Rainha Dos Mares escrita por Serendipity


Capítulo 5
5. Eu me torno interessante. Acredita?




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–Não – sussurrou em meu ouvido – Não vou esquecer de você. E é melhor se acostumando com isso, por que você será minha.

Capitulo 5 – Eu me torno interessante. Acredita?

Apesar de hoje ser o dia que irei me tornar mortal, estou estranhamente calma. A verdade é que eu não sinto absolutamente nada.

Mais uma vez, Cinna faz um ótimo trabalho comigo. Dessa vez, uso um vestido longo e bege, meus cabelos estão presos em uma trança e meu rosto não tem um único vestígio de maquiagem.

Quando anoitece, sou levada pelos corredores do Olimpo até chegar em frente a uma grande porta de mármore. A ninfa que me trouxe indica a porta e sai apressada. Respirando fundo, eu a abro.

Pergunto-me se todas as enormes salas do Olimpo são quase iguais, por que essa é tão parecida com a sala da noite interior que fico em duvido se não é a mesma. Mas sei que não é. Essa sala parecer ser um pouco menor que a primeira e tem três degraus que levam a um único trono. O trono de Poseidon.

E sentado em um dos degraus de pedra, esta o próprio deus do mar, brincando com uma pequena adaga nas mãos de pescador.

A porta atrás de mim se fecha com um back e os olhos de Poseidon se encontram com os meus. Eu os desvio, focando meu olhar em uma mesa de mármore branco que estava em um canto.

-Você esta linda – diz o deus, se levantando e vindo em minha direção.

Com a ponta dos dedos, Poseidon acaricia meu rosto levemente. Eu não me afasto, por que não quero e gosto de sentir seu toque quente em minha pele.  O deus segura minha mão e me puxa até seu trono, onde me faz sentar. Ela fica ao meu lado, ainda segurando minha mão. A sensação é boa.

-Gosta da sala? – pergunta, depois de certo tempo em silencio.

-É calmo e... Aconchegante

 Ele sorri, acariciando minha mão.

-Todos os deuses tem uma sala particular aqui no Olimpo – diz – Pode usar a minha sempre que quiser.

Não pude deixar de sorrir. Apesar de não gostar muito de Poseidon por ele estar me obrigando a casar, devo admitir que ele sabia ser encantador quando queria.

-O que devo fazer? – pergunto, voltando a olhar a mesa de mármore.

-Vou fazer um pequeno corte da sua mão e misturar seu sangue com a ambrosia. Você bebe e a... transformação acontecera

-Transformação? Vai doer?

-Isso depende muito da pessoa – responde – Não posso dizer ao certo se ira doer ou não

Eu olho para a adaga que Poseidon segurava a poucos minutos atrás, agora abandonada em um dos degraus.  Poseidon segue meu olhar e aperta de leve a minha mão antes de leva-la aos lábios e depositar um beijo no local.

-Vai ficar tudo bem, querida – diz

Eu me levanto lentamente, mas Poseidon não solta minha mão. Na verdade, ele me puxa contra seu corpo e me leva em direção à mesa (pegando a adaga esquecida no caminho), onde estavam duas taças de ouro e uma toalha branca. O deus coloca a adaga em cima da toalha e pegando-me pela cintura, me coloca sentada na mesa.

-Esta pronta? – pergunta, segurando meu rosto entre as mãos.

Eu concordo com um aceno de cabeça e ele encosta seus lábios nos meus novamente.

Estou um pouco nervosa, admito. Mas a presença e o olhar de ternura no rosto do deus me tranquilizam um pouco.

Poseidon pega a adaga em uma das mãos e segura minha mão com a outra, com a palma virada para cima. Ele me olhar por algum tempo, como se pedisse permissão. Eu aceno e olho enquanto o deus pressiona a adaga contra a carne macia da minha mão. Eu ofego, sentindo a dor e em poucos segundos o sangue, vermelho carmim esta ali, escorrendo por meus dedos e pingando na taça que Poseidon havia estendido em minha direção.

Quando a taça já esta com uma quantidade de sangue razoável, ele a põe em cima da mesa e coloca a toalha branca em cima do ferimento, a fim de estacar o sangue.

-Tudo bem? – pergunta com a expressão preocupada

Confirmo com a cabeça, notando que, desde que entrei, não falei quase nada. Então ele –Poseidon- pega a taça com sangue e despeja seu conteúdo na segunda taça. Eu sei o que há la dentro, pois Poseidon havia me falado. Era o manjar dos deuses do Olimpo. O que me tornaria imortal. Eterna. E agora estava misturado com meu sangue.

Poseidon volta a pegar meu rosto entre as mãos, sorrindo pra mim.

Estou nos meus últimos minutos como humana, penso.

-É agora – diz e me da um ultimo beijo

Sei o que esse ato significa. É uma promessa. A promessa de que tudo ficara bem. De que ficarei viva e... Feliz.

O deus dos mares volta a fazer uma leve caricia em meu rosto então, pega a segunda taça de ouro e a entrega para mim. Dou uma ultima olhava para o homem a minha frente e belo todo o conteúdo.

Estranhamente, não sinto o gosto de sangue na boca. Sinto apenas o gosto doce e poderoso da ambrosia. Eu fecho os olhos, saboreando o liquido.

Não houve dor. Na verdade, tudo ficou meio confuso e eu não consigo me lembrar de quase nada naquele momento. Só lembro-me da estrema sensação de felicidade que havia tomado conta de mim e algo mais... Eu me sentia renovada. Como se eu tivesse voltado a nascer. E eu fico um tempo assim, ate que volto a sentir os braços quentes de Poseidon ao redor do meu corpo e sua boca em meu ouvido, enquanto canta baixinho uma antiga canção grega.

Então, volto a abrir os olhos e descubro que tudo ao meu redor havia mudado. Ainda continuo no mesmo lugar (agora no chão, na verdade), mas sei que agora posso realmente enxerga-lo. É como abrir os olhos depois de um longo tempo no escuro.

Tudo é mais claro, mais nítido, mais definido.

Olho para o deus, agora muito mais belo. Ele sorri pra mim e toca seus lábios com os meus. Apesar de gostar de sentir sua boca na minha, eu me afasto.

Observo o lugar onde estou procurando por algo que pudesse comprometer minha segurança ou algum tipo de ameaça a mim ou a Poseidon.

-Bel? – me chama, preocupado – Tudo bem?

Volto a olhar pra ele, confirmando com a cabeça e me aconchegando melhor em seus braços firmes.

Apesar de ainda estar um tanto confusa, sei exatamente o que esta acontecendo comigo. Tudo em mim esta mais aguçado, mais ampliado, incluindo meus instintos de guerra.

Mas, de algum modo, sei que ali estou segura. Sei que Poseidon me protegeria de qualquer coisa que pudesse me ameaçar.

Suas mãos acariciam meus cabelos e ele esta com um leve sorriso no rosto, mas ainda posso ver a preocupação em seus olhos.

Eu sorrio, tomando seu rosto entre as mãos e o beijando. É um beijo calmo, leve, intenso. Depois de certo tempo, suas mãos seguram minha cintura e o deus me ergue do chão, sem deixar de me beijar. Entrelaço minhas pernas ao redor de sua cintura, com medo de cair, apesar de saber que isso nunca aconteceria.

Ainda nos beijando, entramos em uma porta, e logo sinto o colchão de uma cama sob minhas costas. Poseidon fica por cima de mim, apoiado nos cotovelos.

Continuamos nos beijando por um bom tempo (parando apenas para quando sinto a falta do ar em meus pulmões). Em todo momento, sinto as mãos do deus em mim, tocando minha cintura, meus cabelos, minhas coxas e varias vezes, roçando levemente meus seios.

Sei que ele não quer me assustar, mas começo a ficar impaciente. Então, com uma súbita onda de coragem, começo a tirar sua roupa. Ouço sua risada suave enquanto travo uma luta com os botões de sua camisa. Ele levanta o tronco e a tira, deixando os músculos definidos de seu abdômen à mostra, antes de voltar a beijar e a mordicar meu pescoço.

Despimo-nos com calma, e sem dizer nada. Palavras não precisavam ser ditas. O deus se movimentava acima de mim, tocando meus seios regularmente, beijando cada parte de meu corpo.

Quando chegou a hora, Poseidon me penetrou lentamente, com o maior cuidado possível. A dor veio, e ele, ainda dentro de mim, me acalmou aos poucos, sussurrando coisas em meu ouvido.

Então, me entreguei totalmente a ele, me tornando sua. Pra sempre

*Nos livros de Percy Jackson os semideuses se alimentavam de ambrosia para se recuperarem, mas os gregos acreditavam que o fruto era tão poderoso que quem comesse, ganharia a imortalidade.

*Cinna, o estilista da Bel, é em homenagem ao Cinna de Jogos Vorazes


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharão? O cap ficou bom?
Tenho que agradecer ao pessoal que comentou... Eu fiquei realmente feliz com a quantidade de comentários e adorei saber que estão gostando da historia. Fiquei tão motivada que terminei o capitulo na segunda, só não consegui posta-lo por que estou sem o pc (o meu morreu de vez).
Mais uma vez, obrigada ;*