Força De Um Amor escrita por MayLiam


Capítulo 1
Os inícios


Notas iniciais do capítulo

Bem gente, como eu tenho muitas ideias em mente, eu montei este capítulo tentando esplanar algumas coisas que irei trabalhar nesta fic, totalmente delena, gosto de usar flash backs como verão, mas apenas quando necessário. Se tratando de uma apresentação espero não ter ficado muito confuso. Se alguém decidir comentar, peguem leve, é minha primeira fanfiction na vida, e comecei a amar isto aqui no Nyah, então relevem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/232162/chapter/1

(Elena)

Hoje com certeza é um dia estranho, mas mesmo assim o dia mais esperado da minha vida.

Quer dizer, eu me preparei para isto, é algo para sempre, eu conseguia imaginar todo o meu futuro pela frente, eu já o conhecia desde criança, eu o amava, construí este amor com os anos, nada poderia dar errado, éramos perfeitos um para o outro, eu sabia o que eu queria, sabia sim, não ia mudar por nada.  Era nisso que eu acreditava, era isto que me definia, esta era eu- em minhas auto avaliações- não dava para contestar, eu amava Stefan. Eu me casaria com ele hoje.

Doze anos antes... (autora)

-Bom dia Nana! A criança euforicamente balbuciou.

- Bom dia minha lindinha... Dormiu bem?

- Sim, sim! Meus pais já saíram?

-Bem cedo florzinha, não quiseram te acordar. Você terá um dia cheio até eles voltarem. É hoje o grande dia... Animada?

-Não muito Nana. Eu tenho oito anos... Acha mesmo que eu estaria animada com a ideia de conhecer meu futuro marido? Sério?

A velha senhora não pode conter o riso.

-Ai minha florzinha, não pense nele assim de cara, pense como um de seus amigos do colégio. Vocês podem ter gostos em comum.

A criança encarou o lençol que a cobrira por alguns segundos. Elena era extremamente madura para alguém de sua idade, era o que ela sempre se dizia, e o que ela ouvia também. As palavras da babá faziam algum sentido, mas aquela situação não deixava de ser no mínimo tensa para ela. Ora a quem eu estou querendo enganar. Era tensa, estranha, ridícula e certamente não daria certo.

-Vamos ver...

Foi só o que ela conseguiu dizer afinal.

-Certo, vamos sair desta cama o dia será bem longo hoje, aulas, jogos e depois... Seu marido.

A velha mais uma vez não conteve o riso, ao notar a cara da criança em resposta a sua piada, era quase uma repreensão, isso era engraçado vindo de uma menininha.

Hoje...

-Senhorita, podemos entrar?

Era a voz de Caroline, a dama de companhia, acompanhada de Bonnie, sua gentil aprendiz.

-Claro Caroline. Eu estava mesmo ansiosa por vê-la, não sei como me apresentar para o almoço de hoje, sem dar pistas sobre como estarei à noite na cerimônia.

A mulher loira apenas sorriu gentilmente fazendo sinal para a morena ao seu lado, pedindo que ela entrasse e fechasse a porta.

- Não tem problema senhorita, para isto estou aqui, para ajudá-la.

Elena parecia aliviada com o que ouvira, seu sorriso era uma mescla de nervoso e alívio ao mesmo tempo, então só conseguia pensar que aquilo era algo bom de ouvir por agora.

Dois anos atrás... (Elena)

Eu não sabia o que estava acontecendo comigo, só o que eu sabia é que eu precisava voltar para os estábulos logo, e depois para meu quarto, eu precisava descansar.  A tontura era muito forte, eu apenas desci do cavalo e procurei apoio em uma árvore qualquer a minha frente. Logo ouvi o som da cavalgada do cavalo negro de Damon se aproximando de onde estava, aquilo me causou um incomodo maior do que eu previa.

-Você está bem? Foi um baita susto...

-Sim, não se preocupe, apenas não esperava aquilo.

-Tem certeza? Por que você está meio pálida. Talvez a aposta não tenha sido uma boa ideia afinal.

- Isto claro vindo de quem estava a perdendo certo?

Ele sorriu largamente, algo realmente raro, várias vezes eu me perguntava se Damon sabia rir assim, porque na maioria das vezes que eu o via, o que não eram muitas visto que ele não era de estar em casa, ele trazia consigo uma expressão muito firme, dura e até mesmo vazia,  como se sua alma não estivesse em seu corpo, ele não estava ali. Damon sempre foi para mim o irmão mais velho do meu noivo, que se casou tão cedo quanto eu iria e que perdeu sua mulher e sua filha após um parto complicado. O mais ruim nisto tudo era quando eu tentava imaginar a dor dele, uma vez que ele sendo médico não pôde fazer nada, estando fora da cidade a trabalho. Ele se culpava muito por tudo, isto o tornou um tanto amargo. “Katherine era o amor da vida do Damon.” Stefan sempre me dizia isso. E não dava pra não reparar que ainda era.

-Eu não estava perdendo...

Ele me falou, me puxando de volta do meu transe.

-E você não me parece nada bem.

-Eu estou bem Damon, sério. Apenas me assustei. Você me conhece, não gosto de perder, talvez tenha exagerado, mas agora já estou melhor, sendo assim...

Eu caminhei em direção ao meu cavalo e quando fui tentar montá-lo novamente uma corrente fria percorreu todo meu corpo e eu não senti mais o chão aos meus pés.

 Não sei descrever como, só o que eu senti foram o braços de Damon me levantando do chão e me apoiando em seu peito.

-Elena? Elena por favor o que você têm?

Sua voz estava distante demais, mas a urgência dela e a velocidade com a qual sua mão passava do meu rosto para o meu pulso era perturbadora, a ação continua me trouxe cada vez mais para o tempo real.

-Elena, fala alguma coisa, você está me pirando aqui.

Eu finalmente pude fixar o meu olhar no dele e perceber o qual próximos estávamos, eu nunca estive tão próxima dele assim, e certamente nunca o vi tão preocupado ou tão atencioso como agora e aquele olhar, suplicante, receoso, aflito. Nossa o que eu estava pensando? Mas uma batida leve em meu rosto e eu pude responder.

-Eu não sei te dizer, acho que é uma queda de pressão. Algo sem importância, não comi antes de sairmos, foi isso. E com o susto...

Fui falando e me distanciando dele, eu não gostava do que eu estava sentindo, era estranho e incerto demais.  Eu estava muito vulnerável e me sentia exposta demais, nunca gostei disto.

-Bem você deve tomar cuidado com isto Elena. Você realmente deve procurar um médico quando voltarmos.

-Bem não acho que seja necessário primeiro porque não foi nada grave e segundo, por que procurar se estou diante de um?

Me arrependi amargamente de dizer o que disse após ver a reação de Damon, ele simplesmente levantou de sua posição ao meu lado me deu as costas e calou-se por uns segundos.

-Me perdoe, eu realmente falei sem pensar.

-Tudo bem. – me respondeu com frieza- Eu não posso dizer que esta errada quanto à segunda afirmação, mas quanto a primeira, desmaios não são bons sinais, não depois do que você passou a pouco, eu vou te indicar um médico amigo meu, eu realmente quero que você fale com ele, meu irmão não irá se opor.

A última parte de sua frase me incomodou. Ele não poderia estar pensando em contar pro Stefan.

-Damon não vejo por que dizer o que aconteceu a Stefan, seria uma preocupação desnecessária, você conhece o seu irmão.

-Por conhecer é que digo. Ele não vai se opor, além do mais eu o mataria se ele não fizesse o mesmo por mim, sendo assim, estou fazendo o certo. Agora venha aqui.

Ele veio pra cima de mim que ainda estava sentada no chão. Envolveu seus braços em minha cintura e me perguntou:

- Pode ficar de pé?

Esta ação, seu olhar, seu hálito, uma mistura que me fez tremer e sentir outra vertigem, fechar os olhos foi algo inevitável.

-Elena?

Sua voz era aflita. Eu não conseguia reagir, só sorver aquela proximidade e tentar acordar. O que estava havendo comigo?

-Elena por Deus, você está me assustando. Me responde!

Não ouvi mais nada, não senti mais nada.

(Damon)

Meu Deus o que estava acontecendo com ela? Elena simplesmente perdeu os sentidos e eu não conseguia identificar o porquê. Sua pele estava fria e pálida o que só me fazia desesperar ainda mais. O que aconteceu com ela afinal? Stefan estava viajando a trabalho e eu, como irmão mais velho, tinha que manter o relacionamento das famílias, mantendo o compromisso entre eles de forma mais convencional, loucos costumes burgueses. Nestas ultimas semanas costumava-mos sair, ler no campo, lanchar ou até mesmo explorar áreas mais próximas às terras dos pais dela. Ela adorava aventuras.

-Elena? Vamos lá, abra os olhos, por favor, apenas faça alguma coisa, qualquer coisa.

Era inquietante, nunca a tinha visto em estado tão vulnerável, ela realmente não estava bem. Elena era forte, viril, bela, inteligente, doce, mas também com personalidade forte, decidida e cheia de opinião, um tipo de mulher que se destaca rápido das outras, com respostas rápidas, atitudes concretas, muito justa. Eu me sentia feliz por meu irmão. Ele haveria de ser muito feliz com ela, assim como eu fui com Katherine. Mais uns segundos se passaram e nada, nenhuma reação, ergui ela do chão, eu só queria tirá-la de lá, tínhamos passado por uma cabana a poucos metros dali, estava ficando escuro e eu precisava tirar ela do sereno.

(Elena)

Um espasmo me fez despertar, eu não sabia onde estava, a luz era fraca e eu ouvia trovões do lado de fora. Sentia todo o meu corpo doer, o que havia de errado comigo? Então ele veio.

-Ei! Nossa você realmente sabe como assustar alguém. Como você se sente?

-Damon?! Onde estamos?

-Bem você desmaiou, estava tarde e frio, eu te trouxe até aqui, não podia cavalgar com você assim.

-Onde fica aqui exatamente?

-Uma cabana nas suas terras, acho que habitação de criados de seu pai.

-Está chovendo?

-Não faz muito tempo, coisa de vinte minutos, mas está ficando mais forte. Eu estava esperando você acordar, terei que voltar para a sua casa, seus pais devem estar loucos, eu trarei o carro pra te pegar. Acha que pode ficar aqui sozinha por uns trinta minutos?

-Acredito que sim, eu me sinto meio estranha, dores que não entendo, mas ficarei bem.

-Você disse dores? Está com dor? Que tipo de dor? Você se machucou no desmaio?

-Calma Damon. São dores musculares, pode ter sido por conta da queda sim, mas estou bem.

-Não sei não, você está mais pálida agora, e mais abatida também. O que eu faço?

Ele andava de um lado pro outro na cabana, com uma mão esfregando a nuca e outra em seu bolso, ora me olhava, ora encarava o teto. Aquilo estava me enlouquecendo.

-Damon, sério ficarei bem, acho até que dá pra fazer melhor, posso voltar com você agora.

Me movimentei da pequena cama onde estava, me sentando nela e no impulso para levantar fiquei frustrada ao sentir novamente aquela maldita vertigem me assolar. Que droga!

- Epa! Calminha ai senhorita.

As mãos de Damon estavam novamente em minha cintura, meu coração acelerou bruscamente e eu ofeguei, o tremor que invadiu meu corpo foi inevitável, um gemido surgiu em minha garganta.

- Damon me leve para casa agora!

- Mas Elena a chuva... Eu  e-eu... n- não...

Uma dor aguda em meu peito, outro gemido, desta vez mais forte, quase um grito. Minhas pernas falharam, Damon me pressionou mais contra seu corpo.

-Damon...

-Tudo bem, eu vou te levar, só fique calma ok? Me deixe te aquecer antes.

Ele retirou seu casaco o envolvendo em mim como se fosse um casulo, me pegou no colo, saímos da cabana, a chuva estava muito forte, Damon me olhou angustiado e eu só me concentrava na dor, mais uma pontada e eu o abracei, envolvendo meus braços ao redor de seu pescoço com força.

-Depressa!

Ele me colocou em cima do cavalo e logo depois subiu também , me dando apoio com seu peito. A chuva castigava meu rosto, mas eu quase não sentia nada dela, algo me fazia esquecê-la, a respiração urgente e aflita de Damon em meu pescoço e também a sua voz rouca de aflição que a todo tempo me dizia que estávamos perto, me faziam por algum motivo que eu não sabia explicar, me sentir mais leve. Eu estava sentindo prazer naquilo, mesmo com dor, mesmo doente, eu sentia prazer pelo simples fato das mãos dele estarem ao redor de minha cintura. Pelo simples fato de que ele estava ali, comigo.

Dias atuais...

-Caroline, tem certeza?

-Sim senhorita, está linda assim.

-Bonnie?!

-Com certeza não vou discordar da minha professora.

-Isso parece injusto, vocês são muito suspeitas.

Ouvi neste momento a porta se abrir, ele adentrou no meu quarto dizendo:

-Bem, acredito então que se eu falar pode soar mais natural.

Damon em meu quarto depois da cena de ontem à noite? Só pode estar brincando. Fechei a cara instantaneamente.

- Caroline poderia nos deixar a sós um pouco?

Ainda por cima dando ordens a minha dama, que audácia.

-Não Damon, ela não pode, estamos muito ocupadas aqui.- Respondi fria.

-Caroline...

Ele apenas encarou minha dama, que me fez um sinal de que ia sair antes que eu pudesse protestar. Damon sempre conseguia este efeito nas mulheres? Submissão. Eu odiava a altivez dele. Bonnie a seguiu como sempre me deixando sozinha com ele, não precisava disso hoje.

-Precisamos conversar sobre ontem.

-Não vejo porque.

-Elena é sério. Eu estou meio perdido aqui, o que foi aquilo ontem entre você e Rebekah?

-Sinceramente, não quero falar sobre isso.

-Eu quero, você simplesmente atirou minha noiva na piscina, depois não estando satisfeita, veio pra cima de mim com toda a sua fúria e começou a gritar histérica. Você me assustou, e pra falar verdade eu não entendia nada, porque você não falava nada, nem terminava uma frase, era sempre: Você... Como você... Ah eu te odeio. Você pode me iluminar, por favor?

-Não quero falar sobre isto.

-Ah que pena pra você então, não sai deste quarto sem antes me falar.

Disse isto indo em direção à porta, girando a chave e a guardando em seu bolso.

-Para com isso Damon, eu tenho um almoço daqui à uma hora. Saia do meu quarto!

-Não até que você me fale o que foi aquilo.

-Já disse que não vou falar nada com você ok? Agora sai daqui, abre a porta!

Ele avançou pra cima de mim, me segurando pelo braço com força, estava doendo.

-Damon me solta!

-Me fala o que eu quero saber!

-Para com isso, você está me machucando.

-Vou continuar assim até você me falar.

-Ah tá , vai me bater agora?

-É claro que não, apenas você não sai daqui até que me fale o que houve ontem.

Me debati inutilmente tentando me soltar de suas mãos, ele era muito forte, e por vezes meu olhar se encontrava com o dele, depois mirava sua boca, aquilo estava começando a me deixar tonta.

-Me solta ou eu vou gritar.

-Ótimo, se você quer plateia pra nossa conversa, a escolha é sua, eu não ligo à mínima.

-Por que você está fazendo isto?

-Porque hoje você se casa com meu irmão, e ontem à noite você teve uma crise de ciúmes com relação a mim, isto é no mínimo estranho.

-Eu? Com ciúmes de você? Me polpa.

-Não consigo outra definição pro seu ataque. Por isto estou aqui, para obter uma, que só você pode me dar, fazendo com que eu me sinta bem, pois a noiva do meu irmão mais novo pirou ontem à noite, me deixou confuso e assustado, me fez pensar que ela está gostando de mim, isso me inquieta, meu irmão ama você e eu amo ele.

-Não se preocupe quanto a isto, eu amo o Stefan e não estou apaixonada por você, muito menos tive ciúmes de você, eu só não suporto a sua noiva, não depois do que ela fez, e sinto raiva de você por ainda sim estar pensando em casar com ela.

-Isto não explica seu ataque de ontem , além do mais não é da sua conta com quem eu vou casar ou não Elena, nem sua nem de ninguém aliás. Minha relação com Rebekah só diz respeito a nós dois.

-Isto é ótimo, faça bom proveito. Boa sorte com sua cobra criada.

Ele me olhou firme, ainda me prendia com sua mão, só então ele largou, me olhou fundo, uma expressão atormentada, me deu as costas, levou as mãos a cabeça, totalmente alterado e gritou:

-Céus você só pode estar querendo me deixar louco.

-Não vejo porque.

-Todos estes anos, toda vez que eu conhecia uma mulher, você tinha sempre algo contra, mudava comigo, me tratava com rispidez, era simplesmente como se toda a nossa amizade se fosse, você virava uma maluca, ainda vira e não consigo saber o por que.

-Você sempre acha que tudo gira em torno de você, não tem nada a ver Damon, apenas você escolhe as piores companhias, mulheres interesseiras, baixas, fúteis. Você não gosta desse tipo de pessoa, faz de propósito, automaticamente você já inicia querendo parar, não tem nada haver. Você não quer mais ninguém, não vai se abrir pra mais ninguém. Sabe porque? Você está procurando por um cadáver em suas relações, está procurando a Katherine. Novidades pra você, ela não era uma vadia qualquer como as que você arruma e esta é uma missão impossível. Além do fato de que essas suas relações desestruturam a família, com escândalos sob escândalos, Stefan e seus pais sofrem, além de você sofrer, então tenho porque ficar furiosa, você é um inconsequente. Não pensa em ninguém além de você.

Neste momento virou e me encarou com fúria no olhar, eu senti meu corpo tremer, que droga, falei demais.

-Como é?

-Damon... eu... eh... Me desculpa ,sério eu não estou pensando direito eu... É um dia tenso pra mim, eu só quero que você saia daqui ok?

Ele balançava a cabeça num gesto de negação, era como se ele não estivesse crendo no que via ou ouvia, ele simplesmente pos a mão no bolso onde tinha colocado a chave, caminhou até a porta, a abriu e então se virou para mi e disse:

-Eu nunca pensei que fosse dizer isto a você, eu realmente eu estou decepcionado demais, você parecia mais, parecia perfeita, justa, doce. Eu realmente adorava estar com você, agora só o que desejo é que eu não tenha que conviver mais com você, e que meu irmão não tenha que lidar com este seu lado torto, covarde, inconsequente e confuso e...

Ele hesitou e eu notei sua voz falhar, aquilo estava doendo de verdade.

-Eu estou realmente te odiando agora.

Sua última frase me atingiu feito bala. Que droga Elena. O que foi aquilo? Eu só cedi à força que me puxava pro chão quando ele bateu violentamente a porta do meu quarto. Chorar foi o mínimo que fiz.

Dois anos atrás... (Damon)

Ela estava totalmente entregue em meus braços, frágil, indefesa, eu só queria chegar logo a sua casa, tirá-la daquela chuva, ela não estava nada bem.

-Quase lá Elena.

Ela não respondia, e mal a sentia respirar na verdade, isto estava me enlouquecendo, apressei ainda mais o cavalo, quando finalmente pude avistar a casa dela.

-Damon! Graças a Deus. O que houve meu jovem? Vocês demoraram...

O pai dela então percebeu que era apenas um cavalo a frente de sua porta, então pode notar a pequena figura na garupa, totalmente abatida.

-Céus o que houve Damon? O que minha filha tem?

-É o que eu quero descobrir... Pode pedir para providenciarem água quente para um banho, eu vou até meu carro pegar minha maleta.

-Claro meu filho.

Me movimentei para descer Elena do cavalo, com a ajuda de alguns criados, ao perceber o que eu estava fazendo Elena relutou em meus braços, ela não parecia querer me soltar.

-Tudo bem Elena, você está em casa, vai ficar tudo bem, você vai com seu pai.

Ela me olhou de um jeito inquietante, uma súplica estampada em sua face abatida. Eu a olhei com ternura.

-Fique calma eu logo estarei com você, ficará tudo bem, vou cuidar de você. Sou médico lembra?

Um gemido mais forte, uma expressão de dor mais acentuada e Elena desfaleceu em meus braços outra vez. Agora era o meu limite, o desespero surgiu como uma bomba, eu a deixei aos cuidados do pai e criados e corri pro meu carro na entrada da propriedade. Voltando a casa, troquei minha roupa encharcada esperei uns minutos e então pude entrar no quarto dela e pude examiná-la cuidadosamente.

Elena ainda estava desacordada, preferi assim, ela fica muito inquieta, me deixando igual, não me concentraria, ela era a primeira pessoa que eu examinava depois do que houve com minha mulher. Eu já estava tenso demais.

-Damon... – A mãe dela suplicou.

-Só um minuto senhora Gilbert.

A doce senhora acentiu com a cabeça. Após eu examinar Elena incansadamente, constatei que ela tinha sofrido uma síncope resultado de uma forte emoção. Ora que forte emoção? afinal foi só um susto não foi? Ela mesma disse isto.

Naquele mesmo dia mais cedo... (Elena)

Mais uma manhã daquela semana estranha, Stefan estava viajando e seu irmão mais velho me faria companhia até que ele voltasse, loucos costumes burgueses. Esta semana ao lado de Damon estava sendo bem estranha, quer dizer, não nos falávamos muito, quase sempre ele estava fora, ou ocupado demais dentro de si mesmo. Stefan adorava seu irmão, ele me falava dele como de um ídolo, e eu nem sabia se isso era bom. Naquela manhã decidimos sair para cavalgar depois do almoço, Damon e eu éramos muito competitivos e adorávamos fazer apostas sobre quase tudo.

-Você tem certeza de que quer fazer isto? Eu monto muito bem.

-Tenho sim senhor Salvatore, além do mais você é apenas mais um cão que ladra e não morde.

Ele deu de ombros.

-Certo.  Até o pomar então? Descendo pelo rio?

-Concordo. Ah... Não vale desistir antes do final do percurso.

-Eu ia acrescentar o mesmo.

Ele piscou para mim, realmente uma semana estranha, Damon era mais agradável do que eu julgava.

-Pronta?

-Sempre.

-No três... Um, dois... três!!!

Os cavalos saíram malucos, eu olhava pra a traseira do cavalo de Damon bastante focada.

-Isto mesmo senhorita, é só o que você verá até o fim do trajeto. – Ele provocou.

-Veremos.

Apressei meu cavalo, logo estava igualada com ele, eu estava me sentindo ótima, nunca me diverti tanto, nunca estive tão bem, nem mesmo com... O pensamento me chocou. Eu perdi o sorriso, céus, não, Elena não, você só pode estar louca. Pare com isso! Balancei a cabeça exigindo que aqueles pensamentos se fossem, Damon me olhou confuso, apressei meu cavalo outra vez, ele se desgovernou, não conseguia parar.

-Elena devagar!

-Estou tentando Damon... – Ele disparou atrás de mim.

Eu estava começando a me desesperar, maldito cavalo. A voz de Damon era próxima agora:

-Elena me dá sua mão!

Ele estava louco? O que ele ia fazer? Me tirar do cavalo em alta velocidade? Sério?

-Elena! – ele gritou desta vez, eu estava apavorada. Dei a mão a ele, nem senti bem o movimento, foi muito rápido, quando abri o olho estava na garupa do cavalo dele, de frente pra ele, próxima demais.

-Tudo bem?

Eu não pensava em nada, eu não ouvia quase nada, estava codificando tudo, devagar...

-Elena? Oi!

-Estou, foi um susto!

-Se foi...

-Vamos atrás dele por favor.

-Você está maluca, não vai voltar pra ele.

-Damon é o cavalo do meu pai, temos que pegar ele, se você não vai me põe no chão que eu vou.

-Nossa você é teimosa, mas você não vai montar nele outra vez.

-Claro que vou, eu vim nele, volto nele.

-Elena...

-Damon. Agora.

Ele revirou os olhos, o que mais me incomodava era nossa proximidade, e eu nem sabia bem o porque, a respiração dele estava em cima de mim feito um anestésico, me inebriava, eu tremi um pouco, acho que ele não notou. O que diabos estava havendo comigo?

-Tudo bem então.

Com um gesto tão rápido quanto o anterior ele me passou pra parte de trás da garupa, eu instintivamente entrelacei meus braços em sua cintura o que me provocou outro arrepio, esse ele notou.

-Tudo bem mesmo?

-Sim, vamos logo.

Ele cavalgava muito bem, logo alcançamos meu cavalo, mas algo estava errado comigo, eu estava ofegante, me sentia tonta, o susto não me fez bem, ignorando tudo desci do cavalo dele, montei novamente no meu e comecei a cavalgar a sua frente, parei logo em seguida, eu estava tonta, muito tonta, aquilo não era normal. E seja lá o que eu senti ao toque de Damon hoje, não foi bom, foi, mas não num sentido “ bom”.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Acho que é tudo que posso soltar por hora, muito o que definir ainda, mas sei que tem bastante informação já.
E então? Estou pronta pra forca.