Capitulo 2: Minha primeira aula de ballet.

           

Uchiha Sasuke sempre se considerou um garoto extremamente sortudo, sempre teve o que desejava, sempre fora o melhor em tudo, sempre ganhava tudo que participava, todos os jogos, competições, apostas, principalmente quando o adversário era Uzumaki Naruto.

            Naruto sempre tentava alcançar o Uchiha em tudo, porém quase sempre fracassava, no entanto havia chagado o dia em que Naruto conseguira a proeza de ganhar de Sasuke em algo, em uma aposta, uma aposta humilhante que marcaria a vida do perdedor para sempre e Sasuke sabia muito bem disso.

            Aquela maldita aposta, ou melhor, o resultado dela o estava atormentando o dia inteiro, nem durante as aulas de piano que tanto o agradavam conseguiu esquecê-la e, durante o percurso para a sua casa, não foi muito diferente. Pensava como seria quando todos da escola descobrissem que ele, Uchiha Sasuke, estava fazendo aulas de ballet, seria a maior humilhação de sua vida.

            Não, estava errado. Isso não seria nada comparado à possibilidade de Itachi descobrir e, quando essa conclusão veio a sua mente sentiu todos os seus pelos arrepiar-se. Se seu irmão descobrisse estava ferrado, na melhor das hipóteses, a sua vida estaria acabada. Com toda certeza o Uchiha mais velho faria questão de tirar sarro do mais novo todos os dias até que uma deles fosse para o caminho da luz. Talvez até depois disso.

Contudo, a pior coisa que Itachi poderia fazer seria contar para o Pai. Sasuke conseguia ver a cara de reprovação e vergonha de Fugaku. Por mais culto e apreciador das artes que o Uchiha mais velho fosse, nem sonhava com um filho fazendo aulas de ballet clássico.

Uchiha Sasuke estava completamente ferrado e, com essa última conclusão a qual chegara, desceu do carro ao notar que já havia chegado a sua casa. Ele entrou e se dirigiu ao seu quarto, no andar superior, o mais rápido possível, não queria correr o risco de esbarrar com algum membro de sua família. Na verdade, se fosse possível queria evitá-los, pelo menos naquela noite, porém sabia que não seria possível, já que Fugaku sempre fazia questão que todos jantassem juntos pontualmente às dezenove e trinta.

 Sasuke olhou para o relógio em seu pulso, ainda faltavam cerca de uma hora. Nesse meio tempo tomou um banho rápido e deitou-se em sua cama para ver se conseguia dormir um pouco e tirar aquele irritante pensamento de sua cabeça.

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            Como sempre, as dezenove e trinta, os quatro Uchihas habitantes daquela grande e luxuosa casa, estavam sentados à mesa. Sasuke mantinha a cara emburrada, não havia conseguido dormir e a aposta ainda o atordoava.

O primogênito dos Uchihas, Itachi, obviamente havia notado a cara de poucos amigos do irmão. Ele sorriu maroto, definitivamente não perderia a chance de irritar Sasuke, a final era um dos seus passatempos favoritos.

            - Irmãozinho, você não parece muito feliz... – Itachi observou Sasuke lançar seu olhar assassino pra cima dele. – Aconteceu algo na escola hoje? – o Uchiha mais novo mostrou um temor nos olhos, o qual não passou despercebido pelo mais velho. 

Por que Itachi tinha que perguntar logo sobre a escola? Por que ele não perguntava sobre outra coisa? Sasuke perguntava-se na sua cabeça. Mas a resposta era obvia.  Itachi sempre dava um jeito de ferrar com Sasuke mesmo sem querer, não que ele seja um irmão ruim, afinal ele já tinha salvado sua vida algumas poucas vezes como aquela vez do kit de mágica há oito anos.

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- Katon! – Depois de dizer essa palavra a folha que estava na mão do Uchiha mais velho começou a pegar fogo.

- Nossa Itachi como você fez isso? – O Uchiha mais novo olhava, com seus olhos negros e arregalados, para folha seca de uma arvore queimando nas mãos do irmão.

- Mágica! – Itachi exclamou se achando o máximo.

- Me ensina! Me ensina! – pediu Sasuke de imediato.

- Sem chances! O kit que o papai e a mamãe me deram só pode ser usado por crianças a partir de doze anos e você só tem seis. – debochou o mais velho.

- Mas... – Sasuke insistiu quase chorando.

- Não adianta chorar irmãozinho. – Itachi cortou caçoando do irmão.

- Eu não to chorando. – resmungou o garoto irritado.

- Que seja. Eu vou sair agora com o Kisame e o resto do povo e, quando eu voltar, quero ver meu kit de mágica no lugar onde eu deixei. – Após dizer isso Itachi foi embora deixando Sasuke com um sorriso maligno se formando no rosto.

Já estava escuro quando Itachi voltou. A casa dos Uchiha era enorme e o jardim dela também por isso a entrada ficava um pouco longe da casa.

Já que era noite e poderia ser um pouco assustador andar até a casa sozinho naquela escuridão, mas não para um garoto de doze anos.

“Itachi...”

O Uchiha olhou para os lados, não viu ninguém e continuou andando.

“Itachi...”

- Será que eu estou ouvindo vozes?

“Itachi...”

- Calma, Itachi, você não está ouvindo vozes. – O Uchiha falou consigo mesmo torcendo para que estivesse certo, mas para garantir começou a andar mais rápido.

“Itachi...!”

Depois de ouvir alguém chamando seu nome pela quarta vez, Itachi já estava correndo como nunca tinha corrido antes.

“Itachi, socorro!”

O garoto parou.

- Peraí, eu conheço essa voz de algum lugar... – Itachi olhou para o lado de novo, mas não viu ninguém só um clarão, ou melhor, uma coisa pegando fogo.

- O que é isso...? – O Uchiha ficou parado por um tempo. Até de repente perceber o que estava pegando fogo. – KAMI-SAMA!!

A coisa, ou melhor, a pessoa que estava pegando fogo era Sasuke.

Itachi não pensou duas vezes antes de agarrar o irmão e pular dentro da piscina.

- Eu disse para você não mexer no meu kit de mágica! – foi a primeira coisa que berrou ao chegarem à superfície.

Sasuke, no entanto, estava mais ocupado em olhá-lo com a cara mais assustada que o irmão já vira.

- Você vai contar isso pra mamãe e pro papai? – perguntou um tanto trêmulo.

Itachi não agüentou mais, não via o irmão fazer uma cara tão assustada desde que o ouvira falando que os vizinhos, na verdade, eram um grupo de vampiros sedentos por sangue de criancinhas, quando Sasuke tinha menos de quatro anos. Ou seja, o Uchiha mais velho começou a gargalhar.

- Nii-chan! – gritou Sasuke, a irritação juntando-se ao medo. – Você não pode contar! Não pode! Por favor, Itachi!

Itachi engasgou e balbuciou enquanto tossia:

- Não vou contar... Mas o que você acha que mamãe vai pensar quando você entrar em casa parecendo um franguinho que fugiu do forno? – e riu ainda mais da cara do irmão.

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Está certo que Itachi já tinha salvado a vida de Sasuke, porém nada o faria esquecer todas às vezes, acredite, foram muitas, as quais se dera mal por culpa do irmão, como aquela vez que Itachi resolveu locar o maldito filme.

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Cinco anos atrás...

- Itachi, você tem certeza que seus pais só voltam amanhã? – Perguntou Pain.

- Claro que tenho! Agora vamos assistir o filme.

Naquela tarde, todos os amigos de Itachi haviam se reunido na casa dos Uchiha para assistir a um filme que não era, digamos, próprio para idade deles, mas quem se importava? Eles estavam de férias, Fugaku e Mikoto estavam viajando, não tinham com que se preocupar.

No entanto, quando filme já estava rodando há uns vinte minutos, Sasuke entrou na sala.

- O que seu irmão ta fazendo aqui? – Sasori perguntou, olhando para Itachi.

Este desviou o olhar do entretenimento da noite para encontrar o irmão mais novo parado na porta com a mesma cara de “Por que eu tenho que agüentar essa trupe de idiotas esquisitos aqui em casa?”, que sempre fazia quando Itachi trazia os amigos.

- Sasuke, o que você ta fazendo aqui?

- Eu só vim avisar que o papai e a mamãe já chegaram.

- O que?! – berrou Itachi, não sendo o único a desviar os olhos do filme para fitar o garoto com horror. – Como assim?! Eles só deviam chegar amanhã!

- É, mas eles ligaram hoje de manhã e avisaram que chegariam hoje. Eu devo ter esquecido de avisar...

- É... Você deve ter esquecido... – a raiva começou a crescer dentro do Uchiha mais velho, mas logo foi substituída pelo brilho de uma idéia. E se Sasuke tivesse percebido esse brilho, teria a certeza de que ia odiar a tal idéia. – Mas não tem problema! Você, irmãozinho, fica aqui e eu vou falar com eles. – Itachi e os amigos não esperaram mais para se mandar da sala, deixando o garoto confuso e irritado por não entender o porquê de ter que ficar lá.

- Baka nii-chan... Fica mandando as pessoas fazerem...

Nesse momento aconteceram duas coisas. Ele percebeu o que estava passando na televisão fazendo seu rosto ficar extremamente vermelho e uma mulher morena entrou na sala.

- Sasuke! – exclamou Mikoto. – O que você está fazen... – ela perdeu a fala ao olhar para a televisão. – Meu filho, como você pôde?! – perguntou, largando as bolsas que carregava e os olhos se enchendo de lágrimas em uma reação um tanto quanto exagerada.

- Não! – gritou Sasuke, sem saber onde enfiar a cara que se assemelhava muito a um tomatinho agora. – Não fui eu, okaa-san! Foi o Itachi...!

- Sasuke, você faz uma coisa errada e depois quer colocar a culpa no seu irmão que nem está em casa? – Dessa vez a voz não era de uma mãe chocada e sim de um pai encolerizado, como só Fugaku conseguia ser. – Você vai ficar um mês de castigo para aprender a não fazer mais isto.

- Mas eu não... – Sasuke não conseguiu terminar a frase, os olhos se enchendo de lágrimas.

Infelizmente, Uchiha Fugaku nunca fora um homem que se comovia facilmente.

- Chorar não vai diminuir o seu castigo, rapazinho.

Enquanto isso, em uma lanchonete um pouco longe dali...

- Ei, Itachi, não é muita maldade deixar o seu irmão levar a culpa pelo filme? Ele ainda nem tem idade pra essas coisas... – Kisame comentava com Itachi, embora não desviasse muito a atenção do milkshake para demonstrar piedade para com Sasuke.

- Claro que não! – rebateu o Uchiha mais velho. – É uma boa lição pra ele nunca mais esquecer de dar um aviso... – acrescentou com um riso bastante sádico para um rapaz de dezesseis anos.

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Deixando as lembranças de lado, Sasuke encarou o irmão fazendo um gesto negativo com a cabeça e continuou a sua refeição.

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            Na manhã seguinte, às sete horas, um despertador ecoou pelo enorme quarto da única filha dos Harunos fazendo com que uma garota com os fios de cabelo rosa desgrenhados saísse debaixo das cobertas para desligá-lo.

            Sakura levantou-se aos poucos, preguiçosamente. Estava com o seu costumeiro mau-humor matinal, desejava poder dormir mais um pouco, porém sabia que se desse ao luxo acabaria chegando atrasada na escola, por isso, mesmo relutante, dirigiu-se para o banheiro onde tomou um banho, não muito demorado, para em seguida descer para tomar seu café da manhã.

            Quando chegou a mesa, a jovem garota viu que seu pai já estava sentado à sua espera.

            - Bom dia Otou-san! – Sakura sorriu para o pai que lhe respondeu com um bom dia.

            Haruno Satoshi era um homem sério, dificilmente se via um sorriso verdadeiro em seu rosto. Ele estava à frente de uma das maiores empresas de cosméticos do Japão. Ele vivia sozinho com sua filha há algum tempo, desde quando a sua ex-mulher, Sashiko, mudou-se para os Estados Unidos.

            - Tenho uma notícia para te dar... – Sakura observou o pai com curiosidade. – Estive falando com sua mãe e ela me informou que pretende vim ao Japão daqui alguns meses.

            Sakura sorriu de imediato, adorava quando a mãe vinha visitá-la ou quando a própria podia visitar Sashiko, no entanto apesar de achar aquela uma ótima notícia não deixou de achá-la estranha, já que havia passado a temporada de verão inteiro com a mãe em Nova York.

            - Ela disse por que vinha?

            - Não especificou... Mas creio que ela está pretendendo trazer os negócios pra o Japão. – Satoshi voltou para a sua refeição dando um gole na xícara de café.

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Perto das oito horas já havia muitos alunos no Senju Gakuen, alguns já estavam lá desde cedo para algumas atividades extras, mas muitos chegavam apenas agora e, entre eles estavam Haruno Sakura, Iamanaka Ino e Sabaku no Temari que andavam juntas conversando.

- Temari você nem imagina a falta que você faz nas aulas de ballet. – quem falava de forma quase dramática era a Yamanaka. – Porque essa daí... – apontou para Sakura. – Um dia ainda vai conseguir me quebrar todinha com os alongamentos malucos dela...

Sakura jogou um olhar de ódio para a amiga autora do comentário fazendo Temari soltar uma risada discreta.

A Sabaku era a mais velha das três e até o ano anterior fazia, junto com Ino e Sakura, aulas de ballet. Certo, não era bem a cara dela, mas a sua mãe adorava ver a filha dançando ballet e, como Temari não pretendia seguir nenhuma carreira artística resolveu ceder a vontade da mãe por um tempo. Até confessava que gostava um pouco, de vez em quando era bom para relaxar, porém, naquele ano, seu último na escola, por isso ano do vestibular, ela teria que se concentrar apenas nos estudos se quisesse entrar na Universidade desejada.

- Ino, eu sei que faço muita falta... – Temari tinha um sorriso convencido. – Mas, infelizmente, você terá que sobreviver com isso a parti desse ano.

 - Temari alguém já te disse que você é muito convencida as veze?

- Não, Ino... – Temari tinha um sorriso maroto na face. – Mas tenho certeza que falam isso o tempo todo para você, né? – e dessa vez foi Sakura que riu da cara irritada de Ino.

Um pouco mais atrás, porém, ainda assim, próximo das três amigas, vinha outro grupo de estudantes.

- Cara! Como eu fui me meter numa roubada como essa? – Sasuke perguntou mais para si mesmo do que para os colegas que o acompanhavam, já que nenhum dos três dava muita atenção para o que o Uchiha dizia.

Nara Shikamaru olhava para uma coisa mais, digamos, interessante à sua frente e Gaara estava ocupado falando alguma coisa com seu irmão, Kankuro. Ou ouvindo algo que ele falava, já que Gaara não era do tipo de conversar muito.

- Teme!!! – para a infelicidade de Sasuke, o causador do seu maior problema atual havia acabado de chegar. – Está preparado para a sua primeira aula de ballet? – indagou debochadamente.

Sasuke sentiu seu sangue ferver.

- Está vendo aquelas duas ali na frente. – Naruto apontou para Ino e Sakura. – Elas vão ser suas colegas no ballet! Você devia ir pedir alguns conselhos para elas, Teme... Se você quiser eu posso chamá-las...

Sasuke olhou para o outro com o seu melhor olhar ameaçador.

- Se você falar mais alguma coisa sobre isso ou se quer pensar em comentar isso com mais alguém, eu vou quebrar a sua cara aqui mesmo, dobe.

Naruto, no entanto, não se deixava intimidar tão fácil e apenas riu exageradamente.

- Estou morrendo de medo! – provocou. – Um bailarino vai me bater!

Bom, não é muito difícil adivinhar o que aconteceu a seguir. Sasuke sacudiu a mochila longe, mochila esta que acabou atingindo um passante desavisado, e pulou em cima do loiro na intenção de causar o máximo de dano possível na “criatura desprovida de cérebro e senso de autopreservação”.

Imediatamente, formou-se uma multidão entusiasmada ao redor dos dois. Se bem que alguns membros da multidão não estavam tão entusiasmados.

- Cara... – reclamou Shikamaru. – Eu não acredito que esses problemáticos estão fazendo isso de novo...

Gaara apenas revirou os olhos enquanto Kankuro ria com os olhos brilhando diante da oportunidade e anunciava em voz alta:

- Façam suas apostas aqui!

- 300 yen no Uchiha!

- 200 no Naruto!

No entanto, antes que as apostas pudessem ser oficializadas, alguém interrompeu a bagunça.

- O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? – ao escutar a voz assustadora, todos os alunos os quais haviam se amontoado para conseguir ver mais uma das brigas de Sasuke com Naruto correram para um lugar seguro, ou seja, o mais longe possível da mulher que havia feito a pergunta, enquanto os dois garotos se colocavam de pé.

- N-nada, Tsunade-sama! - Os dois falaram ao mesmo tempo.

Disse que todos os alunos haviam sumido? Pequeno erro de observação, Shikamaru não se dera ao trabalho de sumir porque, bem, porque seria muito problemático. Gaara também não havia visto nenhum sentido nisso, embora o irmão mais velho já estivesse longe, ocupado em carregar a maior quantia de dinheiro das apostas não-oficiais.

Mas uma garota também não havia aderido à “retirada estratégica”, isso porque ela havia sido atingida sem aviso por um objeto voador posteriormente identificado como uma mochila.

Quem falou que as mulheres podem ser vingativas tinha um bocado de razão.

- Eles estavam brigando, Tsunade-sama! – Sakura, com uma mão na cabeça, no local em que fora atingida pela bossa, apontou para os dois garotos sem pensar duas vezes, uma veia latejando na testa e os olhos verdes brilhando perigosamente.

- O QUE?? – certo, ela já estava vermelha de tanta raiva. Não era para menos, afinal, aquela não era a função da diretora administrativa e sim do diretor pedagógico, mas onde o desgraçado tinha se metido numa hora daquelas? – Os dois me acompanhem. – mandou Tsunade. –Vocês cinco também! – apontou para Sakura, Ino, Temari, Gaara e Shikamaru.

- Por que a gente tem que ir? – Temari perguntou de imediato.

- Vocês vêm como testemunhas, para que nenhum detalhe seja omitido.

- Que problemático! – resmungou Shikamaru, enquanto a garota murmurava algo sobre como aquele colégio conseguia parecer uma delegacia de polícia.

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            Alguns minutos depois do incidente, a sala de Tsunade, apesar de ter um tamanho mediano estava bastante cheia naquele momento devido à quantidade de gente.

            Uma das garotas do grupo olhava impaciente para o relógio pendurado na parede.

            - Droga! Desse jeito vou acabar perdendo a primeira aula... – Sakura reclamou não muito alto, mas num volume suficiente para que o Uchiha próximo a ela escutasse.

- Se você queria assistir a primeira aula deveria ter ficado calada.

- Claro... Você e o Naruto brigam pela milésima vez por sei lá o que e a culpa é minha?  – rebateu a garota de forma irônica. – Claro...

 Ino que estava próxima aos dois se interessou pela conversa.

- É mesmo, por que vocês estavam brigando dessa vez? – a garota apontou para Naruto e Sasuke.

O moreno limitou-se a soltar um resmungo impaciente, enquanto o loiro coçava a cabeça, incerto.

- Bem...

Antes que Naruto pudesse continuar Tsunade apareceu na sala em que eles estavam.

- Orochimaru ainda não apareceu por aqui hoje, por isso eu terei que resolver isso... Então... – prosseguiu. – Posso saber o motivo da mais nova briga de vocês dois?

- Bem... – Naruto tentou outra vez, mas foi interrompido por Sasuke que temia de o amigo falasse demais.

- Esse idiota estava provocando, então...

- VOCÊS SÓ BRIGARAM POR ISSO? – Ela olhou para os dois que balançaram a cabeça num gesto de sim. – E VOCÊS? – Tsunade olhou para as “testemunhas” – CONFIRMAM O MOTIVO? – Fizeram o mesmo gesto dos outros dois temendo o que poderia ocorrer caso discordassem.

            - Ótimo! Então eu só posso dar o castigo de vocês... – a diretora sorriu maldosamente para os garotos à sua frente.

            - Você não acha que devia deixar isso pra o Orochimaru? – arriscou Naruto.

- Não, imagina... Eu faço questão de cuidar disso pessoalmente. – ela continuou a sorrir perversamente. – Mas o que será que posso fazer com vocês...? – Tsunade perguntou-se pensativa, até seu rosto se iluminar de uma forma que não pareceu agradável para os garotos. – Já sei! Vocês dois podem ficar durante um mês, a partir de amanhã, chegando mais cedo na escola para ajudar na limpeza. Que tal? E é claro que eu vou ter que avisar aos seus responsáveis.

- Boa sorte pra vocês. – Temari falou dando um tapa nas costas dos colegas.

- Ah! – A diretora olhou para os outros que não tinham nada a ver com aquela briga. – E é claro que vocês adorarão ajudá-los! – Tsunade sorriu para os demais.

- Na verdade... –Ino começou, mas se calou imediatamente ao ver o olhar da diretora.

- Isso não foi uma pergunta. – falou num ar autoritário. – Agora vão para suas salas, já perderam muito tempo de aula.

Assim que Tsunade finalizou a ultima frase todos saíram praticamente correndo.

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            Como já falei, a escola Senju Gakuen não era só famosa pelo seu ótimo ensino, mas também por ser uma das melhores escolas de música e artes cênicas do Japão, por isso, grande parte dos alunos, após as aulas, se dedicava a pelo menos uma dessas áreas.

Nas artes cênicas destacavam-se teatro e a dança, já na parte musical os alunos aprendiam a tocar instrumentos e poderiam optar por ter aulas de canto, ou quem sabe os dois, dependia do aluno.

Às quatorze e trinta, os alunos da Senju, deixavam as suas salas, alguns iriam embora para casa, mas a maioria ficaria para fazer alguma atividade extra.

Uchiha Sasuke, como a maioria, ficaria no colégio, mas desta vez não ficaria para ter suas costumeiras aulas de piano e sim ballet, uma grande humilhação, um Uchiha fazendo ballet. Se aquela notícia se espalhasse na escola seria o acontecimento do ano na Senju.

            Sasuke, como todos os Uchihas, era um homem de palavra e por mais embaraçoso que fosse aquela situação não fugiria dela. Estava decidido, iria falar com a responsável pela área de ballet clássico naquele momento.

            Dirigiu-se para a sala a qual foi informado em que a professora, Yuuhi Kurenai, se encontrava, entretanto ao chegar, Sasuke, se deparou com uma cena bastante constrangedora que envolvia dois professores e um piano.

            O garoto ficou parado na porta sem reação até que o casal notou a sua presença, interrompendo seu agarramento em cima do piano.

            - Acho melhor eu voltar depois. – Sasuke finalmente conseguiu falar alguma coisa antes de dar as costas para sair o mais rápido possível daquela sala, porém Kurenai que já havia se posto de pé e ajeitado as roupas rapidamente, achou curioso a figura daquele garoto ali.

            - Espere! – Sasuke parou abruptamente, mas não teve coragem de virar-se para encarar a professora. – O que você veio fazer aqui?

            - Bem... – ele não falaria ali, na frente de Asuma, que queria fazer aulas de ballet. – Eu queria lhe perguntar sobre algo...

            - Está bem... Espere um pouco lá fora que já irei atendê-lo. – a professora esperou que Sasuke deixasse a Sala para voltar a encara o seu parceiro. – Porque você não trancou a porta?

- Eu acho que devo ter esquecido... – Asuma falou meio sem jeito. – Mas não tem problemas, porque podemos terminar o que começamos agora. – sorriu com malicia.

- Fora daqui! – Kurenai apontou o braço, com força, indicando a porta.

- Está bem... – Asuma beijou, rapidamente, o rosto de Kurenai que ficou ainda mais irritada. – Podemos terminar isso hoje à noite na minha casa... – disse já deixando a sala.

- Não conte com isso!

Alguns minutos após o ocorrido, a professora, depois de verificar se estava com todas as peças de roupas bem colocadas, foi chamar o aluno que a esperava.

- Então... O que quer falar comigo?

Sasuke hesitou um pouco, não acreditava que iria dizer aquilo.

- Eu... Gostaria de fazer aulas... – não teve coragem de completar a frase.

- Fazer aulas? – Kurenai estava um pouco confusa. – Você quer dizer aulas de ballet? – Sasuke fez que sim com a cabeça.

Kurenai examinou-o de cima a baixo.

- E você já fez aulas de ballet alguma vez na vida?

Sasuke se sentiu um pouco ofendido com a pergunta. A resposta era óbvia.

- Não.

- Certo. – Kurenai suspirou. - Você vai ter que começar em uma turma de iniciantes. Espero que não tenha problemas em ter aulas com alunos de seis e sete anos... – Sasuke encarou-a descrente. – Sinto muito, mas como você não tem experiência não posso te colocar em uma turma com sua faixa etária.

- Não tem problema. – talvez assim fosse mais fácil manter segredo. – Quando eu começo?

- Hoje às quatro e meia. Você poderá fazer aula desse jeito hoje, mas precisará de um colant para a próxima aula.

Colant? Ótimo! Será que as coisas tinham como piorar?

- Ah, já ia esquecendo, não sou eu que dou aula, é uma das minhas alunas, mas ela é muito competente e tenho certeza que não terá problemas com ela.

É não importava o quanto ruim tivesse a coisa mais parecia que ela sempre poderia evoluir. Para pior, é claro.

Depois disso, Yuuhi foi embora e o Uchiha ficou parado pensando na grande besteira que tinha feito quando propôs aquela aposta a Naruto.

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Já havia se passado algum tempo e a aula já havia começado. Uchiha Sasuke, atrasado, caminhava ao lado de Yuuhi Kurenai que prometera a ele que o guiaria até a sala a qual ele teria suas aulas.

Na sala, os pequenos bailarinos já estavam na barra e marcavam uma seqüência junto à professora que era extremamente jovem, dezesseis anos apenas, não tinha muita experiência, mas era qualificada o suficiente.

Sasuke já estava dez minutos atrasado quando chegou à sala, com Kurenai à sua frente.

- Kurenai-sensei! – A professora estranhou a presença da outra. – O que faz aqui?

- Eu vim trazer seu novo aluno. – Kurenai falava apressada, pois já estava atrasada para a sua própria aula.

A garota estranhou.

- Novo aluno?

- Sim. Você deve conhecê-lo... – Kurenai saiu da frente do aluno.

- VOCÊ!? – O aluno e a professora falaram ao mesmo tempo.