Ele era como um vicio pra mim, um tipo de pecado proibido que eu não deveria provar, mas que adorava-la faze-lo.

Capitulo 22 - O que aconteceu não muda nada ok. Ok?

Acordei sentindo uma coisa enorme pular em cima de mim. Praticamente dou um pulo e arregalo os olhos.

-Mãe, não acredito que tu perdeu o aniversario da vó pra ficar em casa dormindo– disse Nicholas, e só ai que eu percebo que a coisa enorme era na verdade meu filho

Olhei ao redor. Eu estava no meu quarto, embaixo de um enorme edredom e sem roupas. Pior, quem havia me trazido pra cá?

Apertei as têmporas com força, começando a lembrar do que havia acontecido há apenas algumas horas.

-Tia Anne trouxe um pedaço de bolo – disse Nicholas, um pouco mais baixo – O que foi, mãe? Você tá’ bem?

-Hm? Ah, claro – respondi, agora sorrindo – Podia pegar o pedaço de bolo que a Anne trouxe pra mim?

Ele revirou os olhos, mas mesmo assim desceu da cama e saiu do quarto. Corri em direção ao banheiro e vesti a primeira roupa que vi. Quando voltei ao quarto, Nicholas já estava ali, esperando por mim com o prato na mão.

-Tia Anne e Nathan saíram – falou, enquanto eu sentava ao seu lado e ligava a TV – Iam encontrar alguém.

-E você não devia estar dormindo? – perguntei, erguendo uma sobrancelha – É meio tarde pra uma criança estar...

-Mãe, para, ok? – ele disse – Não sou mais criança.

Apenas ri, e passei o resto da noite vendo filmes estranhos e chatos com meu filho, tentando esquecer o que havia acontecido comigo e com Poseidon no começo da noite.

-*-

Antigamente, eu abria a livraria e Anne fechava, mas logo tivemos que inverter o horário, já que ela havia começado a fazer faculdade geralmente precisava sair mais cedo. Então, exatamente naquele horário, eu estava sozinha. Ate que ouvi a sininho da porta tocar (ideia da Anne), anunciando que alguém havia entrado.

-Desculpe, mas já estamos fechados – falei, sem tirar os olhos do livro de contabilidade.

-Acho que abrira uma exceção no meu caso

Levantei os olhos rapidamente. Obviamente, era Poseidon.

-O que esta fazendo aqui? – perguntei

-Vim lhe ver – respondeu o deus, como se fosse obvio – E é claro, saber como esta nosso filho.

-MEU filho esta ótimo – respondi, rangendo os dentes – E agora, saia daqui, por favor.

-Ontem à noite...

-O que aconteceu ontem a noite não muda nada – falei – O fato de termos transado não lhe direito algum sobre mim, ou Nicholas.

-Transado – repetiu ele – Prefiro algo como, fazer amor.

Massageei as têmporas, sem saber ao certo o que fazer.

-Por favor, vá emborra.

Ele suspirou.

-Na verdade, vim fazer um convite – disse.

-Não – falei.

-Como?

-A resposta, é não.

-Ao menos deixe eu falar sobre o que é.

Continuei olhando pra ele sem falar nada, agora com os braços cruzados.

-É que...

O deus foi interrompido pela porta que se abriu, revelando uma garota ruiva e extremamente alta, que quando me viu, soltou um gritinho e correu em minha direção, se jogando em meus braços logo em seguida.

-Cattleya, por favor, pare de se comportar como uma criança – disse Poseidon, revirando levemente os olhos.

Mas ela apenas o ignorou, como se ele simplesmente não estivesse ali. Cattleya se afastou apenas alguns milímetros de mim, e sorriu. Pelo que pude ver, em 10 anos ela não havia mudado nada.  

-Pelos deuses, que saudades – ela disse, e me abraçou mais uma vez – Sempre quis vim aqui lhe visitar, mas Poseidon achou melhor não incomoda-la. Então, vim lhe convidar pro meu casamento.

- Casamento? E Thomas?

-Ah, muito bem, na verdade – respondeu sorrindo – É com ele que vou me casar. Vai ser algo bem pequeno, sabe, apenas para animar um pouco a família.

Ela lançou um rápido olhar pra Poseidon, que apenas revirou os olhos.

-Eles vão se casar pela quinta vez – disse-me ele.

-Quinta? – perguntei, arregalando os olhos levemente – Isso é... bastante.

Foi à vez de Cattleya revirar os olhos, depois, voltou a sorrir.

-Então, você ira, não é mesmo? – disse – E traga o Nicholas também. Faz muito tempo que quero conhecer meu irmão mais novo.

-Eu não...

-Por favor, Annabel, vá – disse – Será muito divertido.

Duvido muito...

-Poseidon ira se comportar, eu prometo – disse ela.

-Eu sempre me comporto – retrucou o deus, cruzando os braços.

-E Nick vai gostar – continuou Cattleya, como se o pai não tivesse falado nada. Então, ela me olhou daquele jeito. O mesmo jeito que Nicholas me olhava quando queria muito alguma coisa e que eu sempre acabava cedendo.

-Eu... Ta – respondi, me odiando por ser tão fraca e por ter cedido tão rápido – É claro.

Cattleya soltou uma gritinho e voltou a se jogar em meus braços.

Pelos deuses, eu estou MUITO ferrada.