Digimon: Golden Memories escrita por foreveralone san


Capítulo 14
Acordando para a realidade


Notas iniciais do capítulo

Yo o. sei que demorei dessa vez, mas houve um dos rotineiros bloquieos criativos e empaquei no meio desse cap ^^'''
desculpem pela demora e vamos ao cap!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232615/chapter/14

...

Noite passada foi complicada, tudo parecia estar desandando, eu não conseguia distinguir o que era certo do que era errado. Mas, ao mesmo tempo em que meu coração se partia, algo dentro de mim reacendeu, como se estivesse preso dentro do meu coração. Eu sei que pode parecer errado, e tenho quase certeza de que é, mas, ao olhar pra ele, ao olhar para o Tai, é como se eu estivesse olhando para a única pessoa que existiu em minha vida. Parece besteira, mas é como eu me sinto. Foram tantos anos de culpa, de receios e arrependimentos, que eu esqueci de como era amar. Eu sei que já amei o Matt, eu sei que em algum ponto eu senti algo por ele que pode se chamar de amor, mas agora, estando ao lado do Tai, sentindo seus braços ao meu redor e escutando as batidas do seu coração de novo, eu sei que nunca amei alguém como amo ele...

Eu conseguia escutar os pássaros cantando do lado de fora da janela, não tinha certeza se estava acordada ou sonhando, apenas sentia-me extremamente aconchegada, feliz, como a tanto tempo não me sentia, meu peito inflava com uma alegria que eu não sabia explicar. Fui abrindo meus olhos vagarosamente, não queria estragar aquele momento de alguma forma. Quando meus olhos desembaçaram eu pude vê-lo, estava deitado de frente para mim, o peito despido e o cabelo bagunçado sobre o travesseiro, todo iluminado pelo sol matinal. Ele tinha uma feição tão distraída no rosto, como se preocupação nenhuma nunca lhe afligisse, o eterno meninão.

Eu continuei a fita-lo com um sorriso em meu rosto. Como era bom poder sentir-me assim novamente, viva, livre e leve, como se tivesse me libertado de correntes ou tirado o peso do mundo das minhas costas. Ele começou a acordar, dando um longo bocejo antes de olhar para mim piscando os olhos várias vezes.

–Bom dia

–Bom dia! Dormiu mais do que eu dessa vez! –Falei rindo, ele sorriu passando um dos braços em volta da minha cintura e se aproximando. Ele tomou meus lábios em um beijo que nem mesmo a letargia de termos acabado de acordar impediu que fosse apaixonado. O sabor da boca dele me despertou, mais do que só acordar, me fez acordar pra minha vida, para o que eu realmente queria.

–Eu amo você! –Ele olhou em meus olhos, me fazendo ficar perdida nos olhos dele. Encostei minha testa na dele e fiz das palavras dele minhas.

–Eu amo você! – ficamos ali, deitados, sem nenhuma palavra mais a ser dita. Um som nos despertou, a porta se abriu e Kath surgiu

–Mãe, você viu o papai? eu não encontro ele em... –Ela parou ao se virar para cama, vendo o Tai e eu juntos, por sorte o lençol nos cobria o suficiente, mas não consigo nem imaginar o que estaria se passando na cabeça dela nesse momento.

–Bom dia, querida! –Falei sorrindo um tanto constrangida, mas também quase rindo pela expressão no rosto dela.

–Bom... Dia... –Ela respondeu voltando seu olhar para o Tai.

–Eu já vou descer para fazer o café. Vai se arrumando pro colégio. –Eu não sei bem se ela poderia acabar ficando traumatizada ou algo assim, mas ela pareceu aceitar de bem e saiu do quarto. Tai voltou a olhar para mim rindo. –Nós vamos ter de explicar à ela.

–É, vamos sim. –Eu ri junto com ele, só ele conseguia isso, me fazer rir com tanta facilidade. Ele voltou a deitar a cabeça no travesseiro e eu me apoiei sobre o cotovelo, olhando para ele sob o brilho do sol, estando aqui, ao lado dele, parecia ser o meu lugar, onde eu deveria sempre estar, o lugar onde meu coração está.

–Está tudo bem? - Ele me perguntou me fitando com aqueles olhos castanhos iluminados pelo brilho do sol, eu me aproximei beijando-o de leve nos lábios.

–Nunca estive melhor!

Nós nos levantamos, Tai foi o primeiro a se arrumar e descer para preparar o café da manhã pra Kath, eu demorei um pouco mais, aproveitando para tomar um bom banho morno, normalmente isso teria me deixado mais sonolenta, mas eu me sinto tão desperta e alegre. Assim que terminei de me arrumar, eu desci as escadas e me encontrei com a Kath e o Tai na cozinha, Tai estava preparando algo enquanto Kath estava sentada na mesa sorrindo olhando para mim.

–Você parece bem animada! –Falei me sentando ao lado dela

–É por que estou mesmo!

–Ansiosa para ir à escola? -Perguntei fingindo não saber o motivo da alegria dela, mas eu sabia que era o mesmo que o meu

–Ansiosa para voltar, isso sim! –Nós rimos juntas e virei-me em direção ao Tai

–O que você está preparando aí? –Ele sorriu virando em nossa direção e vindo com um prato cheio de panquecas

–Panquecas a la Tai!

–Wow! Isso está com um cheiro bom! –Falei assim que ele pôs o prato sobre a mesa. Não era surpresa nenhuma para mim que ele é um bom cozinheiro, Apesar do jeito “Moleque” dele, ele sempre cuidou da Kari muito bem, principalmente quando eram só os dois vivendo juntos. Tenho certeza de que ele foi, e é um pai incrível para a Kath.

Depois do café reforçado, foi hora de levar a Kath ao colégio, eu fui junto com eles, e logo depois de deixarmos Kath no colégio, pensei que Tai iria para o trabalho, e eu ficaria na cidade até o momento em que tivesse que buscar a Kath, mas parecia que ele possuía outros planos...

–Então... você vai para o trabalho agora, não é? –Perguntei enquanto ele dirigia em direção à praia, como hoje era sexta-feira, imaginei que o movimento no restaurante estaria alto, mas não queria que ele fosse embora.

–Não, hoje não. –Ele sorriu olhando para mim rapidamente e voltando a olhar para frente. Eu o fitei curiosa, imaginando o que ele estaria planejando.

Deixei que ele me levasse aonde quer que fosse, nunca fui muito fã de surpresas, mas depois desses últimos anos, já não me importo mais. Ele seguiu até perto da praia, não estávamos longe da casa dele, daria até para ir andando, mas foi apenas quando descemos do carro e chegamos na areia que eu percebi onde estávamos.

–Lembra-se desse lugar? –Ele me perguntou sorrindo. Como eu poderia esquecer? Aquele era “o meu refúgio”, de todas as lembranças que eu tinha, tanto com ele ou só, eu nunca me esqueci daquele lugar, e daquele dia...

–Claro! Como eu poderia esquecer.... –Eu sorri olhando em direção ao mar, ainda era cedo e o sol não estava mais na margem do horizonte, mais ainda era tão lindo quanto naquele dia. Meu olhar voltou ao Tai, contrastando com a luz do sol, ele era uma figura linda, tão parecido com o que eu conheci nove anos atrás, mais tão diferente, havia crescido, amadurecido, era um homem adulto agora, um pai, cheio de responsabilidades e preocupações, mas nada disso transparecia em seu rosto ou em seu sorriso, ainda tinha o mesmo sorriso de moleque. Despreocupado, alegre, capaz de compartilhar essa alegria com quem quer que olhasse para ele, esse era o mesmo Tai por quem me apaixonei...

E quanto a mim? Oque fiz nesses nove anos da minha vida? Casei-me com Matt, lembro-me do dia de meu casamento, julgava ser o certo, ser o que eu queria para mim, mas faltava algo em meu peito. Eu negava de todas as formas possíveis, na época, de que eu ainda amava o Tai, sentia-me culpada por deixar minha filha para trás, mas era uma decisão sem volta. Mas agora, do lugar onde estou, quando olho para trás, tudo o que vejo é uma vida de ilusões e arrependimentos.... Oque me fez escolher o Matt naquele dia?

–Concede-me uma dança? –Tai me perguntou estendendo a mão em minha direção. Sorri segurando em sua mão e deixando que ele me conduzisse pelas areias. Nossos olhares não se separavam enquanto íamos “bailando” pela areia, tantas coisas eram ditas entre nossos olhares, coisas que queríamos ter dito um ao outro nos últimos anos e a distância tinha nos impedido. Quando nós paramos, eu repousei minha cabeça no peito dele, escutando ao bater de seu coração. –Eu te amo!

–Eu te amo! –Respondi sorrindo, nunca havia falado aquelas três palavras com tanta facilidade, tão certa do que eu estava dizendo...

Permanecemos sentados na praia, ele sentado atrás de mim com as pernas ao meu redor e eu deitada em seu peito eu estava aconchegada nos braços dele e com seu rosto ao lado do meu, ambos olhávamos em direção ao mar. Minha mente estava em silêncio, sem preocupações ou aflições, mesmo que minha vida estivesse cheia delas, naquele momento, éramos apenas eu, o mar e o Tai, lembro-me de já ter ouvido ele falar de algo parecido. Me pergunto se ele está sentindo o mesmo. Recostei minha cabeça contra o peito dele e virei meu rosto para fitar ao dele. Ele continuava a olhar para o mar com um sorriso bobo no rosto e um olhar perdido em algum pensamento.

–Uma moeda pelo que está pensando. –Ele me fitou mantendo o sorriso bobo.

–Estou pensando que sou o homem mais sortudo do mundo! – Eu ri fechando meus olhos e me aconchegando contra o peito dele.

–Você é o homem mais bobo do mundo, isso sim! –Respondi e escutei ele rir, um som tão doce quanto estou tão perto dele.

–Eu queria poder ficar assim para sempre.... –Eu compartilhei desse sentimento dele, queria poder ficar para sempre vivendo dias como esses, dias em que me sentia feliz sem culpa por sentir-me assim.

–Eu também... só que aí nós iriamos nos atrasar para buscar a Kath! –Falei mantendo-me deitada no peito dele.

–Eu tive uma ideia, por que não fazemos algo especial hoje à noite? –Eu abri meus olhos e voltei a fitar a ele

–Especial como?

–Um jantar, preparado por nós dois, tenho certeza de que ela irá gostar!

–Ele irá gostar só se você preparar a maior parte da comida, por que eu sou uma negação na cozinha! –Ele riu e eu voltei a me deitar contra o peito dele, era um lugar de onde eu não queria mais sair.

–Tudo bem, você pode ser minha ajudante então!

–Eu topo. –falei e em pouco tempo, acabei adormecendo deitada no peito dele. Eu havia acordado cedo naquele dia e nunca fui muito de resistir quando encontrava um lugar confortável onde repousar...

Quando acordei ainda estávamos na praia, mas o Tai havia deitado na areia e eu havia ficado sobre o peito dele, quando ergui meu rosto para olhar para ele, vi que ele também tinha adormecido. Eu teria voltado a me deitar junto com ele, queria muito poder continuar ali sem ter de me preocupar com mais nada, mas não sabia por quanto tempo já estávamos ali, então eu tive de acordá-lo.

–Tai... –Eu me aproximei do rosto dele, colocando a minha mão sobre a bochecha dele. –Hora de acordar!-Ele murmurou algo começando a acordar. Ele ergueu a cabeça e seus olhos ainda sonolentos me fitaram. –Preguiça de acordar? -Falei rindo, ele sorriu esfregando os olhos.

–Eu tive medo de acordar e ver que era tudo um sonho...

–Tudo oque? –Perguntei quando ele levantou, sentando-me na areia de frente para ele.

–Isso! –Ele me beijou nos lábios com carinho, eu retribui o gesto e ele voltou a me fitar. Os olhos dele eram a coisa mais linda de se ver, pareço estar ficando louca ou algo assim, como uma menina se apaixonando pela primeira vez.

–Nós deveríamos nos apressar, a Kath vai sair do colégio daqui há pouco, não é? –Ele olhou para o relógio em seu pulso e sorriu

–Sim, mais ainda temos tempo para fazer uma coisa! –Ele sorriu para mim.

Nós nos levantamos e fomos embora. A coisa que o Tai queria fazer era comprar oque ele precisava para fazer o jantar especial dele, eu pretendia ajudar, mas com toda a certeza eu deixaria ele fazer a maior parte.

Depois de comprar oque precisávamos, fomos buscar a Kath no colégio. Ela ficou toda alegre ao nos ver juntos no portão da escola, vindo me abraçar com força. Nós parecíamos uma família, e éramos, de certa forma, mesmo que não sejamos uma convencional.

Retornamos então para casa, a casa do Tai. Kath subiu rapidamente para poder tomar banho e descansar antes do jantar. Eu fiquei com Tai na cozinha ajudando ele a arrumar tudo.

Tai, oque isso está fazendo aqui? –Perguntei a ele com um pacotinho verde na mão, era um pacote de biscoitos salgados em forma de palito, lembro que eram meus favoritos, e também que tai os detestava por serem muito apimentados, mas esse pacote que eu havia encontrado já estava aberto.

–São da Kath, ela adora essas coisas. –Ele falou olhando rapidamente para o pacote e depois voltando a se concentrar no que estava fazendo. –Me pergunto de quem ela puxou isso? –Ele falou sorrindo.

–Eles são deliciosos! –Falei pegando dois e os partindo ao meio na minha boca. Ele apenas riu balançando a cabeça.

–Não sei como vocês conseguem comer isso.

–Ah vai, eles não são tão ruins assim! Prova um e você vai ver! –Eu falei me aproximando dele.

–Não, obrigado. Eu já comi alguns desse esse ano e não pretendo comer mais!

–Ah vai! Por favor? –Falei fazendo cara de pidona, eu gostava de provocar ele, de uma forma ou de outra eu conseguiria fazê-lo ceder. Ele continuou a recusar e uma ideia me ocorreu. –E se for assim? –Eu peguei um dos palitos e o deixei entre os dentes. –Que tal? –Ele olhou para mim sorrindo

–Não custa provar, né? –Ele falou se aproximando de mim. Ele passou um dos braços em volta da minha cintura e me colou ao corpo dele. Aproximou seu rosto do meu e partiu o palito salgado quando uniu nossas bocas, eu não sei oque ele fez com a metade dele, e a minha havia escorregado para o lado direito daminha boca, mas não demos atenção a isso e continuamos com o beijo.

Ele separou seus lábios do meu e voltou a me olhar nos olhos. –E então? –Perguntei

–Incrível! –Ele respondeu e eu ri

–Eu estou falando do biscoito!

–Ah! É, o biscoito, eu me esqueci. Posso provar de novo? –Eu ri e coloquei mais um palito entre os lábios.

–Estou vendo que vamos ficar aqui a noite toda! –Eu falei rindo enquanto nos aproximávamos novamente. Mas eu estava enganada, não demorou mais do que um segundo para que tudo acabasse...

–Tai? –A voz da Mimi alertou a nós dois que nos separamos bruscamente. Ele tinha acabado de entrar pela porta da frente e nos olhava espantada.

–Mimi, isso... isso não é... –Tai tentou argumentar, mas pareceu não saber oque falar, eu também não sabia. Oque eu poderia dizer a Mimi numa hora dessas? Não faço ideia do que poderia estar passando na mente dela, e ela não disse nada apenas largou um embrulho de presente que ela carregava e saiu. Tai apenas fitava em direção a porta sem saber oque fazer.

–Vai atrás dela! –Eu falei, mesmo que meu coração pedisse para que ele não fosse. Tai correu em direção à porta e foi até a Mimi. Eu caminhei lentamente em direção a janela para ver de longe oque aconteceria.

Tai a alcançou antes que ela chegasse ao carro dela, segurando-a pelo braço e fazendo-a olhar para ele. Ele deve ter implorado que ela o perdoasse, mas eu conheço a Mimi, ela não perdoaria tão facilmente, não a mim, que nem sequer merecia que ela me perdoasse. Eles discutiram e eu via a Mimi chorar. tudo havia sido minha culpa, eu sabia que isso aconteceria, sabia que era um erro a partir do momento em que me levantei hoje, mas eu tentei negar, tentei negar que a Kath estava certa, de que não havia um lugar para mim aqui. O Tai e a Mimi estavam finalmente seguindo em frente, consertando suas vidas, e eles mereciam isso, mereciam serem felizes, mas eu estraguei tudo... o Tai não vai conseguir ser feliz comigo aqui... ninguém vai...

Eu me virei e subi as escadas para o segundo andar, indo para o quarto em que eu e o Tai havíamos compartilhado nossa última memória juntos. Todas voltaram a mim, todas de uma única vez. Eu sei que não me esquecerei jamais de nenhuma delas, nem desse lugar, mas não posso mais atrapalhar a vida deles, nossos caminhos haviam se separado a muito tempo e eu devia ter aceitado.

Eu estava arrumando as minhas coisas dentro da mala quando ele entrou, o olhar abalado só piorou ao ver oque eu fazia.

–Você vai embora? –Ele me perguntou com a voz pesada, eu não me virei para ele, não sei se conseguiria olhar para o rosto dele e ver tudo oque eu já fiz ele passar.

–É oque parece, não? –Respondi secamente, ele se aproximou de mim erguendo a voz

–Então é isso?! Uma coisa dá errado e você já decide que é melhor você ir embora?

–Não foi só uma coisa! Foi tudo! Tudo deu errado! –Respondi me virando para ele, apesar da feição irritada dele, eu podia ver a tristeza por trás de seus olhos, por que eu vivia a causar tanto sofrimento a ele?

–Tudo oque, Sora? A Kath foi um erro? Oque tivemos no passado foi um erro? É isso?

–EU fui um erro, EU errei quando fiz aquela maldita escolha dez anos atrás!

–Então por que não fica e repara esse erro?

–Eu não posso, Tai, você sabe disso...

–Não, Sora, eu não sei! Por que você não me explica por que é tão importante que você volte para o Matt?!

–Não é pelo Matt...

–É pelo quê então? –Eu desviei o rosto, não conseguia mais olhar para ele sem sentir um aperto no coração. Eu queria poder ficar e consertar os erros do meu passado, queria mesmo, mas eu não posso, pelo Bryan... –Me responde, Sora!

–Eu tenho um filho com o Matt! –Gritei olhando para ele. Ele tomou uma feição de surpresa. –A Mimi não te contou essa parte, contou? –Ele abaixou o olhar e eu suspirei voltando a arrumar as minhas coisas. –É por causa dele que eu tenho que voltar, Tai. Não posso fazer com ele oque fiz com a Kath....

–E quanto a ela? – ele voltou a me fitar. –E quanto a Kath?

–Ela não precisa de mim....

–Quem falou isso?

–Ela falou! –Respondi me recordando do que ela havia me falado na noite passada, por mais doloroso que tenha sido ouvir isso dela, era verdade.

–A Kath nunca diria isso!

–Mas ela disse! E ela está certa! –Falei socando as minhas roupas dentro da mala. –Ela tem você e a Mimi, vocês são a família dela, os pais dela, eu sou só a mulher que deu a luz a ela e a abandonou na primeira oportunidade!

–Isso é mentira, Sora!

–É? Tem certeza? Por que é assim que eu lembro, Tai! É assim que aconteceu! –Eu me aproximei encarando a ele. –Me diga, diga que não houve um dia sequer em que você não me odiou pela escolha que eu fiz! –Ele desviou o olhar e não respondeu, eu sabia que não ia responder, mesmo que a Kath não me odiasse, eu sei que ele me odiou, e agora eu consegui fazer a Mimi me odiar também.

–Você não pode ir... –Ele falou depois que eu me afastei dele

–E por que não? – perguntei me mantendo de costas para ele

–Por que você não quer ir! –Ele me segurou pelo braço e me fez olhar para ele. –Olha para oque houve hoje, Sora. Para oque sentimos, para oque dissemos um ao outro! Nós ainda nos amamos! VOCÊ ainda me ama!

–Sim, eu amo, eu amo você, e posso repetir quantas vezes você quiser que eu repita! Oque eu mais quero é ficar aqui, com você, com a Kath, ficar onde o meu coração está! Mas não se trata do que eu quero, Tai, mas do que eu tenho que fazer! E eu tenho que voltar! –Respondi puxando meu braço para fora da mão dele. Ele permaneceu em silencio e eu voltei a arrumar as minhas coisas.

–Quando você vai?

–Amanhã cedo.

–Por que tem que ir tão depressa? Fique aqui pelo final de semana, pela Kath, já que não vai voltar....

–Não posso....

–Por que não?

–Por que eu não sei se consigo resistir a você por mais um dia! –Eu respondi voltando a fita-lo. Ele não estava mais furioso, agora havia apenas tristeza em seu olhar, oque apenas tornava mais doloroso olhar em seus olhos. Desviei meu olhar do dele para que ele não visse as lágrimas pesando em meus olhos. Ele se virou indo em direção a porta, mas parou e falou de costas para mim.

–Quando terminar de arrumar suas coisas... desça, para que possamos terminar de preparar o jantar, pela Kath... –Eu suspirei para não deixar que ele notasse o tom embargado em minha voz.

–Está bem, eu desço. –Eu respondi. Ele permaneceu parado na porta por mais um tempo sem dizer nada, e depois foi embora. Só então eu me permiti chorar, e não sei quando eu conseguiria parar...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E então?
eu sei que a maioria de vocês já está p da vida com essas indecições da Sora. mas mas querer ficar com quem você ama e fazer a coisa certa são escolhas dificeis a se fazer, e ela tenta enfrentar oque sente pelo Tai pelo bem do filho dela com o Matt, mas as coisas já estão tomando seu rumo para o fim pois o próximo cap será tenso... (Saindo para deixar os leitores curiosos com oque vai acontecer ^-^)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Digimon: Golden Memories" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.