20 de agosto de 2003, Ohio.

– Miranda, me ajude a pegar o resto das coisas no carro! – grita Audrey já dentro da casa.

– Sim, mamãe! – respondo

Acabamos de nos mudar para Ohio. Minha mãe biológica morreu quando eu tinha quatro anos, Audrey me adotou e agora me acostumei a chama-la de mãe.

A casa que compramos tinha dois quartos com suíte, dois banheiros um no primeiro andar e outro no segundo, cozinha, sala de jantar, sala de estar, lavanderia, um quintal com churrasqueira e piscina. Eu simplesmente adorei aquela casa.

Peguei as ultimas caixas que estavam no carro e coloquei em um canto da sala, peguei uma única caixa que continha todas as minhas coisas e levei para meu quarto, as paredes do quarto eram de grafiato lilás, arrumei minhas coisas e fui ajudar Audrey a terminar de arrumar a casa. Depois de um longo dia de trabalho, fui tomar um banho. Vesti meu pijama, desci as escadas e dei de encontro com Audrey preparando o jantar.

– Já matriculei você na escola, você já começara amanha! – disse Audrey

– Ok – respondi sem entusiasmo – o que nos vamos jantar?

– Vai ser espaguete! – respondeu animada, era seu prato preferido – Vamos me ajude, pegue os pratos, os copos, os talheres e coloque-os na mesa!

Depois de jantarmos, escovei os dentes e fui dormir.

21 de agosto de 2003, Ohio.

Miranda acorda! – acordei com Audrey batendo na porta. Levantei fui ao banheiro fazer minha higiene matinal. Tomei um banho rápido, vesti uma calça jeans simples, uma regata rosa claro com um desenho de uma garota com uma coroa escrito “Save The Queen!” , peguei meu casaco preto com caveiras brancas e meu all star, fiz uma maquiagem básica. Arrumei minha bolsa e desci as escadas, entrei na cozinha e em cima da bancada avistei um bilhete:

“Filha tive que sair mais cedo! O café da manhã esta na mesa, espero que goste, fiz panquecas. Ah e não se esqueça do ônibus vai passar ai às 06h42min."

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O ônibus era grande, com um amarelo e preto berrante e na janela havia crianças jogando sprays e bolinhas de papel, o som tocava no Maximo Pink – Raiser your glasses. Entrei no ônibus e dentro o pessoal gritava, cantava e dançava, quase não tinha ninguém sentado.

– Oi guria, você deve ser a nova aluna... Miranda?

Disse um homem de aproximadamente vinte e oito anos, ele tinha um cabelo médio rastafári, usa fones de ouvido coloridos e usava um short havaiano e uma blusa regata.

– Sim... – disse meio incomodada com aquele pessoal assim...

– Enfim... Eu me chamo Ramon - disse o motorista com um sorriso simpático - mas pode me chamar de Rany Money...

–Epa... Foi mal... Disse ele

– an? – foi o único som que consegui dizer

Então ele levanta, o carro não estava com o freio puxado, então ele começa a andar, mas de leve...

– Pessoa, Pessoal – disse ele com um megafone – Essa é a nova aluna, Miranda!

Naquele momento eu me sentia morta de vergonha, eu me virei e vi que o carro tava pegando velocidade e o ônibus começou a tremer, mas o Rany não parecia notar então ele continuo...

– Vem cá! – Disse ele me puxando – Então, eu quero uma salva de palmas para a Miranda!

– Oh Rany... Am...

– Não precisa agradecer...

O pessoal começou a bater palmas e a gritar. Então eu comecei a falar mais alto.

– Não... O ônibus!

– O que?!

– O ônibus!

– O que?!

– O ônibus ta andando Rany!

Ele se vira e vê o ônibus em grande velocidade andando de ré. Ele larga o megafone na minha mão e pula para o banco do motorista, o ônibus mexendo e balançando com força, os alunos estavam caindo no chão, um em cima do outro, o Rany apertava o freio, e em uma das freadas dele eu cai para trás e bati no som que começou a tocar – High way to well, os alunos mesmos caídos no chão começaram a rir, logo o Rany freio de uma vez o carro e eu sou empurrada para frente sendo segurada por um menino lindo!

– Cuidado para não cair princesa! – disse ele rindo fraco

Eu olhei para ele e me levantei, não consegui dizer nada mais que...

– Obrigada – disse bem baixinho olhando para o chão.

Já estava saindo quando ele pegou minha mão e me virou para sua frente.

– Hm... Você é a Miranda, há aluna nova, né?

– Sim...

– Prazer me chamo Jason. – ele ergueu a mão e fui apertar.

Logo o Rany (aquele chato!!) freia de uma vez, me empurrando nos braços de Jason.

– Nossa quase a gente cai... – disse ele rindo.

– Sim... – disse saindo dos braços dele.

– Chegaram!! – gritou Rany – Pode descer cambada!! Vejo vocês na saída.

– Vejo você mais tarde Miranda. – disse Jason sorrindo

– Até...

O pessoal desceu desesperado e agora começarei meu dia na escola nova!