Sábado, 27 de Agosto. 20horas.

A semana se passou bem rápido, de um jeito que eu realmente não queria que fosse. Aguentar as duas falando todos os dias nessa droga de show realmente não foi fácil... “awn, eu vou ver meu preto de novo” foi a frase da semana para a Bê. E pior que isso: Nós não conseguimos vender os nossos ingressos, todo mundo já tinha! Isso me irritava cada dia mais. E ver as duas fazendo ‘brincadeirinhas’ comigo e com a Rê por que teríamos que entrar no show, não foi nada agradável!
Minha mãe podia ter comprado pelo menos camarote pra gente assistir a droga do show de longe, não, ela tem que comprar “Pista VIP”... Af

– Thay, vai dormir... Lembra que nós vamos pra fila ás 3 da manhã! –Rebeca disse, tirando-me de meus devaneios.

– E quem foi que disse que EU vou pra uma droga de fila ás 3 da manhã?! Me poupe, já to fazendo muito que vou no show, agora sair da minha caminha quentinha de madrugada já é demais, não acha?! –disse enquanto levantava da cama.

– Ah, não faz isso meu... –ela disse com os olhos cheios de lágrimas –Você sabe que se não chegarmos lá as 3 nem eu e nem a Tha vamos ficar na grade...

– Pra que mais uma? Vocês SEMPRE ficam na grade dos shows, irrita até!

– Pelo menos deixa a gente lá na fila esse horário? Você pode voltar pra casa e dormir, sei lá...

– Ta, eu levo vocês! –Disse enquanto empurrava ela (que comemorava) para fora do quarto.

*Ligação On*

– Fala! –Rê disse com a boca cheia.

– Ninguém te disse que falar com a boca cheia é feio?! Que falta de educação...

– Fala logo o que você quer. –Disse com a boca mais vazia.

– A gente vai ter que levar as infelizes pra fila ás três da manhã, daí eu ia te chamar pra dormir aqui, mais um dia de nossas vidas, -disse e nós rimos –daí a gente deixa elas na fila e fica no carro dormindo, e assim que sair daquela droga de show, a gente vai pra balada, já que segunda não tem aula...

– Beleza, vamos jantar no japa? Minha mãe e meu pai saíram e não deixaram nada pronto. To sobrevivendo de bolacha...

– Vamos, to afim de jantar fora... Passo aí as nove, ok? –disse quando ouvi a porta do meu quarto mexer.

– Ok, tchau.

– Tchau.

*Ligação Off*

– Vamos buscar a Tha comigo? Ela vem dormir aqui. –Rebeca disse.

– Vai se arrumar, liga pra ela e avisa pra ela que a gente passa lá as nove, e que vamos jantar no japa.

– Awnn, ok. –ela saiu e creio eu que foi se arrumar.

Estava pronta as 21horas –sou uma menina pontual, ou não.

– Vambora Rebeca, eu marquei ás nove com a Rê, caramba! –disse batendo na porta do quarto dela.

– Pra que tanto stress? –ela sorriu –tô pronta, vamos.
Ela estava arrumada até demais pra quem sempre ia no japa... Vish, haha. Passei pela sala, peguei dinheiro com o meu pai, e fomos para o carro. Pegamos as meninas, e a Thallia também estava BEM arrumada pra quem vive no japa, elas estão armando alguma...
Chegamos lá, fizemos nossos pedidos, e em seguida passou um grupinho de meninos pela nossa mesa, eles disseram algo, mais eu não fiz muita questão de prestar atenção. Pude perceber que assim que eles passaram, a Bê e a Tha começaram a cochichar... Vai entender...

– É... Ahn... Thay... –Bê disse.

– Diz.

– A gente vai ali, juro pra você que a gente já volta. –Rebeca disse, sem mesmo esperar que eu respondesse, levantou e puxou a Thallia.

– Entendeu alguma coisa? –perguntei meio confusa para a Rê.

– Não, mais tudo bem... Devem ter ido atrás dos meninos. –sorri.
Ficamos algum tempo conversando aleatoriedades, até as duas eufóricas voltarem para a mesa.

– Vééééi... –Thallia disse com um sorriso de orelha a orelha.

– Na booooa... –Bê disse sorrindo.

– Que fooooi? –Rê disse meio que entrando na onda delas.

– Sabe quem tava ali? Os meninos! –Thallia disse rindo.

– Que booom. –disse e eu e a Rê rimos.

– A gente vai convidar eles para sentarem aqui, pode? –Bê disse e saiu andando.

– Claro... Que não! –disse para a Rê –Pelo amor de Deus, já vou ter que aguentar eles amanhã, não ta bom?

– Ta ótimo! Assim que eles chegarem, eu juro pra ti, vou sair da mesa! –Rê disse.

– Vamos!
Eles estavam indo em direção a mesa. Eu e a Rê até pensamos em levantar, mais acho que o fato deles não estarem de roupas coloridas nem chamando muito atenção nos fez ficar na mesa.

– Eae meninas. –Um menino loiro disse enquanto sentava na cadeira ao meu lado (af).

– Oi meninas. –O Pe Lu, que eu só sabia o nome por que a Bê falava nele 25 horas por dia, disse.

– Ooi. –Um magrelinho branquinho disse e sorriu.

– Olá meninas. –O Koba, que eu também só sabia o nome (se é que isso é nome de gente) por que a Tha falava dele o dia todo, disse.

– Oi. –respondemos juntas.
Ficamos mais ou menos uma hora e meia sentadas na mesa, ouvindo eles falarem merdas (por que pra mim não passava disso) –principalmente o Thomas.

– Meninas, vamos? Tá tarde e eu to com sono... E vocês vão levantar cedo amanhã, né?! –Disse enquanto me levantava da mesa.

– Ah, vamos né... Fazer o que... –Bê disse parecendo meio desanimada.
Eu e a Rê saímos da mesa sem nos despedir de ninguém e fomos direto para o carro. Alguns minutos depois –que pra mim pareceram séculos –Thallia e Rebeca decidem aparecer no carro.

– Pelo amor de Deus, depois dessa vocês realmente não merecem que a gente vá para a droga do show! –disse enquanto ligava o carro.

– O que a gente fez? –Ah, como se não soubessem... Af

– Nada não, apenas pegaram quatro menino INSUPORTAVEIS e colocaram na mesma mesa que a gente, e que por educação não saímos de lá... –Rê disse.

– A gente perguntou antes, caso não tenham ouvido... –Thallia disse.

– Ah, claro. Perguntar e fugir da mesa antes mesmo da resposta, que vocês já sabiam que seria NÃO!

– Desculpa então... Da próxima vez eu espero vocês responderem. –Bê disse e abriu um sorrisinho, o mais falso do mundo!
Chegamos em casa, eu e a Rê fomos direto pro meu quarto. Ficamos algum tempo conversando e em seguida acabamos dormindo.

*Le duas da madrugada*

– ACOOOORDA, VAI SE ARRUMAR, TA QUASE NA HORA DE IR PRA FILA, LEVANTA DAÍ VAAAAI. –Senti os pulos da Rebeca em cima de mim.

–AAAAAAAAAAAAAAAAI CARALHO, SAI DE CIMA MANO –disse me virando para o lado e fazendo ela cair da cama.

– LEVANTA VAAAI, JÁ TA NA HORA, VOCÊS DORMIRAM DEMAAAAIS ESSA NOITE! –Thallia disse enquanto puxava a coberta da Rê.

– Pelo amor de Deus, eu posso dormir em paz? Que merda! –Rê disse tentando puxar a coberta de volta para si.

– Dou 20 minutos para vocês levantarem e tomarem banho pra despertar! Vai logo! –Rebeca disse saindo do quarto, creio eu que pra se arrumar... Fui pro banheiro, tomei um banho, fiz minha higiene no banho mesmo, sai e me arrumei. Rê Fez o mesmo... Estavámos prontas!

*continuação*

Descemos para tomar café, minha mãe coitada, havia levantado (com os gritos das duas) apenas pra fazê-lo. Prontas e de café tomado, fomos pegar as coisas para podermos ir.

– Rê pega coberta pra gente? –disse, ela assentiu com a cabeça e foi no meu quarto buscá-las.

– Vamo? Já são 3:10 era pra estar lá as 3:00! –Rebeca disse enquanto ia para a garagem de casa.
Rê desceu com cobertas e travesseiros. Peguei minha blusa de frio (vamos combinar que de madrugada não faz calor, né?) e fomos para o carro. Chegamos até a casa de show, a fila não estava grande, tinha umas vinte pessoas que dormiram ali mais as duas patetas que mal esperaram que eu estacionasse o carro e desceram para garantir o lugar delas. Ficamos no carro mesmo, fizemos dos bancos camas e dormimos. Acordei ás 11:00 horas, com uma puta dor nas costas, quase morrendo.

– Rê... –disse com voz de sono, enquanto chacoalhava ela.

– Oi –ela disse “ainda dormindo”.

– Vamos levantar, to com fome, to com dor nas costas, sede, e tudo que um ser humano pode ter, menos sono.

– Só mais um pouquinho? –ela disse e tampou o rosto com as mãos.

– Não! Levanta.

– Tá, tá... Já levantei, quer fazer o que? –ela disse sentando no banco de trás do carro.

– Quero me arrumar, sair do carro, escovar os dentes, comer e tomar um remédio pra dor.

– Ok, vamos fazer isso! –ela disse fazendo uma força nos olhos pra ficarem abertos.
Arrumei minha maquiagem, tirei a blusa de frio por que estava um calor insuportável, penteei o cabelo e coloquei a headband. Rê fez o mesmo, só que 187364783463 vezes mais lenta, por causa do sono... Descemos do carro e fomos avisar as meninas que iríamos comprar algo pra comer.

*Le 18 horas da tarde*
Abriram os portões do inferno colorido, só pode... Só dá as capetas coloridas correndo. Não consegui vender meu ingresso por que todo mundo que chegava lá já tinha comprado, então tivemos que entrar.
Esperamos algumas horas a mais dentro da casa de show. Finalmente (só por que faltava menos tempo pra eu sair dali), o Thomas subiu no palco e começou um solo na bateria, logo em seguida o Koba, depois o Pe Lu e por fim, o Pe Lanza. Começaram a tocar algumas musicas, e como eu estava lá na frente junto com as meninas, foi impossível ir lá pra trás por que elas empurravam pra frente, eu iria amar se alguém decidisse sair da grade pra eu ficar mais perto do meu ídolo (ou ídola, por que é a Manu, haha), mais elas só empurram pra frente... Ta né .-.
Um bom tempo depois, começou a tocar uma musica que não me era estranha... Na verdade a introdução. O Pe Lu parou de tocar e os outros saíram do palco...

– E agora, é aquela hora que todas vocês sabem o que acontece, né? –ele disse e sorriu. –Sabem que se eu pudesse colocaria todas vocês aqui do meu lado pra cantar... –um segurança entregou um laser de luz verde para ele.

–Vou escolher uma de vocês pra subir aqui. –E adivinhem o que me acontece?! A drogada luz para bem na MINHA testa! Lindo né?! Que merda! Um segurança veio me puxar pelo braço, só que vocês acham que eu realmente ia subir no palco? Joguei a minha irmã pra cima dele, pude notar que o Pe Lu meio que balançou a cabeça e insistiu com o laser em mim, mais o segurança levou a Bê.
Acho que ela realizou o sonho dela! Foi a tão falada por ela e Thallia “Garota Esse Amor Em Mim”. Vi ela chorando mais que tudo em cima daquele palco, e o menino que ela mais ama no mundo cantando a musica favorita dela. Me deixou bem aquilo, talvez se eu não tivesse ido no show, minha irmã não teria realizado o sonho dela...
Acabou o show, e nós quatro que já havíamos comprado o camarim (eu e Rê compramos por que minha mãe queria a prova de que estávamos no show), estávamos na fila... Foi até rapido, nossa vez logo chegou.

– Heeey! –Pe Lu disse animado. –A nossa garota esse amor em mim! –Rebeca sorriu e o abraçou.
Eu fiquei no canto do camarim, uma vez ou outra olhava para os meninos e sorria.

– Você já pode sair daí do canto. –ouvi alguém dizer isso próximo ao meu ouvido. Me virei pra traz com um “pulo” de susto. Era Thomas. Sorri.

– OLHA A FOTO! –ouvi alguém gritar e fui puxada por ele para o lugar em que estavam tirando a foto. Tiramos a foto e saímos do camarim.

– Ei, morena! –alguém gritou lá de trás. Rê olhou, pois é a única morena entre nós quatro. –Mandaram te entregar isso aqui. –um segurança entregou um papel de pizza rasgado pra ela com algo escrito e logo saiu.

– Ah, me poupe, né?! –Rê disse assim que olhou o papel.

– Que foi? –perguntei rindo de sua cara.

– Se liga, eu acabo de sair de uma porcaria de camarim, e o infeliz me manda um pedaço de papel de pizza meio sujo com o numero do telefone dele... –Ela disse e riu, senti um ar de deboche...

– Quem mandou? –Thallia e Rebeca perguntaram juntas.

– Pe Lanza. –Rê disse.

– Af, faz uma doação pra alguma fã carente do numero do ídolo... –Disse e eu e a Rê rimos.

– Oi... Caso não se lembrem, tem duas bem aqui do lado de vocês! –Tha disse. Entramos no carro. Dei partida e fomos em direção a minha casa.

– Pega, presente meu pra vocês! –Rê disse e entregou o papel pras duas.
Chegamos em casa, e fomos nos arrumar para ir pra balada. Já eram 23:56 quando estávamos prontas. Hora de entrar no carro novamente e irmos para a NOSSA diversão, haha –q. Fomos em direção a melhor balada da cidade, que com certeza estaria MARAVILHOSA! Chegamos, tinham algumas pessoas na fila, mas como de costume, não entramos em fila, o segurança sempre nos deixava entrar.

– Oi Luís... –disse sorrindo.

– Olá meninas. –ele disse e sorriu para nós.

– E ae, podemos entrar hoje, não é? –Rê disse e sorriu, ela e aquele sorriso perfeito dela.

– Ahn... Hoje a boate está fechada para VIPs. –ele disse e fez uma cara de desapontamento...

– Mais elas são mais que isso! –alguém disse.