More Than This escrita por On the same direction


Capítulo 1
Dare to Dream




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Sophie POV


Eu não tinha palavras para me descrever naquele momento: estava feliz, mas ao mesmo tempo triste. Eu pensava, sentada com as cartas em meu colo, todas elas tinham as mesmas palavras: ‘ eu vou sentir a sua falta’. Pensei comigo mesma: ‘credo parece que eu morri’, mas não era nada disso que estava acontecendo.

De repente a minha mãe bate na porta.

– Posso entrar?

– Claro, mãe – disse com uma voz não tão alegre.


– O que está acontecendo? Você não quis nem comer– ela disse com uma voz preocupada.

– Eu não sei, eu só acho que eu vou sentir muita falta daqui – respondi, enquanto uma lágrima escorreu em meu rosto.

– Filha, você vai fazer 18 anos, já tem idade suficiente para fazer algo ‘sozinha’ e erguer a cabeça. Nós vamos sentir a sua falta também, mas não vá pensando nisso; vá pensando em ter aventuras, como eu tive. Você está realizando o seu sonho, não pense do depois, pense no agora e viva intensamente cada momento. Agora anda, termine de arrumar a sua mala que logo Anne estará aqui.

– Pode deixar mãe, e obrigada. – sorri.

Eu comecei a pensar sobre o que a minha mãe havia dito: eu não sou mais criança, sou praticamente adulta, e estou indo viajar com a minha melhor amiga Anne, não tinha motivos para me preocupar. Mas antes, acho que vocês precisam saber um pouco de mim: me chamo Sophie, eu tenho 18 anos, cabelos castanhos com californianas loiras e olhos verdes, eu moro com a minha mãe e meu gato gordo George em são Paulo, sempre sonhei alto, em ir morar fora, e finalmente consegui, vou para Londres amanhã! Aluguei um apartamento no centro de Londres e vou ficar lá durante um ano, e se tudo der certo por lá, pretendo ficar mais tempo.
Foi então que alguém chutou em minha porta, era Anne. Ela entrou no meu quarto e largou as malas no chão.

– AMIGA VOCÊ TEM UMA NOÇÃO DE QUE AMANHÃ VAMOS REALIZAR O NOSSO SONHO? – ela disse quase pulando em cima de mim.

– Tenho amiga, o nosso sonho de morar juntas em Londres com a casa decorada de bandeiras da Inglaterra à coisas vintage! Mal posso esperar para ver como está! Espero que o Matt tenha deixado tudo em ordem por lá. – disse com um sorriso de orelha à orelha.
Matt é um amigo nosso britânico. Ele tinha vindo fazer um curso de decoração aqui no Brasil para ter um estilo diferenciado e ficou hospedado na minha casa. Era ele que estava cuidando do nosso apartamento, da decoração e tudo mais.

– Uau – ela deitou em minha cama suspirando –, você tem idéia de quanto tempo eu esperei por isso? Ou melhor, nós esperamos?!

– Tem razão, parece que faz um século o dia que juramos que iríamos pra Londres.

– É – ela ficou olhando pro teto por um tempo - E aí, terminou de arrumar a sua mala?

– Estou quase, é muita coisa que eu tenho que levar, credo. Praticamente o meu quarto inteiro – falei cansada

– Essas minhas três malas não são à toa? – riu.

Terminei de arrumar as minhas malas e deitei na cama, comecei a conversar com Anne imaginando a nossa vida lá, mas daquele jeito bem dramático, não demorou muito para cairmos no sono.
Logo de manhã, minha mãe nos acordou com um beijo na testa, como se nós tivéssemos 10 anos e tivéssemos que acordar para ir para o colégio. Fiquei feliz, fazia tempo que ela não me acordava assim, ela sempre me chamava gritando ou puxava o meu cobertor para eu acordar, mas justamente no dia da minha ida para Londres foi diferente. Acordamos, tomamos banho, nos arrumamos, descemos as malas e fomos tomar café. Minha mãe fez um café maravilhoso, com panquecas e bolinhos.

– Uau mãe! Obrigada – sorri.

– É seu ultimo café da manhã aqui, quero que seja perfeito – disse com uma voz de choro.
Peguei um bolinho e a abracei.

– Não chore mãe, eu não vou embora para sempre, eu vou sempre estar contigo - disse sorrindo.

Quando eu olho para o lado Anne estava devorando as panquecas como se nunca mais fosse comê-las de novo.

– Ei! Sua gorda! Ainda tem mais gente para comer aqui sabia? – comentei, rindo.

– Cheguei primeiro – Disse Anne com a boca cheia

– Eca!

– Até parece que você não faz isso, ok? Você arrota toda hora! – lembrou Anne.

– Melhor pra fora do que para dentro – disse, mostrando a língua.

Após terminarmos o café, dei uma última checada para ver se não tinha esquecido nada, peguei as coisas do George e sua gaiola, mas ele já estava em um sono profundo de gato gordo. Fomos logo para o carro. No caminho ao aeroporto, recebi uma mensagem no celular, era de um numero desconhecido, dizia ‘’te encontro em Londres’’, não fazia idéia de quem era, continuei a minha pequena viagem até Guarulhos, para ir até o aeroporto.
Chegando lá fiquei um belo tempo com Anne e minha mãe esperando o meu vôo, quando de repente, o chamaram.

– Vôo numero 6125 com destino a Londres, favor se apresentar ao portão três.

– É agora amiga – disse olhando para Anne. .

Anne sorriu e segurou a minha mão bem forte. Pegamos as nossas malas e nos direcionamos para o portão três. Eu não sei como eu estava me sentindo no momento, eu estava tão feliz que podia desmaiar ali mesmo. Chegando ao portão três dei um abraço super forte em minha mãe.

– Eu vou sentir muito a sua falta – disse, chorando histericamente.

– Eu também vou sentir a sua filhinha, tenha cuidado e juízo. Eu te amo. - disse minha mãe com lágrimas em seus olhos.

– Eu também te amo!
Saí do conforto dos braços da minha mãe e entrei na sala de espera para embarcar, logo em seguida já nós chamaram para entrar no avião.

– Ai amiga, espero que dê tudo certo, lá vamos nós, Londres! – disse.

– Vai dar tudo certo, amiga. – ela sorriu – Londres, aqui vamos nós... – Anne suspirou.
Entramos no avião, me sentei ao lado da janela com Anne ao meu lado. Ainda estávamos de mãos dadas.

– Amiga, acho que nós precisamos dar uma relaxada, vamos ouvir um pouco de Beatles e quem sabe, dormir um pouco. – disse Anne

– Ótima idéia – sorri

Logo depois de quase escutar a discografia dos nossos maiores ídolos, caímos no sono, mas ainda assim, o sono não foi o suficiente para durar a viagem toda. Dormimos umas duas horas, é bastante. De qualquer jeito, faltavam treze horas para chegarmos lá. Vimos vários filmes, lemos quase um livro inteiro, ouvimos mais música e dormimos mais um pouco. Finalmente quando abri os meus olhos estávamos voando sobre Londres, iríamos aterrissar logo.

– Amiga, acorda, chegamos. LONDRES! – Disse chacoalhando Anne até ela acordar.
Logo Anne me jogou contra a janela para ver.

– Uau! É mais perfeito do que nas fotos, e olha que eu só estou vendo por cima – disse Anne com um tom mega alegre.

Descemos do avião e logo fomos ver se Matt estava nos esperando na porta, e para a nossa surpresa ele estava vestido de motorista com uma plaquinha escrito ‘ Bem-vindas Anne e Sophie’. Matt sempre nos surpreende; ele é nosso amigo britânico, que arrumou tudo para nossa chegada além do nosso apartamento.

MATT! – Corremos juntas, largamos nossas malas e demos um abraço nele.

– Bem vindas, meninas. Gostaram da surpresa? – perguntou.

Amamos Matt, você é demais! – nós falamos em coro.

– E ainda não acabou! – disse Matt com um tom misterioso...

– Como assim? – dissemos, surpresas.

– Vocês logo irão ver...


Anne POV


Estava no quintal, deitada na grama, olhando o céu. Iia sentir falta de casa. Já tinha feito as malas, desfeito para conferir tudo, e feito de novo para ter certeza de que não tinha esquecido nada. ‘Três malas’ pensei ‘impossível que eu tenha esquecido alguma coisa’, mas, provavelmente eu tinha esquecido alguma coisa, eu sempre deixo algo pra trás.

–Anne! – minha avó me chamou pela porta da cozinha.

Demorei um pouco pra levantar, só realmente levantei porque Ringo decidiu que eu tinha que levantar. Ringo é meu cachorro, boiadeiro bernês de cinco meses e mil quilos!

–Certo! Certo! Você venceu! Eu já tô levantando! – disse, rindo, enquanto afastava ele com a mão.

Quando entrei na cozinha, minha avó estava de costas para a porta, ótima posição para um susto. Andei devagar em passos silenciosos até ficar perfeitamente posicionada atrás dela. Quando me preparava para gritar ela disse:

–Pensaria duas vezes antes de fazer isso mocinha! – em um tom severo.

–Como sabia que eu estava aqui? – perguntei, me sentando á mesa.

–Você é igualzinha ao seu pai! Quando ele tinha sua idade, não perdia uma chance de me dar um susto – ela disse se sentando e mexendo seu café. Minha avó é uma mulher muito rígida, completamente diferente do meu pai. Sempre me achou sonhadora demais, dizia que eu tinha que ter meus pés mais no chão, coisa que eu nunca tive; que eu deveria me preocupar mais com meu futuro. Mas, esse era meu futuro, ir pra Londres!
Reclinei-me na cadeira, Ringo colocou a enorme cabeça na minha perna e olhou pra mim com olhos tristes. Não o culpava: estava à tão pouco tempo em casa comigo e agora eu iria deixá-lo.
Ouvi o barulho da porta batendo e passos. Na mesma hora Ringo se levantou e começou a abanar o rabo.

–Olá família! – meu pai disse, entrando na cozinha. Ele sorriu pra minha avó, bagunçou um pouco o pelo do Ringo e me deu um beijo na testa – E aí, gatinha? Pronta pra sua grande viagem? Já arrumou tudo?

–Sim – eu disse, sorrindo – Três malas, menos do que você achou que daria. Me deve dez reais.
Ele deu uma gargalhada alta e me olhou com os olhos brilhando.

–Minha menina já tem 18 anos e vai morar fora do país! – ele estava segurando as lágrimas, devia estar querendo parecer forte já que eu só tinha o visto chorar uma vez – Vamos sentir tanto sua falta! Não é mãe?

–Uhum! – minha avó disse tomando um gole do café – Vamos! Ainda mais porque essa casa vai ter um grande tempo de silêncio – ela fez uma cara séria, mas não adiantou, eu e meu pai rimos. Ela sempre acha que eu e meu pai fazemos muito barulho, nem é tão verdade assim.
Subi para meu quarto querendo descer as malas. Assim que entrei, vi o que estava esquecendo: minhas fotos, que estavam prezas no mural e coladas nas paredes, por toda parte. Eram fotos com a Sophie, com meu pai, e até da minha mãe. Minha mãe, meu pai sempre diz que eu tenho os olhos dela.

Antes de tudo, deixe eu me apresentar, me chamo Anne e tenho 18 anos, tenho cabelos pretos e olhos cor de mel. Moro com meu pai, minha avó e Ringo, o cachorro gordo, em São Paulo e amanhã eu irei realizar meu sonho, eu vou para Londres com minha melhor amiga, Sophie! Ela comprou um apartamento no centro e iríamos ficar lá aproximadamente um ano.
Recolhi as fotos e desci com as malas, meu pai as colocou no carro enquanto me despedia da minha avó. Ela tinha os olhos cheios de lágrimas, ‘nossa, ela sabe chorar!’ pensei, enquanto ela me abraçava.

–Nunca desista, mesmo que todos digam que é impossível! – ela sussurrou no meu ouvido.
Ela me deu uma ultima olhada e então soltou meus braços. Ajoelhei no chão para me despedir de Ringo, que parecia mais interessado em brincar com a minha mão do que se despedir. Pela janela do carro dei um ultima olhada para a casa onde eu cresci.

–Ei, pequena – meu pai disse assim que paramos em frente à casa da Sophie – Isso é pra você – ele me deu uma corrente de prata com uma medalha, dessas que tem uma foto dentro. Quando eu abri meu coração quase parou. Era uma foto da minha mãe – Era dela, eu deveria ter dado isso pra você antes, mas... Acho que agora é a hora certa. Eu e ela sempre vamos estar com você.
Eu não tinha palavras, abracei meu pai com força, ficamos uns cinco minutos em silêncio dentro do carro até eu abrir a porta e pegar minhas malas.

–Eu amo você, Anne – ele me disse, em um ultimo abraço de despedida – se cuide e não faça nada que eu não faria – ele sorriu.

–Pode deixar – eu sorri, enquanto secava uma lágrima -, também te amo pai.

Andei até a porta e respirei fundo, ‘Ânimo! Você vai realizar seu sonho!’ disse pra mim mesma. Abri a porta e entrei correndo, eu já era de casa, nem precisava mais tocar a campainha.

–Anne? É você? – a mãe da Sophie perguntou, mas ela sabia que era eu – A Sophie está...

–Lá em cima? Já estou subindo! – disse, enquanto subia as escadas.

Corri até o quarto dela e dei um grande chute na porta.

– AMIGA VOCÊ TEM UMA NOÇÃO DE QUE AMANHÃ VAMOS REALIZAR O NOSSO SONHO? – gritei praticamente pulando em cima dela.

– Tenho amiga, o nosso sonho de morar juntas em Londres com a casa decorada de bandeiras da Inglaterra à coisas vintage! Mal posso esperar para ver como está! Espero que o Matt tenha deixado tudo em ordem por lá – ela disse com um baita sorriso, mas dava pra ver que ela tinha chorado.
Matt é um amigo nosso, britânico. Ele tinha vindo fazer um curso de decoração aqui no Brasil para ter um estilo mais diferenciado e acabara ficado hospedado na casa da Sophie. Era ele quem estava cuidando do nosso apartamento, da decoração, e tudo o mais.

– Uau – eu me joguei na cama dela –, você tem idéia de quanto tempo eu esperei por isso? Ou melhor, nós esperamos?!

– Tem razão, parece que faz um século o dia que juramos que iríamos pra Londres – ela disse sorrindo.

– É – fiquei um tempo olhando pro teto pensando como seria daqui pra frente - E aí? Terminou de arrumar a sua mala?

– Estou quase, é muita coisa que eu tenho que leva,r credo. Praticamente o meu quarto inteiro – ela disse num tom cansado.

–Essas minhas três malas não são à toa? – ri.

Ela terminou de arrumar as malas e deitou do meu lado, ficamos um bom tempo conversando, planejando como seria nossa nova vida. Não demoramos para dormir. De manhã, fui acordada com um beijinho na testa, cortesia da mãe da Sophie, tomamos um banho e fomos tomar café, tinham panquecas e bolinhos em cima da mesa, e eu estava morrendo de fome. Enquanto Sophie conversava com a mãe dela, eu estava comendo panquecas e bolinhos como louca.

– Ei! Sua gorda! Ainda tem mais gente para comer aqui, sabia? – ela disse, rindo.

– Cheguei primeiro – eu disse, ainda com a boca meio cheia.

– Eca!

– Até parece que você não faz isso, ok? Você arrota toda hora! – retruquei.

– Melhor pra fora do que para dentro – ela mostrou a língua pra mim.

Demos uma ultima olhada para ter certeza de que não tinham esquecido nada e partimos para o aeroporto. No caminho, Sophie recebeu uma mensagem, que ela não me falou de quem era; provavelmente de alguém se despedindo. Esperamos um bom tempo até anunciarem nosso vôo, andamos o aeroporto inteiro, nos revezando, para empurrar o carrinho com as malas enquanto uma de nós estava sentada em cima delas.

– Vôo número 612583 com destino à Londres, favor se apresentar ao portão três.

– É agora, amiga – ela disse com os olhos brilhando.

Sorri e segurei a mão dela. Andamos até o portão de embarque. ‘Nunca desista, mesmo que todos digam que é impossível!’ eu pensei, não era impossível, agora, ia ser realidade!
Sophie se despediu pela ultima vez de sua mãe, ela estava com os olhos marejados, mas logo abriu um pequeno sorriso.

– Ai amiga, espero que dê tudo certo. Lá vamos nós, Londres! – ela disse.

– Vai dar tudo certo, amiga! – sorri – Londres, aqui vamos nós! – eu disse, num suspiro.

A viagem foi longa, ouvimos todas as músicas dos nossos Ipods. Sophie dormiu rápido usando meu ombro como travesseiro. Lí, pra mim e pra Sophie, quase que inteiro o livro que tinha levado. Eu estava dormindo, quando acordei sendo chacoalhada.

– Amiga, acorda, chegamos. LONDRES!

– Uau! É mais perfeito do que nas fotos, e olha que eu só estou vendo por cima – disse esmagando ela contra a janela.

Assim que saímos do avião vimos Matt com uma placa de boas vindas com nossos nomes. Ele estava vestido como motorista com direito à chapéu e tudo.

MATT! – corremos até ele jogando nossas malas no chão e abraçando-o.

– Bem vindas, meninas. Gostaram da surpresa? – perguntou.

Amamos Matt, você é demais! – dissemos em coro.

– E ainda não acabou! – nos surpreendeu, em um tom misterioso...

Como assim? – perguntamos, surpresas.

– Vocês logo irão ver...




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