- Encontrei algo – Disse Klaus.

Estava tão distraída com meus pensamentos que não prestava atenção no Klaus, ao ouvir sua voz olhei para ele que tinha um papel na mão.

- O que é isso? – Perguntei.

- Elijah que escreveu. – Terminou de ler o bilhete e me entregou.

Niklaus,

Se estiver lendo isso é por que estou morto.

Não tenho tempo para dar explicações

e também não sei de muita coisa.

Tatia está viva e quer se vingar de nós,

ela nos culpa pelo que aconteceu com ela,

se não tivéssemos nos apaixonado

nossa mãe não teria usado seu sangue no ritual. 

Você tem uma vantagem, pois ela viu seu caixão

e acha que você está morto.

Cuide-se,

Elijah.

Terminei de ler o bilhete e devolvi para o Klaus, tinha várias perguntas na minha cabeça, mas antes que pudesse fazer alguma ele disse:

- Temos que sair daqui imediatamente, só tenho que pegar meu corpo.

Ele ainda olhou mais alguns cômodos, a procura do caixão e assim que achou voltamos para o caminhão.

Assim que ele começou a dirigir perguntei:

- O que vamos fazer agora?

- Vamos para Mystic Falls, preciso descobrir porque Tatia ainda está viva. – Respondeu sem tirar os olhos da estrada, sua mão segurava o volante com mais força que o necessário.

- Você não vai mais voltar para seu corpo?

- Você não leu o bilhete? – Perguntou irritado. – Tatia acha que estou morto, eu não posso voltar enquanto ela ainda estiver viva.

- E o Tyler?

- Não tenho tempo para isso agora Caroline, eu tenho coisas mais importantes para fazer.

Foi só ele dizer isso para eu perder o controle de vez e dizer tudo que estava engasgado na minha garganta desde que descobrir que Tyler estava vivo.

- Não tem tempo? - Perguntei com raiva – Tyler está preso no mesmo corpo que você há meses e você diz que não tem tempo? – E essas suas dores de cabeça pelo que vi estão piorando, o que você acha que vai acontecer? – Já estava gritando. – Falando nisso o que foi que aconteceu naquela hora? Foi por isso que você voltou querendo tanto seu corpo de volta? Se não tivesse dado errado você continuaria no corpo dele. – Terminei num sussurro.

Klaus não disse nada.

- Estou esperando uma explicação.

- Eu não tenho nada para dizer.

- Você não acha que depois de tudo que aconteceu eu mereço pelo menos isso.

- Agora você se lembra que aconteceu algo entre a gente? – Perguntou furioso. – Desde que você descobriu que Tyler está vivo você tem me ignorado. – olhou para mim. – Você quer uma explicação?  - Perguntou retoricamente. - Você tem razão se a troca não tivesse dado errado eu teria continuado nesse corpo, era uma oportunidade de recomeçar num corpo que ninguém me reconheceria. Só que com o passar dos meses comecei a sentir dores de cabeça que ficavam cada vez mais fortes com passar do tempo e depois comecei a apagar, no início eram alguns minutos e agora como você viu fiquei duas horas apagado. Voltei para Mystic Falls só que todos tinham partido, eu poderia ter ido direto até a bruxa como disse Damon, mas resolvi ir atrás de você. – Fez uma pausa. – Satisfeita, ou tem mais alguma pergunta?

- Nenhuma. – Respondi.

Permanecemos em silêncio por alguns minutos, pensava em tudo o que ele tinha acabado de dizer, quando me lembrei da Elena, tinha prometido ligar para ela e pelo visto essa viagem iria durar mais que o esperado. Mesmo eu dizendo que não precisava preocupar tenho certeza que ela estava preocupada ainda mais depois de todas essas horas sem receber nenhuma noticia minha.

- Preciso ligar para Elena e contar o que aconteceu. – Disse pegando meu celular.

Não estava pedindo permissão, disse mais para quebrar o silêncio incômodo.

- Diz para ela que quero a bruxa em Mystic Falls quando chegar.

- Se você não vai fazer a troca para que precisa dela?

- Para ela dar um jeito nas dores de cabeça e para arrumar uma forma para eu não apagar mais pelo menos enquanto resolvo tudo.

Sem dizer mais nada liguei para Elena e contei tudo que aconteceu desde que parti, omitindo meu quase beijo com Klaus, nossas brigas e falei o estritamente necessário para ela entender sobre o aparecimento do Tyler e as dores de cabeça do Klaus. Isso eram assuntos para conversamos pessoalmente e sem Klaus do lado escutando tudo.

xxx

Era fim de Tarde quando chegamos a Mystic Falls, não só Bonnie, mas Damon e Elena estavam nos esperando no lugar marcado.

Assim que saiu do caminhão Klaus começou a dar suas ordens.

- Bonnie você precisa dar um jeito no feitiço que você fez, Elena deve ter te contado o que está acontecendo. Não posso ficar apagando, com a Tatia querendo me matar. – Olhou para Elena. – Eu preciso que alguém vá até a caverna e tire fotos ou filme todas aquelas impressões na parede, peça ao seu irmão que faça isso e vá com ele.

- Não quero envolver meu irmão nisso. – Disse Elena.

- Você sabe se eu morrer, vocês também morrem. Então é melhor me ajudar, nenhum vampiro pode entrar lá e preciso de um humano de confiança e tenho certeza que se você pedir ele vai fazer. – Olhou para mim. - Sweet, você vem comigo? – Perguntou.

Não agüentava essas mudanças de humor dele, passou a viagem inteira furioso sempre que falava comigo me chamava de Caroline e agora voltava a me chamar de Sweet.

- Não. – Respondi. – Vou encontrar minha mãe.

Esperava que ele protestasse, mas ele não disse nada e me encaminhei para minha antiga casa tomando cuidado para ninguém me ver.

Quando cheguei minha mãe não estava então resolvi entrar e esperar por ela lá dentro.

xxx

Após mais ou menos uma hora ouvi a porta se abrir e minha mãe entrar, parece que ela tinha notado algo estranho, pois estava com a arma na mão, entrou com cuidado e acendeu a luz assim que me viu deu um suspiro de alivio e abaixou a arma.

- Caroline, o que você faz aqui? – Perguntou surpresa.

- Vim te visitar. – Respondi enquanto me levantava do sofá.

- É muito perigoso se alguém do conselho te vê... – Deixou a frase no ar.

- Eu tomei bastante cuidado, pode ficar tranqüila que ninguém me viu.

- E como você está? E o Tyler veio com você?

- Eu estou bem. - Respondi a primeira pergunta, mas demorei um pouco para responder à segunda.

 O que eu respondia, se eu dissesse que não e ela por acaso se encontrasse com Klaus acharia que eu menti.

- Ele está na cidade, mas não pode vir comigo tinha que resolver algumas coisas.

- Ele pelo menos vai visitar a mãe? – Perguntou. – Desde que vocês foram embora que não dão noticias, sei que é melhor assim, mas mesmo assim ficamos preocupadas.

Apesar de não ser muito próximas, estava morrendo de saudades dela por isso resolvi vir mesmo sabendo que ela faria perguntas que não poderia responder e a minha única alternativa seria mentir.

- Não vai dar, estamos com bastante pressa e como você mesmo disse é perigoso ficar aqui muito tempo, mas ele pediu para você avisar a mãe dele que ele está com saudades e assim que der ele vem visita-lá.

- Caroline tem certeza que você está bem? – Perguntou – Você está estranha parece um pouco nervosa.

- Estou bem, deve ser impressão sua, sente-se aqui. – Apontei para o sofá que eu estava sentada. – Tenho tanta coisa para te contar. -Tentei distraí-la com outro assunto para ver se ela parava com as perguntas.

Sentamos no sofá e eu comecei a contar para ela sobre minha viagem com Elena, que eu estava fazendo faculdade de jornalismo, sobre minhas novas amigas e até mesmo que Elena e Damon estavam namorando. Também contei que há alguns meses Stefan veio morar com a gente e tinha voltado com a ex-namorada, a vampira que o transformou, que a Elena e eu não a suportávamos principalmente a Elena.

Ela ficou muito feliz por eu estar na faculdade e bastante surpresa por Elena e Damon estarem juntos, mas não consegui fazê-la esquecer das perguntas.

- Estranho você me contar como está sua vida e não citar o nome do Tyler nenhuma vez. Vocês não brigaram e você não quer me contar?

- Foi isso que aconteceu, mas não é nada demais logo está tudo bem. – Achei melhor confirma o que ela disse para ver se acabam as perguntas.

Não era uma completa mentira, pelo menos a parte da nossa briga, quanto a ficar tudo bem já era outra história.

E antes que ela pudesse dizer outra coisa perguntei:

- E como estão as coisas por aqui? Pelo visto você conseguiu seu emprego de volta. – Disse me lembrando que quando chegou estava com sua arma e que ainda estava com seu uniforme.

- Não é tão simples assim. – disse. – Eu não sou mais a xerife, apenas estou trabalhando na delegacia espero que com o tempo tenha meu cargo de volta, quanto ao conselho não tem nenhuma chance de conseguir voltar.

- Eu sinto muito. – Falei não sabia mais o que poderia dizer.

- Não sinta, eu não me arrependo do que fiz.

- Mas você amava seu emprego.

- Não precisa se preocupar, eu era a melhor no que fazia e não tem porque eles me manterem afastada, pelo menos nos assuntos não relacionados a vampiros.

- E como está tudo por aqui?

- Está bastante calmo ultimamente, nada de vampiros.

Olhei a hora e vi que já era tarde.

- Nossa perdi a hora! – Exclamei. – Preciso ir.

Despedi-me dela e fui me encontrar com Klaus no mesmo lugar de hoje mais cedo.

Quando cheguei logo notei que ele estava impaciente.

- Até que enfim. – Disse assim que me viu. – Porque demorou tanto? – Perguntou.

- Minha mãe não estava e esperei ela chegar e depois acabei me esquecendo da hora. – Respondi. – Aconteceu alguma coisa? – Perguntei, sua expressão era que tinha algo errado.

- Temos um problema. – Respondeu.