Natsu caminhava pelas ruas de Magnólia. Erza e Gray saíram em uma missão. Happy fora ajudar Charle e Wendy em algumas compras. E Lucy...

É. Ainda tinha Lucy. Ah, Lucy. 

Continuou seu caminho, um pouco frustrado com o que Mira contara ontem.

Flash Back:

- Natsu, o que fazes aqui? Eu pensei que ia pegar uma missão hoje!

- Estou esperando a Lucy. – O Dragon Slayer sorriu.

- Etto... Natsu... A Lucy saiu em missão, ontem de noite.

- N-nani?? Aonde? Eu vou pra lá! – A cara de zangado e de preocupado de Natsu fez Mira rir. – Eu devia ter ido visitá-la ontem à noite!

- Relaxa Natsu. Vai ficar tudo bem.

- Me diz aonde?!

- Ah, a Lucy previu que isso iria acontecer, e me instruiu a não dizer nada! – Sorriu de orelha a orelha. – E caso você tente sair, seguindo o cheiro dela, eu vou utilizar a minha força.

Natsu tremeu. A última coisa que ele queria, era Mirajane usando o Satan Soul.

- E... E como você vai saber se eu sair da cidade?

- Ah, eu vou saber... Pode ter certeza.

Natsu engoliu em seco.

Flash Back Off.

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Chutou uma pedra qualquer na rua e suspirou. Ele não entendia... Não tinha a mínima ideia de por que quando chegava perto de Lucy, ele perdia a linha de pensamento, o coração acelerava, seu estômago enchia de borboletas... E ainda tinha aquele imenso desejo de protege-la...

- Lucy...

Pronunciar seu nome... O fez sentir-se zangado. Zangado por ela não avisá-lo, por ela não convidá-lo para a missão... O fez querer vingança. Reparou onde fora parar e suspirou, abaixando a cabeça em seguida. Teve então, uma bela ideia.

Iria bagunçar o apartamento em sua frente. 

A dona dele ficaria furiosa.

Lucy ficaria furiosa.

Sorriu com a ideia.

Pegou a chave reserva embaixo do tapete, e adentrou o apartamento. Lucy ficaria louca. Respirou o cheiro dela... Um cheiro bom para ele. Canela, rosa, e um aroma cítrico. E cereja. Ah sim, ele se lembrava de quando pedira uma única delas e Lucy alterou-se de uma forma assustadora. Dirigiu-se para a cozinha, e abrindo a porta da geladeira, pegou o pote das tão amadas cerejas de Lucy. Ela ficaria louca. Comeu todas de uma vez. Tomou uma das garrafas de vinho de Lucy. Sujou o máximo de louça que pode, acabou com a comida da casa. Subiu para o quarto da loira. O cheiro dela estava impregnado no ar... Ele estava bêbado. Tanto pelo cheiro, quanto pelo vinho. Na cama de Lucy, uma carta. Ele sorriu. Colocou a carta em cima da escrivaninha, pegou a história que Lucy esquecera em cima da escrivaninha, e começou a ler. Achou a história até que interessante, mas necessitava ser finalizada.

“ – Summer, por favor! Vamos embora!

- Ah, Layce, me deixa!

- Mas Summer! Por favor, Summer, vamos embora... Eu tenho que acabar de ler um livro!

- Mas Layce, esse castelo... ”

Lucy não havia acabado a história. Mas essa Layce o lembrava de alguém. Summer idem. Natsu olhou pela janela, e viu que estava de noite. Lucy chegaria amanhã, no fim da tarde. Decidiu dormir por lá mesmo, não faria mal. Só ajudaria em sua “vingança”. Dormiu com um sorriso no rosto.

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Natsu foi desperto pelos raios de sol. Bocejou, sentiu uma imensa dor de cabeça, e lembrou da carta. Espreguiçou-se e pegou a carta na escrivaninha.

“Oi mamãe...

Queria que a senhora estivesse aqui... Preciso de ajuda.”

Lucy estava com problemas? Estranho... Ela não contou nada pra ele!

“Primeiro, com o Natsu. Eu não o entendo... Ele está estranho!”

Ele? Estranho? Riu com isso. Ele que sempre a chamava de estranha.

“Ele está mais quente que o normal. Sério. Dia desses, eu me sentei ao lado dele e eu pensei que ele estava com febre! O calor que exalava dele não era o costumeiro... E seus olhos... Tinham um brilho diferente! Será que ele está apaixonado? ”

 Seu coração acelerou. Será?

“Mas ele está mais fofo... E sexy. Ah mamãe! Eu demorei tanto tempo pra entender... Que o meu coração se acelerando perto dele... A minha linha de pensamento sendo perdida... Eu me perco naqueles olhos...”

Natsu identificou-se com aquilo, e ficou levemente corado.

“Eu comecei até uma história! Coloquei o nome dele no personagem principal... Só coloquei em outra língua. E eu... Coloquei uma personagem com um nome parecido com o meu... Eu tinha acabado aquela história, mas joguei os capítulo finais no lixo... Eles estavam... Hum... Como posso dizer? Românticos demais... Mãe. Talvez eu esteja apaixonada por ele... Talvez esteja até amando-o!”

Agora Natsu ficara extremamente corado!

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Naquela tarde:

Lucy chegou na guilda. Respirou fundo, pondo um sorriso no rosto. Três dias sem ele.  Lucy estava se sentindo estranha. Queria vê-lo. Mas ao adentrar a construção, não conseguiu localizá-lo. O sorriso desmanchou-se. Dirigiu-se ao balcão, onde Mira secava alguns copos.

- Yo Mira. – Tentou sorrir.

- Yo, Lucy-chan! E a missão?

- Missão cumprida! Cadê o Natsu? Ele pegou alguma missão?

- Não... Por que?

- Oras, ele é meu amigo! Não posso saber dele? – Tentou esconder o rosto, para que Mira não visse o rubor em seu rosto. – Ele ficou zangado?

- No início sim, mas... Ele parecia bem feliz hoje.

- Ah... Bem, eu vou pra casa descansar. Sayounara.

- Iterasshai, Lucy-chan!

Lucy praticamente se arrastou até seu apartamento. Pegou sua chave no bolso, adentrou o apartamento, implorando por um banho. Pensou que ia simplesmente até o banheiro, tomaria um belo banho, e iria dormir até as 3 da tarde do seguinte, mas sentiu braços quentes a rodeando ao entrar no quarto.

- Okaeri, Luce. – Sussurrou o Dragon Slayer em seu ouvido.

- Natsu? – Lucy estava arrepiada, mas lembrou-se que não havia autorizado que ele entrasse.

- Hai?

- Por que está na minha casa? – Soltou-se do abraço dele e virou-se, o encarando. – Pegou a minha chave reserva? Natsuuuu... Quantas vezes eu falei pra você não fazer isso?

- Sei lá, nunca? – Ele parecia confuso.

- Ah, é. – Ela respirou fundo.  – Você não comeu minhas cerejas, comeu?

- Eh... Sim.

- Natsuuu... Você está encrencado! Muito encrencado!

- Eh... Eu vou comprar outras!

- Quando? – O rubor tomou conta do rosto dele.  – Natsu, você tá vermelho?

- Eu tava furioso. Você não tinha me avisado... Passou três dias fora... Eu senti sua falta. Ontem eu decidi que ia bagunçar o seu apartamento, como uma espécie de vingança. Eu baguncei tudo, limpei a sua geladeira, dormi na sua cama, li a história que você deixou em cima da mesa...

- V-você fez o quê? Você leu qual história? – Lucy parecia que ia desmaiar.

- A que estava em cima da mesa. – Ele viu a maga perder a cor. – E eu li também... A carta que deixou pra sua mãe... A que estava em cima da cama.

O chão tinha que se abrir a qualquer momento. Tinha. Lucy desejou com todas as suas forças que isso acontecesse. Respirou fundo e abaixou a cabeça.

- Você não devia ter feito isso, Natsu... Como que eu vou conseguir olhar no seu rosto de novo, baka? Agora que você sab...

 Foi interrompida por um beijo do garoto.  Assustada, seus olhos permaneceram abertos no início, mas ao sentir as mãos do garoto em sua cintura, puxando-a para mais perto, fechou os olhos e passou os braços por trás do pescoço de Natsu... Um beijo quente e doce. Quando se separaram, por falta de ar, Lucy deu de cara com um Natsu sorridente.

- Natsu...

- Luce, ler sua carta... Bom o Igneel não me ensinou muito sobre amor. Ele só me falou que é algo raro... Que nos faz sofrer, e nos sentirmos esquisitos. E achar o outro estranho. Mas ele também falou que é algo bom... Que nos faz crescer, e amadurecer. – Lucy sorriu. Algumas lágrimas escorreram pelo rosto da maga. – Por que está chorando?

- Porque estou feliz...

Beijou-o novamente.

- Então... Será que você quer ser minha namorada?

- Claro! – Lucy sorriu.

Natsu, observando aquele sorriso, sorriu também.

- Então... Será que eu posso dormir aqui de novo?

- Na-Natsu! – Ela estava vermelha.

- O que foi? Eu já dormi aqui centenas de vezes!

“Sim, mamãe, ele falou isso! Ai ai... Acho que no fim das contas, o Natsu sempre será o Natsu. E eu amo ele desse jeito mesmo... Por falar nisso, quando chegamos na guilda ,no dia seguinte,  ele foi logo gritando que estávamos juntos. A Levy-chan me encheu de perguntas... Eu fiquei vermelha com mais da metade! E o Natsu ainda não comprou minhas cerejas...Mas foi bem legal na guilda. A Levy-chan, depois de uma indireta minha, tentou falar o que sentia pro Gajeel. Claro que ela gaguejou pra caramba, mas o Gajeel acabou beijando ela, dizendo que conseguiu decifrar alguma coisa. Claro que Jet e Droy choraram muito... Mas fazer o quê? Bom, a Juvia falou que agora “a rival no amor tem dono, Gray-sama está disponível pra Juvia!”. Ela é uma fofa, mas me assusta. Eu nunca gostei dele desse jeito. Meu coração tem outro dono... Mas este dono acha que não percebi que ele está lendo minha carta pra senhora!”

 Ela virou, olhando Natsu com um olhar assustador.

- O-o que foi, Luce? – Ele deu dois passinhos pra trás.

- Seu bobo! – Sorriu.

“Bem, mamãe, deixa eu dar um pouco de atenção ao meu namorado!

Sayounara, Haha-ue!

Lucy.”

Lucy guardou a carta em seu baú, levantou-se e foi até Natsu. Passou os braços por trás da nuca dele, e o beijou. Um beijou doce, quente, e delicioso.

- Yo.- Era Erza. Assim que vira os dois, ficou vermelha e soltou um grito. – GOMEN POR ATRAPALHÁ-LOS! POR FAVOR, CUIDEM DE MIM!

E saiu correndo. Natsu e Lucy riram da reação de Erza.

- Então... Onde estávamos? – Perguntou Natsu.

- Hum... Eu acho que me lembro. – Sorriu, e voltou a beijá-lo.