In Darkness escrita por Luisa di Ângelo


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Luh: Bem.. aqui esta.. espero que gostem... o Lian é lindo e SOMENTE nosso... GOSTEM E COMENTEM. É UMA ORDEM.
Vick: eu espero que gostem *-*
Acho que esse é o capitulo mais longo da minha curta vida. É, eu sei, sou uma escritora terrível *cry*



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Ele gostava de pensar, apenas às vezes, que não era simplesmente um menino cego que não servia pra nada e não orgulhava nem um pouco os pais. Pensava nisso quando chegou em casa e encontrou sua mãe na sala, que nem o deu oi, soltou logo a bomba.

- O-o-o que você quer dizer com isso?- Nathaniel perguntou, os olhos arregalados enquanto ele tentava processar as informações: teria que dormir na casa da tia, que havia se casado há poucos meses, porque sua mãe iria viajar com a mesma.

Ou seja, ele ficaria sozinho com o primo em casa, já que o seu Tio trabalhava ate tarde.

Quase entrou em desespero. Embora não gostasse tanto assim de sua família, não conseguia fazer muitas coisas sozinho, como cozinhar.

Ficaria dependente do coitado do primo, e isso ele não queria.

- Mas mãe... Como...

- Seu Primo tem 18 anos, ele disse que por ele tudo bem te ajudar a fazer as coisas. Ele é um menino muito gentil. Acabou a escola ano passado e está dando um ano de folga antes de começar a faculdade, o que significa que ele estará a sua disposição.

- Mãe! É exatamente isso que eu não quero! Não quero ficar atrapalhando ele.

- Então tente distrair ele, assim, vai estar retribuindo sua gentileza. Não posso cancelar essa viagem, Nath. Sabe disso.

Nathaniel suspirou, sabia que não podia pedir isso para ela. Não queria atrapalhá-la quando finalmente iria se divertir um pouco. Então apenas concordou e foi para seu quarto.

Tateou o armário, contando 5 gavetas. Abriu-a e pegou um conjunto de pijamas. Se trocou e se jogou na cama. Não tinha necessidade de acender ou apagar a luz, já que seu mundo era a escuridão. Se cobriu com um edredom e esticou a mão para baixo da cama, retirando a coleira de Raven, acariciando o que sua mão dissera ser uma labradora de pelo preto.

Lembrava-se vagamente da voz do primo: Uma voz grave, segura. Lian era filho do primeiro casamento de seu tio, e depois do casamento com sua tia, viera morar com eles. Só vira ele no casamento.

Ficaria algumas semanas com apenas ele como companhia, uma pessoa que nem ao menos conhecia direito. Seriam dias difíceis, e precisaria estar descansado para o próximo dia. Fechou os olhos e mergulhou em sonhos profundos, acompanhado fielmente pela escuridão que o envolvia.


- Bom dia, senhora Young – Lian cumprimentou, enquanto entrava na sala. Viu duas malas perto do sofá, a tia deveria estar se preparando para a viagem.

- Bom dia, Lian – ela disse, sorrindo para ele – Nath está lá em cima, acho que fazendo as malas.

- Ok – se virou e começou a subir a escada, mas nem tinha chegado no terceiro degrau quando foi parado.

- Espere – virou-se de novo para encontrar uma expressão preocupada no rosto da bela mulher – irá cuidar bem dele, não é?

- Sim – respondeu, surpreso com a pergunta. Deveria ser difícil ter um filho que não podia ver os perigos a sua volta. De repente ficou nervoso com a perspectiva de cuidar do primo – vou ficar sempre com ele, tia.

- Obrigada, querido. – Suspirou e sorriu para ele, voltando à sala.

Lian continuou a subir a escada, e parou em frente a uma porta com uma placa de metal escrito “Nathaniel” em dourado e em braile embaixo. Bateu a porta, que logo foi aberta por um menino de cabelos loiros e olhos verdes esmeralda, de um tom simplesmente maravilhoso, que ele nunca havia visto antes. Só havia uma coisa estranha. Na verdade, extremamente estranho. Neles não tinha pupila. Eram apenas os círculos verdes, sem a bolinha preta no meio.

- Mãe, eu já disse que eu já estou descendo...

- Er... Oi... Eu sou o Lian. – Disse, sem jeito, estendendo a mão para o primo.

Nathaniel ficou parado por algum tempo, como se as palavras do outro ainda não tivessem sido processadas em sua mente. Mas logo sua mão se ergueu e Lian a apertou, sentindo um arrepio estranho que logo tratou de ignorar.

- Já estou indo... ainda não acabei de arrumar tudo – ele disse, assim que soltaram suas mãos.

- Quer ajuda?

- Er... Não precisa... - Disse, escondendo a visão de Lian do quarto. Na verdade, a mala estava pronta, mas Nathaniel estava fazendo uma mini escultura em argila, que tinha guardada. Por não precisar usar a visão para isso, ele adorava fazer as estatuetas, embora não saíssem tão bonitas, achava ele.

- Auf! – Latiu Raven, estranhando a demora do dono foi saldar o visitante na porta.

Lian se abaixou para acariciar a cadela, e aproveitou para entrar no quarto. Estava tudo escuro.

- Onde fica o interruptor?

- Não sei. Nunca precisei usar ele. Acho que fica ai pra esquerda. – Responde o mais novo, terminando de fechar a mala.

Depois de tatear a parede o encontrou, ligando as luzes do quarto. Olhou em volta, e conseguiu definir o quarto de Nathaniel com apenas uma palavra: branco. As paredes eram brancas, as roupas de cama eram brancas, o armário era branco. Apenas as almofadas e dois quadros davam um pouco de cor ao ambiente. E a labradora, que era negra.

- O que é isso?- perguntou, apontando para algo em cima da cama.

- Isso o que? – Lian esqueceu que apontar não adiantava de muita coisa.

- Isso encima da mesa.

-Ah, uma escultura de argila. Eu faço elas, às vezes. Mas eu acho que ficam todas feias, mesmo que eu não as possa ver.

- Está linda. – Comentou, virando o objeto de um lado para o outro.

- O-Obrigado... – gaguejou, abaixando a cabeça.

- Precisa de ajuda com as malas?

- Er... só pra levá-las pra baixo, eu já estou descendo. Só vou tentar fechar essa mala... – Dizia, enquanto brigada com o zíper de uma mala. Lian usou um braço para apertar a mala e a outra para fechar o zíper, deixando Nathaniel entre seus braços, o que causou uma tensão por todos os músculos do loiro.

- Pronto – disse, olhando para o rosto do primo. Percebeu a postura reta do garoto apenas naquele momento, pela proximidade em que estavam. Corou um pouco, agradecendo a Deus por Nathaniel não vê-lo naquele momento – desça logo.

E se afastou do outro, levando as malas consigo.

Nathaniel imediatamente relaxou. O loiro não estava acostumado com pessoas muito perto de si, por culpa da cegueira, ele não confiava em sentir algo tão perto de si. Colocou a coleira em Raven e desceu as escadas. Já embaixo, ouviu a voz de sua mãe dando umas 500 dicas a Lian de como "cuidar" dele.

Lian realmente não se incomodava com isso. Sua mãe, a biológica, era muito carente, e por isso seu pai se separou dela. Logo ela começou a depender totalmente dependente do menino. Quando isso chegou a uma situação critica,sue pai o levou para morar com a sua nova madrasta. Atualmente sua mãe estava numa clinica psicológica.

- E mais uma coisa... – a mulher começou a falar, parando quando Nathaniel parou na entrada da sala.

- Vamos?- sua voz era nervosa, odiava aquela situação, parecia que era um bichinho de estimação cheio de manias, que se não fosse cuidado exatamente como se recomendava quebraria feito cristal. Podia ser cego, mas não frágil.

- Querido! Não esqueceu de nada? Certeza?

- Sim, mamãe. - Respondeu, coçando a nuca.


[...]

Lian entrou no carro. Tinha muito orgulho de sua carta e de seu Peugeot prata. Colocou as malas no banco traseiro e ajudou Nathaniel a entrar.

- Ah! Nath! Aqui. - Disse a mãe dele, o entregando o documento de Raven e um óculos escuro. O documento era necessário pois normalmente ele era barrado nos lugares por entrar com um cão. Por sorte ele sabia de cor a lei, e se alguém o barrasse ele podia simplesmente processá-la.

Lian dirigiu conversando com Nathaniel o caminho inteiro. Apesar de ser cego, ele conhecia bastante de desenhos animados e era ótimo jogando mortal konbat. Segundo ele, videogames de luta só tinham os gráficos por diversão. Dava pra jogar perfeitamente sem ver.

Logo chegaram na casa do mais velho. Raven entrou primeiro, esquadrinhando a casa.

- Relaxa. Ela sempre faz isso. Ela odeia me guiar por um lugar que ela não conhece.

-Ok. Quer comer algo?- perguntou, de repente sentindo-se desconfortável. Era idiotice, mas só havia notado que ele e Nathaniel não se conheciam tanto naquele momento.

-Não. Pode me levar para o sofá?- Lian pode perceber o desconforto do loiro por não estar habituado ao local, então apenas estendeu sua mão e segurou a dele.

Nath ofegou quando sentiu dedos envolverem os seus lentamente. Nunca se sentira tão surpreso antes. Começou a ser guiado pelo primo, percebendo como a mão dele era quente e macia.

Lian levou o menino a um sofá e o sentou lá. Nath Tateou o lugar, percebendo um sofá de couro de 3 lugares.

- É.. posso te pedir uma coisa? É meio estranho.

- Pode sim. - Respondeu Lian, sorrindo, e depois se lembrando que ele não poderia ver seu sorriso.

- Chega mais perto.. Er... Eu quero te ver.

- Hein? - estranhou Lian, mas chegou mais perto. O mais novo estava sorrindo.

Nath esticou as mãos para o rosto do primo, e lentamente as colocou em suas bochechas.

- É que como a gente vai passar um tempo juntos, eu queria saber como você era. É. Hehe. - Sorriu, tateando o rosto do primo. Lian corou e ficou parado, sentindo os dedos de Nath contornando delicadamente seu rosto.

- Pronto. Desculpe.

- Tudo bem. - Respondeu, virando-se para a janela. Logo Raven voltou, abando o rabo, colocando a cabeça nos joelhos de Nathaniel.

Nath estava envergonhado. Ele normalmente só pedia para "ver" alguém quando era muito amigo da pessoa. Mas ele tinha uma vontade de saber como Lian era. E descobrira: Lindo. Ele achava. Queria poder "vê-lo" novamente. Tocar sua pele lhe dava uma boa sensação.

- E então, Raven, gostou da casa?- perguntou, passando a mão na cabeça da cadela e tentando não pensar no primo. Ela latiu, animada. - Er... Você pode me mostrar meu quarto? – Perguntou Nathaniel, virando a cabeça para o primo.

- Claro – e novamente sua mão foi enlaçada para que pudesse ser guiado por Lian – tem uma escada aqui. Acho que com quinze degraus, pelo menos. Pode se apoiar em mim.

- Ok – e, juntos, os dois subiram até o segundo andar.

Nath não precisava se apoiar muito. Escadas não era estranhas a ele. Contou quinze degraus e então se apoiou em Lian, contando mais 4 degraus. 19. Certo, agora não erraria mais. Lian o guiou pelo corredor. O quarto diretamente em frente à escada era o do próprio Lian. O segundo a direita era um escritório. O primeiro a esquerda era dos pais de Lian, uma suíte. O segundo a esquerda era um banheiro e o terceiro a direita era o quarto de hospedes, onde Nath ficaria.

Lian deixou-o lá e foi pegar as malas. Nath começou a tatear o quarto. Lian tinha pegado as malas e ia subindo, quando ouviu um estrondo vindo de cima. Saiu correndo, encontrando Nath sentado no chão esfregando a cabeça e uma porta de armário aberta.

- O que aconteceu? Você está bem?- ajoelhou-se perto do primo e passou a mão na cabeça dele.

- Sim... só tenho que me acostumar com as coisas – e ele sorriu, um sorriso que Lian retribuiu, se aquecendo por simplesmente estar com ele.


[...]

-Não precisa de mais uma coberta?- Lian perguntou, observando Nathaniel, já deitado em sua cama. O garoto sorriu.

-Acho que você está levando o pedido da minha mãe muito a sério. Estou bem, Lian. Pode ir dormir – e ele se aconchegou mais na cama, com Raven fielmente ao seu lado, deitada no chão.

-Boa noite, então – e Lian apagou a luz e saiu silenciosamente do quarto.

Lian estava realmente levando o que a tia pedira a sério. Não porque ela, mas porque ele começara a gostar realmente do primo. Ele colocou o pijama e se enfiou debaixo das cobertas. logo caiu no sono.

Acordou com barulhos no corredor, latidos e alguém chamando seu nome. Levantou-se rapidamente e correu, encontrando uma Raven agitada se esfregando na perna de um Nathaniel que tateava as paredes, chorando e chamando por Lian.

Sem pensar muito, correu e pegou o primo nos braços.

- O que foi? O que aconteceu?

- D-Desculpa... É... q-que eu... tive um pesadelo. Desculpa. - Pediu, enterrando a cabeça no tórax de Lian.

- Tudo bem.. Calma... - Disse, passando a mão nas costas e o levando para sua cama. Depois de um tempo, ele se acalmou.

- Quer um copo d'agua? - Perguntou Lian, se levantando.

- Não! E-Er... não... Não quero. Obrigado. Hmm... Fica aqui, não me deixa sozinho. - Pediu, segurando o braço de Lian. O pesadelo deveria ter sido assustador.

- O que você sonhou? pode me dizer? - Pediu calmamente, acariciando o braço do primo.

- Com... Nada. absolutamente nada. Estava tudo “preto”, como sempre, mas eu não sentia nada, não ouvia nada... era como se todos tivessem morrido e tudo desaparecido... - disse, se encolhendo na cama.

- Hey... calma. - Disse, se deitando ao lado do primo, segurando sua mão. Deveria ser horrível não sentir nada... quando a única coisa que se podia fazer era sentir. Logo Nathaniel dormiu.

Lian ia se levantar, dormir no quarto de visitas e deixar o primo em sua cama quando o mesmo o segurou pelo pulso.

- Não vai... E-Eu... preciso sentir alguém aqui, preto de mim. - Pediu, com a voz sonolenta e uma cara chorosa.

- ....

- Por favor. - Pediu. Lian quase teve um colapso. Estava começando a pensar que o primo era bonito demais. E isso era um mau sinal para alguém bi como ele.

- Certo. Deixa eu nos cobrir – pediu, enquanto puxava a coberta para cima dos dois. Logo se aconchegaram e Nath estava dormindo. Lian só conseguia pensar que o primo era exatamente o seu tipo.

Um menino mais baixo que si, loiro, delicado, tímido, e, de certa forma, dependente. Isso estava ficando...

“Perigoso”. Pensou, quando Nath se aconchegou contra seu corpo. “Muito perigoso”.


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Notas finais do capítulo

Vick: você está ficando com sono... com muito sono... feche os olhos. Quando eu estalar os dedos, abram-os e comentem *estala os dedos*
Luh: COMENTEM ESSA DROGA OU VÃO ACORDAR NO EGITO, SEM PERNAS. Ou melhor... não vão acordar... mwahahaha!