Got My Heart In Your Hands escrita por Julia


Capítulo 118
Um dia melhor


Notas iniciais do capítulo

desculpem por estar postando tarde :x



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Avril’s POV: ON

Estou preocupada com meus amigos, David e Pierre estão muito tristes, eu tento conversar com eles, mas não ajuda muito, acho que eles ficarão bem somente quando compreenderem que a culpa não foi deles, Sarah está num lugar melhor agora.

Ah tem todo esse lado triste, mas eu estou muito feliz com Charles, Chuck tem me ajudado muito a cuidar dele. É tão bom vê-lo sorrir, ele me lembra muito o Chuck, o mesmo jeito alegre e brincalhão, acho que essa é a melhor fase da minha vida, tirando os problemas com os meninos...

“Eu acho que a maternidade é a coisa mais bonita do mundo, imagine que linda essa sensação, você carregar um bebê durante nove meses dentro de sua barriga, até as partes dolorosas dessa fase se tornam lindas, você carregando uma vida contigo, uma das melhores responsabilidades que você pode ter, e depois que essa vida nasce? Você dedicar-se totalmente nela, em dar carinho, amor, atenção, educação. E uma das coisas mais importantes, protegê-la, de tudo que queira lhe fazer mal, das pessoas, do mundo, compreende-la, apoiá-la, estar sempre ao seu lado, vê-la aprender com seus próprios erros, vê-la crescer, se casar, e ter a felicidade de vê-la tendo seus filhos e ajudá-la a criá-los.”

“É seu primeiro filho? Se for, cuidado. Tendemos a PIRAR com as compras “necessárias”. Todos têm opiniões sobre as coisas que precisamos de qualquer jeito. Berços com dossel, véus, carrinhos que só faltam ter um computador de bordo, cadeirinhas que tremem, balançam e dão tapas na bunda da criança no seu lugar.

E as roupas? Lindas e caras. E os micro sapatos que você NUNCA vai conseguir fazer o bebê vestir? Tenho uma amiga que tinha 37 pares quando a bebê nasceu. Acho que nem durante toda minha vida adulta eu tive tudo isso de sapato.

Roupas para grávida, camisolas, sutiãs de amamentação, cueiros, tapa-seios, mijões, luvinhas, a lista é imensa… tem listas em vários lugares. E tem umas do que levar até na maternidade! Como se a gente nunca tivesse feito uma mala na vida. Filho, a gente faz direitinho, mas mala…

O que quero dizer é só uma coisa: FILHO PRECISA DA GENTE. E de NADA mais. O que você vai precisar são realmente poucas coisas. Poucas mantas. Poucas roupas (mas várias calças, porque vaza tudo no começo). Poucas toalhinhas de boca. Algumas fraldas. Um bom remédio pra cólicas. E um sling. Ah, um sling salva-pátria que cabe na sua bolsa e vai te livrar do tenebroso carrinho, além de vários outros benefícios como diminuir cólicas, aumentar a amamentação, super legal e útil mesmo.

Filho dorme na cama da gente. Com a gente. A gente carrega no colo. Com a gente. Uma zen maternidade é sim, possível, longe do consumismo exagerado de brinquedos de plástico que fazem terríveis sons ou móbiles que mais fazem o quarto do seu filho parecer uma balada. Não, você não precisa de um enfeite pra porta do quarto do hospital, outro pro quarto do bebê, lembrancinhas que as pessoas vão jogar fora quando chegarem em casa.

Economizamos e, de quebra, nos estressamos menos. Pensamos mais na gravidez e menos nas cores das tintas nas paredes.

Quando tive minha filha, pirei na cor da cortina do quarto. Nos enfeites de parede. No móbile. Nos armários. No berço comprado e reformado lindo!

ELA JAMAIS DORMIU EM SEU QUARTO. Desde nossa volta do hospital, preferiu o que era mais óbvio: ficar ao meu lado. E assim é, até hoje, pra tudo. Dorme comigo, fica no meu colo (no sling) em vez do carrinho, e só tem um tênis e uma sandália de cada número, já que perde a cada um mês os sapatinhos.

Alguns pais são mais animados, e tentam levar a vida com crianças sem tanto acesso a tecnologia. É uma forma de zen-parenting também. Cabe a você ver seus limites.”

Avril’s POV: OFF

E ela achava que aquela dor não teria fim. Acordou um dia sem sentir absolutamente nada, olhou pra si mesma e percebeu que nada era mais importante do que sua felicidade.

Pierre’s POV: ON

Levantei me sentindo melhor, não sei o porquê apenas me senti melhor, o peso da culpa parecia não pesar mais tanto em minhas costas. Senti uma forte dor nos pulsos, bem... Era de se esperar, David tem razão preciso parar com isso, vou acabar me matando, mas quando eu vejo... Já fiz a besteira, mas não posso evitar, o alívio que eu sinto é muito grande.

David entrou no quarto trazendo uma bandeja de sopa, sim, estava de noite ainda:

–Como você está? – Disse ele se sentando perto de mim na cama.

–Melhor. – Dei um leve sorriso.

–Mesmo?

–Sim.

–Sabe Pierre, não podemos desistir, não mesmo, ajudamos tanta gente, somos o mundo pra tantas pessoas, imagine o que seria da vida dessas pessoas sem nós? Não se trata apenas das nossas vidas e sim de milhares de vidas. Minha motivação é ver tantos rostos desconhecidos sorridentes nos aeroportos, nos shows, nos hotéis. Sei que as coisas estão difíceis, sei que ta doendo, sei que você está se sentindo culpado, mas sabe, você não é!

–David, eu...

–David tem razão, você não é Pierre, você ajudou muito ela, aliás, os dois ajudaram, ela está num lugar maravilhoso agora, ou como você diz um “Summer Paradise”. – Lachelle apareceu e depois de ter dito aquilo deu uma gargalhada que me fez sentir melhor.

Eu estava me sentindo tão ridículo, David e Lachelle me consolando, as pessoas que na minha visão sempre foram mais fracas que eu, na verdade eram as mais fortes que eu já conheci, senti como se alguém estivesse me abraçando por trás, Lachelle sorriu e depois disse:

–Você pode sentir, não é mesmo?

–Sim.

–Por que podemos ver somente você?

–Não sei David, acho que é por causa de Lennon.

–Entendi.

–Bom eu tenho que ir agora, fique bem vocês dois.

–Ta bem.

Ela foi desaparecendo aos poucos e eu disse por último:

–Lachelle...

–Sim Pierre.

–Obrigado.

Ela sorriu e desapareceu, incrível como eu estava me sentindo melhor, David se aproximou e me abraçou, depois eu tomei a sopa que estava bem quentinha e saborosa para combinar com o frio de Montreal.

“E o amor? Você me pergunta. O amor, ah, sei lá. O amor nem dá pra definir direito. Acho que é um desejo de abraçar forte o outro, com tudo o que ele traz: passado, sonhos, projetos, manias, defeitos, cheiros, gostos. Amor é querer pensar no que vem depois, ficar sonhando com essa coisa que a gente chama de futuro, vida a dois. Acho que amor é não saber direito o que ele é, mas sentir tudo o que ele traz. É você pensar em desistir e desistir de ter pensado em desistir ao olhar pra cara da pessoa, ao sentir a paz que só aquela presença traz. É nos melhores e piores momentos da sua vida pensar preciso-contar-isso-pra-ele. É não querer mais ninguém pra dividir as contas e somar os sonhos. É querer proteger o outro de qualquer ml. É ter vontade de dormir abraçado e acordar junto. É sentir que vale a pena, porque o amor não é só festa, ele também é enterro. Precisamos enterrar nosso orgulho, prepotência, ciúmes, egoísmo, nossas falhas, desajustes, nosso descompasso. O amor não é sempre entendimento, mas a busca dele. O amor é uma tentativa eterna.”


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Notas finais do capítulo

Reviews? *-*



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