Elena já havia tomado a sua decisão. Agora só faltava saber como por em prática, ela estaria casando dali a poucas horas, e tinha que agir. Procurou Stefan por todo o salão, o encontrando ao lado do irmão e sua futura cunhada. Não pode conter a expressão de desagrado.

-Stefan, tem um minuto? -Ela aproximou-se ignorando o casal ao lado.

-Claro Elena!

-Preciso conversar com você fora daqui, vamos para o escritório de seu pai?

-Por aqui...

Damon e Rebekah olharam para os dois com expressões interrogativas, aquilo era meio estranho. Elena tinha que falar primeiro com Stefan e a sós, nestes anos todos que conviveram juntos, ela sempre pôde contar com ele, embora não aprovando muito algumas atitudes dela, no final ele sempre a deixou ser quem era, sempre foi justo, não seria diferente agora, ao menos ela contava que não. Torcia que não.

Chegando no escritório ele a encarava confuso, ela estava nervosa, parecia estar procurando o que falar, receosa, raro na Elena tudo isso. Ele estranhou.

-Qual o problema Elena?

-Eu apenas tenho que te anunciar uma decisão que acabei de tomar. Só não sei como você vai reagir, estou com medo.

-Me fale!

-Stefan, eu quero te perguntar uma coisa primeiro...

-Nossa! Quanto mistério. Pergunte!

-Você está feliz me tendo ao seu lado todos esses anos? Está feliz com o nosso casamento?

Stefan levou um choque com a pergunta. Em todos estes anos ele nunca cogitou ter este tipo de conversa com Elena, embora quisesse muito perguntar o mesmo a ela. Os dois simplesmente entraram neste acordo dos pais e com o tempo, desenvolvendo um relacionamento que era de muito carinho, se acomodaram a estas questões “relevantes”, afinal poderia dar certo.

-Eh... Bem Elena eu... por que está me perguntando isso? Hoje? Agora?

-Bem pelo simples fato de que parando pra pensar, percebi que nunca tínhamos nos feito esta pergunta, e que é extremamente necessário. Não acha?

-Claro. Eu apenas não esperava mais isto.

-Stefan, estamos prestes a firmar um compromisso eterno um com o outro, quando eu paro pra pensar nisto acho ridículo o fato de nunca termos nos submetido a esta conversa antes, inicialmente falando, não foi algo que descobrimos ou quisemos, foi uma imposição. Tivemos que aceitar, nos mantivemos nisto. Só quero saber se pra você foi certo, pois já discordo desta ideia.

Stefan encarava o chão agora. Ele concordava com Elena, aquilo tudo com o passar dos anos apenas foi ficando mais sem noção, a única coisa que o mantinha nisso era pensar que Elena estava feliz, e que ele seria também, afinal, Elena era uma ótima companheira, é só isso que uma esposa deveria ser afinal, essa era a crucial exigência para alguém como ele, alguém que herdaria um verdadeiro império de responsabilidades.

-Elena eu... Eu gosto de você, quer dizer, desenvolvemos uma história ao longo desses anos, eu posso dizer que ganhei seu coração e você o meu. Eu sempre penso em nós como um casal que maturou junto, se descobriu, aprendi com você, você comigo. Quando penso em nós dois casados, vejo uma relação de cumplicidade, amizade, carinho, eu estava satisfeito com isto em parte, mas apenas isto. Creio que não seja o
bastante.

Agora foi Elena que se assustou. A resposta dele foi a melhor possível. Ela sentiu um mundo inteiro abandonando suas costas.

-Stefan, eu não serei feliz ao seu lado, e agora, depois da sua resposta, acredito que você também não seria do meu. Não é amor Stefan, é amizade, carinho, respeito. Um compromisso assumido por nossos pais e que fomos covardes para declinar. Eu tomei uma decisão. Eu quero ser feliz Stefan. Estar com alguém que realmente amo, com alguém que me inspire sentimentos maiores que amizade e carinho, você também merece isto. Eu quero acabar com toda esta farsa , mas será mais fácil encarar nossos pais se você estiver ao meu lado.

Stefan a encarou agora. Sua expressão deixava Elena apreensiva, ansiosa.

-Por favor, me fale alguma coisa. – Ela pediu.

Neste instante o rapaz pôs as mãos no rosto, um gesto que assustou Elena, mas logo depois isso passou, Stefan estava vindo pra cima dela com um sorriso largo no rosto, ele a abraçou e disse: -Céus, como eu queria ter feito isto antes. Eu juro que estava gritando por dentro. Não me leve a mal, você é ótima, mas tem vezes que... Ah! Tenho ganas de te matar.

Elena riu aliviada nos braços dele, aquilo era melhor do que ela esperava, ela não conteve o riso e acrescentou: - Posso dizer o mesmo sobre você, senhor Salvatore. Os dois riam agora. Após alguns minutos eles encararam a situação, a parte simples havia passado, agora era a hora de contar pros pais a decisão. Não seria nada fácil.