A realidade me abateu de forma assustadora. Eu ainda era um homem casado. Ainda. Manteria este status por pouco tempo. – Eu vou pedir o divórcio. Vou dar tudo para Tanya. Só quero minha filha. Você aceitaria a Lilly, não é?

Bella levantou, me deixando sem resposta, e foi para junto de nossos filhos. Não tive mais nenhuma chance de voltar ao assunto. Bella não permitiu que as crianças se afastassem. Terminamos de comer e eu os levei de volta para Forks.

Quando estacionei em frente à casa de Bella, meu celular tocou. Olhei na tela e vi que a ligação vinha de casa.

- Alô?

- Edward? Oi, filho... Estou atrapalhando? – Esme parecia tão envergonhada.

- Não, mãe. Já estamos indo para casa. Por quê?

Eu não tinha destravado as portas e Bella ainda estava sentada no banco do passageiro, agora impaciente. Meus filhos estavam silenciosos no banco de trás.

- Hummm...  Será que você está com a Bella?

Isso só poderia ter o dedo de Alice no meio. Não havia outra maneira de saberem onde Lilly e eu estávamos.

- Sim – respondi simplesmente.

- Posso falar com ela?

Fechei os olhos e respirei fundo. “O que será que ela quer com Bella?”, me perguntei.

- Bella, Esme quer falar com você – ofereci o celular. Temerosa, ela pegou, mas demorou alguns segundos até que levou o aparelho até a orelha.

- Esme? Sim, é a Bella. Posso ajudá-la?

Bella foi tão educada com minha mãe. Quase fiquei com inveja. Ela a tratou tão diferente do que tratou à mim. Desde que nos reencontramos, nenhuma palavra doce saiu de sua boca em minha direção. O contrário do que tinha acabado de acontecer com Esme, que, apesar de ser uma das responsáveis pelo meu rompimento com minha garota, recebia suas melhores atitudes.

- Tudo bem, Esme... Mas será rápido. Eric ainda não está cem por cento recuperado e precisa descansar. Até já...

Desligou o celular o oferecendo para mim. Assim que peguei o aparelho, Bella me contou o que combinou com Esme. – Sua mãe está nos esperando na mansão. Você pode dirigir para lá?

Não tive tempo de pensar no que isso significava. Liguei o carro rapidamente e acelerei. E o medo que Bella desistisse?

-

Como anteriormente, não houve conversa pelo caminho. De vez em quando, espiei seu semblante. Sua expressão era de quem estava pensando muito. Como o covarde que sempre fui, não tive coragem de puxar conversa também.

Assim que parei o carro, Bella saltou seguindo para a porta na lateral onde Eric estava acomodado. O retirou do banco e abraçou firme, de olhos fechados. Parecia que buscava forças para entrar pela porta da frente da casa dos meus pais.

Ela esperou que eu pegasse Lilly. Reparei que o jipe de Emmet estava estacionado na garagem e gemi. As coisas poderiam piorar.

Entramos pela porta - Bella com extrema cautela -, e vimos Alice, Esme e Rosalie, a namorada do meu irmão.

Antes de registrar, Alice já tinha pulado de seu lugar e envolvia Bella e Eric em um abraço de urso. Eric começou a rir. – Ajuda, mamãe!

Lilly me olhou. – Quelo um abaço também.

Sorri para a minha bonequinha. – Já, já a titia Alice abraça você. Agora ela está matando a saudade da titia Bella. Você pode esperar um pouquinho?

- Pode.

Assim que me respondeu, Lilly começou a chacoalhar os pezinhos, no que eu reconhecia como sua vontade de ir ao chão. A coloquei em pé sobre o tapete e ela correu para o lado de minha mãe, mas não a abraçou. Ficou ali vendo Alice enxugar as lágrimas de Bella, encostadinha no sofá.

- Mamãe, cê tá cholando? – Eric preocupou-se.

- Mas não é de tristeza, está bem? – Bella tentou tranquilizá-lo.

“Quando foi que todos começaram a chorar?”. Bastou procurar minha filha que vi que além de Alice e Bella, Esme e Rosalie também choravam. Lilly olhava para todas as partes sem entender.

Alice soltou Bella e a conduziu para perto de Esme e Rosalie. Permaneci no meu lugar de mero expectador.

- Bella, será que podemos conversar a sós? – Esme praticamente implorou.