Rainha Dos Mares escrita por Serendipity


Capítulo 13
13. Algo de bom acontece, às vezes




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Com passos hesitantes, entrei no salão.

Capitulo 13 – Algo de bom acontece, às vezes.

A sala em que entrei era muito diferente das outras. Era pequena e por volta de doze cadeiras estavam em volta de uma mesa redonda. Sentado em uma delas, estava o próprio Zeus. Tinha cabelos acinzentados e olhos tão azuis quando o céu.

Ele olhou pra mim por alguns instantes e indicou a cadeira a sua frente, depois voltou a tomar um gole do cálice de vinho que estava a sua frente.

-Seremos rápidos, esta bem? – disse ele – Tenho muita coisa a fazer, se já não sabe.

Apenas concordei com a cabeça, sem saber ao certo o que falar.

-Espero que saiba que também decidirei quem cuidara do reino de meu irmão ate que ele retorne. Se ele retornar, é claro. Em outras circunstancias, seria você, mas é possível que isso não aconteça. Vou julgar se você é ou não a responsável pelo sumiço de Poseidon e quem governara o povo dos mares. Entende isso, não é mesmo?

-Sim – agradeci mentalmente por minha voz não ter soado com medo e desespero, que era exatamente o que eu estava sentindo.

-Vou tentar ser um pouco gentil – disse, depois de certo tempo – Mas lhe garanto que esse não é o meu forte, então... Porque não começa explicando exatamente o que aconteceu?

-Bem... Estávamos em lua-de-mel quando Poseidon foi chamado. Ele foi emborra, dizendo que ia voltar, mas isso não aconteceu.

-Você disse que ele foi chamado. Como isso aconteceu?

-Ele simplesmente levantou a cabeça e disse que precisava ir.

-Onde estavam?

-Oh, nós estávamos... Na cama

Zeus me olhou por alguns instantes e um leve sorriso malicioso se espalhou por seu rosto.

-Obviamente que sim... Annabel, você teve motivo e chance para fazer com que Poseidon sumisse. Porque deveria acreditar que você não tem participação no desparecimento dele?

-Senhor, eu não tive motivos pra fazer isso!

-Não? Pense bem, minha querida, você foi forçada a se casar com alguém que não conhecia, o que parece ser horrível nos dias de hoje. E depois do casamento, teria um reino inteiro para si...

-Senhor, admito que eu teria motivos para fazer com que meu marido sumisse, mas não foi eu! – falei com a voz firme - Não tenho nada a ver com isso... Não sou culpada pelo desaparecimento de Poseidon!

-E porque eu deveria acreditar em você? Dei-me um único motivo para que não fizesse isso com meu irmão.

-Porque eu... Eu acho que... Porque eu gosto dele – falei por fim.

Era a primeira vez que eu falava isso em voz alta, e isso caiu como uma bomba em meu coração. Despedaçando-os aos poucos para depois voltar a se reconstruir, agora diferente e melhorado.

Zeus me analisou por alguns poucos segundos, depois voltou a sorrir levemente. Aquele tipo de sorriso que meu pai dava quando sabia de um segredo particular.

-E quanto ao povo, Annabel? O que pensa sobre isso?

-É bem verdade, senhor, que pouco tempo passei no mar e Poseidon quase nada me disse sobre o que fazer. Não sei seus costumes e não faço ideia do que fazer para reconstruir uma cidade em baixo da agua, mas Lucan promete-me ajuda em tudo o que fosse necessário. Sei que será difícil, mas não impossível e acho que posso fazer isso.

Zeus continuou me olhando, agora em silencio.

-Outros conselheiros não lhe ajudaram em nada – disse, algum tempo depois.

-Sei que não.

O deus fechou os olhos e voltou ao silencio. Ficou assim por um longo tempo, parecendo uma estatua com o queixo apoiado nas mãos entrelaçadas.

-Senhor? – chamei, depois de certo tempo.

Será que seria ele a me matar? Ou mandaria que outro fizesse o serviço?

-Esta bem – disse ainda de olhos fechados – Vou lhe ajudar

O alivio de que eu não fosse considerada culpada foi tão grande que cheguei a suspirar.

-Ouça, Annabel, o povo do mar ficara em suas mãos, mas se eu perceber que não esta conseguindo lidar com isso, nomearei outra pessoa para assumir seu lugar. Não acredito que você tenha algo a ver com o sumiço de Poseidon, mas isso pouco lhe ajudara. Muitos ficaram contra você e terá que ser forte para lidar com isso. Os conselheiros não lhe ajudaram em nada e Tritão fara de sua vida em inferno. Se acha que ele já terminou seu jogo, posso lhe garantir que esta errada, ele esta apenas começando. Ele sabe ser cruel quando quer e não medira esforços para ter o que quer. Tome cuidado – disse por fim, e depois sorriu: - Agora, porque não me traz um milk shake?


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam do cap? Bom? Péssimo? E agora? O que vai acontecer? O que Tritão vai fazer? Eu sei, mas não posso contar, rsrs
Obrigado ao pessoal que deixa comentários... Como já sabem, isso me deixa muito feliz!
Outra coisa: alguém tem interesse em fazer uma parceria para montar um blog literário? Eu estava pensando em fazer um, mas não queria fazer sozinha.
Então, é isso... Beijos e ate a semana que vem ;*