Escuridão - A chave escrita por Queen K


Capítulo 11
Lembrança


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, que saudades que eu estava de vocês hehe
Capitulo novo, espero que gostem.
Há e agradeço a todos os reviews que recebi, fico muito, muito, muito feliz quando leio por isso não deixem de comentar!



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Na aula não conseguia prestar atenção em nada que o professor dizia, mesmo querendo. Não me interessa nada saber quais são os componentes químicos da tabela periódica, pensei que estudar em uma escola onde estudam bruxos, lobisomens e sei lá mais o que, fosse diferente. É a mesma coisa de uma escola normal, tudo bem que sou apenas uma humana, não sou sangue puro, mas uma humana normal sei que não sou.

_ Hanna, como é ser uma sangue puro, quero dizer como é ser uma bruxa? – Pergunto olhando para o lado onde ela estava.

_ Eu amo ser uma bruxa, na verdade dizem que somos apenas servos da natureza, mas para mim ser um bruxo é muito mais que isso, não sei se é por isso que amo tanto a natureza, mas é como se eu a entendesse, como se ela se comunicasse comigo. O bom de ser servo da natureza é que somos protegidos por ela, resumindo é tudo mágico.

_ E quais são os seus poderes? – Pergunto sorrindo.

_ Há nós bruxos temos vários poderes, podemos fazer de tudo usando a força da natureza, somos seres muito poderosos, mas temos que aprender a lidar com nossos poderes, pois se usarmos de forma incorreta podemos nos matar.

_ E como vocês aprendem a lidar com eles? E onde?

_ Aqui mesmo.

_ Aqui? Mas como se aqui é praticamente uma escola normal. – A interrompo.

_ É que estamos nas alas dos humanos, cada ser tem a sua ala, você não estranhou o castelo ser imenso e você só conhecer um pequeno pedaço dele? Bom... Na minha ala, nas dos bruxos aprendemos a controla-los e como usa-los, a parte que eu mais gosto é praticar.

_ Serio? Eu quero conhecer a sua ala.

_ Você não pode, não é uma bruxa e nem deveria saber que essa ala existe, eu falo demais.

_ Mas por que você pode estar na minha ala? – Pergunto.

_ Por que estou no mundo dos humanos e temos que seguir as suas regras, tenho que aprender a matemática, a física e a química como vocês, tenho que disfarçar ser uma humana, pra nos bruxos é mais difícil se encaixar nesse mundo.

_ E quais são as outras alas?

_ Há tem varias, outros seres tem a sua.

_ Há por isso Adam estuda aqui. – Comento.

_ Quem é Adam? – Pergunta Hanna curiosa.

_ É um lobisomem que conheci. Mas e meus amigos são todos humanos como eu?

_ Sim todos da mesma ala. – Faz uma pausa. _ Alicia, mais tarde quero te mostrar alguns poderes que tenho. – Diz sorrindo.

_ Claro, eu vou adorar vê-los.

_ Depois das aulas no jardim?

_ Te encontro lá.

_ Ótimo vou estar te esperando. – Diz com um olhar feliz.

Olhando para os seus olhos, que até agora não tinha percebido, mas aqueles olhos azuis me lembravam algo, algum lugar.

Aquele azul me lembrava água, um lago talvez. Como uma lembrança a imagem foi se concretizando em minha mente, a água se movendo lentamente, um doce murmúrio de cachoeira, meus olhos se levantam vejo um solo verde um pouco a cima de mim ao lado a tal cachoeira,como se eu já estivesse ali antes, muitas vezes. Aquele lugar me trazia paz, conforto e felicidade, como se eu fizesse parte dali. Havia um pássaro lindo, um rouxinol do peito vermelho voava sobre mim, rodeando o meu corpo, eu ria como se eu estivesse o entendendo, como se ele me passasse algo bom.

Meu devaneio acaba, a lembrança some. Não entendia como poderia ser uma lembrança se não vivi aquilo, mas lembrava fortemente do que sentia naquele momento, do sentimento que aquilo me passava e da forte calma em meu peito. Eu estava feliz e leve.

_ Alicia, Alicia. – Hanna me balançava com uma expressão preocupada.

_ O que foi? – Pergunto.

_ Você desmaiou do nada na aula, tentamos de tudo e nada te acordava. Fiquei preocupada, o que houve?

_ Não sei olhei para os seus olhos e uma imagem foi se formando depois como uma lembrança me vi em um lugar familiar para mim, mas na verdade nunca estive lá. Não posso ter uma lembrança de algo que não vivi.

_ Talvez não tenha vivido nessa vida, talvez seja uma lembrança da sua vida passada.

_ Vida passada? Você acredita nisso? – Pergunto curiosa.

_ Sou uma bruxa. – Diz sorrindo. _ Acredito em tudo e também já ouvi relatos de pessoas que conseguiam lembrar das sua vidas passadas.

_ E você acha que aquilo aconteceu em minha vida passada?

_ Não sei, talvez seja, talvez não. Mas não sabia que uma lembrança era tão forte a ponto de fazer uma pessoa desmaiar. Você está bem?

_ Estou sim. Há quanto tempo acabou a aula?

_ Há uma hora praticamente.

_ E eu fiquei todo esse tempo desacordada? – Digo me levantando.

_ Sim, por isso me assustei.

Eu estava com Hanna em uma parte do jardim, logo ao lado da sala de aula que estávamos á pouco. Eu estava deitada em um banco até acordar e Hanna estava sentada.

Thomas e Mauricio caminham até nós duas, após ver que eu já estava acordada Thomas corre até mim me envolvendo em um abraço forte, preocupado e acolhedor, sem ao menos eu perceber ele me segurava sobre seu corpo me levantando do chão, assustada abaixo meu olhar para o seu rosto assim encontrando seus olhos cor de mel me fitando com um sorriso de orelha a orelha e com os cabelos castanhos bagunçados. Eu nunca tinha reparado mas ele ficava ainda mais bonito com os cabelos bagunçados. Retribuo o sorriso e ele me coloca no chão.

_ Você está bem? O que aconteceu? – Pergunta ainda segurando o meu corpo contra o seu.

Me libero das suas mãos, dou uns passos para trás e ainda assustada com a reação do meu amigo o respondo.

_ Sim, é acho que estou. – Digo sorrindo.

_ Por que tem que me assustar assim todos os dias? – Pergunta Thomas sorrindo.

_ Desculpa. – Digo incomodada com o seu olhar.

_ É horrível essa sensação de que vou te perder. – Diz olhando para o chão.

_ Er... Ainda estamos aqui. – Diz Mauricio sorrindo. _ Se quiserem podemos sair e vocês continuam sua ceninha romântica. – Ri.

Fico envergonhada e sinto minhas bochechas corarem. Percebo que Thomas também fica envergonhado.

_ Não, que ceninha romântica? Eu apenas estava preocupado. – Diz Thomas.

_ E esqueceu que eu e Hanna também estávamos aqui. – Diz Mauricio rindo.

Thomas faz uma carreta pra ele e ele para.

_ Bom... Que bom que está bem Alicia, o que aconteceu? – Pergunta Mauricio.

_ Ela... – Começa Hanna, mas faço sinal com a cabeça para ela não dizer nada, parece que ela entende e para de falar.

_ Eu acho que minha pressão estava baixa. – Minto.

_ É melhor a gente entrar já está escurecendo. – Comenta Hanna.

_ É vamos. – Concordam os meninos.

_ Mas você não iria me mostrar aquilo depois das aulas, Hanna? – Pergunto á minha amiga, que estava de pé ao lado do banco.

_ Amanha te mostro, agora já está tarde.

_ Aquilo o que? – Pergunta Mauricio.

_ Nada. – Respondo.

_ Então vamos. – Diz Thomas se movendo.

Após Thomas sair da minha frente vejo Matheus encostado no muro do outro lado. Ele observava tudo e após meus olhar se encontrar com o dele, ele desvia o olhar e sai, talvez fugindo de mim, não parecia querer que eu fosse falar com ele. Será que ele viu tudo? Até a tal da ceninha romântica?

_ Você não vem Alicia? – Pergunta Thomas voltando alguns passos.

_ Sim. – Dou um sorriso meio forçado e ele retribui.

Entramos e subimos para os nossos quartos.

__x__

Após tomar um banho bem demorado e me recuperar da tal lembrança que talvez poderia ser de uma vida passada minha, eu não conseguia acreditar nisso, em vidas passadas, reencarnações. Minha mãe sempre dizia que nós tínhamos apenas uma vida e que deveríamos a aproveitar.

Que tínhamos apenas uma chance, e que EU não aproveitava a minha, pois apenas fica trancada em meu quarto sem fazer nada. Era um pretexto para mim sair, mas ela sempre alegou não acreditar em reencarnação.

Deito em minha cama e tento refazer a imagem na minha mente, tentando ver mais para poder entender melhor, mas foi mais uma tentativa frustrada como as que tive em meu banho, novamente não consegui ver nada alem daquilo e nem reconstruir a cena.

Um forte barulho na janela e meu coração pula, levo um grade susto, eu estava totalmente desligada. Olho em direção ao barulho para entender o que era, me acalmo ao reconhecer aquelas grandes e brilhantes assas negras.

Me levanto e vou em direção a janela para abri-la.

_ O que veio fazer aqui? – Digo a abrindo.

_ Oi pra você também. – Diz Matheus entrando.

_ Vim saber como você está. – Diz se sentando em minha cama.

Arqueio a sobrancelha e digo grosseiramente:

_ Agora? Eu desmaio sabe se lá por que e depois de umas três horas você vem me perguntar se estou bem. O seu dever não é me proteger? Mesmo que você não ligue para MIM, você poderia ao menos mostrar um pouco mais de interesse pela sua “Missão”. – Digo fazendo aspas com as mãos.

_ Pra que você iria precisar de mim? Já tem o Thomas para te proteger, não é?

_ Thomas. – Digo irritada e fazendo sinal de negação com a cabeça.

_ O que ele tem haver? – Pergunto. _ Há quer saber, estou ótima, agora tchau. – Digo o empurrando para a porta, sem resultados, claro ele era muito mais forte e pesado que eu.

_ Está me expulsando? – Pergunta com um meio sorriso.

_ Só quero ficar sozinha. – Digo abrindo a porta.

_ Ta, tudo bem. – Diz colocando suas asas dentro do corpo e se retirando.

Fecho a porta, volto a me sentar na cama e me perco novamente em meus pensamentos.

É ele viu a tal da “ceninha romântica”, mais cedo, mas e daí? Que problema ele teria com isso? Que problema ele teria com Thomas?

Thomas nunca fez nada a ele, sempre foi um ótimo amigo, e ao contrario dele verdadeiro ao dizer que se preocupava comigo.

Eu não podia acreditar que estava mesmo apaixonada por aquele insensível, grosseiro e mentiroso. Não podia, e não queria. Isso só piorava ainda mais as coisas. Mas tenho coisas mais importantes para pensar do que nele. Preciso entender essa tal lembrança.



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Notas finais do capítulo

Então gostaram? hehe comentem!!!
Sexta tem mais, não esqueçam. ♥



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