Nosso Dia Dos Namorados escrita por AnyBnight


Capítulo 1
One-shot


Notas iniciais do capítulo

O formato da fic a seguir é diferente do que estou acostumada. Tentei me focar mais na cena que no diálogo em si, então se ficar muito confuso...
Não posso fazer nada...



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Numa noite fria de outono onde não é necessário vento para fazer qualquer pessoa tremer. Fora da cidade grande, uma modesta choupana de madeira à margem de um lago. Apenas a luz natural ilumina o exterior do lugar. Abrigados ali, um casal de amantes, dois garotos, jovens aproveitando juntos seu dia do namorados. Um moreno de pele bronzeada e um rosado de pele alva. Shindou Takuto e Kirino Ranmaru. Embora a lareira da choupana aquecesse o lugar, os dois mantinham-se totalmente agasalhados.

Kirino usava um colete vermelho forrado por cima da blusa de mangas compridas e capuz cor de canela, calças jeans e botas.
As vestes de Shindou eram bem mais sofisticadas. Fora a calça e sapatos sociais, o moreno ainda trajava uma camisa gola-rolê bege sob um blazer acizentado, o qual foi posto num cabideiro algum tempo depois.

O casal desfruta da comodidade da cabana de veraneio da familia do moreno. Sobre a mesa de madeira crua, aparatos de porcelana branca para um Fundue de chocolate. Condimentos para a doce refeição decoram a mesa, tais como marshmallows, morangos e outras frutas em pedaços. Há um bom clima entre os dois, que conversam descontraidamente enquanto o chocolate derrete. O rosado não é muito paciênte e fica comendo das frutas de vez em quando. O outro o repreende em vão, mesmo sabendo o quão grande é a gula de seu namorado para com doces.

Alguns minutos se passam para que o chocolate se torne algo liquido e espesso, e seu aroma se fixe em todas as paredes da cabana. Finalmente Kirino pode desfrutar dos doces diante de si sem ouvir Shindou o mandando esperar. Com o garfo próprio para fondue, o rosado começa a se servir sem cerimônia enquanto o outro apenas observa aos suspiros.

"Gosta tanto assim de chocolate?" Pergunta enquanto espeta alguns marshmallows em seu garfo.

"Gosto" Respondia encarando fixamente um pedaço de melão coberto de chocolate na ponta de seu garfo. "Me lembra um certo alguém". Girava o talher, despejando a calda com igualdade, vezes desviando o foco de seu olhar.

Shindou corou um pouco e riu timidamente. "É por isso que você gosta de mim? Porque lembro chocolate?" Brincava escolhendo a próxima iguaria. Escolheu o último morango - Kirino já havia se servido da maioria deles antes do chocolate ficar pronto - e o mergulhou no recipiente. Foi rápido, recolhendo a fruta logo em seguida. Abocanhou-a pela metade e retirou-a do garfo. Bastou segurar aquele morango com a boca para que Kirino se apossasse da metade livre. Kirino sempre fazia isso então já era de se esperar que sua façanha se seguisse de um beijo. Um beijo com tanto chocolate que o doce escorria pelos cantos e pingava sobre a mesa - quase sem condimentos, por sinal.

A força do vento no lado de fora se torna tanta que ele cria ruído ao bater nas janelas de madeira e vidro. Partes dele se invadem o interior pelas frestas. Só assim para que o beijo fosse cortado, mas isso não impedia o chocólatra de limpar o chocolate do rosto do parceiro à lambidas.

"É o contrário" terminava voltando para a própria cadeira "gosto do chocolate justamente porque me lembra você". Apoiou um dos cotovelos na mesa e o rosto sobre a mão. Ficou assim, encarando Shindou meio de lado com um intenso brilho nos olhos aqua. Por mais comuns que os "flertes" de Kirino fossem, Shindou não evitava de se envergonhar cada vez que os recebia.

Enfim terminaram a refeição. Shindou deixou Kirino arrumando a "bagunça" sobre a mesa e se aproveitando dos restos enquanto ele arrumava o espaço no tapete diante da lareira em brasa. Aquele lugar iluminado apenas pelas chamas e um edredom grosso era o que precisavam para aproveitar ainda mais daquela noite.

Sentaram-se no tapete em frente ao fogo embora o sofá atrás deles fosse bastante confortável. Envôltos por uma única manta, descançavam um no ombro do outro de olhos fechados, Kirino mantinha-se agarrado ao braço de Shindou. Apenas o calor emanado da lareira e as pulsações eram sentidas naquele momento de paz. Calor, silêncio e o aroma de chocolate dominavam o ambiente.

Um chamado em sussurro rompeu a quietude.

"Takuto"

Virando de lado, Kirino solta os braços que envolviam o braço do outro. Acomoda as palmas no abdomem do amante e as desliza peito acima, até os ombros. Aproxima o rosto empurrando Shindou ao chão suavemente e ao estarem completamente deitados, o casal se beija. Kirino sobe e mantém as mãos entre o rosto e o pescoço de Shindou, que de alguma forma, rola ficando sobre Kirino. Apoiava-se sobre joelhos e cotovelos, curvado.

"Sabe que tem uma cama grande, macia e redonda no quarto, não é" disse pausadamente, entre beijos sucessivos. "Não me importo onde seja, desde que aconteça" foi a resposta que ouviu. As carícias que recebia em seu rosto tornaram-se leves arranhões. Shindou move os quadris, um leve roçar sobre o namorado que geme no intervalo do beijo.

As sombras projetadas na parede mostravam que Shindou se erguera e removia a veste superior. Kirino apenas olhava a pele morena iluminada pela lareira, que tornava aquele corpo ainda mais brilhante e atrativo. Voltou a deslizar as mãos por ali, subindo com as palmas e descendo com as unhas. Shindou voltou a se curvar, tocando a cintura de Kirino, subia sua veste e conforme revelava a pele alva seguia tocando os lábios em cada centímetro exposto. Enquanto a blusa saia pela cabeça, chupões eram dados no pescoço e ao se livrar da peça, a boca voltou a ser seu foco.

Faziam tudo com calma, tinham todo o tempo do mundo só para eles aquela noite. Entretanto, não demoraram a estar totalmente desnudos sobre o edredom que antes usavam como cobertura. As roupas estavam espalhadas pelo chão; algumas jogadas parcialmente sobre o sofá.

O som do vento golpeando as janelas e da lenha sendo queimada eram abafados pelos chamados que o casal trocava entre gemidos e sussuros. Seus atos só eram mostrados pelas sombras. A sombra fina erguida de alguém de cabelos compridos movendo-se horizontalmente enquanto a outra sombra permanecia oculta pela sombra do sofá. Vezes as sombras revesavam, e a silhueta exposta era mais larga nos ombros, só que esta movia-se na vertical.

Não demorou para que aquela sombra cedesse e acabasse sendo ocultada junto com a anterior. Ecoava o som das respirações pesadas, seguidas de juras de amor e outras palavras tão doces quanto o aroma de chocolate impregnado pela cabana.

Não que tivessem terminado ali, apenas recuperavam o folêgo. Aquilo foi só o começo de algo que se estenderia pelo tempo em que a única luz presente fosse a da lareira.


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Notas finais do capítulo

Meu objetivo principal ao usar esse formato de escrita: por meus leitores dentro da cena ao invés de só imaginá-la. A falta de "certos detalhes" foi de próposito, afim de estimular a imaginação alheia.
Foi realmente difícil escrever assim, mas gostaram?