemos o mesmo....

O cara conversava com agente falando sobre o lugar. Sobre como deveríamos agir, para não assustar os outros, como se fossemos estrangeiros, de outro planeta. Me senti um tanto quanto ofendida e reclamei:

_Por que eles vão se assustar com alguma coisa que façamos? –(ele me olha enquanto caminha). Acho que nós é que devemos ter receio de qualquer coisa aqui embaixo...

_Eles estão mais seguros aqui, do que vocês estavam la em cima! –(ele ri como se eu fosse uma menina boba). Pra eles vocês são invasores. Então sugiro que tentem não chamar atenção...

_Somos os novatos aqui... –(diz Robert). É como estar na cadeia... Evite, olhar atravessado pra qualquer um deles. Ou podem achar isso ofensivo...

_Eles vão atacar agente é isso? –(diz Sarah).

_Não! –(o cara para e se vira serio mas mantém o olhar em mim, como se eu tivesse feito a pergunta). Nós não somos agressivos. Mas eu cuidaria a língua. Não gostamos de ser tratados como escória.

_Porque o rótulo? –(Perguntei).

_AS pessoas da sua cidadezinha perfeita pensam que são melhores do que nós. Mas isso não é verdade. Então, comportem-se como um de nós. Porque a partir de agora é o que vocês são...

Ele se vira e segue na direção do tal local, sendo seguidos por todos nós...


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