I am The Death escrita por LauraCastellan


Capítulo 1
The test


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!! Os primeiros capítulos não são OMG QUEM VAI MORRER? Não, eles não são assim. Eles comeram com a amizade e aproximação. Esse não ficou muito bom por que é o começo. Mas prometo postar regularmente.



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Estou descendo uma rampa da escola de artes mais cara da Inglaterra, onde estudo á uns cinco anos, desde os onze, quando o vejo. Jake Carruthes. O garoto pelo qual eu sou apaixonada desde sempre. Seus cabelos negros como os meus esvoaçam pra trás por conta do vento que bate em seu rosto bronzeado. Seus olhos escuros me encaram, a cada passo, e eles dão contraste á seus lábios tão vermelhos quanto sangue e...

Levo minha mão ao pescoço e reviro a cabeça. Sangue.

Acabo esbarrando em alguém e meus livros vão ao chão. Abaixo-me para pegá-los e jogo uma praga em cima de quem me esbarrou, até que Jake vem até mim para me ajudar á pegar as minhas coisas do chão. “Hum... até que cair não foi algo tão ruim assim...” penso.

– Está tudo bem? – ele pergunta abrindo um sorriso. Olho em seus olhos, e suas pupilas dilatam quando uma gota de chuva cai entre nós. Meus joelhos vacilam e encontram o chão no mesmo instante. Solto um gemido baixinho de dor, e Jake me ajuda a levantar e então corremos para dentro do saguão, meus livros e cadernos ficam para o lado de fora. Junto com o meu celular.

– Oh, Sexta-feira! Me desculpe, eu...

– Sexta-feira? – pergunta Jake olhando para mim com uma cara de desentendido tão fofa que não agüento e abro um enorme, grande e gigantesco sorriso antes de responder cautelosamente.

– É o meu celular. Você deve saber que eu não sou normal né? – digo apontando para os meus cabelos negros e lisos, com as pontas pintadas de azul.

– Tudo bem, mas você é diferente de qualquer outra – diz Jake afastando uma mecha de cabelo do meu rosto.

– Achamos você Megan Van Dyke! Sumiu e nunca mais te vimos! Vamos, você tem que ver uma coisa – chega Emma Carter me puxando. Seus cabelos loiros com as cores da bandeira dos EUA (eu juro que não entendo minha amiga, looouca por moda), voam de um lado pro outro, e seus olhos brilham quando percebem que eu estou na presença de Jake.

– Oh, foi mal, mas vou roubar sua princesa militar um minuto! – grita Emma me puxando de vez para fora do saguão, e então começamos a subir mais uma rampa para a sala de instrumentos.

– Princesa militar Emma? Tem certeza disso? Você tem problemas... – digo super nervosa, batendo o pé mais forte a cada passo.

– Você tem que ir para o teste de cantores da escola. Só você e uma menina estão concorrendo, então, dá o seus gritos de uns quinze minutos e assim, talvez, você toque no baile!

– Não? Deixaram? Jura? Você tá de brincadeira! O teste é hoje?

– Eu não estou brincando! Vamos! É hoje! – grita Emma. Corremos pelos enormes corredores escuros do castelo, onde agora era uma escola, e eu quase bato em um pilar, se não fosse por um caderno no chão. Emma corria cada vez mais rápido e eu meio que voava em direção a sala de música.

– Bem, é aqui que eu te deixo Flor – disse Emma me dando um beijo no rosto e me desejando boa sorte. Esfreguei meus pulsos, um sinal do meu TOC, e entrei na sala de música.

Era mesmo, poucas pessoas estavam lá. Fui correndo até ao lado do meu amigo, Michael Well (sim, seu sobrenome é bizarro!). Seus olhos castanhos encontraram meus olhos azuis e ele sorriu.

– Vai fazer o teste? – ele me perguntou.

– Aham... e pelo jeito você também vai.

– Sim... é mais pela nota, mas não tem problema – ele disse. Esse baile seria nosso baile de formatura, então todos que aparecessem, também ganhariam uma nota extra. E já que eu queria essa nota extra como Michael também queria, revolvemos entrar para os testes de quem iria tocar ou cantar no baile.

– Bom dia queridos! – disse a minha professora favorita, a senhorita Melody. Ela tinha cabelos castanhos, um tanto grisalhos, mas seus olhinhos esbugalhados nunca deixavam a desejar. Ela sempre estava sorrindo e de bom humor.

– Vamos por ordem de chamada, primeiro, quem vai tocar bateria fique no canto da sala, guitarra é atrás de mim, violão e outras coisas bem ali, na esquerda, e quem vai cantar e cantar ou só cantar já venha aqui pra frente.

Apenas eu e uma garota, um pouco mais alta que eu subimos no palco.

– Ótimo... ótimo... Lais, você é a primeira – disse a Sra. Melody. Argh!, como eu odiava a Lais. Ela era uma vaca, uma vadia de esquina e...

Ela definitivamente cantava mal.

– Eu vou cantar um funk brasileiro, professora – ela disse enrolando o chiclete da boca dela com um dedo.

– OK querida. Comece a cantar.

“Então desce desce
Então desce desce

Aprecia com carinho
Morde a boca e faz beicinho
Os moleques dengosos
Com a sunguinha de bichinho
Mas se você que brinca
Você vai enlouquece
Bota a mãozinha na cintura
Então comece a mexe

Então desce
Então desce, desce”.

Ok, definitivamente eu quase morri ali em cima. Que nojo dessa garota.

Sra. Melody olhava com uma cara inexpressível para Lais.

– Pode descer então Lais. Megan, sua vez.

Cheguei perto do piano branco da sala, que combinava com o meu vestidinho simples branco, que nada contrastava com a minha pele, limpei a poeira em ima dele, coloquei as notas da música que eu ia tocar, que era Make Me Wanna Die – The Pretty Reckless.

“Takeme I'm alive
Never was a girl with a wicked mind
But everything looks better when the sun goes down

I had everything
Opportunities for eternity
And I could belong to the night
Your eyes, your eyes
I can see in your eyes
Your eyes
You make me wanna die
I'll never be good enough
You make me wanna die
And everything you love will burn up in the light
Every time I look inside your eyes
Make me wanna die…”

– Ótimo! Perfeito, você cantará no baile Megan! – disse Melody feliz.
Lais me olhou com ódio e virou o rosto em direção ao de Sra. Melody.

– Mas e eu? – ela perguntou com aquela voz de vadia. (Nada contra meninas chamadas Lais, mas eu tenho um ódio por essa. Eu adoro todas as Lais do mundo, exceto essa).

– Você... fica como reserva – disse Melody com desgosto, sorrindo pra mim. As ruguinhas ao lado dos olhos eram toa engraçadas que fizeram eu sorrir de volta pra ela.

Então, os testes acabaram, Michael tocou sua guitarra, mas perdeu para um garoto do segundo ano.

Saímos, e eu feliz da vida, falando sobre querer tomar café, e Michael muito sério.

– Que tal? Vamos ir a festa das vadias beber. Pode ser? – perguntei, arrumando meu vestido.

Michael sorriu.

– OK. Então vamos para o seu dormitório conversar com as garotas.

Subimos as escadarias que davam vista para um lago escuro, onde ninguém ia, do lado da floresta, onde os corpos de guerreiros eram enterrados lá.

Assim que cheguei ao meu quarto, arranquei os saltos que Emma me obrigou a usar e taquei-os no teto, e fui andando até minha cama, tropeçando em roupas pelo chão e tudo mais, então percebi que Lucy Stranger coversava com alguém no celular. Assim que ela desligou, perguntei:

– Josh?

Ela assentiu.

– Vocês são tão fofos! – eu soltei um gritinho e alguém abriu a porta. Jake estava lá.

Respirar, desmaiar ou sorrir? Eis a questão naquele momento. Olhei para Michael, e ele estava sério. Uma carranca havia tomado conta de seu rosto.

– Oi... Megan, certo? – ele perguntou. Apenas assenti. Minha língua parecia presa em minha boca, meus dentes estavam cerrados e eu pensava: “Você é tão bonito, como pode ficar galinhando e botando chifre em outras? Além de botar em si mesmo?” – Bem, tentei salvar seu celular, mas acho que ele partiu pra uma melhor – sorri.

– Tudo bem – eu apenas disse isso. Mas eu também agradeci, e quando ele foi embora, Emma, que estava entrando, virou o corpo inteiro para encarar Jake e então entrou, saltando.

– Meu Deus! Ele entrou aqui, pisou nesse chão, te deu suas coisas e... ele gosta de você! – ela gritou.

– Nada a ver, cala a boca idiota – eu disse, empurrando ela para sua cama, enquanto eu ia para o banheiro.

Me despis, enchi a banheira com água e mergulhei nela, com as lágrimas rasgando meu rosto pálido.

– Ele não gosta de mim – eu repetia debaixo d’água. Fechei meus olhos e alcancei aquilo que eu sempre escondia. Um pedaço de vidro.

Alisei as marcas em meus pulsos, e pensei: “Não. É perda de tempo tentar me matar.”.

Terminei meu banho, passei uma base em volta de meus olhos, e sai com meu short jeans e minha blusa regata preta. Amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo alto perfeitamente perfeito e cheguei pulando. Corri até o nosso frigobar e peguei um pudim para mim.

– Olha, você vai acabar enjoando e...

– Cale a boca Lucy – eu disse, e começamos a rir.

Eu observava o crepúsculo anunciando a morte de mais um dia, e o nascer de mais uma noite. Olhei novamente para as estrelas que brilhavam alto no céu, e sua euforia do brilho quase me cegou. Desviei os olhos da lua, pois ela me lembrava ele. Sua luz que me iluminava quando eu tinha pesadelos. Seus olhos quando eu andava, e a marca de suas mãos em meus livros molhados, que agora secavam sozinhos em cima da minha cama. Eu me entreguei ao amor, e eu podia me reprender por isso.

Mas não agora. Aquele não era o momento.

Então eu sorri e esqueci dele. Por alguns momentos.


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Notas finais do capítulo

Ficou meio chato, mas é o começo. Reviews!