Novos Gênios escrita por Ushio chan


Capítulo 13
O fim de tudo


Notas iniciais do capítulo

Fala, gente que eu amo!!!
Bem, esse é o último capitulo desta fic. Ela terá uma continuação cujo título eu ainda não decidi, mas será postada hoje mesmo, assim que eu terminar aqui.
Estou dividindo esta história porque ela ficará muito grande e temo que fique sem sentido, além de que a única leitora que votou concordou com esta opção.
Bem, é isso.
Postarei o Link da nova fanfic num capitulo separado.
P.S: Eu escrevi este capitulo há muito tempo, de forma que peço perdão caso eu tenha cometido algum deslize.



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Hoje é dia 29 de Dezembro. Todos nós estamos animados para o ano novo, de forma que o refeitório está especialmente barulhento hoje. Nós estamos almoçando, conversando alegremente sobre assuntos aleatórios aos quais ninguém realmente prestava atenção. Mello tem os dedos entrelaçados aos meus. Hoje faz um mês que começamos a ficar juntos.

De repente Roger aparece em nossa mesa e se dirige a mim.

– Kim, posso falar com você por um instante?

– Claro. – Levanto-me e o sigo até sua sala. Sinto um mau pressentimento e odeio mais do que nunca o fato de quase sempre estar certa a respeito destas coisas.

Roger me faz sentar e se coloca do outro lado da mesa. Começo a respirar mais rápido.

– Kim... Creio que se lembre da família que veio aqui, certo?

– S... Sim. O casal com um filho, não é?

– Eles mesmos. Hm... Bem, considerando que é feliz aqui pode ser difícil escutar o que tenho a dizer. – Em um instante eu capto a mensagem. Acabou. Está tudo acabado. Não importa mais o que acontece daqui para a frente. Não tenho mais vida. – Kim, é triste dizer mas... Você foi adotada. Sentirei sua falta, como todos aqui. Mas pense em como será sua vida. Você terá uma chance de recomeçar...

– Não importa! – Interrompo-o com um grito. Não ligo para minha normalidade. Para outra chance. – E Nate? Mello? Matt? Íris? O que eu faço a respeito deles? Eu nem sabia que isso podia acontecer!

– Lamento, Kim. Mas sei que sua opinião mudará. Estou certo de que será feliz.

Não acredito no que acabei de ouvir. Não é verdade, não pode ser. Ignoro o bloqueio proporcionado por Roger. As lágrimas passam a escorrer por meu rosto e eu não tento conter os soluços. Passo correndo por Ryuuzaki, que tente me segurar, mas escapo pelo espaço entre seus braços. Ouço-o correndo atrás de mim e logo depois outro par de pés o substituem. Corro até o jardim e me encolho sob uma enorme árvore, abraçando os joelhos e deixando as lágrimas escorrerem.
Uma mão toca meu ombro e sinto um forte cheiro de chocolate. Mello. Sinto o louro se abaixar ao meu lado e me abraçar. Fico contente que ele esteja aqui. Nunca oficializamos o namoro, mas ele existe e eu o amo. E não sei o que faria se Mello não estivesse ao meu lado.
– O que foi, Floquinho? - Ele pergunta.
– Vão me adotar, Mello. Eu vou ter que sair do Wammy's House. Vou me mudar amanhã.
– Ok, mas, calma aí, quando você diz "mudar", está querendo dizer, tipo, se mudar para o outro lado da rua, certo? Ainda vamos nos ver, não é?
– Não, Mello. Eu vou para o Japão.
– Não podem fazer isso! Quer dizer, o seu IRMÃO está aqui, Kim. E... E eu.
– Como direi isso ao Near? – Escondo o rosto em seu ombro e ele acaricia meu cabelo.
– Não sei. - Seu abraço se intensifica. - E quando você vai?
– Amanhã cedo. - Observo o choque estampado em seu rosto.
– Não. Kim, não. Você não pode ir. Não podem te tirar de mim, eu... Eu... esqueça o que eu disse. Droga! Eu te amo, Kim, não me deixe! - Juro que acabo de ver uma lágrima escorrer pelo rosto de Mello. É uma pena ver seus olhos verdes marejados. São tão lindos.

– Eu também te amo, mas não tenho escolha. – Choramingo. – Mello?

– Hã?

– Pode me beijar?

Seus lábios se aproximam de mim e se colam à minha bochecha antes de deslizarem para minha boca e começarem a se mover devagar. Deixo sua língua entrar em minha boca. Suspiramos ao mesmo tempo, como que conectados. E o beijo parece se prolongar por vários minutos antes que nos soltemos por falta de ar.
Mello me coloca no espaço entre suas pernas e me abraça antes de sussurrar em meu ouvido:
– Eu te amo, Kim.
– Eu te amo, Mello.
Mello sabe ser delicado quando quer, embora não seja muito comum com pessoas fora de nosso círculo de amizades. As lágrimas ainda caem por minhas bochechas. Mello as enxuga com um dedo e volta a me abraçar.
Quatro figuras se aproximam de nós. Near perde imediatamente a expressão vazia, trocando-a por um olhar preocupado que encara minhas lágrimas. L fica completamente parado, apenas assistindo.
– O que foi, Ki-Ki? - Pergunta Matt.
– Eu fui adotada. Terei que ir para o Japão pela manhã.
Near cai de joelhos como se estivesse exausto depois de uma longa corrida. Mas é dor que seu olhar denuncia.
– Near... - No entanto, meu irmãozinho se levanta e corre para dentro. Nós todos o seguimos até seu quarto. Ele não consegue fechar a porta antes que eu a force a se manter aberta e entre no quarto. Ele está sentado na cama. Dou-lhe um meio abraço, apoiando sua cabeça em meu peito. Pela primeira vez em meses, Near chora. E chora descontroladamente, como se fosse o fim do mundo. Eu não discordo inteiramente dele.
– Ne-Ne, não me importa o que vai acontecer ou o preço a pagar. Eu darei um jeito de voltar para você.
– Kim... Mesmo assim você vai embora. Mesmo que por um dia. E nós não podemos fazer absolutamente nada a respeito. - Diz entre soluços. - E por que não me contou antes?
– Não sei. Acho que eu precisava ficar um pouco sozinha.
– Pena que o Mello te achou antes. – Fico um pouco corada. - Você não pode ir, Kat. Você é minha única amiga. Minha irmã.
Os outros entram no quarto e se juntam ao abraço.
•£•
Acordo no dia seguinte ainda abraçada à Near. Ele dorme como um anjo, nem parece que seu coração carrega tantas mágoas e desespero. Levanto e pego minhas malas, prontas desde ontem. Substituo a camisola por uma blusa branca e um jeans. Algumas lágrimas rolam por meus olhos. Mello, Matt, Íris e. Ryuuzaki estão deitados no chão, ainda dormindo. Deito-me ao lado de Mello e o acordo. Ele abre os olhos e, imediatamente, beija meus lábios. O beijo é mais intenso do que o da tarde anterior.

– Eu não quero ir, Mello. Não posso perder Near também. E você. – Lágrimas voltam a se formar em meus olhos. Sento-me e ele também, abraçando-me.

– E eu não quero que vá. Eu te amo, Kim. Não quero te perder, menina-fantasma.

– Até nessas horas, Mello? – Lanço-lhe um olhar de reprovação sincera.

– É difícil perder o hábito. Desculpe.

– Tudo bem. É algo que quero lembrar, de qualquer forma. Hm... Mello? Você vai cuidar do Near enquanto eu estiver fora?

– Vou. Mas vai ser difícil fazer o albino pigmeu sequer sair da cama sem você aqui.

– Eu sei. Mas não será como se eu não existisse mais. Vamos continuar nos falando até eu pensar em um jeito de voltar para cá.

– Kim... Não deveria se apegar tanto a nós. Você tem que pensar um pouco no que é melhor para você. Não é melhor ir morar no Japão onde você terá uma família que te ama e te tratará bem e te criará como alguém normal?

Near é a minha família. A única. Não importa o que é melhor para mim. Não quero uma família nova, estou feliz com o irmão que tenho. Não quero amigos com QI dez vezes mais baixo que o meu, quero ficar e competir com vocês pelo posto de melhor detetive do mundo, quero passar as tardes conversando com um chocólatra, uma adolescente que parece uma menina de cinco anos, um viciado em videogames e meu irmão de nove anos, não com um monte de meninas superficiais e garotos estúpidos. – Paro um segundo para respirar. – Não quero ser normal, Mello. Quero ficar aqui e ser feliz. – Sei que Mello está tentando ser forte e não deixar as emoções fluírem, sendo o garoto malvado que sempre foi, mas não dá muito certo. Vejo seus olhos incrivelmente verdes ficarem marejados e se fecharem repetidas vezes para repelir as lágrimas.

– Kim... – Ele não sabe mais o que dizer.

– Você não precisa ser forte o tempo todo, Mello.

– Eu sei. – Algumas lágrimas escorrem por suas bochechas. Envolvo seu pescoço com meus braços e o beijo. Suas mãos se prendem à minha cintura e ele me retribui. Nossas lágrimas escorrem juntas por nossos rostos. Nossos lábios se separam e nos olhamos fundo nos olhos. Mello me transfere para seu colo e nos mantemos nesta posição por vários minutos antes que Near e Ryuuzaki acordem e, em seguida, Matt e Íris.

Meu irmão está desanimado hoje. Assim como eu. Passo a mão por seus cabelos brancos ao me levantar do colo de Mello, que também fica de pé em seguida.

De repente, Roger aparece na porta e se dirige a mim.

– Eu a estava procurando, Kim. Não sabia que estava aqui. Teremos que sair agora para o aeroporto. Vocês também podem vir para se despedir dela. L... Se vier conosco, terá que colocar um sapato.

– Sim, Roger. Farei isso. – L? Se calçando? Pois é, ele é mesmo um bom amigo.

– E BB também vem se despedir. Vocês só se conheceram no natal, mas ele realmente gostou de você, ainda que Mello tenha lido de forma errada o que ele pensava a seu respeito. – O velho me conta. Queria saber como ele faz para tirar um criminoso da prisão tantas vezes.

***

O carro começa a se mover. Estou entre Mello e Near, mas os corpos de Matt e Íris também ocupam o banco de trás. L foi na frente. B nos encontrará no aeroporto.

Nenhum de nós fala muito. Apenas trocamos alguns olhares a cada placa indicando o aeroporto internacional que aparece. Sinto meu corpo começar com leves convulsões. Se estou tremendo de frio, de medo ou de tristeza, é difícil saber. Mello segura minha mão direita e Near aperta a outra com força. Em dado momento, solto a mão de meu irmão e passo o braço por suas costas, puxando-o para mim em um meio abraço.

O carro para. Roger o estacionou. É agora, não é? É agora que a minha felicidade acaba. Eu a deixarei aqui, com Near, Mello, Matt, Íris e L. E até mesmo Beyond, que nos espera na entrada do saguão. Minha felicidade não virá comigo. Me deixará como estou sendo obrigada a deixá-los.

Roger pega minhas malas, deixando minhas mãos livres. Mello abraça meus ombros. E aos de Matt, que por sua vez abraça Íris. L está do outro lado de Near, que o abraça e está sendo abraçado por mim. Ou seja, estamos formando um tipo de corrente humana. Chegamos à entrada e B me olha com os olhos vermelhos. Posso quase dizer que há tristeza neles. O serial killer abraça L e o beija vorazmente. Quase posso ver a língua de BB se movendo na boca do detetive. Deve ser difícil passar tanto tempo longe de quem se ama. Depois ele também se junta à corrente.

O check-in foi feito. Vamos para uma lanchonete, onde, de acordo com Roger, meus futuros pais adotivos estarão esperando.

E lá estão eles. Eu os conheço, na verdade. Fizemos uma entrevista recentemente, embora eu tenha feito de tudo para deixar claro que eu não queria ser adotada. A mulher tem cabelos pretos e o homem também. Em sua companhia está um garoto que deve ter uns dezesseis anos de idade. Talvez quinze.

Near solta o braço que está em L e envolve minha cintura. Sinto Mello me soltar e abraço meu irmão. São as primeiras emoções que ele demonstra em muitos meses, não me surpreende que sejam intensas. Os três vêm em nossa direção, notando que não vamos mais andar.

– Você não pode ir, Kim. Não pode. Não quero que tenha outro irmão, não quero que cuide de outra pessoa, quero que fique aqui, comigo. – Implora Near. Matt e Íris o encaram chocados. Nunca viram Near se desesperar. Nunca o viram entrar em pânico. Mello só não tem a mesma reação porque está novamente tentando conter algumas lágrimas.

– Near... Near, me escute. – Digo, tentando chamar sua atenção. – Ninguém vai te substituir, Ne-Ne. Nunca. Meu único irmão mais velho é o Matt. Você sempre será o meu irmãozinho mais novo, nunca vou esquecer de você. Lembra do que te prometi ontem? Pode demorar, Near, mas eu vou cumprir minha promessa. – Abraço-o com força. Odeio a dor que sinto em meu coração, que parece querer parar de bater. Lágrimas surgem em meus olhos e embaçam a visão antes de escorrerem por meu rosto. Sinto o calor de Near contra mim e seus soluços me fazem tremer junto com ele. Quando nos soltamos, minha blusa está molhada na altura do pescoço.

– Eu sei, Kim. Confio em você.

– Não é a nossa despedida, ok? Vamos nos encontrar um dia. – Ele faz que sim.

– Hm... O nosso voo sairá em vinte minutos. – Diz meu pai adotivo. Se não me engano, seu nome é Tomoya Fujibayashi. O do garoto é Yukiteru e a mulher é Kyou.

Viro-me para Matt.

– Você foi o melhor irmão mais velho que eu poderia ter. Espero revê-lo. – Abraçamo-nos e ele beija minha testa. Quando nos soltamos, me dirijo para Íris, que chora descontroladamente.

– Você... Foi minha colega de quarto. Minha melhor amiga, Kim. O que vou fazer à noite agora? – Soluça ao me envolver em um abraço sufocante.

– Íris... Você também foi a melhor amiga que já tive. Não poderia pedir alguém melhor como colega de quarto. – Percebo então o quanto me afeiçoei a ela. Sentirei muitas saudades de acordar e encontrar seu rosto sempre sorridente. Mais lágrimas escorrem por meu rosto enquanto nos abraçamos. – Nunca vou te esquecer. Vamos nos ver de novo, prometo.

L se agacha para falar comigo. Não há emoção em seu rosto. Bem, talvez seus olhos mostrem certa tristeza, o que já é demais quando se trata de L.

– Kim, não importa o quanto eu não demonstre, você foi uma boa amiga. Sempre será a segunda mais inteligente do Wammy’s House, mesmo que emparelhada com Mello.

– Ryuuzaki, é uma grande honra que pense em mim desta forma. Você também foi um bom amigo para mim. – Abraço-o e muito me surpreendo quando sinto seus braços ao redor de mim também.

– B... Eu nem te conheci direito, mas mesmo que você seja um assassino em série e um tanto assustador eu gostei de você. Estranho, admito, mas eu sou mesmo estranha mesmo.

Ele me abraça de leve e sussurra em meu ouvido:

– Foi um prazer te conhecer, Katherine River. – C-como ele sabe o meu nome? O que diabos isso quer dizer? Afasto-me dele arregalando os olhos, mas ele põe um dedo nos lábios.

– Kim... – Começa Mello quando vou até ele. – Eu sempre vou te amar. Nenhuma distância pode mudar o que sinto por você. – Ele me abraça e leva os lábios à minha orelha. – Mihael Keehl. É esse o meu nome. Queria que soubesse.

– Katherine River. – Sussurro de volta. – Eu te amo, Mihael Keehl. Mello. Te amo sob qualquer pseudônimo que possa ter.

– Eu te amo, Katherine River. E poderia citar todos os seus apelidos, mas demoraria muito. Além disso, foi pela Kim que eu me apaixonei.

Depois destas palavras, Mello força meu rosto contra o dele no beijo mais intenso que já tivemos. Nossos lábios se movem juntos e nossas línguas dançam dentro de nossas bocas por alguns instantes. Uma despedida.

– Mello... Não é nosso último beijo. Eu juro para você.

– Então eu também juro para você. – Ele me beija novamente com a mesma intensidade, não me soltando nem mesmo quando Tomoya começa a pigarrear repetidas vezes. Por fim, quando sou puxada para trás, ele solta minha cintura e me deixa ir.

– Kim! – Grita Near me abraçando novamente. – Eu te amo, Kat.

– Eu te amo, Nate. – Digo bem baixinho.

Depois eu me viro e sigo minha suposta família, mas sem ficar mais de dois segundos sem olhar para trás. Meu único consolo é observar que Mello assumiu o posto atrás de Near, pousando a mão em seu ombro.



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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Espero que sim.
E espero que vocês acompanhem a outra fic, que será postada assim que eu acabar aqui.
Beijos, amores. Obrigada por terem lido a minha brisa aqui.
Agradeço especialmente à Beyond Birthday, que me deu a maior força do mundo para escrever isso aqui. (PRIMEIRA FIC QUE EU TERMINO!!!!)
LINK DA PRÓXIMA PARTE: https://www.fanfiction.com.br/historia/236657/Ditancia