Got My Heart In Your Hands escrita por Julia


Capítulo 184
Fatos - Capítulo final


Notas iniciais do capítulo

Este é o último capítulo da primeira temporada de Got My Heart In Your Hands. Sabemos o quanto é triste quando alguma coisa chega ao fim. Essa fic significa muito para nós, e não esperávamos fazer esse sucesso. Pensávamos que não passaríamos do capítulo dois, mas graças a vocês, nosso sonho de ser escritora pôde ser realizado. Espero que gostem deste capítulo, e nos vemos na segunda temporada. (Leiam as notas finais)



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─ Eu vou te matar, Pierre! - Gritou Wendy que apontava a arma contra a cabeça de Pierre. Ela já havia preparado o gatilho, e a qualquer momento, podia disparar.

Pierre estava completamente apavorado. Seu rosto estava pálido - o que era incrível, pois David sempre o chamava de “pretinho” - e suas mãos trêmulas. Ele estava ciente que seria o seu fim, e a quão Wendy era psicopata.

Ela já foi internada muitas vezes, mas nunca se contentava, e sempre fugia do hospício, convencida de que não estava louca. Não havia psiquiatra que curasse a doença daquela jovem.

Wendy tinha 19 anos, pele clara, cabelos tingidos com luzes, e olhos esverdeados, como os de David... Possuía uma ótima feição, pena ter um coração gelado. Ela estava disposta a acabar com a vida de Pierre, pois não queria acreditar que David não tinha culpa da morte de Melissa, sua prima, que a tanto amava.

Aos 11 anos de idade, Wendy gostava de brincar na casa de campo de seu avô, o Sr. Damon, que faleceu aos 75 anos, vítima de câncer. Ela também não superava essa morte, e desde então, sua vida nunca mais foi a mesma. Melissa era a única menina que conseguia fazê-la esquecer um pouco o trauma sobre o seu avô, mas depois do acidente, tudo ao seu redor voltou a ficar obscuro.

No entanto, ela acreditava que David era o culpado, por ter feito Melissa cair enquanto ele a segurava pela mão naquela casa de árvore. Tão grande, tão bonita... Seu pai havia feito com muito carinho.

Wendy se mudou para Baltimore, a cidade mais populosa dos Estados Unidos e a principal do estado de Maryland. Ela morava sozinha, e quando foi passear pela parte central da cidade, conheceu Alex, que imediatamente se apaixonou. Os dois trocaram telefones, contas no Facebook, e depois de várias conversas, acabaram iniciando um romance. Um romance falso, pois Wendy o usava. Alex estava completamente cego de amores por ela. Já falou em casamento, filhos, casa... Mas Wendy nunca dava muita importância a esse assunto.

[...]

E enquanto Wendy gritava que iria matar Pierre, David acabou escutando. Desesperado, saiu correndo ao encontro de seu amor.

─ Você não pode fazer isso! - Exclamou David se aproximando de Pierre, que estava ajoelhado no chão, suspirando profundamente e olhando para David com uma expressão de pânico. A arma ainda estava contra a sua cabeça.

─ Posso, e vou. - Wendy pressionava com força a arma contra a cabeça de Pierre, e ele gemia de dor, pois ela apertava forte e isto estava o machucando.

─ Você só faz isso porque nunca teve o amor dos seus pais... - Quando David disse, todos o olharam, confusos e curiosos.

─ Do que está falando? Meu pai sempre deu amor a mim... - Ela proferiu com uma voz trêmula.

─ Até sua mãe lhe abandonar... Ele construiu a casa na árvore para você, e quando Melissa se acidentou, você me culpou. Sua mãe fugiu de casa e seu pai acabou se matando por isso. Desde então, sua vida tem sido uma desgraça, e você tenta acabar com os outros para não se sentir inferior. Você é assim porque sua mãe é drogada, e a polícia do mundo inteiro está a procurando. Ela já foi ameaçada de morte muitas vezes por causa da dívida com os traficantes, e pode ser que ela esteja sendo ameaçada ainda... Você me culpa porque não tem outra pessoa para culpar, e agora tenta negar que é psicopata, mas é isso o que você é, Wendy... Uma psicopata. E se o seu pai realmente te amasse, ele não teria internado você em um hospício antes de sua morte. Você guarda mágoa disso? Você o culpa pela sua desgraça? Não, mas a mim você culpa. Por que, Wendy? Por quê? Ninguém aqui teve culpa de nada, mas se você quiser matar alguém, mate a mim, não o Pierre. Ele não merece ser morto por causa da sua vidinha infeliz e mais ou menos.

Wendy permaneceu em silêncio por alguns minutos, após escutar as palavras de David... Aquilo mexeu com todos que estavam presentes. A história de Wendy realmente chocou aos demais.

─ Não vai dizer nada, Wendy? Ora, logo você, que sempre teve muitos argumentos, vai ficar calada? Fala algo, prima! - Disse David provocando-a.

─ Eu vou matar você! - Agora Wendy apontava a arma para David, e Pierre tentou levantar-se, mas ela acabou o acertando com um golpe na cabeça, e ele desmaiou no mesmo instante.

─ Pierre! - Jay saiu correndo para acolher o irmão, que estava sangrando e desacordado. Ele o segurou nos braços, e dava leves batidinhas em seu rosto, tentando acordá-lo, mas a pancada foi forte.

─ Conseguiu o que queria, não é? - Disse David chorando e olhando para Pierre nos braços de Jay, com a cabeça sangrando. ─ Você matou o Pierre! - Ele completou.

─ Calma, David... O coração dele ainda está batendo. - Falou Jay que testava os batimentos cardíacos de Pierre.

─ Ele não pode ficar vivo... - Wendy apontou a arma para Pierre, mirando em seu coração, e quando ela atirou, Jay rapidamente desviou, fazendo-a acertar o chão. ─ Outro em meu caminho? Será que vou ter que matar você também? - Disse Wendy olhando nos olhos de Jay.

─ Você quer mesmo fazer isso, minha filha? - Seu pai surgiu de repente, vestindo uma manta branca, típico dos espíritos que aparecem para os vivos.

─ Papai? - Wendy olhou atentamente para seu pai, e abaixou a arma, porém não o largou.

─ Olhe para você... Uma menina linda, jovem, que tem tudo pela frente... Por que acabar com as pessoas dessa maneira?

─ Você me largou, me colocou em um hospício, mas eu não estou louca... Não estou! Não estou! - Repetia Wendy.

─ Mas não culpe as pessoas próximas de você por causa de um erro meu... Não se sinta superior a elas, pois todos são seres humanos como você. Possuem um coração que bate, assim como você...

Wendy, ao ouvir o seu pai, atirou a arma longe, e caiu sobre seus joelhos, chorando muito...

─ Me perdoe... O senhor tem razão, eu estou sendo muito cruel. - Ela falou com voz trêmula e entre soluços.

─ Enxugue as lágrimas, vou guiando-lhe até sua casa.

Wendy saiu de lá, e seu pai foi acompanhando-a até a casa dela. Não deu tempo de Alex dizer nada, ele apenas ficou olhando a sua amada indo embora.

Pierre acordou logo após...

─ Que bom que está vivo... - Disse David abraçando Pierre, e depois vieram todos fazendo o mesmo.

[...]

Um ano depois...

Os preparativos para o casamento de Carol e Jonathan estavam só começando. Jay e Marie Lee seriam os padrinhos, e então, escolheram uma roupa muito especial para a ocasião: Jay de terno preto, camisa branca e gravata combinando com a cor do terno, e Marie com um vestido azul marinho com alguns diamantes. Seu cabelo estava preso em vários grampos, e haviam apenas dois fios caídos, acompanhando o traço de seu rosto perfeitamente.

As outras meninas ajudavam a Carol com o vestido de noiva, cuidando do babado e da calda. Avril ajeitava o véu, enquanto as outras arrumavam os vestidos e as próprias maquiagens. Todas lindas e deslumbrantes... Os meninos ajudavam Jonathan, arrumando a sua gravata e o seu terno.

Enfim terminaram de se arrumar, e Jonathan correu para a igreja, ficando parado ao altar após cumprimentar todos os convidados.

[...]

─ Vamos, Carol... Já faz uma hora e trinta e cinco minutos que você está na frente do espelho. E para de chorar, vai borrar a maquiagem. - Disse Laurence que olhava para o relógio na parede.

─ Eu estou muito nervosa... - Respondeu Carol.

─ Nós sabemos como é... - Disse Laura. ─ Mas bem, precisamos ir... Vai ser legal, você vai ver. É um momento muito importante na vida de uma mulher.

Carol apenas assentiu com a cabeça, e quando saíram, havia duas limusines... Uma para levar as meninas, e outra para levar a Carol.

Depois de algum tempo, as meninas finalmente chegaram. Carol ficou para trás, para dar um suspense, e após quinze minutos, a marcha nupcial foi iniciada. Todos se levantaram, e olharam para a porta, vendo Carol caminhando com um buquê em suas mãos e acompanhada de seu pai. Lennon ia atrás jogando pétalas de rosas.

Jonathan estalou os dedos, nervoso, e finalmente, Carol foi entregue ao noivo... Seu pai desejou boa sorte, e foi para o seu lugar, após beijar a testa da filha. Jonathan fez o mesmo em Carol, e depois eles se ajoelharam diante do altar.

─ Estamos aqui para celebrar a união entre Carolina Medeiros e Jonathan Bouvier. - Disse o Padre.

Melanie aproximou-se segurando um par de alianças, em uma almofada vermelha felpuda com renda branca. Após o toque do Padre, Jonathan colocou a aliança no dedo de Carol. Disse aquele discurso que os amigos disseram em seus casamentos, e Carol fez o mesmo logo em seguida.

E enfim chegou a hora do sim... O Padre fez a tradicional pergunta, e ambos disseram “sim”. Ninguém os atrapalhou, e no final, se beijaram.

Saíram da igreja e, depois de algum tempo, os convidados atiraram arroz neles. Quando passou trinta minutos, Carol jogou o buquê, e uma convidada não conhecida acabou pegando.

Em seguida, eles foram para a festa, e o Buffet estava farto de comida. Mas antes de comerem, cada um disse “eu te amo” para o parceiro, e se beijaram.

[...]

─ Pierre, aonde você vai passar o Natal? - Perguntou Carol que estava abraçada em Jonathan. Seus braços envolviam a cintura fina da morena, em um abraço envolvente, e Carol sorria brandamente.

─ David e eu vamos para Paris... - Ele sorriu ao responder, passando um dos braços em torno de David, mas disfarçadamente, já que ele não queria que as pessoas vissem seus momentos... Uhn... Amorosos, na porta de uma igreja. ─ E vocês vão passar a lua de mel aonde? - Acrescentou se referindo a Jonathan e Carol, o mais novo casal.

─ Acho que vamos a Londres. - David abaixou a cabeça, cabisbaixo... Pela expressão, dava para notar que ele ainda sentia muita mágoa... Não da cidade, mas das pessoas que conviviam com ele lá. Os momentos em Londres foram horríveis para David, e desde então, ninguém dizia que ele era um jovem inglês... Ele tinha espíritos canadenses, e até o seu sotaque havia mudado. ─ Você ainda se sente mal por isso, não é? - Carol completou olhando para David, que ainda estava com a cabeça baixa, sem mostrar alguma reação.

[...]

─ David? - Pierre chamou a sua atenção, e finalmente David saiu de seu transe, encarando os olhos castanhos de Pierre, que no momento, estavam tristes e aflitos.

─ Hã?! - Foi a única coisa que David conseguiu dizer, após o “choque” de ter escutado o nome de sua cidade Natal. ─ Ah, está tudo bem... Eu não posso negar que é uma cidade muito bonita. Eu só me sinto mal por lembrar o que me aconteceu. Fui muito maltratado, sofria bullying, e eu não sei o motivo... Muitas pessoas diziam que minha aparência era estranha, me chamavam de gay, e eu entrei em depressão. Não comia direito, não dormia... Até que me mudei para Montreal, e quando cheguei lá, meus pais brigaram e se separaram. Depois de muito tempo, meu pai apareceu. Pierre deve lembrar... O irmão gêmeo do meu pai se passou por ele, e ah... Tive dias de inferno, ele estava tentando arruinar a minha família, e me convencer de qualquer maneira que o Pierre não era a pessoa certa para mim, mas eu sei o que é certo. Pierre é o certo. Muitas pessoas podem me julgar por ser homossexual, mas eu não me importo mais, o importante é a minha felicidade. - Pierre o encarou, com os olhos molhados e um sorriso formado no canto dos lábios. ─ Desculpa, nem sei se isso foi necessário, mas...

─ Foi extremamente necessário... Foi lindo, amor. - Pierre o abraçou forte, e assim, ele sentiu o cheiro do cabelo macio e sedoso de David.

[...]

Depois da festa, David e Pierre seguiram até o aeroporto, preparados para embarcarem a Paris. Lennon e Melanie acompanharam-nos, enquanto David carregava a caixinha de Delilah e sua mala. Pierre carregava o restante das bagagens - o que era muita coisa para quem não tinha tanta roupa e não gostava de muito luxo, como David.

Entraram no aeroporto e carregaram as bagagens até o check-in. Tiveram que enfrentar uma fila grande, mas enfim chegou a vez deles. Despacharam as malas e a bagagem de mão ficou ao lado deles. Mostraram os passaportes e, no fim, se despediram.

Sentaram em uma cadeira e ficaram olhando o painel que anunciava os vôos. Melanie ficou brincando com o estofado da cadeira, e Lennon ficou deitada no colo de David, por ter ficado a noite inteira sem adormecer.

Uma hora depois, eis que chega a vez do vôo deles partirem. Apresentaram os passaportes novamente, e quando adentraram ao avião, colocaram a bagagem de mão no guarda-volumes. Em seguida, sentaram aos assentos correspondentes, e vestiram o cinto de segurança. David tirou seu Ipod do bolso, e antes que ele apertasse o play para que a música tocasse, Pierre segurou uma de suas mãos brancas, finas e geladas. Não estava tão frio, mas era típico de David ter as mãos frias.

─ Eu te amo... - Pierre deu um selinho leve nos lábios de David, que sorria delicadamente, enquanto fitava Bouvier com um olhar apaixonado. Ele sussurrou um “eu também”, que por sorte, só Pierre conseguiu ouvir. Em seguida, David deitou sua cabeça no ombro de Pierre, sem se importar com as pessoas que os encaravam de forma estranha.

Ele acabou adormecendo ali mesmo, e os únicos sons que podia ouvir eram de sua respiração calma e infantil.

O avião decolou, e o frio na barriga foi constante e inevitável.

Um frio na barriga que era bom.

E assim, foi seguindo o vôo... Jonathan e Carol se preparavam para ir a Londres, enquanto o restante dos casais foram para suas casas curtir a linda família.

All Time Low - Time-Bomb


Fim



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Notas finais do capítulo

A primeira temporada de Got My Heart In Your Hands chegou ao fim. Queria agradecer aos leitores que nos acompanharam desde o início...
Aléxia Dalsoquio (AlexiaBouvier)
Alice Maria
Bárbara Knust
Beatriz Bouvier
BouvierDesrosiers (apesar de sumida)
Carol Carvalho (CharlyBrooks)
Carolina Souza
Diinh Oliveiraa
Dinah Desrosiers
Fabiana Ferreira (Bia Bouvier)
Lorena Bellas (ldesrosiers)
Marta Guimarães
RitalinLove
Roberta Soares
Suelen Dias
Thays Rodrigues Ribeiro (ThaysRibeiro)
Victoria Knust
E aos leitores fantasmas também... Alguns acompanharam a gente, e depois sumiram, infelizmente. Mas queria agradecer vocês também por aceitarem tomar uma parte do tempo para vir aqui ler a fic. Saibam que, com essa fic, o intuito foi mostrar um pouco da realidade por trás de uma história que não aconteceu, de fato. Retratamos aqui suicídios, violências, álcool, drogas, pessoas cortando os pulsos, vidas arruinadas, estupros, romantismos, torturas, e muitas outras coisas, mas no fim, tudo acaba em harmonia! Sei que alguns (ou a maioria) dos capítulos foram fortes demais, e continham cenas para maiores de 18 anos, mas o nosso objetivo foi alcançado. Deixamos claro o quanto é perigoso dirigir bêbado, e que não podemos esquecer a bebida na mesa enquanto você vai ao banheiro de uma boate. Devemos prestar atenção, e espero que essa fic tenha trazido alegria e um aviso muito importante. Amamos vocês, e nos vemos na segunda temporada. Decidimos postar no AnimeSpirit mesmo, e espero que todos migrem pra lá. Beijinhos, e muito obrigada. Continuem com a gente. *-*



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